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RESUMO

A Negatividade da Angstia na Teoria Freudiana

Trata-se de empreender um estudo da teoria freudiana da angstia a partir da questo da negatividade. O escopo de anlise abrange desde os primeiros textos de 1894 de Freud sobre a angstia at sua formulao final em 1926 com o texto cannico Inibio, sintoma e angstia. Num primeiro momento, abordamos a problemtica da angstia a partir do conceito de inconsciente, de modo a mostrar como este nos fornece uma expanso da delimitao do psquico capaz de abranger o afetivo irredutvel representao ( Vorstellung) em termos de contedo. A negatividade, aqui, aparece como contradio formal. Para isso, centramos nossa ateno na questo da realizao de desejo, presente na Interpretao dos sonhos, onde vemos a angstia intimamente relacionada articulao estrutural do inconsciente. Num segundo momento, aborda-se o problema da estruturao da libido, mostrando de que modo a angstia vincula-se insistncia repetitiva da pulso parcial, resistente aos processos de unificao e subsuno ao princpio de realidade. Aqui, nossa anlise apoia-se na discusso freudiana a respeito da sexualidade infantil, presente nos Trs Ensaios para uma Teoria da Sexualidade. Posteriormente, analisamos a proble mtica da angstia de castrao, entendida como o afeto resultante da impossibilidade de esgotamento do investimento libidinal em objetos narcsicos. Assim, entendemos o afeto como aquilo que resiste a um determinado processo, como algo negativo a toda e qualquer imediaticidade. Pretendemos com isso demonstrar de que modo a teoria freudiana da angstia permite uma leitura capaz de superar a razo dualista que procura reduzir o afeto a uma alternativa excludente entre somtico e psquico.

Palavras-chave: negatividade, Freud, inibio, sintoma, angstia.

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