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1.0 Introdução
Foi muito longo o caminho para se descobrir a natureza elétrica das descargas
atmosféricas e para se chegar a regras aceitáveis de proteção para propriedades,
aparelhos e principalmente pessoas.
Até hoje não se tem 100% de proteção, desde que Franklin propôs pela primeira
vez o método de proteção contra raios de um edifício até os tempos de hoje a
proteção máxima que se consegue é 98% de eficiência.
Vamos ver algo sobre a corrente elétrica e seu efeito sobre o ser Humano.
Uma pessoa que neles venha tocar recebe uma descarga de corrente, em virtude
da diferença de potencial entre a fase energizada e a terra.
A corrente passa pelo corpo humano em direção à terra, e seu efeito será tanto
maior quanto forem o contato de superfice do ser humano com a peça energizada
e com a terra.
Um choque elétrico pode produzir na vitima o que se chama Morte Aparente, isto é
a perda dos sentidos – anoxia(falta de oxigênio no cérebro), asfixia(ausência de
respiração), anoxemia(ausência de oxigênio no sangue – conseqüência da anoxia),
parada cardíaca devido a falta de fibrilação ventricular, queimaduras superficiais
nas áreas de contato, queimaduras profundas dependendo da intensidade e
duração, atingir órgãos vitais e provocar sua destruição ( comum em choques
entre as duas mão, uma no vivo e outra na terra.
A corrente que passa pelo corpo humano pode ser calculada por:
I=U/(Rc1+Rc2+Rcorpo)
Abaixo segue uma tabela com os valores de resistência e corrente para diversas
situações comuns para 100V/60hz.
1
nenhum normal - normal
miliampére
Sensação cada
vez mais
desagradável, à
1a9
medida que a normal Desnecessário normal
miliAmp.
corrente aumenta
ocorre contrações
musculares.
Sensação
dolorosa,
contrações
Morte
9 a 20 violentas, Respiração
aparent Restabelecimento
miliamp. Asfixia, Anoxia, Artificial
e
Anoxemia,
perturbações
circulatórias.
Sensação
insuportável,
todos os sintomas
Morte Restabelecimento
20 a 100 anteriores em Respiração
aparent ou morte em
miliamp. maior Artificial
e poucos minutos
intensidade,
fibrilação
ventricular.
Morte
Asfixia imediata, Aparent
Vários parada cardíaca, e ou Praticamente
Morte
Amperes queimaduras morte impossivel
graves imediat
a
Os raios podem causar a morte de pessoas e animais por vários efeitos durante a
descarga entre nuvem e terra.
Quando o líder ascendente, saindo de um solo plano, se encontra com o líder
descendente, forma-se a descarga de retorno, que é de grande intensidade,
produzindo:
• Elevação da temperatura no centro do raio e como conseqüência, uma
violenta expansão do ar, com o ruído de um estrondo, que é o trovão.
• Fortes campos eletromagnéticos, em torno do ponto central do raio que se
propagam a centenas de metros.
• Linhas radiais de corrente no solo, com origem no ponto de impacto do
raio.
• Ao longo das linhas de corrente,existirão quedas de tensão, variáveis com a
resistência do solo, formando em direção radial concêntrico linhas de
corrente e em direção de curvas concêntricas linhas equipotenciais vide
fig.1
• Incêndio de arvores se o raio for de baixa intensidade e longa duração ou
romper-se se for de alta intensidade e baixa duração.
São os efeitos que o raio provoca sobre os seres vivos, quando atinge direta ou
indiretamente um ser vivo, podem ocorrer pela exposição ao campo
eletromagnético e suas correntes de circulação no corpo dos seres vivos.
Provocada pela passagem de corrente no troco do ser vivo, que causa fibrilação
ventricular com parada cardíaca.
É a tensão entre os pés do ser vivo, ou seja, um passo do mesmo (com os pés
separados), com isto ele ficara com os pés em linhas equipotenciais diferentes
provocando passagem de corrente pelo seu tronco, num ser vivo bispede isto
raramente provoca a morte, pois a parcela de corrente é pequena (linhas
equipotenciais próximas), já nos quadrúpedes geralmente é fatal (linhas
equipotenciais distantes) maior diferença de potencial, logo maior corrente
passando pelo tronco do ser vivo.
É a tensão provocada pelo toque do ser vivo no condutor durante uma descarga
eletromagnética e geralmente é provocada pela alta impedância do condutor,
provocando passagem de corrente pelo ser vivo que possui uma impedância
menor que o condutor.
É o caso onde uma pessoa andando em campo aberto recebe diretamente o raio,
neste caso ocorre queimaduras e passagem de corrente pelo coração e cérebro
geralmente levando o ser vivo a morte. Os sobreviventes geralmente são seres
que receberam a descarga de um braço menor do raio ou ramo do mesmo, com
baixa intensidade.
Índice Cerâumico: numero de dias que ocorre trovoadas em uma dada localidade.
Mapa isoceurâmico: mapa com a união das localidades com seus índices
cerâumicos.
Para técnica de proteção o importante é saber a densidade de raio por km² por
ano, se este parâmetro for conhecido será fácil calcular a probabilidade de caírem
raios, por ano, em uma área.
Medidor de Raios
Mapa Isocerâumico
O Método pode vir especificado pelo código de obras ou ser um dos existentes na
norma NBR5419.
Área de atração
P0=P x A x B x C x D x E onde:
Casas 0,3
Alvenaria 1,0
Madeira 1,4
Conteúdo Fator C
Localização Fator D
Semi-isolada 1,0
Isolada 2,0
Topografia Fator E
Planície 0,3
Colina 1,0
8.8 Geração de tensão de toque – uma pessoa pode tocar nos condutores de
descida no qual naquele exato momento está sendo gerada uma tensão indutiva +
diferença de potencial pela descarga atmosférica, solução é colocar materiais
isolantes até a altura de 2,5 mts e/ou obstáculos que mantenham as pessoas
afastadas destes pontos.
I 98%
II 95%
III 90%
IV 80%
10.7 Proteção não isolada: é aquela onde não existe espaçamento entre o
sistema de proteção e a estrutura do volume protegido, ou seja, colocado
diretamente sobre a estrutura do volume protegido.
OBS: quanto maior o uso de componentes naturais, mais estético fica o projeto,
alem de mais econômico.
As variações nos métodos de proteção se devem pelo fato de termos mais de uma
maneira de captar os raios, temos as seguinte maneiras:
• Principio usado pelo Método Franklin e eletromagnético: utiliza hastes
verticais (chamados de pára-raios ou terminais aéreos) ou horizontais
suspensos (solução análoga das linhas de transmissão).
• Principio usado pelo Método Faraday: condutores horizontais não suspensos
formando uma malha sobre a estrutura.
A diferença entre o método Franklin e o Eletromagnético esta no modelo
matemático de dimensionamento, o eletromagnético é mais completo e
comprovado pelas linhas de transmissão de energia, é inclusive o mais
recomendado pelos projetistas de SPDA.
A descarga se dará no ponto onde a esfera tocar este objeto ou na terra aquele
que for primeiro alcançado pela esfera; O raio da esfera é considerado o raio de
atração.
(X-x)²+(Y-y)²= R²
Nível I II III IV
Toda estrutura a ser protegida tem que estar dentro do volume formado pelo
deslocamento da esfera pelo condutor.
10.9 Método Franklin
h = ax² + bx + c onde x é a
distância horizontal em relação
a h1.
I 25° * * *
II 35° 25° * *
Entre dois captores próximos pode-se aumentar em 10° o ângulo na parte interna
entre eles e na externa vale o da tabela acima.
Nível Malha
I 5X7,5
II 10X15
III 10X15
IV 20X20
É bom lembrar que não se deve colocar condutores elétricos paralelos aos
condutores da malha na parte interior da estrutura e próximo aos mesmos.
12.1 – Captores
Os captores podem ser utilizados para sua fabricação o Cobre e suas ligas, o
Alumínio e suas ligas, o aço inoxidável e o aço galvanizado a quente, a escolha
quanto a estes materiais fica a critério do projetista que deve levar em conta os
poluentes da região.
Uma vez ter sido captada pelo captor a descarga atmosférica deverá ser conduzida
ao sistema de aterramento pelos condutores de descida (Cabo de descida) onde o
numero de condutores utilizados, o distanciamento entre eles e a respectiva seção
transversal deverão ser escolhidos de maneira que :
• Os Condutores suportem térmica e mecanicamente as correntes e os
respectivos esforços;
• Não hajam descargas laterais;
• Os campos eletromagnéticos sejam mínimos;
• Não haja risco para as pessoas próximas;
• Não haja danos às paredes;
• Os materiais usados resistam as intempéries e a corrosão.
Para isto devemos de preferência utilizar os caminhos mais curtos e retilíneos
possível para conduzir a descarga atmosférica, alem disto deve ser utilizado
condutores de cobre, alumínio ou aço galvanizado a quente.
Deve-se ainda tomar cuidado com o contato de materiais diferente como
Cobre/Alumínio e Cobre/aço galvanizado, colocando-se uma proteção extra nestes
contatos para proteger da corrosão.
Para edificações até 20m as seções mínimas são: 16mm² de cobre, 35mm² para
alumínio e 50 mm² para o aço galvanizado.
I 10 m
II 15 m
III 20 m
IV 25 m
A corrente do raio tem como tendência, ir para a terra pelo lado externo da
estrutura e pelo caminho mais curta possível (menor indutância), portanto as
descidas não devem formar laços que aumentem sua indutância e possam dar
origem a descargas perigosas, principalmente em locais de risco (sujeitos a
incêndio).
12.5 Aterramento
O aterramento, em uma instalação SPDA tem como finalidade de dissipar no solo a
corrente do raio, sem provocar tensões de passo perigosas e mantendo baixa a
queda de tensão na resistência de terra, Os condutores de um sistema de terra
são denominados eletrodos e podem ser introduzida nas posições VERTICAL,
HORIZONTAL ou INCLINADA.
É a característica do solo que vai determinar sua resistividade, que pode ser
definida como a resistência entre faces opostas de um cubo de aresta unitária
construído com material retirado do local (para laboratório) ou podemos medir
com instrumento chamando TERROMETRO (Método de Wenner) com 4 terminais
(duas de corrente e duas de tensão), separadas eqüidistantes uns dos outros e
podemos calcular a resistividade pela formula a seguir:
p = 2. ¶. a . R
A resistência de terra pode ser medida por um instrumento desenvolvido para isto
chamado TELURIMETRO ou Termômetro como é mais conhecido.
Estes equipamentos existem em duas versões, com três ou quatro terminais, para
medirem resistência e resistividade respectivamente, eles têm uma fonte de
tensão própria e a leitura pode ser analógica ou digital.
O Valor medido deve estar dentro do máximo pedido pela norma (Em Telecom e
informática < 6 ohms).
Caso o valor medido seja superior deve-se tentar redução por um dos métodos
estudados a seguir.