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Coca-Cola azul???

Coca-Cola azul? Só no Brasil mesmo.


Todos os anos, no mês de junho, é promovido o Festival de Parintins, no Amazonas. Uma festa folclórica
que só perde em tamanho para o Carnaval e cujo ápice é o enfrentamento de Caprichoso (representado
pela cor azul) e Garantido (vermelho), que lutam para mostrar quem é o melhor Bumbá.
No decorrer dos três dias de festa, a cidade toda se divide na torcida. Quem é vermelho, não suporta e
nem usa nada com a cor azul. E quem é azul, também não pode nem ver a outra cor na frente. Assim,
placas e faixas da cor preferida são espalhadas por toda a cidade e casas chegam a ser pintadas nas
cores de cada boi. A disputa é tão fervorosa, que a caneta dos juízes da disputa são de uma cor neutra:
a verde, para evitar discussões.
Em meio a este cenário, a Coca-Cola se deparou há alguns anos com um grande problema: os
seguidores do Caprichoso não consumiam o refrigerante por causa da cor da latinha, pois acreditavam
que isso os associava com a torcida do “inimigo”. Conseqüentemente, muitas pessoas passaram a
consumir a Pepsi, cuja lata é predominantemente azul. Para contornar o problema, a Coca se viu
obrigada a uma solução drástica: regionalizar um produto com comunicação mundial totalmente
integrada.
Com autorização da matriz, localizada em Atlanta, foi criada uma versão azul do refrigerante de lata (um
azul mais clarinho que a Pepsi, é claro). E para evitar que a empresa continuasse perdendo participação
de mercado para a concorrente, a comunicação visual das peças veiculadas no período também foi
totalmente adaptada. Desta forma, a Coca ficou em cima do muro, agradando a todos, e provando que
para vender, muitas vezes é preciso se adaptar às características particulares do consumidor de
determinada região.
DANIELA ALVES DIAS
Design Gráfico e Editorial

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