Este livro propõe uma série de pequenas reflexões sobre textos da Bíblia, resultantes da medi-
tação quotidiana do autor. A partir de um verso bíblico lido, ouvido, analisado e dissecado na sua
língua original, Erri de Luca traz a lume considerações sobre grandes temas que dizem respeito ao
homem e a toda a humanidade. Das suas páginas emerge sobretudo o fascínio pela imensidão dos
sentidos que se descobrem, mesmo quando se permanece apenas à superfície das palavras.
Erri de Luca nasceu em 1950, em Nápoles. Ao longo da sua vida foi activista político, operá-
rio fabril, camionista, lojista, construtor, ajudante humanitário, entre tantas outras actividades e
profissões. Estuda diversas línguas de forma autodidacta, entre elas o hebraico antigo, o que lhe
permite traduzir alguns livros da Bíblia, que, sem ser crente, lê todos os dias. O seu trabalho literá-
rio tem conquistado diversos prémios, entre eles o Prix France Culture e o Prix Femina Étranger.
Caroço de Azeitona é o seu primeiro livro a ser publicado pela Assírio & Alvim.
«Como leitor assíduo das Sagradas Escrituras frequento o hebraico antigo das primeiras histó-
rias, dos profetas, e dos salmos recolhidos no Antigo Testamento. Este uso quotidiano não fez de
mim um crente. […]»
ERRI DE LUCA
Título: O PENDURA
Autor: Jules Renard
Tradução e Apresentação: Aníbal Fernandes
Colecção: O Imaginário
Ano de edição: 2009 / Tema, classificação: Ficção
Formato e acabamento: 13,5 x 21 cm, edição brochada
N.º de páginas: 208
Jules Renard (1864-1910), homem com uma vida curta de quarenta e seis anos, autor de
um Diário de publicação póstuma que escorreu golfadas de lava devastadora (Jean d’Ormesson
levá-lo-ia para a ilha deserta: «Não nos arriscaríamos ao tédio»); autor de Poil de Carotte e de His-
toires Naturelles, autor de L’Écornifleur (O Pendura), na sua época acusado de «insulto a tudo o que
é honesto», história de fundos naturalistas enfeitados por um humor cruel, as efervescências que
amolecem o coração humano desfeitas nos meandros de uma invenção verbal de singular acidez.
Setenta anos depois da sua morte, Jean Paulhan pôs num texto a frase que ele teria gos-
tado de ler: «Exerceu na prosa a mesma espécie de atracção que Rimbaud e Mallarmé exerciam
nos poetas».
Bicicletas
Memória ao abandono
Memória ao abandono
a válvula do sono
aberta.
Desdobra panos
hélice, ela
a grande borboleta
se é por pousar
já pousou —
despejando o vento
na abertura do vulcão
encaminhando a lava
no sentido giratório.
Antes
tive medo de ter sono
agora
é planeta a planeta. P.V.P.: 10 € / ISBN: 978-972-37-1442-5
Assírio & AlvimII
Rua Passos Manuel, 67-B
editores e livreiros 1150-258 Lisboa
Preparada ainda em vida do autor, esta edição reúne a obra poético-literária de M.S. Lourenço.