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©Públio Athayde
Historiador (UFOP) e
Cientista Político (UFMG)
publio.athayde@gmail.com
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e a dimensão da concorrência; por esses dois últimos critérios, quando foi
eleito, Lula enfrentou candidatos mais pífios e já era contumaz em pleitos
nacionais. Exemplificando mais: alguns se lembram do fabuloso resultado
do Dr. Enéias quando, do nada, surgiu em nossas telinhas rugindo: –“Meu
nome é Enéias” e acolheu significativa votação, a maioria de protesto, mas
que constituiu uma vitória do marketing e que, posteriormente, resultou na
enxurrada de votos para deputado que fizeram daquele médico a
locomotiva do partido dele na Câmara. No último pleito nacional, a grande
vitoriosa foi Heloisa Helena; advinda do ostracismo de seu partido original,
aquela senhora levantou milhões de votos e viabilizou seu novo partido.
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colégios do Brasil, seria um feito – pois sou ninguém – e teria somado á
uma legenda um número relevante, seria uma vitória para mim, que nem
sequer tenho pretensão nesse sentido – mas não seria eleito.
Torcer por uma vitória eleitoral é torcer para que uma ideia floresça, que um
nome desponte, ou que algo seja passado a limpo. Mas torcer não precisa
ser o ato irracional que o verbo expressa em sentido próprio, mas que bem
representa a atitude de quem se desespera por um resultado desportivo.
Torcer por uma vitória eleitoral pode ser elencar as prioridades, por critério
pessoal ou coletivo, e implementar ações racionais que produzam efeito no
sentido pretendido.
Não sei quem vai ser eleito presidente da República em 2010, mas só vejo
um postulante apto a vencer nas eleições: Aécio Neves. Essa candidatura,
caso se concretize, tem a força da juventude do governador de Minas
conjugada à inigualável experiência legislativa e de dois mandatos
consecutivos no governo de seu estado. Aécio, eleito presidente, seria a
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sublimação da frustração da posse de seu avô, mas, sobretudo, seria o
aporte de uma filosofia política alicerçada na ética posta à prova por
gerações consecutivas de atividade pública ilibada. Em seu currículo, traz o
jovem governador a bagagem da mais vibrante reforma administrativa de
uma máquina pública que já se viu no país. As magníficas reformas na
estrutura física da administração estadual, obras de vulto e altamente
representativas em Minas, completam-lhe o perfil para fazer dele presidente
da República, já no próximo pleito. Para completar o quadro, imagine-se a
expectativa de um debate bilateral, visto em todos os recantos, em que
Dilma tenha que enfrentar Aécio. Não vejo bolsa família que supere a
abissal diferença qualitativa entre estes dois postulantes.