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Notas para uma História do

Jornalismo de Agências
Pedro Aguiar

ECO/UFRJ

VII Encontro Nacional de História da Mídia


Rede AlCar - Fortaleza, 2009

GT1 – História do Jornalismo


Notas para uma História do Jornalismo de Agências

índice
• 1. problemas da pesquisa

• 2. gênese do jornalismo de agências


• 2.1. crítica à narrativa canônica
• 2.2. Europa
• 2.3. Estados Unidos

• 3. história do jornalismo de agências no mundo


• 3.1. parâmetros de investigação
• 3.2. a era do cartel (1859-1918)
• 3.3. África
• 3.4. Índia
• 3.5. Leste Europeu

< > Pedro Aguiar, 2009


Notas para uma História do Jornalismo de Agências

1. problemas da pesquisa

• bibliografia exclusivamente estrangeira


• pouquíssima produção acadêmica brasileira, embora recentemente
crescente (SILVA Jr., 2006; GÓES, 2008; BALDESSAR, 2006)
• setor de agências muito fraco no Brasil
• interesse maior em modelo de agências de países em desenvolvimento
(Terceiro Mundo; periferia global) do que nos de industrialização precoce
(Primeiro Mundo; centro)
• ênfase nas particularidades do trabalho em agências x em veículos
• foco no jornalismo de agências como práxis, não como mero produto
ou suporte para produção jornalística
• inacessibilidade ou até inexistência de arquivos das agências
• história do jornalismo de agências ≠ história das agências

< > Pedro Aguiar, 2009


Notas para uma História do Jornalismo de Agências

2. gênese do jornalismo de agências

< > Pedro Aguiar, 2009


Notas para uma História do Jornalismo de Agências

2. gênese do jornalismo de agências

2.1. crítica à narrativa canônica

• personalização e individualização da iniciativa (“empreendedorismo”)

• negligência sobre contexto econômico-político e tecnológico


• primeira revolução industrial
• ocaso do absolutismo; consolidação do liberalismo
• revoluções liberais (1830-1845)
• instalação de malhas de telégrafo e ferrovia

• problemas de datação

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Notas para uma História do Jornalismo de Agências

2. gênese do jornalismo de agências

2.2. Europa

• modelo de agências privadas com estreita ligação com o Estado e


constituição precoce de monopólio nacional

• demanda capitalista por informação econômica internacional (cotações,


preços, tarifas, colheitas e resultados agrícolas, eventos políticos com
conseqüências na produção e no comércio)

• consolidação com instalação e expansão das linhas de telégrafo


(associação Wolff+Siemens)

• uso concomitante e complementar de tecnologias prévias (pombos-


correio, correio, mensageiros a cavalo)
< > Pedro Aguiar, 2009
Notas para uma História do Jornalismo de Agências

2. gênese do jornalismo de agências

2.3. Estados Unidos

• modelo de “pool” – consórcio para utilização conjunta de infraestrutura


e recursos humanos

• início no esforço de concorrência para recepção de notícias por via


marítima: newsboats ou serviços de abordagem de embarcações pré-
atracagem

• consolidada a partir da cobertura da Guerra EUA-México (1846-1848) e


da expansão das linhas de telégrafo (truste AP+Western Union)

< > Pedro Aguiar, 2009


Notas para uma História do Jornalismo de Agências

3. história do jor. de agências no mundo

3.1. parâmetros de investigação

• estilo do texto
• atitude em relação a fontes oficiais
• diversidade de idiomas
• tradução para idiomas regionais
• regularidade e rapidez do serviço
• multiplicidade de suportes do material enviado (texto, foto, áudio,
vídeo, “pacotes”)

cada aspecto destes envolve custos, limitações operacionais e relações


políticas; variam não só de região para região, mas de país para país

< > Pedro Aguiar, 2009


Notas para uma História do Jornalismo de Agências

3. história do jor. de agências no mundo

3.2. a era do cartel (1859-1918)

< > Pedro Aguiar, 2009


Notas para uma História do Jornalismo de Agências

3. história do jor. de agências no mundo

3.2. a era do cartel (1945-1975)

< > Pedro Aguiar, 2009


Notas para uma História do Jornalismo de Agências

3. história do jor. de agências no mundo

3.3. África
• ampla diversidade de casos, modelos e trajetórias
• derivadas das agências das potências coloniais (AFP, Reuters, ANSA)
• problemas internos do subdesenvolvimento e papel político declarado
• questões idiomáticas e religiosas em países multiétnicos (fronteiras
desenhadas pelos colonizadores); predomínio da língua do
colonizador
• pouquíssima atualização de equipamentos e dependência da
infraestrutura controlada por companhias privadas dos antigos
colonizadores
• problemas de qualificação de pessoal (formação/treinamento)
• estreita subordinação aos governos; papel de “voz oficial”
• Pan-African News Agency (PANA), MENA (Egito)

< > Pedro Aguiar, 2009


Notas para uma História do Jornalismo de Agências

3. história do jor. de agências no mundo

3.3. África

40 33

30

20 14

3 3 4
10

01
1910 1949 1952 1956 1962 2009
núm ero de agências em países africanos

< > Pedro Aguiar, 2009


Notas para uma História do Jornalismo de Agências

3. história do jor. de agências no mundo

3.4. Índia
• baseadas no modelo do colonizador britânico (práxis e gestão) e
mantêm acordos de “cooperação” (dependência) com a Reuters
• primeira agência, PTI, fundada em 1905 (como Associated Press of
India), seguindo modelo da Press Association (PA) britânica – cooperativa
de jornais, sem fins lucrativos; reorganizada e renomeada como Press
Trust of India em 1947-1949, após a independência
• United Press of India (UPI), 1933 – sob acordo de “cooperação” com a
AFP; exclusividade de redistribuição
• United News of India (UNI), 1959 – privada, atuante principalmente no
Subcontinente Indiano e na esfera do mundo com expressivas
comunidades indianas (p.ex., Golfo Pérsico)

< > Pedro Aguiar, 2009


Notas para uma História do Jornalismo de Agências

3. história do jor. de agências no mundo

3.5. Leste Europeu


• derivadas da infraestrutura, dos recursos humanos, do know-how e do
modelo de gestão das agências alemãs (Wolff/WTB, ) e austríaca (KKTK)
• maioria fundada na Belle Époque e reestruturada no pós-guerra/1945
• praticavam monopólio de distribuição interna do conteúdo de agências
estrangeiras
• de 1945 a 1989, sob grande influência e dependência (de conteúdo,
tecnológica e econômica) da TASS, agência estatal soviética
• MTI (Hungria, 1880), Agerpres (Romênia, 1889), BTA (Bulgária,
1898), ČTK (Tchecoslováquia, 1918), PAP (Polônia, 1918/1944), ATA
(Albânia, 1944) e ADN (Alemanha Oriental, 1946)
• exceção: Tanjug, agência iugoslava (1943)

< > Pedro Aguiar, 2009


Notas para uma História do Jornalismo de Agências

3. história do jor. de agências no mundo

< > Pedro Aguiar, 2009


Notas para uma História do Jornalismo de Agências

referências

• BOYD-BARRETT, Oliver. The International News Agencies.


Londres/Beverly Hills: Constable/SAGE, 1980.
• BONDHEIM, Menahem. News Over The Wires: the telegraph and
the flow of public information in America, 1844-1897. Cambridge
(EUA) : Harvard University Press, 1994.
• HAKEMULDER, Jan; DeJONGE, Fay Ac; SINGH, P.P. News Agency
Journalism. Nova Délhi: Anmol Publications, 1998.
• MATTELART, Armand. Comunicação-Mundo: história das técnicas e
das estratégias. Petrópolis: Vozes, 1994.
• SHRIVASTAVA, K.M. News Agencies: from pigeon to internet. Nova
Délhi: New Dawn Press/Sterling, 2006.
• UNESCO. News Agencies: their structure and operation. Paris:
UNESCO, 1953.

< > Pedro Aguiar, 2009


contato

pesquisa:

pedroaguiar@ufrj.br

Fortaleza, agosto de 2009

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