UFC – FACULDADE DE DIREITO – NOITE

DIREITO CIVIL II – ALEXANDRE

JORGE ALBERTO PONTES MASCARENHAS – 0167860

QUESTÃO => “A” deve R$100,00 a “B”.

“C”, terceiro interessado,paga a dívida por R$50,00, em convenção com“B”.
“C” poderá cobrar de “A” R$100,00 ou apenas R$50,00 ?

“C”, como terceiro interessado, quando paga a dívida de “A”, tem direito à sub-
rogação legal, conforme o art. 346, III do Código Civil.

Mas o art. 350 do Código Civil, referente a sub-rogação legal, somente permite ao
sub-rogado o reembolso até a soma do que tiver realmente desembolsado para desobrigar o
devedor.

Logo, “C”, como terceiro interessado seria um sub-rogado legal e somente poderia
cobrar de “A” o que teria desembolsado, ou seja, apenas R$50,00.

Entretanto, o pagamento de “C” a “B” foi realizado conforme o art. 347, inciso I
do Código Civil, ou seja, como uma sub-rogação convencional concedida pelo credor, a
qual exige que o credor expressamente transfira todos os seus direitos ao sub-rogado.

Ora, o art. 348 determina que no caso de sub-rogação feita de acordo com o art.
347, inciso I, vigorará o disposto quanto à Cessão de Crédito (art. 286 e seguintes).

Porém, é elementar na Cessão de Crédito o aspecto especulativo, sendo, por

muitos, considerada um verdadeiro negócio onde se almeja lucro, não sendo necessária a
concordância do devedor (cedido), mas apenas a sua notificação.

Portanto, na minha visão, a lei não veda o caráter especulativo da sub-rogação em

análise, e “C” poderá cobrar o valor que quiser de “A”, contanto que não ultrapasse a
quantia de R$100,00.