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Textos de Apoio
INTRODUÇÃO
A disciplina de Educação e Comunicação em Saúde converge em diversas áreas bem distintas.
Temos, tal como o próprio nome indica a Educação e a Saúde, mas subjeacente a estas duas
grandes áreas estão as Técnicas de Comunicação, a Gestão e Criação de Projectos, ou se preferir
de Programas em Educação para a Saúde, e esta última tem relações muito estreitas com os
conceitos previlegiados da Psicologia da Saúde: Estilos de vida, Comportamentos de Risco, Pro-
moção da Saúde. Por outro lado, e para dar uma ideia da grande complexidade, e áreas de saber
abrangidas por esta nova disciplina (Educação em Saúde), pode-se afirmar que se correlaciona
com a: Epidemiologia, Medicina, Dietética, Radiologia, Análises Clínicas e Saúde Pública, Enfer-
magem, Terapêutica da fala, Sociologia, Antropologia, Psicologia Social, Psicologia Clínica, entre
muitas outras.
Embora o Conteúdo programático possa, ilusoriamente, parecer pouco extenso, a verdade é que,
à semelhança, do exposto para a disciplina também este é complexo, embora não exaustivo,
dada a “exígua” carga horária.
O objectivo último é que os alunos do curso de Dietética possam interiorizar e relacionar com a
sua área de estudo, os principais conceitos aqui abordados.
É exigido aos alunos uma “sobrecarga” de Trabalho de casa, leitura e compreensão dos textos de
apoio… em contrapartida irá ser fornecida uma experiência que se pretende única e muito grati-
ficante, já que se almeja uma efectiva compreensão e aplicação prática de conceitos – a memori-
zação é de todo contra-indicada… Mais, o trabalho não só é redobrado para o aluno como para a
docente!
Espera-se que o primeiro contacto com uma experiência – criação e gestão de projectos na área
da Educação em Saúde – vá, no futuro profissional, que já se avizinha, constituir uma mais valia
em termos pessoais e de curriculum.
Introduzida que está a disciplina apresentam-se os diversos textos de apoio expressamente ela-
borados ou seleccionados para o efeito e cujo estudo é obrigatório, para uma boa compreensão e
interiorização de conceitos.
Índice
Educação em saúde: Trajectórias Lusitanas .................................................................................................... 3
Educação e comunicação em saúde: Conceitos .............................................................................................. 9
Comunicação e Estilos de Liderança .............................................................................................................31
Comunicação, Comportamento e Tomada de Decisão...............................................................................37
Gestão de Projectos ......................................................................................................................................... 53
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INTRODUÇÃO
O presente texto tem como objectivo contextualizar historicamente o surgimento da necessida-
de de se criar a “disciplina” de Educação e Comunicação para a Saúde, e as consequências (van-
tagens) que daí advieram para a população em geral e muito particularmente para o indivíduo.
A educação para a saúde, e a sua prática, inicialmente ligada às ordens religiosas, por razões
que facilmente se podem inferir – os frades e religiosos tinham o privilégio de aceder ao estudo
enquanto que a população geral era “controlada” através da ignorância: barrava-se-lhe a possi-
bilidade de instrução; a única instrução possível ao povo era a relacionada com a aprendizagem
de um “mister” ou actividade profissional.
Só os fidalgos e poderosos podiam usufruir dos cuidados “médicos” prestados pelos frades, ao
povo restava-lhes o recurso aos bruxos e feiticeiros.
As condições de higiene e salubridade foram, ao longo dos tempos sofrendo alterações e pode-se
considerar que conheceram o seu auge com Marquês de Pombal, pelo que facilmente nos aper-
cebemos que as preocupações com questões de Saúde são algo que se perde nas brumas da ori-
gem dos tempos.
UM POUC O DE HISTÓRIA
Portugal, à semelhança de muitos outros Países, sofreu a influência de diversos povos o que se
reflectiu na cultura dominante das variadas épocas históricas. Algumas destas influências, não
se restringiram às épocas passadas, subsistindo nos dias de hoje.
Vejamos então o que nos ensina a história.
Lusitanos
Os lusitanos eram ágeis e sóbrios, pastores e cavaleiros tiveram uma alimentação característi-
ca, provavelmente baseada nos rebanhos. O estado de saúde e a duração média de vida depen-
deriam provavelmente da alimentação, e deviam ser fundamentalmente afectadas pelas
condições de vida dentro das povoações (higiene, saneamento, epidemias) e resultados de lutas,
guerras, cercos, deslocações forçadas em que a mortandade e as condições dos prisioneiros alte-
ravam bruscamente situações favoráveis anteriores, criando diminuição de população e
mudanças na sua estrutura etária.
Hábitos alimentares
Alguns dados históricos que chegaram até aos dias de hoje pela mão de Estrabão e que foram
confirmados por estudos arqueológicos e etnográficos mostram que os povos castrejos da Penín-
sula tinha, antes da conquista romana, formas económicas pouco desenvolvidas, em que na par-
te alimentar a recolecção de ervas, sementes, frutos naturais e pequenos animais constituía
parte importante das disponibilidades, ao lado de alguma caça e pesca. A agricultura era,
segundo conta Estrabão, pouco desenvolvida, “os habitantes das montanhas vivem durante dois
terços do ano de bolotas, que secam e trituram e depois moem para fazer pão, que conservam
muito tempo” (Gonçalves Ferreira, 1990, p. 56). As bolotas do género quercus (carvalho) têm
sido os restos de alimentos mais encontrados nos achados arqueológicos, ao lado dos instrumen-
tos utilizados para a sua preparação alimentar.
Nessa época, à bolota juntava-se em muitas regiões a castanha, pois, a Lusitânia do Norte e Cen-
tro antes de ser floresta de pinheiros foi floresta de carvalhos e castanheiros.
As gramíneas como o trigo, o painço, o milho-miúdo, o centeio e a cevada eram também utiliza-
dos e os seus vestígios aparecem ao lado de utensílios do tipo de foices e pequenos moinhos pri-
mitivos que serviam para apanha e preparação. Há mesmo informação que, em alguns lugares,
se procedia ao armazenamento de cereais.
Algumas plantas herbáceas eram, igualmente, cultivadas, tais como a fava e a ervilha e, certa-
mente plantas de folhas foram desde cedo utilizadas, ao lado do consumo tradicional de muitas
outras silvestres, obtidas por colheita directa nos campos.
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Saúde
A saúde destes povos estava sujeita a graves riscos, nomeadamente ao nível da saúde materno-
infantil, e ao risco associado ao perigo de infecção, quer dos ferimentos quer das doenças infec-
ciosas correntes ou epidémicas nos aglomerados maiores, nos exércitos e durante os cercos e as
deslocações dos grupos de população. Sabe-se que a mortalidade infantil era elevadíssima,
havendo uma profunda e severa selecção por doença e morte nas crianças durante o primeiro e
segundo anos de vida, sobrevivendo apenas os mais resistentes, e que continuava ainda por
mais alguns anos. Os lusitanos que chegavam à idade adulta sem deficiências eram, na grande
maioria robustos, tinham vida movimentada nas regiões montanhosas ou acidentadas em que
viviam, quer a pé, quer a cavalo, conservam-se na maior parte do tempo fora das residências,
como pastores, caçadores ou guerreiros e adoptaram a alimentação às exigências energéticas e
nutricionais específicas destas condições de vida.
O tipo de alimentação indicada que devia ser generalizado, contribuía para um razoável nível de
saúde, ultrapassada a fase dos riscos referidos, e o padrão de doença da população durante os
períodos de tranquilidade compreendia poucas doenças crónicas e algumas doenças infecciosas
correntes, incluindo varíola, mas a tuberculosa e a lepra eram ainda pouco espelhadas, assim
como o paludismo, fora das raras zonas pantanosas e quentes. A lepra parece ter tido maior
incidência na população céltica. Juntavam-se-lhes as dermatoses e os ferimentos chagados.
Aspectos sanitários
Os lusitanos entraram rapidamente em decadência, nos aspectos sanitários após o desapareci-
mento da influência romana. Não tinham organização assistencial regular nem medicina orga-
nizada. Os cuidados assistenciais e/ou médicos eram esporadicamente praticados por curiosos,
feiticeiros, curandeiros, sangradores, barbeiros e por bruxedo. Além da intervenção, fortemente
limitada, de alguns clérigos e monges, depois que se instalou o Cristianismo nas terras Lusas.
Estes religiosos mais hábeis forneciam os seus préstimos curativos, sobretudo, aos comensais
das ordens e às personagens ilustres (superiores), a par dos raríssimos médicos que utilizavam
práticas tradicionais e remédios cuja eficácia era muito reduzida ou mesmo nula.
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Também a organização assistencial caritativa religiosa aos inúmeros desprovidos era rudimen-
tar e quando começou a monarquia portuguesa não existia praticamente nada fora do domínio
das Igrejas ou Conventos. Nestes locais, a caridade cristã individual, atendia, embora muito
precariamente, às situações de miséria e de doença, que grassava na época.
Saúde Pública
Ao constituir-se o Reino independente (1139-1140) Portugal devia ter uma situação de saúde
da população semelhante à do padrão dominante na época.
A defesa da Saúde Pública aparece desde cedo como uma crescente preocupação das autorida-
des responsáveis, através da implementação de medidas gerais e imposições sanitárias locais,
impostas pelos municípios (origem municipal), do poder régio, e das deliberações das cortes,
para além de intervenções limitadas de instituições e personalidades poderosas.
Apesar disso, a sua organização e persistência não nunca foi de grande efeito; pelo contrário, há
evidências históricas das grandes dificuldades ao nível da implementação e aceitação das mes-
mas por parte da população, em geral (desde as mais pequenas aldeias às cidades, das famílias
aos indivíduos).
De entre os factores intervenientes, Gonçalves Ferreira considera que os mais importantes são:
• O ensino que era feito pelos princípios e regras práticas de higiene, particularmente nas escolas
médicas e na formação dos eclesiásticos;
• O papel das instituições, obras e costumes sanitários, ao longo da estruturação da vida social dos
aglomerados populacionais;
• A legislação geral e municipal (forais e costumes) foi sucessivamente ampliada em defesa da saú-
de e que, em princípio, era da responsabilidade fundamentalmente dos municípios, que deviam
dispor de fiscais (almotacés) para vigilância e repressão das convenções. (1990, p. 92)
PRÁTICA DE HIGIENE
É provável que, algum ensino da prática da “higiene e limpeza pessoal e urbana”, envolvendo
condições sanitárias do ambiente, tenha estado, pobremente, dependente do ensino médico e da
prática clínica, iniciados no Mosteiro de Santa Cruz, de Coimbra.
Paralelamente, e como é natural, talvez se tenha também desenvolvido algum ensino de higiene
nos mosteiros posteriores, de diversas Ordens Religiosas (Rocamador, Beneditinos, Cisterien-
ses, Franciscanos, Dominicanos, Trinitários, de São Lázaro, do Espírito Santo, de Santo Antão,
etc.) (Gonçalves Ferreira, 1990, p. 92).
Só com a reforma do Marquês de Pombal, em 1772, aparece referência pormenorizada ao ensi-
no da higiene no curso de médicos, ampliado e completamente reorganizado.
Vinha dos Romanos a tradição que foi sendo esquecida ou desprezada do “valor de saúde do cor-
po”, conseguida por medidas de higiene e limpeza, em grande parte devidas à prática dos
banhos, que o advento do cristianismo vai repudiando por considerar tratar-se de “libertinagem
e licenciosidade” que os indivíduos que praticavam os referidos banhos, mantinham, ao mesmo
tempo que à saúde do corpo se sobrepunha uma necessidade maior, a de preparar a alma para a
salvação depois da morte.
Nas fontes procurava-se o aproveitamento de águas seleccionadas, pela tradição da sua salubri-
dade e, em muitos locais, eram resguardadas para evitar a conspurcação, enquanto nos grandes
aglomerados se cobriam as condutas abastecedoras ou estas eram subterrâneas ou substituídas
por aquedutos protectores, conforme os declives.
Para casos que envolvem vigilância técnica e aplicação de medidas de experiência comprovada,
os progressos foram importantes logo que a organização de serviços criou estruturas adequa-
das, o que raramente sucedeu entre nós (em Portugal).
Legislação de saúde
A legislação de defesa da saúde transformou-se numa necessidade, com o desenvolvimento da
estruturação dos grupos humanos e passou a basear-se em preceitos básicos desde a fundação
da Nacionalidade, principalmente pela via dos forais régios, das cortes, das posturas municipais
e dos costumes estabelecidos localmente pelos povos.
Era da responsabilidade dos municípios, o estabelecer e fazer cumprir todo um conjunto de tare-
fas de higiene pública, em geral, tais como: fiscalização de açougues (o equivalente aos actuais
matadouros) e mercados, vigilância e conservação dos aquedutos e condutas de água para as
fontes, limpeza de ruas, monturos e esterqueiros. A chamada polícia de géneros alimentícios
nos locais de venda e a inspecção de balneários e de desobstrução de rios. Era da incumbência
dos almotacés, ou almotacéis, o cumprimento destas tarefas. Estes foram, de facto, as primeiras
autoridades de vigilância sanitária municipal e os contraventores eram punidos, de acordo com
as suas informações.
Também o direito canónico se ocupava de medidas de ordem moral e de comportamento pessoal
ligadas à saúde (crianças abandonadas, apoio a doentes, luta contra a prostituição, formas de
enterramento), o mesmo sucedendo com as intervenções reais, os forais, os regimentos para as
instituições e a delegação de responsabilidades da Coroa na administração de serviços.
Da acção que os municípios procuravam exercer na defesa da saúde pública por disposições
sanitárias concretas, é altamente, instrutiva a indicação das desenvolvidas pelo Município de
Évora, servem de exemplo para o período dos séc. XIII-XIV – disposições de saúde em 1420,
regimento dado por D. João I.
É de salientar que o povo cumpria mal estas instruções e as imundices e sujidades de todo o
género apareciam nas ruas e praças, lançadas às escondidas. Resultando, deste facto, maus
cheiros, moscas, pequenos roedores e outros sinais de falta de higiene que originavam mal-
estar, desconforto e doenças.
Mais tarde, vão-se encontrar, igualmente, no reportório das ordenações do reino, referência às
medidas de sanção para evitar o lançamento nos rios de produtos tóxicos, reconhecidos estes
pela mortandade provocada nos peixes.
Estas práticas têm hoje paralelo na poluição química e física, eram consideradas à época, como
de alta gravidade. Pelo que se especificava que quem lançasse esses produtos nas águas corren-
tes fosse açoitado na praça pública, se pertencesse à classe do povo, e degradado para África, se
fosse fidalgo ou escudeiro, ou de correspondente categoria social.
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durante a gravidez e parto, bem como na infância, levando, deste modo, ao progressivo aumento
da duração média de vida.
BIBLIOGRAFIA
Gonçalves Ferreira, F. A. (1990). História da Saúde e dos Serviços de Saúde em Portugal. Lisboa: Funda-
ção Calouste Gulbenkian.
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1. I NTRODUÇÃ O
O presente texto tem como objectivo especificar, definir e correlacionar diversos conceitos que,
à medida que se progride no estudo da disciplina da Educação e Comunicação em Saúde, se vão
tornando cada vez mais salientes, e que têm dado o seu contributo para o progressivo cresci-
mento e autonomia desta última.
A realidade tem-se vindo a alterar lenta mas seguramente, no que se refere à importância dada
à participação do sujeito na saúde individual e da comunidade. É prática corrente de alguns
profissionais de saúde uma crescente preocupação com a questão da educação para a saúde,
nomeadamente, tendo o cuidado de fornecer informação útil aos utentes, que recorrem aos res-
1
pectivos serviços, acerca das melhores atitudes a adoptar, comportamentos a abandonar, para,
em consequência dessas mudanças, alcançarem uma maior qualidade de vida, uma vida mais
saudável, e uma melhor compreensão e auto-responsabilização pelos seus estados de saúde e de
doença.
Ao fazer um trabalho de educação para a saúde estes técnicos (e.g., médicos, enfermeiros, psicó-
logos, etc.) estão a motivar o indivíduo a “tomar as rédeas da sua vida” em questões de saúde,
espera-se que os sujeitos se preocupem mais em prevenir a doença (adoptando menos compor-
tamentos de risco, por exemplo, ao nível do estabelecimento de melhores hábitos alimentares –
dieta mais equilibrada) e promover e manter a saúde.
A aprendizagem está então mais uma vez no centro da questão uma vez que, quer os indivíduos,
quer as instituições prestadores de cuidados de saúde, têm o cuidado de aprender cada vez mais
acerca das melhores formas de manter a saúde, de melhor viver – apesar de se poder sofrer de
uma doença crónica incapacitante, ou de a esperança de vida ser curta, e.g., sofrer de leucemia
(não obstante, o indivíduo deve viver intensamente a “vida que lhe resta”).
Os recursos actualmente disponíveis para a prática da educação para a saúde ainda não são os
mais adequados, no entanto, dada a progressiva consciencialização dos meios políticos para a
necessidade de se implicarem todos os indivíduos para a saúde da comunidade mas também
para a saúde individual vai fazendo com que algumas verbas comecem a ser canalizadas para
questões desta natureza. O que faz, aliás, todo o sentido!
Em relação a outras áreas de conhecimento, cujo contributo é fundamental, para a implantação
de programas de acção/intervenção ou prevenção, podem-se referir, entre outras, a epidemiolo-
gia, a medicina, e, mais especificamente ao nível da saúde mental, a psiquiatria e psicologia pre-
ventivas; por sua vez, a psicologia da saúde por estar privilegiadamente relacionada com
questões de saúde e doença estende o seu campo de intervenção por um vasto leque de áreas
(desde a escola, aos hospitais).
1Festinger (1975) afirmava que o sujeito tem tendência a viver num estado de coerência consigo mesmo,
nomeadamente, entre o que sabe, o que crê e aquilo que faz. Ainda segundo ele, quando essa coerência é
quebrada o indivíduo entra em dissonância cognitiva.
As atitudes referem-se a experiências subjectivas – expressam o posicionamento do indivíduo ou do grupo,
sendo este construído a partir da sua história de vida. E, as atitudes são sempre referidas a um objecto –
quando se fala de atitude de um indivíduo ou grupo, refere-se de imediato, qualquer coisa. Deste modo,
atitude pode ser definida, tal como Montmollin o teorizava, “predisposição permanente, de um indivíduo,
para agir em determinado sentido, em função de qualquer coisa.” (1984, p. 171)
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2.1. Saúde
De um modo geral, pode-se afirmar que a saúde se refere à condição de equilíbrio fisiológico do
organismo com o ambiente em que este se encontra inserido. Quando o organismo reage satisfa-
toriamente às solicitações dos diversos factores de risco que o ameaçam ao nível da sua sobre-
vivência (desde o nascimento), então ele está em condições de manter o referido equilíbrio sem
perturbações físicas ou mentais ou sofrimento.
A saúde é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como: “um estado de completo
bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade.” (WHOQOL
Group, 1993)
Ao analisar esta definição proposta pela OMS apercebemo-nos que esta é, obviamente, utópica já
que, as adaptações do equilíbrio fisiológico, às condições de risco permanente do ambiente, são
incompatíveis com um absoluto bem-estar de todo o organismo e das suas partes funcionais.
Assim, talvez seja mais lógico pensar em termos de estados de saúde positiva, em que estes se
constituem como condição de nível de saúde, em crescimento, pela melhoria ou manutenção
prolongada da normalidade do equilíbrio funcional físico, emocional e psicológico, na completa
ausência de doença ou perturbação significativa não sintomática.
Implicitamente supõe-se que saúde é o estado que existe quando nenhuma enfermidade está
presente. E que a forma de promover a saúde é definir, estudar, compreender e, por fim, tratar
ou prevenir a doença.
Partindo da definição mais simples, mas também mais redutora, de saúde que refere que: “Saú-
de é a ausência de doença”, pode-se afirmar que, quem aceite esta definição como a mais correc-
ta/adequada terá com certeza problemas com alguns professores universitários e uns quantos
outros académicos, no entanto, esses indivíduos irão estar em sintonia com toda uma sociedade
que gasta cerca 98% do seu “orçamento” com a saúde: em instituições, equipas, abastecimentos
e serviços utilizados para tratar a doença e apenas investe 12% em actividades de saúde pública
criadas para prevenir a doença e promover uma saúde positiva (Terris, 1980, p. 3).
Vejamos então porque é que os indivíduos que aceitam tal definição poderiam ter alguns pro-
blemas em termos de explicitação teórica. Ao proceder à análise de tal definição verifica-se que
esta encerra dois erros graves:
− A sua redução é produto de um pensamento demasiado superficial e negativo:
• Dá relevo de forma agudizada àquilo que desejamos evitar – a doença
• Enquanto que deixa, por descrever, de forma muito confusa, aquilo que todos
desejam – a saúde.
− A forma não escrita e não falada. Poucos são os que chegam a definir a saúde como a
ausência de doença.
Ainda que limitada esta definição é um conceito muito poderoso e primitivo que está no incons-
ciente colectivo da sociedade e exerce, a partir daí, uma enormíssima influência sobre os pro-
gramas em que se investem milhares de milhões de dólares/euros, em gastos.
Por exemplo a ideia que a “boa saúde” implica respostas emocionais normais e estáveis, um
comportamento racional e que algumas perturbações de humor ou comportamento, tais como,
ansiedade, neuroses ou esquizofrenia são doenças que tiveram efeitos muito directos e impor-
tantes sobre o que sucede a essas pessoas, tem subjacente toda uma crença e uma mudança de
atitude. De facto, muitos destes sujeitos, antes classificados no grupo dos “loucos da cidade” ou
de criminosos, são, actualmente, considerados como pessoas doentes que necessitam de trata-
mento.
Daniel Callahan, quando era director do Institute of Society, Ethics and the Life Sciences, adver-
tiu, em 1977, para o facto de:
À semelhança do que sucede com a maior parte dos conceitos gerais tais como “paz”, “justiça”,
“liberdade”, o de “saúde” também apresenta grandes dificuldades quanto à sua definição.
E que:
“Estranhamente tendo em conta todos os debates sobre ‘saúde’, se fizeram poucas tentati-
vas para atribuir ao termo algum significado mais preciso; parece que se dá como certo que
todos sabem do que se está a falar” (Callahan, 1977, pp. 25-26).
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De igual modo:
− A criança, em idade escolar, cujos problemas de comportamento são resultantes de danos
cerebrais sofridos ao nascer há-de ser atendido com maior consideração do que, se o seu
comportamento, se deve a conflitos interpessoais a longo termo.
Thomas Szasz, psiquiatra, atraiu grande número de seguidores, ao defender que as pessoas que
têm dificuldades com as suas: emoções, conduta e interacção social. De facto os indivíduos
podem apresentar problemas ao nível pessoal, no entanto, não devem ser considerados como
doentes.
O seu colega, R. D. Laing, vai mais longe interpretando as reacções psiquiátricas como “um
impulso em direcção à saúde”.
c) Bem-estar espiritual
Howard Hoyman, afirma de forma insistente:
“Para nós o passar ao lado da natureza psico-espiritual do homem, ao desenvolver o nosso
modelo de saúde, seria tratar de uma caricatura do homem, com o homem humano
desumanizado”. (Hoyman, 1975, p. 511)
Como se viu até aqui, consoante o autor ou autoridade que se seleccione, a essência real da saú-
de vai ser definida numa ou em quaisquer combinações dos seguintes factores:
• Sentimento subjectivo de bem-estar;
• Capacidade de se adaptar aos estados de mudança ou de tensão;
• Ou capacidade para actualizar ou fazer uso pleno do potencial que se possui.
De facto, tudo indica que a nossa condição espiritual teria, pelo menos, alguns efeitos importan-
tes em qualquer um destes critérios.
No entanto, a validade da dimensão espiritual da saúde depende da nossa crença na existência
de forças espirituais e a natureza e forma particular do funcionamento das mesmas. Numa épo-
ca em que a ciência se rege pelo método científico, em que existe a necessidade de tudo se expe-
rimentar e se comprovar são muitos os profissionais de saúde que duvidam da existência desta
dimensão.
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Con t ex t o M e t af ís i c o do Un i v er s o
Físico Mental
Social
Dim en s õ es s ec u la r es da Saúd e
a) Sentimentos subjectivos
Milton Terris identifica dois aspectos principais da saúde:
“…um subjectivo e outro objectivo. O aspecto subjectivo relaciona-se com o sentir-se bem,
enquanto que o aspecto objectivo se refere à capacidade de funcionar” (Terris, 1975, p.
1038)
A qualidade de “sentir-se bem” como critério da Saúde não é apenas uma forma directa e franca
mas igualmente única quanto ao potencial controlo que atribui ao indivíduo sobre a sua própria
saúde.
Mesmo quando influenciados por uma miríade de estímulos externos, os seus sentimentos pes-
soais vão ser originados na mente do indivíduo.
De acordo com este ponto de vista, as percepções tornam-se mais importantes, para a saúde,
que a realidade das nossas próprias circunstâncias. Precisamente por isso, pessoas como Helen
Keller (altamente incapacitadas), cega e surda, podem ser catalogadas num nível elevado, de
acordo com este critério, enquanto que muitos outros indivíduos “clinicamente saudáveis” se
convertem em seres profundamente deprimidos ou com tendências suicidas que se cataloga-
riam a um nível muito próximo do mais baixo.
Atribuir um elevado valor ao critério dos sentimentos subjectivos, equivale a dar uma grande
importância à componente psicológica da saúde e relegar para segundo plano a condição física.
Mesmo quando poucos Educadores para a Saúde dividem a sua opinião quanto à importância do
“sentir-se bem”, a maioria sente-se mais confortável quando esta condicionante subjectiva se
verifica, de novo, através de alguns indicadores da condição física do sujeito, dos seus antece-
dentes funcionais ou da presença de ambos.
Assim, o bem-estar de alto nível para o indivíduo pode ser definido como um método de funcio-
namento integrado que se encontra orientado para maximização do seu potencial, dentro do
ambiente em que decorre o seu desempenho. (Dunn, 1977, p. 7)
Fazendo o ponto de situação pode-se afirmar que, até aqui, a saúde foi definida em termos de: 1)
bem-estar geral; 2) sentimentos subjectivos e 3) capacidade para resistir à doença e se adaptar
às mudanças. Com esta definição Dunn introduz um quarto ponto de vista, que equivale à analo-
gia de um método de desempenho que permite uma produtividade máxima. O que implica que a
boa saúde se transforme numa condição que torna possível que um determinado indivíduo pro-
2
grida ao máximo, no alcançar das suas metas de vida .
2.2. Doença
O conceito de doença, pode ser encarado como um “estado objectivo, ou subjectivo, mas de causa
identificável ou reconhecível, caracterizado por um funcionamento deficiente do organismo,
órgãos ou sistemas orgânicos, traduzido por sintomas ou sinais clínicos de índole anatómica,
fisiológica, bioquímica ou psicológica, geralmente acompanhados de sofrimento”. Pelo que foi
referido nesta última definição facilmente se percebe que a doença se distingue do sindroma já
que este é um conjunto de sintomas de falta de saúde sem causa específica determinada, e de
enfermidade, porque esta tem um sentido menos preciso de falta de saúde definida e pode signi-
ficar apenas um estado imperfeito de saúde (e.g., caso de surdez, falta de vista, ou de um mem-
bro, etc.).
3. PROMO ÇÃ O DE SAÚDE
A OMS, em 1991, considerava que, nos últimos anos, se atribuía uma maior importância aos
factores sociais e ambientais, na mediação da saúde. Pelo contrário, mais recentemente, vem-se
assistindo a uma maior ênfase dos factores psicológicos (tais como, stress e personalidade) e
espirituais, no estado de saúde.
2
Veja-se a analogia com a Teoria Humanista, nomeadamente a progressão no atingir dos diversos objecti-
vos (movidos pela motivação) preconizados e hierarquizados por Maslow, na sua Pirâmide das necessida-
des.
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Há estudos que comprovam que os resultados de saúde considerados relevantes para a promo-
ção da saúde são consequência de uma complexa interacção entre factores biológicos, sociais,
ambientais e psicológicos (outros autores acrescentam, a estes últimos, os factores espirituais).
Por exemplo, Carroll, Bennett e Davey Smith (1993), chegaram à conclusão que a classe social
pode influenciar, pelo menos em parte, a saúde e isto porque se verifica, efectivamente, uma
distribuição desigual de oportunidades de vida e de stress, em sociedade.
Ames e Janes (1987), por seu lado, verificaram com os seus estudos, que o stress no trabalho
está associado a taxas mais elevadas de consumo de tabaco.
Lee e Owen (1985) consideravam que o acesso limitado às instalações de lazer, podia estar na
origem do fraco envolvimento em programas de exercício ou mesmo reduzir a motivação para...
A Promoção da Saúde constitui o objectivo central da Educação para a Saúde já que visa criar
condições que permitam aos indivíduos, e grupos, controlar a sua saúde, ao mesmo tempo que
agem sobre os factores que a influenciam (Carta de Ottawa, 1986).
A promoção da saúde é feita com base na análise de estilos de vida, e comportamentos de risco,
os quais podem ser considerados como determinantes da saúde (e.g., consumo de drogas, álcool,
tabaco, maus hábitos alimentares, sedentarismo, má gestão de stress, comportamentos sexuais
desprotegidos, etc.).
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3.4. Tabaco
As consequências nefastas do tabaco para a saúde são, hoje em dia, amplamente reconhecidas.
Este é considerado responsável por:
• 25%, de todas as mortes por doença coronária;
• 80%, dos casos de doença obstrutiva crónica das vias aéreas;
• 90%, das mortes devidas a cancro de pulmão;
• Sendo ainda um factor altamente importante no desenvolvimento de cancros da laringe,
cavidade oral, esófago, pâncreas e bexiga (Smith & Jacobson, 1988).
As consequências do tabaco para a saúde, tornam-se evidentes ao longo de períodos de tempo
relativamente dilatados e a actual morbilidade reflecte alterações de hábitos de consumo de
tabaco que se enraizaram há, mais ou menos, trinta anos atrás (associado ao progressivo
aumento do consumo de tabaco, por parte das mulheres, a partir dos anos de 1970, aquando da
emancipação da mulher, época do “sexo, drogas e Rock & Roll”).
3.5. Álcool
O consumo excessivo de álcool pode ter consequências negativas sobre a saúde do indivíduo
quer a curto quer a longo termo. Por exemplo, o Royal College of General Practitioners (1986)
chegou a resultados impressionantes.
• Cerca de 40 000 pessoas morrem prematuramente como consequência da ingestão de
álcool em excesso.
A cirrose hepática é a doença mais frequentemente associada ao consumo excessivo de álcool,
no entanto, a maior parte das mortes resulta de cancro (Anderson et al., 1993). São atribuídos
ao consumo excessivo do álcool:
• 3%, de todos os cancros.
• O cancro do esófago, apresenta uma expressão mais dramática, aumenta 44 vezes quando
se combina com o consumo de tabaco em excesso (Smith & Jacobson, 1988).
O consumo excessivo de álcool tem igualmente custos sociais graves, e, para além das conse-
quências físicas há ainda a considerar as psicológicas.
Atribuem-se ao seu consumo excessivo:
• 20%, de todos os internamentos psiquiátricos.
• 60%, dos parassuicídios;
• 30%, dos divórcios;
• 40%, dos incidentes de violência doméstica. (Royal College of Psychiatrists, 1986).
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3.6. Stress
O stress deve ser, antes de mais, entendido como um processo que envolve uma interacção com-
plexa entre factores ambientais, psicológicos e fisiológicos.
Em termos fisiológicos são duas as divisões do sistema nervoso autónomo: simpático e paras-
simpático. Em alturas de stress é activado o sistema simpático, o qual está relacionado com a
excitação, enquanto que, em alturas de relaxamento o sistema que domina é o parassimpático
(que acalma ou reduz a excitação).
Este processo de activação envolve três fases: alerta (conduzida primariamente por processos
simpáticos), resistência (mediada por alterações hormonais) e exaustão (que ocorre quando as
reservas adaptativas se esgotam).
Bennet, 1995, chegou à conclusão que a contínua (ou persistente) hiperactivação do sistema
nervoso simpático pode contribuir para o desenvolvimento de doenças crónicas tais como:
doença coronária, alterações cutâneas, diabetes e várias afecções gastrointestinais.
Em termos psicológicos foi elaborada uma escala em que são exploradas as relações entre acon-
tecimentos de vida semelhantes que implicam o mesmo grau de stress em todos os indivíduos.
No entanto, esta não explica as diferenças individuais verificadas, não tem em consideração o
suporte/apoio familiar ou de amigos para lidar com o stress causado. Facilmente nos apercebe-
mos que estes factores podem e influenciam seguramente a forma como o sujeito vai reagir ao
stress, já para não falar da personalidade do indivíduo (e.g., alguém com baixa auto-estima,
muito inseguro face a uma situação geradora de stress irá reagir com elevados níveis, alguém
bem estruturado em termos afectivos, seguro de si, provavelmente irá ponderar a situação com
mais calma – reagindo com níveis menos elevados de stress). Cohen (1988) considera que o
suporte familiar ou de amigos pode constituir-se num potente factor de protecção contra os efei-
tos psicológicos e físicos dos acontecimentos vitais causadores de stress.
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Quando, pelo contrário, o acontecimento é avaliado como causador de um possível dano vai ser
elaborado pelo sujeito um segundo processo de avaliação, no qual o indivíduo verifica se possui
ou não as competências ou capacidades necessárias para lhe fazer frente. Quando conclui que é
capaz de lidar eficazmente com a ameaça, não activa a resposta de stress, mas se considera que
as exigências da situação são superiores aos recursos que dispõe, nesse caso, vai ser desenca-
deada uma resposta de stress, da qual fazem parte a experiência efectiva do stress (incluindo
sentimentos de ansiedade ou angústia) – esta situação irá ser mediada pelo sistema simpático e
é originada alguma forma de comportamento associado ao stress.
Para gerir situações de stress foram identificadas respostas específicas de coping, que são de
dois tipos.
O coping centrado no problema, que é uma estratégia que “obriga” o sujeito a lidar com a fonte
do stress, em sucessivas tentativas, e cujo objectivo final consiste o levar a ser capaz de a modi-
ficar (superar).
O coping centrado nas emoções, verifica-se quando o indivíduo tenta reduzir as consequências
emocionais negativas do agente causador de stress, sem, no entanto, enfrentar a causa inicial
do mesmo. Por exemplo, esta última estratégia pode consistir em evitar a causa do stress ou não
pensar nela, ou, ainda, em usar comportamentos como beber e fumar (encarados pelo indivíduo
como redutores de stress).
Conkite e Moos (1984) consideram que o grau de eficácia dos processos de coping, no que res-
peita à moderação do impacte dos agentes ambientais de stress é mais importante, como factor
de predição de saúde e doença, do que a sua frequência e intensidade aparente.
4. SERVIÇ OS DE SAÚDE
Os serviços de saúde são formas organizadas de acções, instituições prestadoras de cuidados de
apoio à saúde e de luta contra a doença nas populações de um país, região, local ou família. Têm-
se desenvolvido como tendência para:
− Integração em sistemas de saúde mais ou menos estruturados e hierarquizados
− Em adaptação às necessidades e
− Conforme a política de saúde adoptada por cada país para os orientar e controlar (depende
dos conceitos políticos dominantes; oscilando entre formas de livre iniciativa ou de sociali-
zação ou, ainda, de índole mista na sua aplicação)
5. SAÚDE PÚBLICA
A saúde pública estuda a saúde e doença em populações humanas.
Ao contrário da medicina clínica, centrada na assistência médica aos indivíduos, a medicina
populacional tem como foco de intervenção a preocupação com a saúde da comunidade.
Indivíduos Grupos
O estudo da Saúde Pública requer técnicas e habilitações específicas, que são fornecidas pela
Epidemiologia.
6. POLÍTICA DE SAÚDE
A política de saúde é considerada como o conjunto de opções fundamentais, de ordem governa-
mental ou social, nas quais se estabelece o carácter público, ou não, da responsabilidade pela
saúde da população e o correspondente grau de:
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A política de saúde deve ser encarada como parte integrante da política geral do país e em que
se procura que seja garantido o direito à saúde e fomentado o dever de cooperação de cada pes-
soa na sua segurança e promoção social, quer no que diz respeito à vida individual e familiar,
como em relação à das comunidades.
A saúde na sociedade civilizada necessita de ser protegida e promovida, aos mais altos níveis,
para se transformar no factor impulsionador do desenvolvimento económico, social e cultural, e
uma base ou via para o progresso e bem-estar.
7. EPIDEMIOLOGIA
Ao estudar a palavra epidemiologia:
• Epi + demos + logos,
chegamos à conclusão que é
• Estudo de algo que afecta a população
Last (1992) define epidemiologia como sendo: “o estudo da distribuição e dos determinantes de
estados ou acontecimentos de saúde em populações especificadas, bem como a aplicação deste
estudo ao controlo dos problemas de saúde.”
O estudo da doença, na sua vertente epidemiológica, não é uma preocupação exclusiva dos dias
de hoje, remonta a Hipócrates (470-400 a.C.) que registou várias observações epidemiológicas e
considerou diversos factores como causa da doença. No final de séc. XVII, generalizou-se o uso
de métodos epidemiológicos para investigar a ocorrência de doenças. E no decurso do séc. XX,
os Métodos tornaram-se extensivos às doenças não infecciosas.
Por exemplo, é graças à Epidemiologia que, no final dos anos de 60 (do sec. XX), se verifica a
completa erradicação da varíola (por vacinação).
Façamos a análise do que é a epidemiologia a um outro nível:
• Se a epidemiologia “é o estudo...”, então, implica um método...
• “...da distribuição”
Porque se preocupa com a frequência (contabiliza o número de casos) e o padrão (tempo,
lugar e características pessoais como a idade, o sexo...) de acontecimentos de saúde.
• “e dos determinantes...”
Utilizada para procurar as causas que influenciam o aparecimento dos estados de saúde.
• “ de estados ou acontecimentos de saúde...”
Presentemente usam-se métodos epidemiológicos na generalidade das doenças e até
para estudar comportamentos (de risco, tais como: fumar, beber em excesso, tomar dro-
gas, etc.; exercício físico de populações específicas, hábitos alimentares...)
• “em populações específicas...”
a preocupação é a saúde colectiva de todas as pessoas numa comunidade ou área.
A Epidemiologia relaciona-se com a reunião e análise de tipos variados de informação que
envolve os aspectos que contribuem para o aparecimento da doença: agente, hospedeiro,
ambiente.
Por exemplo o agente é o factor necessário para o aparecimento da doença (e.g., vírus da gripe é
o agente da gripe) mas não é o suficiente para que ela de facto surja. O hospedeiro é o factor
ligado à susceptibilidade de cada um, bem como às suas características imunológicas, e que,
quer umas quer outras podem sofrer alterações, ao longo da vida. E por, fim, mas não menos
importante, o ambiente, traduz, geralmente, outros factores relacionados com a distribuição
geográfica (tais como: clima, dieta, etc.).
Os objectivos gerais da Epidemiologia podem ser descritos da seguinte forma:
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O seu trabalho passa por anotar o que se está a passar (à nossa volta) e tentar obter algumas
conclusões, no que concerna à natureza de quaisquer potenciais relações de causalidade que se
possam descobrir.
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Entendidas como opiniões que se adoptam com fé e convicção.
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8.1.4. Treino
Os profissionais de saúde e os intervenientes em programas ou projectos de educação para a
saúde, devem ser treinados para que desenvolvam competências específicas necessárias à boa
aplicação e desenvolvimento das acções. Para serem capazes de:
• Não se preocuparem apenas e só com a prevenção e controlo das doenças, mas igualmente com o
desenvolvimento global do sujeito;
• Promoverem um diálogo entre os prestadores de cuidados e os sujeitos (utentes) em geral;
• Assumirem e ser capaz de defender a causa da saúde.
8.1.5. Avaliação
É de extrema importância proceder-se à avaliação periódica da execução de um projecto de
educação para a saúde, com o objectivo de ter um conhecimento fidedigno das metas alcançadas
e da eficácia das medidas tomadas ou implementadas.
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8.1.6. Investigação
A investigação tem como principal objectivo conhecer a realidade e visa uma, posterior, actuali-
zação ou criação de novos programas de educação para a saúde. Permite também concluir se as
políticas de saúde, os métodos de intervenção e as estratégias a serem implementadas são as
mais correctas ou indicadas para aqueles sujeitos específicos.
Rejane F. Moura e Rosiléa A. Sousa (2002) investigaram as causas da baixa oferta de acções
educativas realizadas pelas equipas de Programa de Saúde da Família e identificar as principais
falhas no desenvolvimento dessas acções. Temos então que:
• Amostra: unidades básicas de 8 municípios, que compõem micro-região de saúde de Baturité
(Estado Ceará);
• Os resultados foram classificados em duas categorias:
− Oferta das actividades educativas, e condições físicas e de material de apoio à sua realiza-
ção;
− Falhas identificadas no desenvolvimento dos trabalhos com grupos.
• Oferta das actividades educativas
− Dos 8 municípios apenas 2 ofereciam actividades educativas;
− Na maioria dos serviços não existia uma sala apropriada à realização de actividades em
grupo;
− As sessões observadas decorreram em locais inapropriados:
• Pouca ou nenhuma privacidade, ventilação e iluminação precárias, quantidade insuficiente de
cadeiras, escassez do material de apoio (panfletos, desdobráveis, manual, etc.).
Os indivíduos da equipa ou funcionários identificaram como responsáveis pela pouca oferta de
actividades educativas os seguintes factores:
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• O elevado número de pedidos de consultas por parte dos utentes, deixa a equipa sem disponibilidade
para trabalho educativo;
• A população mostra-se resistente à participação nas acções educativas, valorizando o aspecto “curati-
vo” da assistência médica.
• A cobertura pelas equipas de Programa de Saúde da Família não atinge 100% do município;
• O que gera pedidos reprimidos para a assistência na unidade de saúde, sobrecarregando os profissio-
nais com actividades de assistência médica.
• Muitos dos profissionais por não disporem de espaço físico e material de apoio para o desenvolvimento
dessas actividades, não encontram motivação para as executar.
Esta é uma realidade que não está muito distante daquela que caracteriza o nosso país. Também
aqui, muitas das acções de educação para a saúde, nomeadamente as desenvolvidas ao nível dos
Centros de Saúde acabam por não alcançar o êxito previamente esperado devido a factores que
se prendem com as razões atrás apontadas.
Kawamoto (1993) defende que, a educação em saúde deve basear-se na reflexão crítica do gru-
po quanto aos problemas e às acções necessárias à melhoria da qualidade de vida.
Almeida (2001) recomenda a sistematização da componente de educação em saúde, pelas equi-
pas de Programa de Saúde da Família:
− Sugerindo a aplicação de uma metodologia de educação popular,
− Formando grupos de interesses mútuos,
− Criando oportunidades para debates em comunidade e
− Promovendo a aproximação dos profissionais com os movimentos sociais.
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Comunidade pode ser definida como: grupo de indivíduos com interesses comuns, com o sentimento de
pertencerem ao mesmo grupo com valores e um história em comum.
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Grupo é um conjunto de duas ou mais pessoas com interesses comuns.
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a) Convergência
A tendência que a psiquiatria preventiva tem em adoptar perspectivas, e técnicas de interven-
ção assim como princípios oriundos de uma abordagem de saúde pública, esta decorre basica-
mente do sucesso obtido pelos métodos de saúde pública na prevenção da doença nas
populações.
Os métodos adoptados em saúde pública envolvem basicamente:
• A identificação do agente nocivo e sua consequente eliminação ou “neutralização”;
• O fortalecimento do hospedeiro, aumentando a resistência dos indivíduos ao agente nocivo;
• A prevenção da transmissão, evitando que o agente entre em contacto com o hospedeiro.
As similitudes entre a abordagem preconizada pela psiquiatria preventiva e a a abordagem da
saúde pública reflectem-se, basicamente, na:
• Adopção de grelhas de análise e concepções sobre os fenómenos a prevenir, que acentuam a sua natu-
reza multi-causal;
• Na ênfase atribuída a intervenções focalizadas em “totalidades populacionais ou macro-sociais”;
• Na adopção de uma “pluralidade de olhares e métodos de intervenção” (Da Agra, 1986).
Caplan considera que é necessário analisar as perturbações mentais no quadro de “um sistema
de respostas ecológicas de uma população na sua interacção com o ambiente” (1964, p. 18).
Concede-se, deste modo, uma menor importância a factores como: “história pessoal do indiví-
duo”, “experiência de vida do sujeito”; para se dar especial realce a uma análise de doença men-
tal centrada no âmbito de processos de “influência social”, “papéis sociais” e de “contingências
ambientais” (este último termo proposto por Rioch, 1958).
Ao valorizar modelos explicativos da doença mental que enfatizam a natureza multi-causal, a
psiquiatria preventiva faz, igualmente, deslocar a atenção do indivíduo para as instituições e
condições ambientais que determinam o aparecimento de perturbações mentais específicas.
Deste modo, a perspectiva “comunitária” associada às intervenções neste domínio decorreria da
própria concepção sobre doença mental, que lhe está subjacente. Caplan é de opinião que, uma
intervenção a este nível (conjuntos populacionais) requer, necessariamente, ter em considera-
ção uma grande diversidade de padrões etiológicos bem como de “modalidades de prevenção,
tratamento e reabilitação” (1964, p. 11).
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b) Descontinuidade
Embora os programas de saúde pública tenham incluído a prevenção e o tratamento da doença
mental, como parte integrante das suas actividades, o modelo de saúde pública, mostrou-se, em
muitos aspectos, inadequado no sentido de atingir tais propósitos. Pelo que a Psiquiatria pre-
ventiva, neste sentido, se constitui como a expressão de um movimento de ruptura e de descon-
tinuidade em relação às concepções e métodos correntemente utilizados no âmbito de uma
abordagem de saúde pública.
A abordagem da saúde pública supõe um conhecimento dos factores relacionados com o agente,
hospedeiro e meio, na produção da doença, ao nível das interacções que ocorrem entre estes
três elementos, quer no período da pré-patogénese, quer no durante o curso natural da doença
(período da patogénese). Esses conhecimentos constituem-se como fundamentais no sentido de
possibilitar a aplicação de medidas de protecção específica. De salientar ainda que o conceito de
protecção específica representa o elemento crucial de qualquer programa de medicina preven-
tiva ou saúde pública.
A protecção específica diz respeito à prevenção, no sentido convencional do termo, e “com-
preende medidas aplicáveis a uma doença ou grupo de doenças específicas, visando interceptar
as causas das mesmas antes que elas atinjam os homens” (Leavell & Clark, 1977, p. 20).
A grande dificuldade em se transferir a protecção específica para o âmbito da prevenção da
doença mental prende-se essencialmente com o facto de muitos dos factores relacionados com o
agente, hospedeiro e meio serem largamente desconhecidos no que se refere às doenças men-
tais, quer no período pré-patogénese, quer na patogénese. A propósito disto, Caplan (1964) con-
sidera que o desconhecimento de dados acerca da etiologia das perturbações mentais como um
dos mais graves obstáculos, à elaboração de programas de prevenção primária eficazes nesta
área. Admite, no entanto, ser possível actuar “com base no nosso conhecimento parcial” (p. 28).
E vai propor um modelo conceptual alternativo que, segundo ele, possibilitaria avaliar e modifi-
car estratégias preventivas à medida que fossem sendo identificados os principais factores etio-
lógicos das diversas perturbações mentais. Este modelo baseia-se numa perspectiva dos
factores que condicionam o “desenvolvimento do estilo de vida geral da pessoa” (p. 31), a par de
uma visão essencialmente focada nas situações de crise periódicas que aparecem associadas a
“mudanças súbitas nos padrões de comportamento do indivíduo” (p. 31).
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saúde, tais como, uma alimentação equilibrada, não consumirem substâncias (droga, tabaco,
álcool), terem comportamentos sexuais protegidos e prevenirem os acidentes, entre outros.
Partindo do pressuposto que os comportamentos de saúde são aprendidos, que dependem em
larga medida da motivação e que podem variar ao longo do tempo, não são interdependentes e
não parecem ser controlados por um único tipo de atitude ou tendência de resposta. Então, tudo
indica que a aquisição de comportamentos de protecção da saúde se inserem num contexto de
educação em saúde, já que esta está intimamente interrelacionada, directa ou indirectamente,
com o processo de ensino e aprendizagem.
Por exemplo, a educação para a saúde nos cuidados de saúde primários deve ser capaz de pro-
mover actividades que encorajem as pessoas a desejarem e a saberem ser saudáveis, fazendo
tudo o que estiver ao seu alcance individual ou colectivamente para manterem a saúde e, sem-
pre que necessário, a procurarem ajuda.
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Liderança
Teoria Clássica ignorou a liderança, preocupando-se com a autoridade formal.
Liderança é a influência interpessoal exercida numa situação e dirigida através do processo de
comunicação humana à prossecução de um ou mais objectivos específicos.
Trata-se de um fenómeno social que ocorre exclusivamente em grupos sociais.
A liderança pode ainda ser encarada como qualidade pessoal, a qual se refere às característi-
cas pessoais ou como função, que se relaciona, por exemplo, com a autoridade de tomar deci-
sões dentro de um empresa.
O comportamento de liderança deve ajudar o grupo a atingir os seus objectivos. Pelo que impli-
ca:
Planear
Informar
Avaliar
Arbitrar
Controlar
Recompensar
Estimular
Punir
...
A liderança relaciona-se com uma questão de incerteza do grupo, através da escolha (tomada de
decisão do grupo), assim se poderá identificar o tipo de líder que o grupo tem.
Autocrático
Estilos: Democrático
Liberal
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ESTILOS DE LIDERANÇA
Quadro 1
Estilos de liderança
Autocrático Democrático Liberal
Apenas o líder fixa as directrizes, As directrizes são debatidas e deci- Há liberdade completa para as
sem participação do grupo didas pelo grupo decisões de grupo ou individuais
O líder determina as providências e O próprio grupo esboça as provi- A participação do líder no debate
as técnicas (imprevisível para o dências e as técnicas para atingir o é limitada
grupo) alvo. O líder fornece aconselhamen-
to técnico quando solicitado
O líder distribui as tarefas e define A divisão das tarefas fica a cargo do Tanto a divisão das tarefas como
quem trabalha com quem próprio grupo e cada membro pode a escolha dos companheiros
escolher os seus companheiros de ficam a totalmente a cargo do
trabalho grupo.
O líder é dominador e é “pessoal” O líder procura ser um membro O líder não faz nenhuma tentati-
nos elogios e nas críticas normal do grupo. É “objectivo” e va de avaliar ou de regular o
limita-se aos “factos” nas suas críti- curso dos acontecimentos
cas e elogios
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Conclusões:
a) Sob certas circunstâncias, a liderança autocrática dá resultados e funciona quando falham os proces-
sos anárquicos e liberais.
b) Sob certas circunstâncias, a liderança democrática dá resultados e funciona quando falham os proces-
sos autocráticos e liberais.
c) Sob certas circunstâncias, a liderança liberal dá resultados e funciona quando falham os processos
autocráticos e democráticos.
C OMUNICAÇÃ O
A comunicação é uma actividade administrativa que tem dois propósitos principais:
• Proporcionar informação e compreensão necessárias para que os indivíduos possam
desempenhar as suas tarefas.
Origens:
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a) os “interesses comuns”
b) a interacção provocada pela própria organização formal
c) a flutuação de pessoal dentro da empresa
• rotatividade
• movimentação horizontal e vertical do pessoal
d) os períodos de lazer
• estabelecimento e desenvolvimento de vínculos sociais entre o pessoal
DINÂMICA DE GRUPO
Kurt Lewin – Escola da Dinâmica de Grupo
equilíbrio “quase estacionário” visando a manutenção do equilíbrio
GRUPO E MUDANÇA:
a) Grupo como instrumento de mudança
• o grupo como fonte de influência sobre os seus membros
b) Grupo como meta de mudança
• necessidade de mudar os padrões do grupo
c) Grupo como agente de mudança
• resistência à mudança
• agente da mudança organizacional
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a b c d e f g
Administrador Administrador Administrador Administrador Administrador Administrador Administrador
toma a decisão vende a sua apresenta as apresenta uma apresenta o define os permite que os
e comunica decisão suas ideias e decisão, sujeita problema, limites e pede subordinados
solicita ques- a modificação recebe suges- ao grupo que funcionem den-
tões tões e toma a tome uma tro de limites
sua decisão decisão superiormente
definidos
Na abordagem situacional:
a) Quando as tarefas são rotineiras e repetitivas, a liderança é limitada e sujeita a “controlos” pelo chefe
(extremo esquerdo)
− Um líder pode ter padrões de liderança diferenciados, para com cada um dos seus subordinados;
− Para um mesmo subordinado, o líder também pode ter diferentes padrões de liderança, dependendo
da situação ou do contexto.
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1. GRUPOS
1.1. Definição
Imagine três pessoas numa paragem de autocarro. Agora compare-as com o conselho de
administração de uma empresa. Que conjunto de pessoas considerará que é um “grupo”? Se bem
que na linguagem de todos os dias se possa referir ao primeiro conjunto como um grupo, ele não
é um grupo no mesmo sentido de que os membros do conselho formam um grupo. Obviamente,
um grupo é mais que um simples conjunto de pessoas.
Mas, afinal, o que é um grupo? Foi formalmente definido que um grupo é um conjunto de dois ou
mais indivíduos em interacção, com um padrão estável de relações entre si, que partilham
objectivos comuns e que se vêem a si mesmos como sendo um grupo.
(DEFINIÇÃO) Um grupo é um conjunto limitado de indivíduos, unidos por objectivos e
características comuns e que desenvolvem múltiplas interacções entre si.
Desta definição sobressaem duas características importantes: os grupos têm objectivos a cum-
prir e; possuem uma estrutura adequada aos respectivos objectivos. Assim, as pessoas não inte-
gram grupos só para pertencerem a grupos, há um objectivo comum que as faz pertencer ao
mesmo grupo. Grupo esse estruturado com o objectivo de cumprir os objectivos propostos.
Mas, se um grupo é constituído por um conjunto de indivíduos, o grupo é simplesmente a soma
de todos os indivíduos que o compõem?
Não. O grupo tem uma consciência própria, colectiva, que não é igual à soma das consciências
individuais. Um grupo pensa de forma diferente de qualquer um dos seus membros considera-
dos individualmente.
Num grupo existem processos de influência que vão afectar o comportamento individual, pois
no grupo há troca de ideias, experiências e pensamentos.
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Outros grupos, como os grupos de estudo, são informais, pois existem apenas na cabeça dos seus
membros e as suas estruturas apenas podem ser implicitamente conhecidas pelos seus mem-
bros. Estes grupos, por oposição aos formais, designam-se por grupos informais.
Mas, tanto num como noutro tipo de grupos, existem regras que regulam o comportamento dos
membros do grupo, e cada membro do grupo tem algumas tarefas ou deveres a desempenhar ao
serviço do objectivo ou da função do grupo.
2. ESTRUTURAÇÃO DO GRUPO
Os grupos só são úteis se a interacção dos membros do grupo produzir algo mais do que a sim-
ples soma do que o que é produzido pelas suas partes.
A interacção do grupo deve ser estruturada de modo a que os seus membros coordenem as suas
acções na procura cooperativa dos objectivos tanto individuais como de grupo. A estrutura das
interacções de grupo torna-se aparente nas regras e nos papéis que definem o comportamento
aceitável no grupo.
2.1. Regras
Todos os grupos possuem regras que definem as fronteiras do comportamento aceitável e
esperado no grupo. Essas regras podem ser formais ou informais.
As regras formais são escritas e explicitamente aceites pelos membros do grupo (por exemplo, a
regularidade e as horas a que o grupo se reúne).
As regras informais, também designadas por normas, são regras não escritas que regulam o
comportamento de grupo. Os grupos podem ter normas sobre o que é apropriado vestir nas suas
reuniões (fato e gravata, por exemplo), sobre a forma como devem cumprimentar os outros
membros do grupo (pelo apelido ou pela alcunha, por exemplo).
Uma das normas mais comum nos grupos é a proibição de terceiros (indivíduos não pertencen-
tes ao grupo) criticarem as decisões do grupo. Todos nós podemos criticar o nosso clube de fute-
bol, a nossa cidade ou o nosso país, mas que ninguém de fora os critique...
Este tipo de normas demonstra uma diferença importante entre normas e regras explícitas do
grupo. Um grupo pode sentir-se desconfortável ao adoptar uma regra explícita proibindo a
transmissão de desacordos para fora do grupo. No entanto, uma regra informal deste tipo pode
ser necessária para que os membros do grupo se sintam livres para discordar ou terem posições
controversas durante as discussões do grupo, ou se é importante para o grupo aparecer unido
nas suas opiniões em relação ao exterior (norma extremamente importante nos partidos políti-
cos, por exemplo).
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As regras formais e as normas também diferem em relação às sanções em caso de não cumpri-
mento. Muitas vezes, as regras formais especificam punições em caso do seu incumprimento.
Por exemplo, o estabelecimento de multas quando o membro do grupo não justifica a sua falta a
uma reunião. Porque são somente regras implícitas, as normas são sancionadas através da
desaprovação ou rejeição, pelo grupo, do membro que as não cumpriu.
Assim sendo, será que as normas são um tipo de estrutura de grupo mais fraco do que as regras
formais?
Pelo contrário, nalguns casos as normas podem ter mais poder sobre os membros do grupo do
que as regras, precisamente porque são implícitas. Uma regra explicitamente apresentada (por
escrito) pode sempre ser desafiada, reconsiderada e alterada através de uma discussão aberta.
Porque as normas são acordos não escritos sobre o comportamento desejado e esperado, pode
ser difícil aos membros do grupo contestarem ou reconsiderarem a norma ou desafiarem a res-
pectiva punição. Desta forma, uma norma injusta pode ser mais difícil de combater do que uma
regra injusta.
2.2. Papéis
Enquanto que as regras definem os comportamentos apropriados aos membros de um grupo, os
papéis definem o conjunto de comportamentos apropriados a uma posição bem determinada
ocupada pelos indivíduos num grupo.
Os papéis também especificam as relações de autoridade num grupo, incluindo quem tem o
direito de convocar reuniões, estabelecer a ordem de trabalhos e atribuir tarefas aos membros
do grupo.
Tal como as regras, os papéis facilitam a interacção nos grupos. Os papéis permitem que os
membros saibam o que cada um deve fazer e o que esperar dos outros. Tal como as regras, os
papéis que estruturam a interacção dos membros do grupo podem ser formais ou informais.
Para ter a aprovação social, o indivíduo deve agir de acordo com o que dele se espera, mas a sua
realização e determinação pessoais consistem essencialmente em obter aprovação sem que isso
implique a sua submissão. O indivíduo deve expor-se, dar o seu contributo, manifestar a sua
originalidade, sem que isso implique conflito ou hostilidade.
Nas organizações empresariais, os papéis formais são especificados pela descrição de funções.
As descrições de funções são documentos escritos que especificam que deveres têm os indiví-
duos que ocupam determinada posição, a quem devem reportar e que objectivos devem atingir -
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resumindo, o seu papel na organização. As descrições de funções são muito úteis porque fazem
diminuir a incerteza individual sobre o que fazer para satisfazer as necessidades e as expectati-
vas do grupo.
Mas muitos grupos, especialmente os informais, não possuem descrições de funções. Pelo con-
trário, os papéis evoluem ou são negociados informalmente consoante o grupo se desenvolve.
Alguns papéis só surgem durante o desenvolvimento dos grupos, quando se revelam alguns
talentos particulares. Como veremos na próxima sessão, a maior parte dos grupos possui pelo
menos dois papéis de liderança: um líder orientado para as tarefas (que se preocupa com os
resultados) e; um líder sócio-emocional (orientado para as relações – preocupando-se em man-
ter a harmonia e as boas relações de trabalho no grupo). Enquanto que o líder orientado para a
tarefa é definido formalmente (através do voto dos membros do grupo ou por nomeação supe-
rior, por exemplo), a liderança sócio-emocional emerge (e pode mesmo mudar) com o desenvol-
vimento e a maturação do grupo.
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penha num grupo pode ser completamente diferente do papel que o mesmo sujeito desempenha
noutro grupo.
2.2.3.1. Conflito de papéis
Como todos nós desempenhamos papéis diferentes em diferentes grupos, o conflito de papéis é
um problema potencial. O conflito de papéis ocorre quando o comportamento ditado por um
papel entra em conflito com o comportamento ditado por um outro.
O treinador da equipa de futebol de uma empresa pode ficar numa situação embaraçosa se a sua
chefia directa entrar para a equipa como jogador. A sua chefia continua a ser o “Sr. Martins” no
campo de futebol (tal como é tratado no local de trabalho) ou passa a ser o “Zé”? E se é “Zé” no
campo, passa a ser “Zé” no local de trabalho?
Este conflito de papéis pode tornar-se grave se a interacção social é tolerada, ou mesmo encora-
jada, entre os membros da equipa de futebol mas é desencorajada nas relações supervi-
sor/subordinados pela empresa.
Uma componente importante dos papéis é o estatuto. Estatuto refere-se à posição de um papel
na hierarquia social. A quantidade de estatuto que está associado a um papel é a quantidade de
valor pessoal, respeito, prestígio e deferência que o papel fornece a qualquer indivíduo que o
desempenha.
O estatuto é uma fonte de poder para quem desempenha o papel. Indivíduos com estatutos ele-
vados podem influenciar o comportamento de um grupo por causa da sua posição. Indivíduos
com estatutos elevados também são considerados pelos outros membros do grupo como líderes
de opinião.
O estatuto social, uma vez que os papéis nos diferentes grupos sociais tendem a complementar-
se harmoniosamente, é um quadro de referência mais ou menos estável e bem definido, e
exprime-se na relação com os outros.
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Infelizmente, a não ser que um membro do grupo esteja disposto a arriscar as respectivas san-
ções, as violações das regras e dos papéis de grupo não ocorrerá. Assim, enquanto as regras e os
papéis capturarem a aprendizagem passada sobre o funcionamento eficaz do grupo, também
serão uma barreira à aprendizagem e à adaptação contínua do grupo.
Quadro 1
Factores que aumentam e diminuem a coesão do grupo (Szilagyi & Wallace)
Factores que aumentam a coesão do grupo Factores que diminuem a coesão do grupo
Acordo quanto aos objectivos do grupo Desacordo quanto aos objectivos do grupo
Frequência da interacção Grupos grandes
Atracção pessoal Experiências desagradáveis
Competição inter-grupo Competição intra-grupo
Avaliação favorável Dominação por um ou mais membros
Como vimos, nem todas as consequências da coesão dos grupos são necessariamente positivas.
Apesar dos membros dos grupos coesos participarem mais nas actividades do grupo, aceitarem
melhor os seus objectivos e terem menores taxas de absentismo e de rotatividade, uma forte
coesão do grupo pode trazer consequências graves para uma organização quando, por exemplo,
existem divergências entre os objectivos do grupo e os objectivos da organização a que esse
grupo pertence.
Como num grupo coeso é considerado correcto tudo o que é produzido pelo grupo, os seus mem-
bros não adaptarão o seu comportamento aos objectivos e necessidades da organização, mesmo
que os objectivos do grupo se oponham aos da organização.
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Causas Consequências
Positivas
• Gostar de pertencer ao grupo
• Participar nas actividades do grupo
• Iniciação severa • Aceitar os objectivos do grupo
• Ameaças externas • Baixo absentismo e rotatividade
• Muito tempo juntos Coesão do
• Grupos pequenos grupo
• História de sucesso
Negativas
• Perder de vista os objectivos (pensamento
de grupo)
• Poder trabalhar contra os objectivos orga-
nizacionais
2.5.1.Vantagens
• Maior cooperação
• Comunicação mais ampla e fácil
• Aumento da resistência à frustração
• Reduzida rotatividade no trabalho
• Menor absentismo
• Baixa tolerância para com os preguiçosos
2.5.2. Desvantagens
• Vida mais difícil para os novos membros
• Restringe a abertura a novas ideias
• Resistência à mudança no que respeita a práticas correntes
• Os outros grupos vêm-no como sendo de trato difícil, reduzindo assim a possibilidade
de cooperação inter-grupo
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tante. As divergências que não forem resolvidas nesta altura irão forçar o grupo durante o seu
desenvolvimento a regressar mais tarde a esta etapa.
• Normação – Uma vez estabelecidas as funções do grupo e distribuídos os papéis, as interacções no
grupo mudam. Os membros do grupo identificam agora um objectivo comum e o grupo identificou os
recursos humanos que necessita para atingir esse objectivo. Na normação os membros do grupo
devem definir um conjunto de regras e papéis para se coordenarem as interacções no grupo, face
aos objectivos estabelecidos.
• Desempenho – Uma vez identificados as regras e os papéis, o grupo atingiu a maturidade e possui
uma estrutura com a qual pode alcançar resultados. Se surgirem mais alguns conflitos entre mem-
bros, a estrutura (regras e papéis) existente deverá conduzir à resolução, não disruptiva, desses
conflitos.
• Interrupção (Dissolução) – Após o grupo ter atingido a maturidade, pode ter sentido para
o grupo a sua dissolução. A interrupção refere-se à dissolução de um grupo. Alguns gru-
pos desaparecem porque “o seu tempo chegou ao fim”. Se o grupo existe para desempe-
nhar uma função bem estabelecida no tempo (“Até a empresa voltar a ter lucros”, por
exemplo) quando o resultado pretendido for atingido, dá-se a dissolução do grupo. Outras
razões para a dissolução do grupo podem ser a saída de membros essenciais ao grupo ou,
mesmo, conflitos não resolvidos.
Durante o seu desenvolvimento, os grupos passam diversas vezes por estas diferentes etapas.
Tal como já foi referido, o grupo pode descobrir que nem todos os conflitos não foram resolvidos
anteriormente. Nestes casos, o grupo retorna tantas vezes à segunda etapa, quantas as que
forem necessárias para resolver todos os conflitos. Por outro lado, apesar de todos os grupos
passarem por todas estas etapas de desenvolvimento, os seus membros podem não se aperceber
das diferentes transições. De facto, por exemplo, as negociações de regras e papéis processam-
se muitas vezes de forma implícita.
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descodificação é um processo perceptivo: o receptor deve decidir qual o canal a que deve prestar
atenção, deve seleccionar os símbolos e construí-los e interpretá-los correctamente.
O sucesso da descodificação está dependente do acordo entre emissor e receptor sobre o signifi-
cado dos símbolos comunicados. O significado percebido que o receptor extrai de uma mensa-
gem não se assemelhará com o significado pretendido pelo emissor se os símbolos utilizados por
um e por outro tiverem significados diferentes.
A sexta etapa da comunicação é o feedback. A comunicação mais não é que acção desencadeada
pelo emissor e o feedback é a reacção do receptor à mensagem e ao significado percebido dessa
mensagem. O feedback é essencial para a eficácia da comunicação e tem como objectivo auxiliar
o emissor a saber se o significado pretendido da mensagem inicial foi correctamente descodifi-
cado pelo receptor.
Ruído
Feedback
ou
Retroacção
Figura 2. Modelo dos componentes da comunicação de Wiener
Em todo este processo, a eficácia da comunicação pode ser afectada pelo ruído. O ruído pode ser
produzido quer pelas características contextuais (uma sala barulhenta pode dificultar o proces-
so de comunicação, por exemplo) quer pelos próprios indivíduos que comunicam (má vontade
do emissor em relação ao receptor, por exemplo).
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Tal como nos é demonstrado pela figura 3, a rede de comunicação do grupo e da organização
tem consequências em relação à velocidade de disseminação da informação, à sua exactidão, à
emergência de líderes e à satisfação dos colaboradores. Assim, as redes de comunicação em
estrela e globais proporcionam a transmissão mais rápida de informação (e também geram
menos conflitos), porque reduzem o número de canais através dos quais a informação deve pas-
sar. No entanto, a satisfação dos participantes tende a ser menor nas redes em estrela e a lide-
rança é lenta a emergir nas redes globais.
Quadro 2
Efeitos das redes de comunicação mais comuns (Bavelas & Barrett)
Em Rede ( Network)
“Y” Estrela Global
Velocidade de disseminação da informação Moderada Elevada Elevada
Correcção Elevada Elevada Moderada
Emergência do líder Moderada Elevada Nenhum
Satisfação Moderada Baixa Elevada
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Gestor Supervisor B
Sub B Sub A Sub I
Supervisor C
Sub F Sub G
Sub C Sub H
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3.4.1. Empatia
A empatia é a capacidade de um indivíduo compreender a perspectiva do outro. É claro que se o
receptor apenas dominar o francês, uma mensagem em português muito provavelmente não
conseguirá transmitir o significado pretendido. Mesmo falando a mesma língua, a empatia pode
ajudar o emissor a assegurar-se que o significado da mensagem que é enviada é o mesmo do da
mensagem recebida.
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novas regras funcionamento da organização que têm reduzido impacto no trabalho do que fazer
reuniões com todos os colaboradores.
Informação muito complexa exige meios de comunicação ricos em informação, para auxiliar o
receptor a compreender completamente o significado da mensagem. Uma reorganização pro-
funda exige sessões de pergunta e resposta face a face. Um memorando escrito não seria sufi-
ciente para esclarecer adequadamente o que se está a passar e porquê.
Os gestores com desempenho excelente são significativamente melhores na selecção do meio de
comunicação que combina com a exigência de riqueza de informação das suas mensagens.
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sentir-se à parte e sem voz relativamente ao destino do grupo. A sua falta de comprometimento
com a decisão do grupo pode traduzir-se em dificuldades na sua implementação.
Os dois últimos mecanismos para os grupos chegarem à decisão são o consenso e a unanimida-
de. Se bem que o resultado seja semelhante, o consenso significa que houve alguma discórdia
entre os membros do grupo.
Cada uma destas regras de tomada de decisão tem os seus benefícios e tem custos. Se o membro
de um grupo sabe que para ter uma determinada solução necessita apenas da maioria dos votos
então a sua estratégia será muito diferente se tiver de convencer todos os membros (unanimi-
dade).
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4.4.1. “Brainstorming”
Os participantes no Brainstorming são encorajados a produzir o máximo possível de ideias cria-
tivas ou alternativas, estando proibidos de criticarem as ideias geradas. Quando praticado cor-
rectamente, o brainstorming separa a etapa avaliativa da etapa de geração de ideias no
processo de tomada de decisão. Há quatro regras básicas numa sessão de brainstorming:
(DEFINIÇÃO) O Brainstorming é uma técnica criativa que facilita a discussão
livre e a troca de ideias ao impedir a crítica, encorajar ideias disparatadas, gerar
o maior número de ideias possíveis e utilizar ideias de outros participantes.
1. Não há críticas! Juízos negativos sobre as suas próprias ideias ou sobre as ideias dos outros são
contidas.
2. Há um convite a andar em “roda livre”. Não há ideias demasiado loucas ou selvagens. Quanto
mais criativa ou disparatada for a ideia, melhor.
3. É desejada a quantidade. É preciso gerar tantas idéias quantas as possíveis. Quanto maior for o
número de ideias, maior a possibilidade de uma resultar.
É encorajado utilizar ideias de outros membros. Os participantes devem construir sobre as
ideias e sugestões uns dos outros. Combinar e expandir as ideias de outros é um aspecto crítico
do brainstorming bem sucedido.
O objectivo primário do brainstorming é reduzir o medo dos participantes à crítica e fornecer
fontes múltiplas de estimulação para a resolução criativa de problemas. O brainstorming actua
através do aumento da quantidade e da qualidade das ideias ou das alternativas geradas. Con-
tudo, para que o brainstorming resulte, é essencial que a avaliação e a crítica sejam de todo
suprimidas até que todas as ideias estejam “na mesa”.
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As técnicas do grupo nominal e de Delfos são muito semelhantes. A primeira diferença reside na
presença ou ausência física dos participantes. Para além disso, a técnica de Delfos permite que
os membros do grupo permaneçam anónimos (que é extremamente importante em temáticas
particularmente sensíveis), mas exige muito mais tempo.
Devido às próprias características individuais e interpessoais, que passam pelos papéis e esta-
tutos dos membros do grupo, quando um gestor enfrenta um problema em que a geração de
alternativas criativas é muito importante e a crítica se deve manter num nível mínimo, as téc-
nicas do grupo nominal e de Delfos podem ser as mais apropriadas.
No entanto, há três tipos de riscos associados a estas duas técnicas:
1. Porque não existe discussão e clarificação, os membros do grupo podem não compreender bem o
problema ou a solução final.
2. É difícil adoptar uma verdadeira solução alternativa com estas técnicas porque as ideias da
minoria não são geralmente clarificadas.
3. Porque não há interacção face a face, os membros do grupo podem desenvolver pouco
comprometimento para com a solução.
Para os grupos é essencial a produção de boas soluções. Contudo, é bom relembrar que há van-
tagens e desvantagens na tomada de decisão em grupo. Os três métodos agora apresentados
baseiam-se na noção de que a eficiência da tomada de decisão em grupo é igual à eficiência
potencial das contribuições combinadas dos membros menos as perdas de eficiência que deri-
vam do próprio processo em grupo mais a eficiência do processo em grupo. Isto é:
Os ganhos do processo incluem muitos dos benefícios da tomada de decisão em grupo, já apre-
sentadas no início desta sessão, como capacidades, conhecimentos e a especialização dos diver-
sos membros do grupo.
As perdas do processo são os custos da tomada de decisão em grupo, como o pensamento de
grupo e a influência social resultante do desempenho de determinados papéis e do estatuto que
lhes está associado.
BIBLIOGRAFIA
Greenberg, J. A., & Baron, R. (1995). Behavior in organizations: understanding and managing the human
side of work. Boston: Allyn & Bacon.
Baron, R. A., Byrne, D. & Johnson, B. T. (1998). Exploring Social Psychology. Boston: Allyn and Bacon.
Janis, I. L. (1982). Victims of groupthink. Boston: Houghton Mifflin.
Bavelas, A. (1968). Communication patterns in task-oriented groups. In D. Cartwright and A. Zander
(Eds.), Group Dynamics: Research and Theory (pp. 503-511). London: Tavistock.
Guirdham, M. (1995). Interpersonal Skills at Work. London: Prentice Hall
Hogg, M. A., & Vaughan, G. M. (1998). Social Psychology. London: Prentice Hall.
Leyens, J.-P., & Yzerbit, V. (1999). Psicologia Social. Lisboa: Edições 70.
Neto, Félix (1998). Psicologia Social – Volumes 1 e 2. Lisboa: Universidade Aberta.
Semin, G. R., & Fiedler, K. (1996). Applied Social Psychology. London: Sage.
Vala, J., & Monteiro, B. (2000). Psicologia Social. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
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Gestão de Projectos
6
© Celeste Duque , 1997
1.2. Factores
Em cada um dos projectos é necessário determinar os seguintes factores:
− Os alvos;
− Os objectivos;
− Os pontos de referência (para avaliação dos progressos);
− As actividades que têm de ser concluídas;
− As estimativas de tempo para execução das actividades;
− O programa.
E isto será ainda fácil se se:
− Orientar, pessoas individualmente e em grupo;
− Reforçar o entusiasmo e o empenho dos elementos da sua equipa de projectos;
− Informar, todas as pessoas envolvidas no projecto;
− Dinamizar, os participantes através da criação de acordos;
− Atribuir mais poderes a si e às outras pessoas;
− Correr riscos para abordar os problemas de uma forma criativa.
6
Este texto foi apresentado originalmente em 1997, num curso de formação em Gestão de Projectos diri-
gido a Directores de Centros Comunitários. A informação foi-se perdendo devido às sucessivas conversões
a que foi sujeito (original batido em Word 5) e os sucessivos computadores por que passou, pelo que deve
ser considerado como fidedigno mas incompleto. Relativamente à bibliografia apenas se consseguiu recu-
perar duas das inúmeras referências consultadas. Revisto e corrigido em Outubro 2006.
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2. O QUE É UM RELATÓRIO ?
uma comunicação organizada, fundamentada e comentada sobre um facto ou um conjunto de
factos ocorridos (ou ainda em curso).
Funciona como elemento de informação, consulta ou prova, e o seu valor é inestimável na análi-
se e solução de problemas concretos, na transmissão e apresentação de resultados de acções de
pesquisa, de inspecção ou gestão, bem como no apuramento de causas e responsabilidade.
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Devemos, então, recordar constantemente aos elementos da equipa qual o alvo do projecto para
assim combater a tendência para os excessos de concentração.
Os sistemas de recompensa em vez de fomentarem a cooperação para se atingir o alvo do pro-
jecto eles criam competitividade entre os diversos grupos para cada um deles trabalhar no sen-
tido de atingir os seus próprios objectos.
Geralmente os sistemas de recompensa dão maior valor à concretização dos objectivos por cada
grupo operacional e não à concretização do alvo do projecto.
Sucede frequentemente que apesar de as pessoas saberem qual é o alvo global do projecto, sen-
tirem que os objectivos da sua própria unidade são mais importantes, especialmente porque
esses objectivos eram as recompensas.
Há um antigo provérbio chinês que ilustra bem esta situação: “As pessoas não fazem aquilo que
o gestor gostaria que elas fizessem, mas sim aquilo que ele inspecciona”.
Se pretendemos que os outros colaborem num projecto e não percam de vista o alvo (objectivo-
global) do projecto, então devemos recompensar os esforços por eles desenvolvidos no sentido
de alcançarem o alvo desse projecto.
De facto, as pessoas não fazem aquilo que o gestor gostaria que elas fizessem, mas sim aquilo
que o gestor inspecciona e recompensa.
Estes sistemas de recompensa relacionados com os objectivos pode ajudar-nos a compreender
por que razão os gestores de projectos têm muitas vezes responsabilidades, mas não dispõem de
autoridade.
Para que a abordagem do gestor do projecto seja frutuosa, cada uma das pessoas ou dos grupos
operacionais que estão apostados no êxito do projecto devem concordar em dar a sua colabora-
ção e em coordenar os seus esforços para que nenhuma pessoa seja solicitada a fazer duas coi-
sas ao mesmo tempo.
O gestor de sector avalia os gestores de departamento não só em termos das actividades dos
seus departamentos mas também pelo grau de sucesso que o projecto está a ter.
Os gestores de departamento concentram-se não só nos objectivos do projecto em que os seus
departamentos estão envolvidos, mas também no sucesso global do mesmo. Os gestores de
departamento tendem a cooperar e a coordenar as diversas acções entre si e com o gestor de
projectos.
Gestor de Sector
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Gestor de Projectos
Se a empresa não utilizar este tipo de responsabilização formal, tem que se utilizar a abordagem
informal.
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Por exemplo, Judy Randal, analista de mercado de uma companhia petrolífera, para concluir os
seus projectos, teve que recolher informações junto dos vendedores que faziam serviço externo,
mas não dispunha de qualquer forma de autoridade sobre os mesmos.
Assim, decidiu implementar a estratégia informal, desenvolveu uma relação com os vendedo-
res, saindo com eles e acompanhando-os nas suas visitas aos clientes, falava com eles e tentou
conhecê-los cada vez melhor. Quando lhes coloca as questões que irão ajudar no seu projecto
eles respondem-lhe prontamente porque são seus amigos.
Conclusão: Não é fácil desenvolver objectivos inteligentes que estejam directamente ligados ao
alvo do projecto é preciso tempo e energia, além da colaboração entre todas as partes interessa-
das. Deve-se, ainda, dar uma atenção constante aos objectivos relacionando-os com o alvo do
projecto e associando as recompensas à concretização do alvo do projecto.
Temos que explicitar de forma concreta, junto da equipa, aquilo que tem de ser feito, o prazo de
tempo disponível e quem fica responsável por cada uma das tarefas, mas, para isso, é necessário
que se transmitam os objectivos de forma que estes possam ser quantificáveis.
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Planear
Implementar
Monitorar Perceber o
problema
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Missão
Objectivos
Metas:
8% ROI; 1$ de dividendos/acção;
Redução de custos variáveis de 5%/unidade;
Manutenção da imagem, no 1º ano.
9% ROI; 1$ de dividendos/acção;
Melhoria considerável da imagem, no 2º ano.
12% ROI; 1$ de dividendos/acção;
Acentuada melhoria da imagem, no 3º ano.
14,5% ROI; 1,10$ de dividendos/acção, no 4º ano.
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7
A implementação implica: a) a definição do projecto; b) execução e controlo do projecto; c) fiscalização e
encerramento do projecto.
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7.1.4. No Controlo:
− Os membros da equipa não compreendem a finalidade do controlo;
− Os planos e os relatórios de progresso não são integrados;
− O processo de revisão não está formalizado;
− O Gestor de Projectos tem responsabilidades mas não tem autoridade.
7.2. Estratégias para o sucesso
Elementos da Estratégia:
− Atitudes (representam a aproximação que as pessoas fazem ao projecto e a percepção que
têm do sucesso do mesmo);
− Definição do projecto (descreve a finalidade e os objectivos);
− Factores externos (representam a envolvente);
− Suporte e planeamento (define os recursos disponíveis).
Definição
Objectivos
Estratégias
Atitudes
Desenho
Implementação
8. FORMULAÇÃO DE O BJECTIVOS
A formulação de objectivos pode ser feita de três formas:
a) O objectivo é formulado pelo grupo em actividade e o chefe é escolhido como a pessoa que
dirigirá a sua realização;
b) O objectivo é formulado parcialmente pelo grupo e o chefe tem oportunidade de aumentá-
lo e enriquecê-lo;
c) O chefe, em grande parte, formula e dirige o objectivo em virtude da sua capacidade em
aliciar outras pessoas para a consecução do mesmo.
A formulação dos objectivos da organização implica uma tomada de decisão. E uma tomada de
decisão quanto à formulação de objectivos segue um processo de raciocínio.
9. DECISÃO
9.1. Etapas
Uma boa decisão deve seguir as seguintes etapas:
1. Identificação do problema a ser encarado;
2. Acumulação e classificação adequada de factos e dados;
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Equilíbrio
Estímulo ou incentivo
Satisfação Necessidade
Tensão
Comportamento ou acção
Equilíbrio
Barreira Necessidade
Tensão
Comportamento ou acção
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Controlo Organização
Implementação
13. PLANEAMENTO
13.1. Premissas
Presente Futuro
Onde
CD/cd estamos agora Planeamento
16-09-2009 Onde pretendemos chegar62
13.2. Etapas
O planeamento deve ser efectuado em quatro fases:
1. Estabelecimento de objectivos a alcançar;
2. Tomada de decisões a respeito das funções futuras;
3. Elaboração de planos;
4. Acção.
Em que os objectivos:
São alvos escolhidos que se pretendem alcançar dentro de um certo espaço de tempo, apli-
cando-se determinados recursos disponíveis ou possíveis;
E que, quanto ao tempo, podem ser imediatos, acessíveis ou imaginários.
À medida que o tempo passa e os objectivos imediatos vão sendo alcançados, os objectivos aces-
síveis tornam-se imediatos e os objectivos imaginários tornam-se acessíveis. Verifica-se, então,
uma contínua evolução dos objectivos, que vão sendo redefinidos à medida que vão sendo alcan-
çados.
O planeamento:
Envolve a determinação das acções racionais aplicáveis a todos os níveis de objectivos den-
tro da hierarquia;
Compõe-se de um conjunto de planos de detalhe das actividades quotidianas que permitem
alcançar os objectivos imediatos relacionados com um sector da organização ou produto, e
incluem, também, as estratégias e políticas a longo prazo através das quais se pretendem
alcançar os objectivos finais da gestão (organização).
A partir dos objectivos, a organização pode definir as suas políticas, directrizes (linhas mestras
e genéricas de acção), metas (alvos a atingir a curto prazo em cada órgão ou departamento),
programas (actividades necessárias para atingir cada meta), procedimentos (modos de execu-
ção de cada programa), métodos (planos para a execução de tarefas) e normas (regras para
cada procedimento).
Objectivos Programas
Estratégia Políticas Metas
organizacionais
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Tempo em anos
Os planos operacionais situam-se ao redor de questões básicas, tais como:
8Projectado no tempo (vários anos); envolve a organização toda como uma totalidade, abrangendo todos
os seus recursos e áreas de actividade; é definido pela cúpula da organização e corresponde ao plano maior
ao qual todos os demais estão subordinados.
9Geralmente projectado para o exercício anual, visa envolver um departamento (de uma organização)
bem como os seus recursos específicos.
10
Preocupa-se com o alcance de metas específicas e é definida para cada tarefa ou actividade.
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O planeamento não termina com o início da organização que se pretende efectivar: ele é
permanente e aplicável tanto para actividades que não estejam ainda em funcionamento
quanto para as que já estejam funcionando.
Deve ter uma certa flexibilidade, porque a sua execução poderá mostrar certos defeitos ou
falhas imprevistas que poderão ser corrigidas no decorrer do seu desenvolvimento.
As datas, os programas, a articulação das unidades envolvidas e a distribuição das tarefas
deverão ser tão elásticas e flexíveis quanto o permitido pelo caso em questão.
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Quadro 3
Níveis de organização.
Abrangência Tipo de Desenho Conteúdo Resultante
Nível global11 Desenho organizacionalA empresa como totalida- Tipos de organização
de
Nível departamental Desenho departamental Cada departamento isola- Tipos de departamentalização
damente
Nível individual Desenho de cargos e Cada tarefa ou uma tarefa Análise e descrição de cargos
tarefas apenas
11
Três tipos: Organização linear, organização funcional e organização tipo linha staff.
12
É o relacionamento de tarefas de um ou mais (se idênticos) postos de trabalho, definindo a sua subordi-
nação, a qualidade e a quantidade de autoridade atribuída ao seu ocupante para responder às responsabi-
lidades que lhe foram delegadas.
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Enquanto que:
Representa comunicação descendente (o que indica autoridade) – esta é uma comunicação diferente porque em
níveis diferentes.
Funcionário A Funcionário B
b) Autoridade de linha (ou de staff): quando um indivíduo recebe poderes para fazer pesquisas,
levantamentos e trabalhos em áreas específicas ou ainda quando tem atribuições de aconse-
lhamento sobre determinados assuntos.
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Mas atenção, este indivíduo, não pode actuar directamente sobre níveis hierárquicos infe-
riores; ele apenas presta assessoria ao seu superior hierárquico.
Chefe de Departamento
Assessor
Funcionário A Funcionário B
c) Autoridade funcional: permite a um órgão ou cargo actuar sobre elementos não ligados direc-
tamente a ele, apenas em relação a assuntos específicos à sua função na organização.
Chefe de Departamento
Secção A Secção A
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Organização Desenvolvimento de
cooperação
Cargos
Orientação e motivação
Redes de Comunicação
Objectivos Direcção e disciplina
Políticas
Políticas e programas
Sistemas de controlo Desenvolvimento de Compreensão
cooperação
Quadro 4
Comparação entre os níveis de organização e os níveis de direcção
Níveis de Orga- Níveis de direc- Cargos envolvidos Abrangência
nização ção
Estratégico Direcção Directores e altos Executivos A empresa ou áreas da
empresa
Táctico Gerência Gerentes e pessoal do meio do Cada departamento ou unida-
campo (organograma) de da empresa
Operacional Supervisões Supervisores e Encarregados Cada grupo de pessoas, tare-
fas
13
Refere-se a qualquer comportamento da parte de uma pessoa que altere o comportamento, atitudes ou
sentimentos de outra pessoa. Esta pode ser feita através de vários meios: pela persuasão, coação, sanções,
recompensas, etc...
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Quadro 5
Cinco tipos de poder
Tipos de poder Características
1. Poder de recompensa Quando P tem capacidade de determinar as recompensas de O, ele tem
poder de recompensa sobre O.
2. Poder coercivo Quando P tem capacidade de determinar as posições O, ele tem poder
coesivo sobre O.
3. Poder referente Quando O deseja ser igual a P, ou se modela segundo P, P tem poder refe-
rente sobre O.
4. Poder de conhecimento ou Quando O percebe que tem conhecimento especial em uma situação, P
de perícia tem poder de conhecimento sobre O.
5. Poder legitimado Quando O aceita um conjunto de normas sociais que dizer que ele deve
aceitar a influência de P, P tem poder legitimado sobre O.
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21. C ONTROLO
A palavra controlo pode assumir três significados em administração/gestão:
1. Controlo como função restritiva e coersiva: utilizado no sentido de coibir ou limitar certos
tipos de desvios indesejáveis ou de comportamentos não aceites;
2. Controlo como um sistema automático de regulação: utilizado no sentido de manter automa-
ticamente um grau constante de fluxo ou de funcionamento de um sistema.
3. Controlo como função administrativa: é o controlo como parte do processo administrativo,
como o planeamento, a organização e a direcção.
⇓
Este último depende do planeamento, da organização e da direcção para formar o processo
administrativo.
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Processo de guiar a actividade exercida para um fim previamente determinado
O controlo é constituído por quatro fases:
Estabelecimen-
to de padrões
Observação de
Acção correctiva*
desempenho
Comparação do desempenho
com o padrão estabelecido
Nota: * Para corrigir o desvio entre o desempenho actual e o desempenho esperado.
A comparação da actuação actual com o que foi planeado não busca apenas localizar as
variações, os erros ou desvios, mas também permitir a predição de outros resultados futu-
ros.
4. Acção correctiva – o objectivo do controlo é exactamente indicar quando, quanto, onde e
como se deve executar a correcção.
O planeamento requer programas consistentes, integrados e articulados, enquanto o con-
trolo requer a conformidade dos planos dos actos.
Abrangência do controlo: esta também pode, à semelhança do planeamento, ser feita ao
nível global, ao nível departamental e ao nível operacional, respectivamente, dentro dos
planos estratégico, táctico e operacional.
BIBLIOGRAFIA:
Leonard, O. E., & Clifford, R. A. (1971). A sociologia rural para os programas de ação. Col. “BibliotecaPio-
neira de Ciências Sociais”, 43. São Paulo: Livraria Pioneira Editora.
Hillman, A. (1964). Organização da Comunidade e Planejamento. Rio de Janeiro: Livraria AGIR Editora.
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