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MÓDULO V
CURSO ANUAL
OPÇÃO 3
Direito Econômico e Financeiro
Direito Eleitoral
Direito Internacional
Direito Previdenciário
Direitos Humanos
Medicina Legal
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Tel.: (11) 3346.4600 – Fax: (11) 3277.8834 – www.damasio.com.br
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MÓDULO V
DIREITO ADMINISTRATIVO
Sociedades de Economia Mista
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DIREITO ADMINISTRATIVO
DIREITO ADMINISTRATIVO
1.1. Definição
As sociedades de economia mista são entidades estatais (ou empresariais),
constituídas segundo o modelo imposto pelo Direito Privado, após autorização legislativa,
para a prestação de serviços públicos ou para a exploração de atividade econômica,
contando com capital misto, e constituídas somente sob a modalidade empresarial de
sociedade anônima.
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1.2. Características
As sociedades de economia mista têm as seguintes características:
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• Prestação de serviços públicos: com essa função, são criadas para auxiliar a
Administração direta na obtenção de eficiência na prestação de determinado
serviço, em todos os seus nuances, desde a ampliação de acesso ao serviço pelos
administrados, a otimização nos meios de execução, a manutenção eficaz da
estrutura de prestação, a busca de modicidade nas tarifas etc.
1.4. Controle
Não existe hierarquia ou subordinação entre as sociedades de economia mista e a
Administração direta. Embora não se fale em hierarquia e subordinação, é forçoso
reconhecer a existência de controle em relação à legalidade, ou seja, a Administração direta
controlará os atos das sociedades de economia mista, com o fito de observar se estão
dentro da finalidade e dos limites legais. Se os atos estão dentro dos limites da lei, as
sociedades não estão subordinadas à Administração direta, mas sim à lei que autorizou a
criação delas. Em regra, não há recurso hierárquico para a revisão de atos dos dirigentes
das sociedades de economia mista pela Administração direta, mas pode a lei que autorizou
a constituição da entidade prever a existência de recursos “impróprios” (ou hierárquicos
impróprios).
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• A Constituição Federal, em seu artigo 173, § 1.º, inciso III, prevê a criação de um
sistema licitatório próprio, para utilização pelas empresas públicas e sociedades
de economia mista exploradoras de atividade econômica, com a finalidade de
imprimir competitividade aos produtos e serviços por elas oferecidos, norma esta
ainda de cunho programático, em razão de sua não-efetivação. Diante da falta
deste dispositivo, a doutrina majoritária entende ser aplicável o regime de
licitações instituído pela Lei n. 8.666/93, de modo subsidiário, até que
sobrevenha a indigitada lei.
1.5. Criação
As sociedades de economia mista integram a Administração indireta e todas as
pessoas que a integram precisam, quando menos, de lei para autorizar sua criação, como é
o caso dessas sociedades. Serão elas, posteriormente legalizadas, com o devido registro de
seus estatutos.
A lei, portanto, não cria, somente autoriza a criação das sociedades de economia
mista, ou seja, independentemente das atividades que desenvolvam, a lei somente
autorizará a criação das sociedades de economia mista, não conferindo a elas personalidade
jurídica (artigo 37, inciso XIX, da Constituição Federal/88, com a redação dada pela
Emenda Constitucional n. 19/98).
1.6. Privilégios
Quanto aos privilégios possíveis de serem concedidos às sociedades de economia
mista, cumpre distinguir os privilégios de natureza tributária (substanciais) e os privilégios
de natureza processual, elencados no artigo 188, do diploma processual civil, além de
estarem os privilégios, ao menos em tese, intimamente ligados à atividade desenvolvida:
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Faz-se oportuno salientar que segundo lição de Hely Lopes Meirelles e maciça
orientação jurisprudencial, as Sociedades de Economia Mista poderão ser beneficiadas por
prerrogativas processuais, administrativas ou tributárias desde que a lei que as autoriza ou
dispositivos especiais tragam esta disposição de maneira expressa.
1.7. Responsabilidade
Em relação à responsabilidade das sociedades de economia mista, e
subsidiariamente, do Estado, pela solvência das obrigações daquelas, a doutrina não é
uniforme, adotando-se soluções díspares. Para a corrente majoritária é necessário distinguir
a atividade pelas sociedades realizadas:
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DIREITO ADMINISTRATIVO
1.8. Falência
A discussão a respeito da possibilidade ou não de submeter-se a sociedade de
economia mista às regras da falência, antes acalorada na doutrina e jurisprudência,
notadamente quanto às regras do artigo 242 da Lei n. 6.404/76, foi minimizada em virtude
da revogação do controvertido artigo 242 pela Lei n. 10.303/01, que modificou a lei das
sociedades por ações, imprimindo, assim, consonância entre a lei modificada e as
disposições constitucionais a respeito do tema em estudo. Assim, a aplicação do regime
falimentar às sociedades de economia mista, hoje, torna-se ou não possível de acordo com
a atividade realizada pela sociedade, vejamos:
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DIREITO CIVIL
Prescrição
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DIREITO CIVIL
DIREITO CIVIL
Prescrição
1. CONCEITO
É a perda da ação atribuída a um direito por não ter sido exercida no prazo fixado
em lei. Faz com que a pessoa perca a ação atribuída ao seu direito. Há a conservação do
direito, mas não haverá mais ação para exercê-lo em juízo. A prescrição se destina a
consolidar os direitos de maneira que não se caiba mais discussão sobre o assunto. É
tratada na Parte Geral do Código Civil.
2. REQUISITOS
A regra geral do artigo 205 do Código Civil deve ser entendida dentro de algumas
limitações, pois tanto as ações meramente declaratórias quanto as ações desconstitutivas ou
constitutivas são, em tese, imprescritíveis.
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DIREITO CIVIL
3. AÇÕES IMPRESCRITÍVEIS
4. PRESCRIÇÃO AQUISITIVA
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5.1. Preclusão
É a perda de uma faculdade processual por não ter sido exercida no momento
oportuno. Em cada fase do processo, a lei faculta às partes praticarem certos atos. Caso as
partes não pratiquem os atos na fase em que a lei lhes faculta, perdem a oportunidade,
ocorrendo a preclusão.
5.2. Perempção
Também de natureza processual, consiste na perda da ação atribuída a um direito
pelo autor contumaz (aquele que reitera no erro) que deu causa a três arquivamentos
sucessivos (artigo 268, parágrafo único, do Código de Processo Civil). Se houver três
extinções por abandono da causa, ocorrerá o fenômeno da perempção, que impede que o
autor proponha a ação uma quarta vez.
O direito material, neste caso, não se perde, mas não poderá mais ser exigido por
meio de ação. Este direito somente poderá ser alegado em defesa.
5.3. Decadência
Chamada também de caducidade. O Código Civil de 1916 não se referia à
decadência, ficando um pouco difícil distinguir quais prazos são prescricionais e quais
prazos são decadenciais. A doutrina e a jurisprudência sempre foram pacíficas em admitir
os vários prazos decadenciais do Código Civil de 1916. O atual Código Civil tem um
capítulo sobre a decadência (artigos 207 a 211). Existem alguns critérios para a distinção.
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DIREITO CIVIL
6. DISPOSIÇÕES GERAIS
O próprio artigo dispõe que a renúncia pode ser expressa ou tácita. Geralmente, a
renúncia é tácita, decorrendo da conduta do devedor. Não se admite a renúncia antecipada,
visto ser a prescrição de ordem pública.
O Código de Processo Civil dispõe que quando o réu não alega matéria no primeiro
momento que se manifestou nos autos, ele perderá o direito aos honorários. É uma sanção
de ordem processual. Caso o réu alegar a prescrição na contestação, o autor da ação arcará
com o ônus da sucumbência.
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DIREITO CIVIL
O juiz não pode conhecer de ofício a prescrição de direitos patrimoniais (artigo 194
do Código Civil). Então, a prescrição de direitos não patrimoniais pode ser conhecida de
ofício. O prazo, no caso de direitos não patrimoniais, entretanto, é decadencial. Conclui-se,
portanto, que a prescrição não pode ser conhecida de ofício, mas a decadência poderá, visto
versar sobre direitos não patrimoniais (artigo 210 do Código Civil).
O artigo 197 do Código Civil tem quatro incisos que tratam de pessoas que possuem
um relacionamento com base na confiança. Para evitar que haja discórdia entre essas
pessoas, a prescrição está impedida ou suspensa.
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DIREITO CIVIL
O artigo 198 do Código Civil dispõe três fatos que impedem ou suspendem a
prescrição. Neste caso, o legislador tem por objetivo proteger certas pessoas.
O princípio da actio nata significa que enquanto não nasce a ação, não corre
prescrição, ou seja, enquanto a dívida não está vencida, não corre o prazo prescricional.
Somente começa a correr o prazo prescricional a partir do momento que o credor tiver o
direito de ingressar com a ação.
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DIREITO CIVIL
A citação, regulada pelo artigo 175 do Código Civil de 1916, não interrompia a
prescrição por vício de forma quando for circunduta ou quando perempta a instância ou a
ação. Hoje, a citação é regulada pelo Código de Processo Civil, não tendo disposição no
Código Civil. A citação será nula por vício de forma quando o Oficial de Justiça não
observar as formalidades que a lei exige. Faltando alguma das formalidades, a citação é
nula.
O artigo 202, inciso V, do Código Civil dispõe que também interrompe a prescrição
qualquer ato que constitua em mora ao devedor. Utiliza-se, então, a notificação judicial
para fim de interrupção da prescrição.
Interrompida a prescrição, o prazo volta a correr por inteiro. Não há um limite para
interrupção da prescrição, ou seja, o autor pode interromper a prescrição quantas vezes for
necessário sem, no entanto, haver abuso de direito por parte do autor.
Existe uma única hipótese em que se pode interromper a prescrição uma só vez. O
Decreto-lei n. 4.597/42 dispõe que, no caso de ação contra a Fazenda Pública, só pode
haver prescrição interrompida uma única vez e o prazo voltará a correr pela metade.
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DIREITO CIVIL
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DIREITO COMERCIAL
Sociedades do Novo Código Civil
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DIREITO COMERCIAL
DIREITO COMERCIAL
1. INTRODUÇÃO
• sociedade em comum;
• sociedade simples;
• sociedade cooperativa.
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DIREITO COMERCIAL
No tocante aos bens sociais, estes respondem pelos atos de gestão praticados por
qualquer dos sócios, salvo pacto expresso limitativo de poderes, que somente terá eficácia
contra o terceiro que o conheça ou deva conhecer. Respondem solidária e ilimitadamente
todos os sócios pelas obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no artigo
1.024, aquele que contratou pela sociedade, ou seja, nesse caso, não há a regra da
subsidiariedade.
A teor do que dispõe o artigo 1.043, do novo Código Civil, não pode o credor particular do
sócio, antes de dissolver-se a sociedade, pretender a liquidação da quota do devedor, enumerando,
entretanto, duas exceções: prorrogação tácita ou prorrogação contratual com acolhimento da
oposição do credor pela via judicial.
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DIREITO COMERCIAL
A morte de sócio, por si só, não autoriza o ingresso de seus sucessores na sociedade,
o que será permitido somente se o contrato social trouxer previsão expressa neste sentido,
caso contrário operar-se-á a liquidação de suas cotas.
Como garantia aos terceiros de boa-fé, o artigo 1.048 determina que a modificação
do contrato social que diga respeito à diminuição da quota do comanditário, em
conseqüência de ter sido reduzido o capital social, somente produz efeitos perante terceiros
após averbada, sempre sem prejuízo dos credores preexistentes.
A dissolução da sociedade é regrada pelo artigo 1.044, ou ainda, quando por mais
de 180 dias perdurar a falta de uma das categorias de sócio.
Quanto às sociedade em comandita por ações, previstas nos artigos 1.090 ao 1.092,
não obstante as modificações trazidas pelo novo Código, regem-se pelas normas relativas
às sociedades anônimas. Seu capital social é dividido em ações. Podendo, seu nome
empresarial, ser firma ou denominação.
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DIREITO COMERCIAL
2.3. Gerência
Quando o sócio de responsabilidade limitada ocupar cargo de gerência, passará a
responder ilimitadamente, uma vez que, nas sociedades, o gerente é sempre sócio de
responsabilidade ilimitada. Esta regra não se aplica à sociedade em conta de participação,
uma vez que não é personificada e o sócio ostensivo age em seu próprio nome.
2.4. Penhora
Não é possível a penhora de quotas nas sociedades de pessoas, pois o sistema é
lógico: se são de pessoas, não pode haver penhora para que terceiro estranho não ingresse
na sociedade. Assim, a título de exemplo, uma sociedade com os sócios Cláudio e Daniel e
que tivesse penhoradas e levadas a leilão as quotas de Cláudio, qualquer um poderia ser
sócio de Daniel, mas como se trata de sociedade de pessoas, este fato não é permitido.
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DIREITO COMERCIAL
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Direitos e Garantias Fundamentais
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DIREITO CONSTITUCIONAL
DIREITO CONSTITUCIONAL
consumidores etc.)
Direitos sociais são direitos coletivos e não direitos individuais, embora algumas
vezes possam ocupar as duas posições. Por isso, em regra são passíveis de modificação por
emenda constitucional (apenas os direitos e garantias individuais estão previstos como
cláusula pétrea).
Nos termos do artigo 6.º da Constituição Federal, são direitos sociais a educação, a
saúde, o trabalho, a moradia (Emenda Constitucional n. 26/00), o lazer, a segurança, a
previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados,
nos termos da Carta Magna.
1.6. Observações
São esses os Direitos Fundamentais expressos na Constituição Federal. Admitem-se,
no entanto, outros não escritos formalmente, mas que decorrem dos princípios adotados
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DIREITO CONSTITUCIONAL
1.8. Classificação
A doutrina costuma apresentar a classificação dos direitos fundamentais de
primeira, segunda e terceira gerações. Na história da humanidade, apareceram em
primeiro lugar as liberdades clássicas e concomitantemente as liberdades de participação.
Conforme já mencionado, esse conjunto de direitos apareceu no mesmo momento
histórico. Assim, esse conjunto forma os direitos de primeira geração.
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PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. São Paulo: Max Limonad,
1996.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
• habeas data: visa a garantir ao impetrante o acesso aos dados existentes sobre
sua pessoa em bancos de dados públicos ou particulares de caráter público;
1.10. Destinatário
Os direitos e garantias previstos no artigo 5.º da Constituição Federal têm como
destinatários as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, públicas ou
privadas, ou mesmo entes despersonalizados (massa falida, espólio etc.), estrangeiros
residentes ou de passagem pelo território nacional.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
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DIREITO CONSTITUCIONAL
2. DIREITO À VIDA
2.1.1. Proibição da pena de morte (artigo 5.º, inciso XLVII, alínea “a”)
A Constituição Federal assegura o direito à vida quando proíbe a pena de morte. A
aplicação desta só é permitida em caso de guerra externa declarada. O constituinte
entendeu que a sobrevivência da Nação, em momento de guerra declarada, se sobrepõe à
sobrevivência individual daqueles que se mostrem nocivos à coletividade.
Também não seria possível um plebiscito para a introdução da pena de morte, tendo
em vista que a própria Constituição Federal estabelece suas formas de alteração e o
plebiscito não está entre elas. A única maneira de se introduzir a pena de morte no Brasil
seria a confecção de uma nova Constituição pelo poder constituinte originário.
física e mental, mesmo não havendo risco de morte (exemplo: quando provada a
anencefalia do feto). O aborto eugênico deve ser concedido mediante autorização judicial
nas hipóteses de comprovação científica de impossibilidade de sobrevivência extra-uterina
(essa posição não é pacífica).
O suicídio assistido por médico, no Brasil, pode ser punido como auxílio ao
suicídio.
3. DIREITO À IGUALDADE
A igualdade, muitas vezes, pode estar representada pelo tratamento desigual aos
desiguais, a exemplo da alíquota progressiva do Imposto de Renda. Esse tratamento
caracteriza a isonomia.
obrigações. Vale como exemplo o artigo 7.º, inciso XXX, que veda diferenças salariais em
razão do sexo, idade, cor ou estado civil do trabalhador. O artigo 226, § 5.º, por sua vez
revogou todos os dispositivos infraconstitucionais que outorgavam aos homens o status de
cabeça do casal (o artigo 233 do Código Civil de 1916, entre outros, dispunha que o
marido era o chefe da sociedade conjugal).
4. DA LEGALIDADE
O decreto, espécie mais comum dos atos regulamentares, costuma ser definido como
o ato administrativo de competência exclusiva do chefe do Poder Executivo (federal,
estadual ou municipal), destinado a dar eficácia a situações gerais ou especiais previstas de
forma explícita ou implícita na lei. Não tem força, portanto, para criar direitos ou extinguir
obrigações, ou seja: no que for além da lei, não obriga; no que for contra a lei, não
prevalece.
Hely Lopes Meirelles, por sua vez, admite o decreto denominado autônomo ou
independente, que visa suprir a omissão do legislador, dispondo sobre matéria ainda não
especificada em lei e que não esteja sujeita ao princípio da reserva legal.
Maria Sylvia Zanella Di Pietro leciona que: “No direito brasileiro, a Constituição de
1988 limitou consideravelmente o poder regulamentar, não deixando espaço para os
regulamentos autônomos, a não ser a partir de Emenda Constitucional n.º 32/01”. Para essa
eminente administrativista “A atual Constituição, no artigo 84, VI, prevê competência para
‘dispor sobre a organização e o funcionamento da administração federal, na forma da
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DIREITO CONSTITUCIONAL
O particular pode fazer tudo que não for proibido pela lei. O Estado só pode fazer o
que a lei permite.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Também na lei que regulamenta o habeas data, existe a disposição que prevê o
esgotamento dos meios administrativos para que se possa, então, recorrer ao Judiciário
(artigo 2.º da Lei n. 9507/97).
5.2. Isonomia
Prevê um tratamento igualitário para as partes. Todos os órgãos públicos deverão dar
tratamento isonômico para as partes.
inamovibilidade do órgão ministerial seria uma falácia; além disso, seria possível que o
chefe da instituição manipulasse as acusações penais e as demais atuações ministeriais,
designando membros para atuarem conforme sua conveniência, que não raro coincidiria
com a dos governantes que o escolheram. Por isso, não basta que não se possa livremente
remover o membro do Ministério Público do cargo; é mister que se assegure ao promotor
de Justiça ou ao procurador da República o efetivo exercício das suas funções. Ao cargo
devem estar agregadas atribuições previamente determinadas por lei” 2.
A justiça especial não se confunde com a justiça de exceção. A justiça especial está
prevista na Constituição e é permanente e orgânica. A justiça de exceção, como visto
acima, é transitória e está fora dos quadros constitucionais do Poder Judiciário.
Para a votação, que é sigilosa (voto secreto, nos termos do artigo 481 do Código de
Processo Penal), o Brasil adotou o sistema francês, que prevê quesitos múltiplos. Pelo
sistema inglês, cuja futura adoção é defendida por muitos, há um quesito único (culpado ou
inocente) para os jurados e o juiz togado decide as demais questões.
Caso a pena fixada ao final do julgamento seja igual ou superior a 20 anos, admite-
se, por apenas uma vez, o protesto por novo júri. No concurso material de crimes é
inadmissível a soma das penas para a concessão do novo júri.
Aqueles que têm prerrogativas em razão das funções que exercem (inclusive os
Juízes de Direito e os membros do Ministério Público – artigo 96, inciso III, da
Constituição Federal) não estão sujeitos ao júri. Diante da revogação da Súmula n. 394 do
Supremo Tribunal Federal, perdido o cargo cessa a prerrogativa funcional, sendo os autos
remetidos ao juízo ordinário.
Normalmente os crimes dolosos contra a vida são julgados pelo Tribunal do Júri da
Comarca onde o delito foi praticado. Contudo, quando houver dúvida sobre a
imparcialidade do júri, sobre a segurança pessoal do réu, atraso superior a um ano para o
julgamento ou por interesse da ordem pública, o réu poderá ser julgado fora do distrito da
culpa. O desaforamento é do julgamento e o pedido deve ser formulado após o trânsito em
julgado da pronúncia.
Há também a possibilidade de o réu ser julgado por um júri federal (artigo 109 da
Constituição Federal), a exemplo da prática dos seguintes crimes dolosos contra a vida:
crime contra funcionário público federal em razão de suas funções, crimes cometidos a
bordo de navios ou aeronaves, crimes cometidos por servidores federais no exercício de
suas funções e crimes praticados contra índios dentro de reservas indígenas (artigos 22,
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DIREITO CONSTITUCIONAL
5.8. Publicidade
O juiz deve dar publicidade de todas as decisões que proferir e todos os atos serão
públicos, com exceção daqueles que devem acontecer em segredo de justiça.
• provas ilícitas: são obtidas com violação de direito material (exemplo: prova
obtida mediante tortura ou mediante violação de domicílio);
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DIREITO CONSTITUCIONAL
A Constituição Federal afasta o acolhimento das provas ilícitas, regra que deve ser
observada no âmbito penal, civil ou administrativo. Contudo, não existe princípio
constitucional absoluto. Assim, diversos autores defendem a admissão da prova ilícita na
hipótese de o bem jurídico beneficiado por ela ser de maior valor que o bem jurídico
sacrificado pela ilicitude da obtenção (exemplo: gravação em vídeo de maus-tratos
aplicados ao filho; devem ser sopesados a integridade física do menor e a intimidade do
agressor). O sopesamento é conhecido por princípio da proporcionalidade e normalmente
só é admitido pelo Supremo Tribunal Federal em benefício da defesa.
Para a análise das provas ilícitas há que se ter em mente a doutrina norte-americana
consubstanciada na “teoria dos frutos da árvore envenenada” (fruits of the poisonous tree),
que prevê a contaminação das provas decorrentes da prova ilícita (STF – HC n. 74.116, j.
5.11.1996, 2.ª Turma), as chamadas provas ilícitas por derivação.
6. TORTURA
“Art. 5.º, III – Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou
degradante.”
A tortura é classificada pelo inciso XLIII do artigo 5.º como crime inafiançável e
insuscetível de graça ou anistia, por ele respondendo os mandantes, os executores e os que,
podendo evitá-la, se omitirem.
Nos termos da Lei n. 9.455, de 7.4.1997, a tortura, que pode ser física ou moral,
caracteriza-se, entre outras hipóteses, por:
7. DIREITO À LIBERDADE
pensamento. Foi vedado o anonimato para que a pessoa assuma aquilo que está divulgando
caso haja danos materiais, morais ou à imagem. De acordo com o artigo 28 da Lei de
Imprensa (Lei n. 5.250/67), o escrito publicado em jornais ou periódicos, sem indicação de
seu autor, considera-se redigido: pelo redator da seção em que foi publicado; pelo diretor
ou pelo redator-chefe, se publicado na parte editorial; e pelo agente ou proprietário das
oficinas impressoras, se publicado na parte ineditorial.
Seja qual for a crença, o indivíduo tem direito a praticar o culto. A Constituição
Federal/88 assegura, também, imunidade tributária aos templos em razão de realização do
culto.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
A expressão casa, segundo o Código Penal (artigo 150, § 4.º), compreende qualquer
compartimento habitado, o aposento ocupado de habitação coletiva e, ainda,
compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.
Com relação à expressão dia, José Afonso da Silva entende que é o período das 6:00
horas da manhã às 18:00 horas. Para Celso de Mello, deve ser levado em conta o critério
físico-astronômico, como o intervalo de tempo situado entre a aurora e o crepúsculo.
Outros doutrinadores entendem que devem ser aplicados os dois critérios conjuntamente.
Leda Pereira da Mota e Celso Spitzcovsky, em relação ao horário, destacam o artigo 172
do Código de Processo Civil, que autoriza o cumprimento dos atos processuais das seis às
vinte horas.
Celso Ribeiro Bastos, por sua vez, ao tratar da inviolabilidade do domicílio, traz a
seguinte lição: “Perdeu portanto a administração a possibilidade da auto-executoriedade
administrativa. Mesmo em casos de medidas de ordem higiênica ou de profilaxia e
combate às doenças infecto-contagiosas, ainda assim é necessário uma ordem judicial para
invasão”.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Fora dessas hipóteses a interceptação telefônica pode ser considerada prova ilícita,
porque viola a intimidade.
Não confundir:
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Os direitos previstos no inciso XII do artigo 5.º poderão sofrer restrições na vigência
de estado de sítio ou estado de defesa, nos termos dos artigos 136 e 137 da Carta Magna.
A lei exige que certos requisitos de capacitação técnica sejam preenchidos para que
se possa exercer a profissão (exemplo: o advogado deve ser bacharel em Direito e obter a
carteira da Ordem dos Advogados do Brasil por meio de um exame; o engenheiro deve ter
curso superior de engenharia etc.).
Todas as garantias penais e processuais penais previstas no artigo 5.º são normas que
tratam da proteção da liberdade de locomoção. Por exemplo, o habeas corpus é voltado
especificamente para este fim.
O direito de reunião pode ser analisado sob dois enfoques: de um lado a liberdade de
se reunir para decidir um interesse comum e de outro a liberdade de não se reunir, ou seja,
ninguém poderá ser obrigado a se reunir.
Para a caracterização desse direito, devem ser observados alguns requisitos a fim de
que não se confunda com o direito de associação:
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DIREITO CONSTITUCIONAL
• a reunião deve ser pacífica e proíbe-se a utilização de armas (artigo 5.º, XVI). A
presença de pessoas armadas em uma reunião não significa, no entanto, que ela
deva ser dissolvida. Neste caso, a polícia deve agir no sentido de desarmar a
pessoa, mas sem dissolver a reunião. Em caso de passeata, prevalece que não
poderá haver nenhuma restrição quanto ao lugar em que será realizada;
• durante o estado de defesa (artigo 136, § 1.º, inciso I, alínea “a”) e o estado de
sítio (artigo 139, inciso IV), poderá ser restringido o direito de reunião.
A associação, assim como a reunião, é uma união de pessoas. Distingue-se desta por
ter tempo prolongado e indeterminado, pois o objetivo que se quer alcançar não poderá ser
atingido em um único momento, enquanto na reunião, o objetivo se exaure em tempo
determinado.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
8. DIREITO À SEGURANÇA
O direito de petição não se confunde com o direito de ação, já que, por este último,
busca-se uma tutela de índole jurisdicional e não administrativa.
A Constituição Federal de 1988 criou a Defensoria Pública como uma das funções
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DIREITO CONSTITUCIONAL
São gratuitas, entre outras, as ações de habeas corpus, habeas data e impugnação de
mandato eletivo (Lei n. 9.265/96).
b) A lei nova mais benéfica na esfera penal (artigo 5.º, inciso XL): “a lei não retroagirá,
salvo para beneficiar o réu”. Trata-se do princípio da irretroatividade das leis na esfera
penal. A lei não pode retroagir para alcançar fatos que foram praticados antes da sua
vigência, exceto se for em benefício do réu. Assim, caso a lei posterior deixe de prever o
fato como crime ou contravenção, ela retroage para beneficiar o réu (abolitio criminis); se
de algum modo (mesmo não abolindo o crime) a lei nova beneficiar o réu (lex mitior), ela
retroage, ainda que os fatos anteriores tenham sido julgados por sentença transitada em
julgado; e se a lei vigente ao tempo do fato é mais benéfica ao réu, ela prevalecerá sobre a
nova lei mais severa no julgamento daquele caso (ultra-atividade da lei penal mais
benéfica).
c) Da personalização da pena (artigo 5.º, inciso XLV): a pena não pode passar da pessoa
do condenado. A obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens, no
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DIREITO CONSTITUCIONAL
entanto, podem atingir os sucessores e contra eles ser executadas, até o limite do
patrimônio transferido, nos termos da lei.
d) Espécies de pena vedadas (artigo 5.º, inciso XLVII): há limitação à própria atividade do
Estado. Existem penas que o legislador não poderá cominar: pena de morte (salvo em caso
de guerra declarada, por agressão estrangeira), pena de caráter perpétuo, pena de trabalho
forçado, pena de banimento (o banimento esteve previsto na Constituição do Império,
retornou ao nosso sistema constitucional em 1969 e foi abolido pela Constituição Federal
de 1988) e penas cruéis.
Com relação ao juiz (artigo 133 do Código de Processo Civil e artigo 630 do Código
de Processo Penal), poderá ser responsabilizado pelos prejuízos que vier a causar se
comprovado dolo ou fraude de sua parte.
8.3. Observação
O § 2.º do artigo 5.º é expresso ao dizer que “os direitos e garantias expressos na
Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados
(...)”, ou seja, os direitos expressos na Constituição Federal/88 não se restringem àqueles
dispostos no artigo 5.º. Assim, pode-se dizer que o rol do artigo 5.º é meramente
exemplificativo. Esse entendimento é o do Supremo Tribunal Federal, pela Ação Direta de
Inconstitucionalidade n. 939-7/DF, que analisava se o artigo 2.º, § 2.º da Emenda
Constitucional n. 3/93 era ou não constitucional.
dois turnos, por 3/5 dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às Emendas
Constitucionais, condicionados à aplicação pela outra parte.”
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
O nosso ordenamento jurídico definiu em lei o que é trabalho igual (artigo 461 da
Consolidação Leis do Trabalho). Existe trabalho igual quando dois ou mais empregados
exercem idêntica função, ou seja, diariamente executam as mesmas tarefas:
• na mesma localidade.
“OJ n.º 252. Equiparação salarial. Mesma localidade. Conceito. Artigo 461 da
Consolidação das Leis do Trabalho. O conceito de “mesma localidade” de que trata
o artigo 461 da Consolidação das Leis do Trabalho refere-se, em princípio, ao
mesmo município, ou a municípios distintos que, comprovadamente, pertençam a
mesma região metropolitana.”
se a diferença de tempo de serviço de um empregado para outro for superior a 2 anos, eles
podem receber salários diferentes.
O artigo 2.º, § 2.º, da Consolidação das Leis do Trabalho diz que empresas que
participam de um grupo econômico são solidariamente responsáveis. Partindo desse
dispositivo, surge a seguinte indagação: pode o empregado indicar como paradigma outro
empregado da mesma função e do mesmo grupo econômico para a equiparação salarial?
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
deficiência física, foi transferido para a portaria. Esse empregado continuará recebendo o
mesmo salário que recebia como ferramenteiro.
Por outro lado, não tem se admitido a equiparação salarial entre dois advogados
(trabalho intelectual).
Esse princípio proíbe a redução salarial. Está prevista no artigo 468 da Consolidação
das Leis do Trabalho a inalterabilidade do salário, proibindo a alteração prejudicial, mesmo
que o empregado concorde. Qualquer alteração nesse sentido é nula.
Na época da inflação, tentou-se fazer com que esse princípio protegesse o salário
real, porém isso não ocorreu.
O princípio está regulado pelo artigo 462 da Consolidação das Leis do Trabalho e
protege os salários contra os descontos abusivos do empregador.
• previdência;
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
A mesma autoriza o desconto por dano causado pelo empregado a título de dolo ou
proveniente de culpa, exigindo-se, neste último caso, uma autorização escrita do
empregado ( artigo 462, § 1.° da Consolidação das Leis do Trabalho)
A indenização devida pelo empregador é somente subjetiva, por ato ilícito. É essa a
indenização que concorre com o salário na falência.
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DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
Receita Pública
1. CONCEITO
Receita é recurso obtido para fazer frente às despesas, salientando-se uma vez mais
que, em conjunto com estas últimas, formam o orçamento. A qualidade de ser pública, de
acordo com a doutrina de Celso Ribeiro Bastos, advém de ser o ente arrecadante pessoa
jurídica de direito público. Assim, se arrecadada por pessoa jurídica de direito privado,
deixaria a receita de ser pública.
O conceito mais preciso é dado por Aliomar Baleeiro, segundo o qual, “receita
pública é a entrada que, integrando-se no patrimônio público sem quaisquer reservas,
condições ou correspondência no passivo, vem acrescer o seu vulto, como elemento novo e
positivo”.
De se salientar que entrada é todo dinheiro que ingressa nos cofres públicos,
podendo ser classificadas, as entradas, em provisórias e definitivas.
2. INGRESSOS E RECEITAS
Ingressos e receitas públicas não podem ter seus conceitos confundidos, ou seja,
todo ingresso de dinheiro aos cofres públicos representa uma entrada, porém, nem todo
ingresso equivale a uma receita pública (assim como, acima mencionado, nem toda entrada
corresponde a uma receita).
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DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
3. CLASSIFICAÇÃO
Há uma corrente na doutrina que ainda traz uma terceira classificação em relação à
periodicidade de ingresso, fazendo menção às receitas adicionais, que são as não previstas
no orçamento, ou previstas de maneira insuficiente.
• Derivadas: decorrentes das parcelas de riquezas que o Estado, face ao seu poder
de autoridade, pode retirar de seus subordinados para a realização de seus fins,
visando sempre o bem-estar geral. Decorrem da exploração do patrimônio ou de
rendas de seus subordinados. A título de exemplo, podemos citar a receita
advinda da cobrança de tributos.
Existe corrente doutrinária que traz uma terceira classificação baseada na origem da
receita. Tal corrente denomina a receita de receita pública transferida, que também deriva
do patrimônio do particular; entretanto não é cobrada pelo ente que utilizará tal receita, isto
é, é cobrada por pessoa política diversa do destinatário da arrecadação.
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DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
Em que pese à existência de constante confusão entre preço público e taxa, e embora
o produto de ambos venha a fazer parte da receita pública, os institutos não se confundem.
Assim, temos que taxa é uma das espécies tributárias. Trata-se de tributo vinculado a
uma atuação estatal, tendo, por conseqüência, sua cobrança submetida ao regime de direito
público.
A comparação que segue entre taxa e preço público foi retirada do Código Tributário
Nacional Comentado, coordenado por Vladimir Passos de Freitas, Revista dos Tribunais,
artigo 77:
Taxa:
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DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
Preço Público:
- atividade monopolizada;
- pressupõe contratação;
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DIREITO ELEITORAL
Capacidade Eleitoral Passiva
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DIREITO ELEITORAL
1. CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE
Cada candidato poderá indicar, além do seu nome completo, até três
variações pelas quais é mais conhecido. Não havendo preferência entre os
candidatos que pretendem o registro da mesma variação nominal (§ 1.º do
artigo 12 da Lei n. 9.504/97), defere-se o pedido do primeiro que o tenha
requerido (Súmula n. 4 do Tribunal Superior Eleitoral).