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ianismo O QUE JESUS DISSE? O QUE JESUS NAO DISSE? © que foi mudado ao longo do tempo na Millia + Os erros das adaptagies rradugties + Os inceresses da Igreja nas divernan Appean Ao ler 0 Novo Testamento, as prenuoits pen sam estar lendo uma cépia exata dan palavias de Jesus ou dos escritos de seus apdutulon, Contudo, por quase mil ¢ quinhentos anes: esses manuscritos foram reprodusices par copistas profundamente influenciados pelay controvérsias politicas, reolégicas ¢ culturals de seu tempo. Tanto os erros quanto ag mudan- ¢as intencionais s4o muitos nos manuacritos subsistentes, dificultando a reconstituigdo das palavras originais. Este livro mostra a histéria que estd por trie das alteragdes que eclesidsticos politicos ¢ co» pistas ignaros fizeram no.Novo ‘Téstamento, causando um impacto enorme na compreensio ¢ interpretagéo da Biblia que temos hoje, Um livro para leigos, tedlogos, historiadaresi. @ |rstigio > cASSIC SNsal IND O NYWYHY ‘C Lavg C BART D. EHRMAN A maior autoridade em Biblia do mundo O QUE JESUS DISSE? O QUE JESUS NAO DISSE? QUEM MUDOU A BIBLIA E POR QUE O objetivo serd nao ser repetitive. Colocar livros e autores que ainda nao esto disponibilizados. Deixemos a preguiga de lado. Como diria o filosofo, "escaneio e publico no 4shared; logo existo" Como dizem, alguns autores pesquisam anos, e merecem uma gratificagéo por tal zelo para com o conhecimento. Aqui va minha gratificagao: MUITO OBRIGADO! Vou ler seu exemplar como forma de gratidéo por seu incrivel trabalho. "Nao terho ouro nem prata, mas tudo que tenho te dou": Muito obrigadol!!. A gratificagéo pecuniaria deixe pra depois, visto que oS homens para pensar sua existéncia devem estar com as necessidades materiais satisfeitas, vocés néo precisam do dinheiro. Isso é um elemento acessério a existéncial Ao comprar um livro, 0 autor recebe da editora uma micharia que nao daria nem para sobreviver. Ou seja, baixem, leiam e nao paguem nada! Essa sera sua forma de gratificagao! coat que tu queres, ORK oC ce Bart D, EHRMAN O QUE JESUS DISSE? O QUE JESUS NAO DISSE? 1 099 pleaser de A Uw Biv hee tacte bibrn fea, Quem mudou a Biblia e por qué ib ae 2 rimpresso Tanah Tradugao Marcos MARCIONILO Prestigio Tio ong Misquving Jens: he Story Behind Who Changed he Bl rd Wy {© 2005 by tae. Fhann (© Copyright 2006, EDIOURO PUBLICAORS SA. Dirt cide pcs es eich & EDIOURO PUBLICACOES S.A Publado por PRESTIGIO EDITORIAL Preparagio:Alexandes Ca Revi: Rey Cinta Pana «Gabriela Semionoas Ofira rj grit ediagramasio- Onna Gaia bo eto de oogeatie harass Ieuodoyie ThePerpont Mop Libary, New Yor M. 777,635 6.24% £39 6 She Cpt 1s mitorca Laurens, Flores ei For Sela vt Rene, NY (Cpu 2: Cone de Bar. thins Capi : Vico & Alles Masur, Londtes fot Vitor Alec Mus Tondteiare Remuarce, Capt 4: ts Lira, es fot: HUA Resour, NY Capital dn Saker Winches Bete bray Lancs ft: HIMVAr Resour NY apical 6: vant Dourados de Hesighe VI, Alemanba, Abadi de So Manin “Tiss The Pent Monge Library New York os The Pegs Mpa Libary Resour, NY (Conlde:Bti Libeary; Cort Neto, BAY: Hin 21; fotos HIBVAR Resource, NY "ate din? Ogu eo Ba Prestigio A Prestigio Editorial um clo de Edionro Publicis ua Nova Jerusalém, 345 ~ CEP 21042-250 es de Janeiro — 8) Tel (2) 3882-8200 — Fax: (21) 3882-82127 313 ‘ema: diorisapediro coi ‘ernastedioura.con.be mere: ewer em bepress Para Bruce Metzger SUMARIO AGRADECIMENTOS 9 inrropugso IT 1 os nicios xs EscKiTURAs cxisthS 27 2 os conistas DOS HSCRITOS CRISTROS PRIMITINOS.§ 5 3 vexros vo novo restamento: 8 I apusca pas onicens ITT 5 oqyorsats Que raven a piFERENGA 137 6 avrenacdes TEXTUAIS TEOLOGICAMENTE MoTIVADAS TOT 7 os muspos soca v0-7Ex10 187 Conclusdo: MUDANGAS NAS ESCRITURAS 217 ixpice 229 AGRADECIMENTOS Devo agradecer especialmente a quatro atenciosos ¢ cuidadosos pesquisa dores, que leram o meu manuse ‘esugeriram (por vezes, recomendaram in- sistentemente e defenderam) mudancas: Kim Haines-Eitzen, da Cornell University; Michsel W. Holmes, do Bethe] College, em Minnesota; Jeffrey Si- kker, da Loyola Marymount University, e minha esposa, Sarak Beckwith, espe- cialista em Wade Média da Duke University. © mundo académico seria um lugar mais feliz se todos os autores tivessem leitores como eles. ‘Teno de agradecer também aos editores da Harper San Francisco: John Loudon, por ter estimulado e assumido 0 projeto; Michey Maudlin, por té-1o aperfeigoado; ¢, acima de tudo, a Roger Freer, por sua atenta leitura do texto € por seus uilssimos eomentitios. ‘Todas as cradugdes dos textos biblicos, exceto quando dito o contro, so minhas. Dediquei este livro a meu mentor ¢ “Pai-Dontor”, Bruce M. Metager, que ‘me ensinou tudo nesse campo e continua a ser inspiragao em meu trabalho. (Os eseritores dos Quatro Evangetbos, com seus simbolos de animais tradicionais, cada wm dels iuminando wm aspecto do retrato que eles fizeram de Jesus: Mateus como um homem (bumanidade): Marcos como um ledo (realeea): Lucas como um bo (submissio} Jo io como uma diguia (divindade). INTRODUCAO alvez mais do que qualquer outra coisa sobre a qual eu tenha escri- to, o assunto deste livro permaneceu em minha mente nos iltimos trinta anos, desde quando eu ainda era um jovem adulto ¢ iniciava os meus estudos do Novo Testamento, Pelo fato de esse assunto ter feito parte de mim par todo esse tempo, pensci dever comegar com um relato pessoal de por que esses dados foram, e continuam a set, tio importan tes para mim. O livro versa sobre os antigos manuscritos do Novo Testamento € as diferengas encontradas neles, sobre os copistas que reproduziram as Es crivuras ¢, as vezes, a alteraram. Isso pode nao ser lé muito meritério ‘como chave para a autobiografia de alguém, mas é um fato, Geralmente ‘nao se tem muito controle sobre essas coisas. [Antes de explicar como’e por que os manuscritos do Novo Testamen- to causaram uma grande diferenga emocional e intelectual em mim, na compreensio de mim mesmo, do mundo em que vivo, em minha visio de Deus e da Biblia, preciso falar um pouco de mim mesmo. Nasci e cresci em um tempo ¢ Ingar conservadores — a dea central dos Estados Unidos da América, em meados da década de 1950. Minha criagio nada teve de extraordinério. ramos uma familia normal, de cco membros que iam & igreja sem ser especialmente religiosos. Comecan- ry © QUE ESUS DISSE? do pelo ano em que eu estava na S* série, estivamos envolvidos com a igreja episcopal em Lawrence, Arkansas, uma igceja dirigida por um pas- tor sabio ¢ temo, que por acaso era nosso vizinho e cujo filho era um de meus amigos (e com quem fiz algumas travessuras mais tarde, jé no ensi- no médio — algo envolvendo charutos). Como a maioria das igrejas epis- copais, a nossa era socialmente respeitavel e socialmente responsivel. Ali se levava a sério a liturgia da igreja, e as Escrituras faziam parte dessa li turgia. Mas a ia ndo era abertamente ressaltada: estava ali, como um dos guias para a fé e a pritica religiosa, ao lado da tradi¢ao da igreja e do bom senso. Nés realmente nao falévamos muito sobre a Biblia, nem liamos muito, nem mesmo nas aulas da escola dominical, que se foca- vam mais em questdes praticas e sociais e em como viver no mundo. A Biblia tinha um lugar de honra em nossa casa, por causa especial- mente de mamae, que de vez em quando lia a Biblia e procurava se certi- ficar de que suas histérias € ensinamentos éticos fossem bem entendidos or nds (sem se prender muito as suas “doutrinas”). Até minha época de segunda fase do ensino fundamental, acho que eu via a Biblia como um livro misterioso um tanto quanto importante para a religiio, mas certa- mente no como algo a ser aprendido e dominado. Eu a considerava um tipo de antigiiidade, de algum modo estreitamente vinculado a Deus, & Igreja € a0 seu culto. Mesmo assim, eu no via razio alguma para ‘em carter privado ou como estudo, As coisas mudaram drasticamente para mim quando passei para a 6" sé- rie do ensino fundamental. Foi nessa época que fiz a experiéncia de “nas- cer de novo” num ambiente muito diferente do que reinava na igreja de ‘minha comunidade, Eu era um menino comum — um bom estudante, in- teressado ¢ empenhado nos esportes escolares, mas que nao se destacava em nenhum deles; interessado ¢ empenhado na vida social, mas que nao fa ia parte do alto escaléo da elite dos mais populates da escola, Lembro que sentia uma espécie de vazio interior que nada parecia capaz. de preencher, ue nio saia muito com meus amigos (nés jé tinhamos comecado a beber socialmente nas festas), que namorava (comegava a entrar no mysterium tremenduom do mundo do sexo), que estudava (eu dava duro ¢ tirava boas Notas, mas ndo era nenhum crinio}, que trabalhava (eu era vendedor por- ta a porta de uma firma que comercializava produtos para venezianas), € ue ia & igreja (eu era acélito © muito piedoso — estava presente nas ma- thas de todos os domingos, no importa o que tivesse acorrido nas noies INTRODUGAO! SUED Gala de sébado). Havia uma espécie de soliddo associada ao fato de eu ser um jovem adolescente, mas, naruralmente, cu nao entendia que isso decorria de ser um adolescente. Eu sempre achava que faltava algo, Nessa época, comecei a fregitentar as reunies do clube Campus Life Youth for Christ. Elas ococriam nas casas dos garotos —a primeira a qual cu fai era uma festa no quintal de um garoto muito popular, o que me le~ vou a pensar que o grupo devia ser legal. © lider do grupo era um rapaz de uns vinte e poucos anos chamado Bruce, que fazia aquele tipo de coisa profissionalmente — organizava clubes Youth for Christ localmente, ten- tava convencer garoros que cursavam o fundamental a “nascer de novo” €.a se dedicar a estudos biblicos mais sérios, a encontros de oraco ¢ coi- sas assim, Bruce era uma personalidade absolutamente cativante — mais jovem que nossos pais, mas mais velho e mais experiente que nbs —, com uma mensagem poderosa, segundo a qual 0 vazio interior que sentiamos {n6s éramos adolescentes!, todos nds sentiamos um vacuo) era causado 2 a c -nos pedir a cla auséncia de Cristo em nossos coragoes. Bastava-nos ps idade que s6 05 ‘que entrasse ¢ ele viria e nos eobriria com a alegria ea fel “salvos” viiam a conhecer, Bruce era capaz de citar a Biblia espontaneamente, ¢ 0 fazia com mui- ta constincia, Diante de meu respeito ¢ de minha ignorancia da Biblia, tudo me soava aleamente persuasivo. Tudo era bem diferente daquilo que eu aprendera na igreja, que implicava um ritual estabelecido a a to tempo e que parecia muito mais voltado pata adultos jé be dos na vida do que para criangas desejosas de diversio € de aventura, ue se sentiam vazias por dentro. rmepara abreviar ainda mais esa bistriajéresumida, por fim conheci Bruce, aceitei sua mensagem de salvagio, aceitei Jesus em meu coragio € fiz, de boa-fé, a experiéncia de nascer de novo. Eu nascera factualmente ‘quinze anos antes, mas agora se tratava de uma experiéncia nova ¢ exci tante para mim e que me fez dar inicio a jornada de uma vida de f€ que passou por grandes reviravoltas ¢ foi daz num beco sem saida que, de fato, demonstrau ser um novo caminho, que venho seguindo faz mais de trinta anos. Aqueles dentre nds que fizeram experiéncias de novo nascimento con- sideravam-se crstios “de verdade” — em oposigdo aqueles que simples ‘mente iam a igreja por obrigagao, que nao conheciam verdadeiramente Cristo em seus corages e que simplesmente se deixavam levar por im-

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