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Gestão pedagógica da escola

Características organizacionais e
cultura de escola

O funcionamento de uma organização escolar é fruto de um


compromisso entre a estrutura formal e as interações entre
grupos com interesses distintos. Abrange três grandes áreas:

a)     a estrutura física da escola


b)    a estrutura administrativa da escola
c)     a estrutura social da escola
As interrelações entre essas áreas repercutem:

- na autonomia da escola
- na liderança organizacional
- articulação curricular
- otimização do tempo
- estabilidade profissional
- formação do pessoal
- participação dos pais
- reconhecimento público
- apoio das autoridades
ELEMENTOS DA CULTURA ORGANIZACIONAL

Manifestações
verbais e
conceituais

. fins e objetivos
. currículo
. linguagem
. metáforas
. história
. heróis
. estruturas
. etc
Processo de concretização das intenções educativas
COMPROMISSOS COM A GESTÃO
PEDAGÓGICA ESCOLAR
 
 A.   Compromissos filosóficos
 
1.     significado do ato de ensinar e de aprender
2.     relação sujeito/ objeto do conhecimento
3.     distinção entre conhecer e saber
4.     relacionamento entre teoria e prática
5.     acompanhamento e participação nas
mudanças
6.     relacionamento entre cultura e linguagem
     B. Compromissos políticos
 1.     estar bem informado – conhecimento das
teorias que explicam o processo de ensino e de
aprendizagem
  teorias genéticas
 teorias do processamento da informação
 teoria da assimilação
 teorias da educação como prática social
 teorias dos componentes afetivos
 teorias sócio-culturais do desenvolvimento e da
aprendizagem
 teorias do desenvolvimento psicomotor
 teorias da inclusão
 

  21. fazer uma análise das várias


dimensões do real
3.2. questionar para que e para quem
se destina o conhecimento
44.  comprometer-se com a prática
docente
 
 
 FATORES FACILITADORES DA GESTAO PEDAGÓGICA
ESCOLAR
• planejamento institucional claro e
compartilhado
• compreensão do que significa a função da
Escola
• conhecimento da natureza da ação educativa
escolar e de como as ações administrativas
convergem para o maior ou menor êxito da
aprendizagem do aluno (objeto e objetivo da
existência da escola)
• comunicação interpessoal
• delegação de papéis e funções a partir de
critérios objetivos e claros
• definição clara do perfil de cada um dos cargos
e funções que compõem o todo da Escola
ALGUNS PRINCÍPIOS FACILITADORES DAS
RELAÇÕES ADMINISTRATIVO-PEDAGÓGICAS NO
ÂMBITO ESCOLAR
 não se deve confundir o “lugar” onde o
problema se coloca com a causa dele
 se há um problema na escola, há uma
solução na escola
 o sistema – Escola – possui uma relativa
autonomia em relação aos outros sistemas
 respeito ao princípio da equifinalidade: a
estrutura e organização atuais de cada sistema
são a melhor explicação para o seu
funcionamento
 o modo de ser “importado” da criança é
modulado pela interação com o novo sistema
por definição (princípio da totalidade)
A DINÃMICA DAS RELAÇÕES AFETIVAS
NAS AÇÕES E PRÁTICAS EDUCATIVAS 
Se a educação como valor implica uma dimensão
subjetiva e outra objetiva, qualificar alguma coisa
(a escola, por exemplo) como “educativa” sugere:
 - o homem/aluno como sujeito do seu próprio
processo formativo: o quem da educação conquista
um novo e melhor modo de ser que engloba as
dimensões individual e social;
 - o conteúdo da educação em qualquer de seus
aspectos posto que está sempre vinculado ao
desejável, ao valioso;
 - a forma como se realiza a educação;
 - a finalidade ou o para quê do processo educativo
(busca-se sempre algo significativo).
Dificuldade: alienação; socialização precoce;
solidão; relacionamento superficial com muitas
pessoas; ausência de vínculos com poucos.
 Função:
• restabelecer o contato com aspectos não
intelectivos da personalidade
• ajudar as pessoas a se relacionarem de forma
mais franca e aberta

Do ponto de vista da afetividade do educador,


professor e aluno constituem um PAR EDUCATIVO.
Portanto, é necessário:
 
 dar mostras de senso de humor;
 Diversidade do papel e das atitudes do
professor
 
a)    diversidade dos impulsos iniciais 
 alunos
 meio social

 desenvolvimento pedagógico 
o ligação abstrata
o disponibilidade concreta
o desinteresse absoluto 
    b)  diversidade de atitudes possíveis
  amor exclusivista
 indiferença
 ódio
 sentimento de hostilidade
 parcialidade
 c)   tipos existenciais
  ignora completamente o interesse e a
vida do aluno
  crises psicossociais (confiança –
desconfiança; autonomia-vergonha; iniciativa-
culpa; industria-inferioridade; identidade-difusão
da identidade; solidariedade- isolamento;
 relações sociais significantes (figura materna, os
pais, família imediata, vizinhança/escola, grupos de
parceria/modelos de liderança, companheiros de
amizade/cooperação/competição, divisão do trabalho e
responsabilidade compartilhada, humanidade/espécie)
 
 elementos de ordem social (ordem cósmica, lei e
ordem, protótipos ideais, elementos tecnológicos,
perspectivas ideológicas, padrões de cooperação e
competição, correntes da educação, sabedoria)
 
 modalidades psicossociais (obter-retribuir, reter-
soltar, fazer por imitar- brincar, produzir objetos –
trabalhar em grupo, ser/não ser – compartilhar, perder-
se e achar-se no outro, gerar-cuidar, ser através do
 estágios psicossexuais
 
 
 preocupa-se com o aluno, com a
intenção de conquista-lo

 
 conhece dados sobre a vida do aluno
para respeita-la e enriquece-la
• 
A ESCOLA COMO INSTITUIÇÃO APRENDENTE

 Questões ligadas à estruturação/organização da escola para


viabilizar suas ações administrativo-pedagógicas, tendo como
pano de fundo a sua razão de ser enquanto instituição de ensino
(normatizada pelas diferentes instâncias dos Sistemas de Ensino).

Nem sempre é simples para a organização Escola
materializar uma proposta pedagógica que lhe defina o perfil.

 A concepção que se tem de escola é fundamental.


Normalmente a escola é concebida como o “único lugar” da
aprendizagem. Em sua onipotência, ela (a escola) se coloca como
uma estrutura à parte das demais e, portanto, praticamente
imune a avaliações e juízos sobre seu próprio trabalho (a
natureza desse trabalho por si só garante a sua inscrição na
ordem do divino).
 Hargreaves (2000) afirma que face às mudanças
rápidas da sociedade contemporânea, a profissão do
educador encontra-se em um momento decisivo
especialmente tendo em vista a dupla dimensão do
seu trabalho: a intelectual e a afetiva.

 Nem sempre as escolas são, de fato, lugares de


interesses e realizações (tanto para alunos quanto
para professores).

 O desafio para a escola é encontrar alternativas


para desenvolver o “profissionalismo interativo”, isto
é, estimular o aperfeiçoamento contínuo da escola
envolvendo todos.
 “Os professores estão ocupados demais reagindo
às forças mais recentes para empreender uma
caminhada própria com imaginação e audácia (...) a
mudança moral não é suficiente (...) há que se estreitar
a ligação entre a aprendizagem dos professores e a
aprendizagem daqueles a quem ensinam” (2000:42).

 Alguns problemas podem ser identificados, a


saber:
a)
Sobrecarga
b) Isolamento
c) Pensamento de grupo
d) A competência não utilizada (e a incompetência
negligenciada)
e) Limitação do papel do professor (e o problema da
liderança)
f) O sucesso ou o fracasso das reformas
ESCOLA: espaço de interação entre sujeitos
que ensinam e sujeitos que aprendem; isto é,
espaço onde SUJEITOS estabelecem relações
com o SABER.

Espaço de relação
A)              simbólica
B)               ativa
C)               temporal
SUJEITO SINGULAR EM UM TEMPO SOCIAL
DESAFIO: passar da significação ao valor
-
ELEMENTOS SOBRE ENSINO-APRENDIZAGEM

4. aa educação escolar como prática social e


socializadora
5. b) a educação escolar e os processos de
socialização/individualização
6. c) a atividade de construção, socialização e
individuação
- PROCESSOS DE CONSTRUÇÀO DO
CONHECIMENTO
a) A aprendizagem significativa
(natureza e condições)
b) Significado e sentido da
aprendizagem escolar
c) Aprendizagem significativa e
construção, modificação e revisão dos
esquemas de conhecimento
- OS MECANISMOS DE INFLUENCIA
EDUCATIVA
a) A influência educativa do professor: o ajuste da
ajuda pedagógica
b) A influência educativa dos companheiros: a
organização social das atividades de aprendizagem
c) A influência educativa do contexto educacional
- PRINCÍPIOS PSICOPEDAGÓGICOS
GERAIS
1. O ensino como ajuda
2. O ensino eficaz como ajuda ajustada ao
processo de construção do aluno
3. A variabilidade da ajuda
4. Experiência do aluno como ponto de partida
5. Retirada da ajuda e autonomia do aluno
6. A importância do sentido na aprendizagem
7. A importância do clima de classe
8. A observação e sensibilidade
ALGUMAS DIFICULDADES COMUNS NO CONTEXTO ESCOLAR
- o pensamento linear
- observações de mais
- raciocínios gerais
- confusão entre observação, hipótese e julgamento de valor
- saltar muito rápido do problema para a solução
- a causa do problema está em outro lugar
- a dificuldade da criança/grupo como um defeito e não como um
recurso
- reagir ao invés de agir
- querer atuar fora do seu campo profissional
- confusão entre papéis/funções/finalidades
- uma definição pouco clara do contexto escolar
- professores hiper eficazes/onipresentes
- a insistência pedagógica ou o paradoxo da ajuda
- a sala dos professores como lugar da não solução dos problemas
A LDB E A ORGANIZAÇAO DO TRABALHO
PEDAGÓGICO

Uma das idéias da LDB é “desamarrar” a educação


escolar da exclusividade da sala de aula, sem, no
entanto, tirar-lhe o mérito e a necessidade; as
novas direções privilegiam: uma cultura voltada
para a autonomia do aluno, a transversalidade dos
conteúdos, a alteridade, a cidadania, a
comunicabilidade, e a integralidade do ser humano.
Art. 21. A Educação Escolar compõem-se
de:

I. Educação Básica, formada pela


Educação Infantil, Ensino Fundamental e
Ensino Médio;
II. Educação Superior.
A Educação Básica compreende:
a) a Educação Infantil
b) o Ensino Fundamental
c) o Ensino Médio
Assim, Educação Básica é um conceito amplo, significativo e
universal; incorpora dois sentidos de abrangência: um, o da trajetória
educacional do educando mais integradora e compreensiva, da
socialização da criança à formação do cidadão socialmente produtivo. O
outro, dá corpo definido ao objeto da responsabilidade pública do estado
em sua inteireza – representa o padrão de educação enquanto aspiração
e necessidade básica para uma vida social participativa, mais condizente
com a contemporaneidade. Assim:
1. É a educação que introduz a criança em instituição pré-escolar para
oportunizar-lhe a socialização;
2. A seguir, tem-se, no ensino fundamental, a sua imersão no mundo
do conhecimento sistematizado.
3. A partir daí, possibilita-lhe o desenvolvimento das capacidades e
habilidades intelectuais sobre uma base de conhecimento científico,
suporte do pensamento crítico e de técnicas de labor intelectual.
Art. 22

A Educação Básica tem por finalidade


desenvolver o educando, assegurar-lhe a
formação comum indispensável para o
exercício da cidadania e oferecer-lhe
meios para progredir no trabalho e em
estudos posteriores.
-Trata-se de formação comum a todos,
independente de região, de modo a
possibilitar o exercício consciente da
cidadania e a oportunidade de aquisição de
meios (entendidos como segurança
cognitiva, autoconhecimento, auto-
estima...), instrumentos culturais para
progredir no trabalho através do
desenvolvimento/aquisição de competências
e habilidades básicas e gerais aplicáveis ao
saber e ao fazer em geral.
Art. 23
A Educação Básica poderá organizar-se em séries
anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância
regular de períodos de estudos, grupos não-
seriados, com base na idade, na competência e em
outros critérios, ou por forma diversa de
organização, sempre que o interesse do processo
de aprendizagem assim o recomendar.
1.  A escola poderá reclassificar os alunos, inclusive
quando se tratar de transferências entre
estabelecimentos situados no País e no exterior,
tendo como base as normas curriculares gerais.
2.   O calendário escolar deverá adequar-se às
peculiaridades locais, inclusive climáticas e
econômicas, a critério do respectivo sistema de
ensino, sem com isso reduzir o número de horas
letivas previsto nesta Lei.
A liberdade de organização da educação básica configura-se como um
instrumento de construção da autonomia da escola. A idéia de adequação
dos projetos pedagógicos aos contextos e ao perfil dos alunos, ainda que
não tenha um caráter inovador em relação à lei anterior, remete ao
preceito constitucional relativo à liberdade de ensinar (Art. 206, Inc.II) e
ao “’pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas”’(Art.206, Inc. III)
a partir do qual depreende-se a possibilidade de formas alternativas de
organização da educação (Carneiro,1998).

Inegavelmente uma das molas propulsoras para a busca de alternativas


para o currículo das escolas é o fenômeno denominado fracasso escolar.

- o sujeito em situação de fracasso escolar é um sujeito singular (com


uma história que lhe é própria) que atribui um significado a sua posição
no mundo e a sua própria história (vinculando-a – ou não- ao campo do
saber).
As expectativas que se tem depositado sobre a escola e o seu currículo
fazem aumentar as discussões a respeito de como pode (a escola)
organizar-se para proporcionar experiências de ensino e de
aprendizagem mais significativas para alunos, professores e comunidade.
O entendimento do currículo escolar como prática social e socializadora
tem sido difundido pelo discurso educacional e encontra eco em práticas
administrativo-pedagógicas que entendem a escola como um espaço
educativo que vai além da sala de aula. Relaciona-se e integra-se cada
vez mais com as características e especificidades do contexto no qual
está inserida.
Possibilidades de organização curricular:
- Atividades
- Área
- Disciplina
- Temas geradores
- Centros de interesse
- Unidades Didáticas
- Currículo Integrado (interdisciplinariedade/projetos)
- Ciclos
Buscam-se possibilidades de uma pedagogia
diferenciada, pautada em um sólido conhecimento
didático e em uma postura desejante diante da
relação ensinante/aprendente. Parece oportuno citar
que diferenciar o ensino é fazer com que cada
aprendiz vivencie, tão freqüentemente quanto
possível, situações fecundas de aprendizagem
(Perrenoud, 2000:09).

Para que uma pedagogia diferenciada seja factível


implica uma mudança gradual de um paradigma
pautado na individualização da ação pedagógica em
uma estrutura rígida para a individualização dos
percursos formativos, permitindo, por exemplo,
modalidades de progressão.
Destaca-se, pois:
• no contexto da aprendizagem não se pode limitar o êxito ou
fracasso da ação educativa aos preceitos didáticos.
Inegavelmente, este processo envolve pessoas com histórias e
significados construídos dentro e fora da escola ao longo de suas
vidas. O espaço escolar é o local onde externam suas
singularidades e colocam suas subjetividades em contato. As
relações que estabelecem com o saber está na base do
relacionamento ensino-aprendizagem;
• O currículo operacionalizado em nível da sala de aula,
embora não seja reconhecido como tal, é sempre individualizado
de fato. Cada aluno reage de maneira singular à experiência de
aprendizagem. Cabe à ação educativa aproveitar essa
individualização já existente para que as experiências individuais
transformem-se em experiências formadoras;
• Os modelos de organização curricular não podem ser
entendidos apenas como expediente para evitar a reprovação.
Buscam, antes, que os alunos (indistintamente) aprendam mais
e melhor;
Acredita-se que um dos maiores desafios para os
sistemas educacionais em geral, e para as escolas, em particular
é o enfrentamento da questão das diferenças. Não é tarefa
simples permitir o respeito à diversidade (em todas as suas
acepções e dimensões) e a execução de projetos educacionais
diversificados e, ao mesmo tempo, garantir uma uniformidade
das práticas educacionais mais amplas.
Como toda a mudança implica um processo de resistência
e insegurança diante do “novo” ainda não se tem respostas para
COMO articular, por exemplo, períodos de férias escolares com o
período de férias das famílias; período de férias escolares de
contextos específicos com outros mais amplos; transferência
entre escolas com calendários diferenciados.... e muitas outras
questões daí decorrentes.
Art. 12 Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as
normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a
incumbência de:

I.                    elaborar e executar sua proposta pedagógica;


II.          administrar seu pessoal e seus recursos materiais e
financeiros;
III.           assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula
estabelecidos;
IV.         velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada
docente;
V.              prover meios para a recuperação dos alunos de menor
rendimento;
VI.         articular-se com as famílias e a comunidade, criando
processos de integração da sociedade com a escola;
VII.           informar os pais e responsáveis sobre a freqüência e o
rendimento dos alunos, bem como sobre a execução de sua
proposta pedagógica.
A flexibilidade do sistema de ensino de que se ocupa o Art.23,
em relação à organização da educação básica é respaldada no
“caput” do Art. 12 que preconiza o respeito às normas do
sistema de ensino do estabelecimento.

Continua essa linha através dos incisos I (onde se diz sobre a


incumbência da elaboração da proposta pedagógica o que
pressupõe, legalmente, a autonomia e a contextualização
do agir administrativo-pedagógico da escola) e VI
(prescrevendo a articulação da escola com as famílias e a
sociedade, embasa uma conexão entre escola e sociedade da
qual emanam as características próprias de cada
estabelecimento de ensino, tornando-o “sui generis” em sua
busca de atuação administrativo-pedagógica
adequada/voltada a sua situação geo-econômica e cultura).
No inciso IV, a preocupação com a vinculação do plano de trabalho de
cada docente com a Proposta Pedagógica garante e indica a
necessidade de uma proposta pedagógica construída e compartilhada
por todos, independentemente das preferências individuais de cada
um. Nesse inciso, a preocupação com o cumprimento do plano de
trabalho de cada docente, traduzido como velar pelo seu cumprimento
implica a necessária parceria e co-responsabilidade administrativa com
o trabalho didático-pedagógico. O professor não está nem só nem
“solto” no seu fazer.

A expressão vela pelo cumprimento do plano de trabalho pode ser


interpretada como incentivo ao trabalho em equipe de forma fecunda,
de reflexão a respeito das dificuldades na proposição de
atividades/estratégias didático-pedagógicas. Esse velar aponta
positivamente para um sentido de respeito à individualidade e
criatividade de cada docente, acompanhando seu fazer e colaborando
para que ele se faça da melhor maneira possível. Procura-se, desse
modo, por um fim ao isolacionismo do trabalho do professor,
respeitando-se-lhe, fundamentalmente a liberdade individual no grupo
democrático (onde reina, segundo Gomes, 2001:14, o “convívio
pacífico das múltiplas liberdades”).
Sem dúvida, todo esse empenho em flexibilização não se constitui um
fim em si mesmo; seu escopo é o desenvolvimento psicopedagógico e
social do alunado dentro das condições mais efetivas possíveis.

O Projeto Político Pedagógico é o instrumento que materializa as


aspirações da comunidade educativa. É nele (PPP) que se delineiam
concepções de ensino e de aprendizagem decorrentes de processos de
análise do que se pretende num tempo e num espaço ao mesmo
tempo singular e múltiplo, em termos de formação do sujeito (aluno)
assim como numa visão prospectiva de mundo e de sociedade.

Merece destaque, aqui, a importância da escola informar a sua


comunidade interna e externa sobre sua proposta pedagógica e as
razões de suas opções administrativo-pedagógicas. Parece lugar
comum afirmar a participação de toda a comunidade na elaboração da
proposta da escola. Porém, cabe esclarecer que mesmo que essa
participação ocorra torna-se necessária a definição de espaços e níveis
de participação.
Parece oportuno acrescentar neste contexto, que a
comunicação dos resultados do ensino/aprendizagem é um
aspecto crucial para as escolas. Em relação aos tipos de
informação, estes se referem especialmente a:

a) resultados cognitivos: dizem respeito ao atingimento dos


objetivos de aprendizagem estabelecidos nos programas
oficiais do sistema como um todo e da escola, em particular;

b) resultados não cognitivos: relacionam-se a aspectos como:


desenvolvimento pessoal, autoestima, valores, autonomia,
segurança, atitudes...e outros.

c) desenvolvimento da criatividade: refere-se às características


do ambiente educativo que circunda o aluno e que servem
como propulsores (ou não) da criatividade. Incluem-se
iniciativa, capacidade de tomada de decisões...
a) d) adaptação ao trabalho escolar: diz respeito a
como os diferentes atores se relacionam e percebem o
trabalho desenvolvido na/pela escola.
e) eficiência escolar: implica informações sobre a
capacidade de manter níveis de aprendizagem que
garantam a permanência e progressão dos alunos.

A partir dessas informações, a escola revê sua dinâmica


administrativo-pedagógica, chegando a conclusões
pedagogicamente úteis para seu (re)planejamento,
sobretudo em termos de ações com vistas à correção de
possíveis distorções e, conseqüentemente, à redefinição
dos seus papéis e funções.
Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:
I. participar da elaboração da proposta
pedagógica do estabelecimento de ensino;
II.   elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a
proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;
III.      zelar pela aprendizagem dos alunos;
IV.  estabelecer estratégias de recuperação para os
alunos de menor rendimento;
V.        ministrar os dias letivos e horas-aula
estabelecidos, além de participar integralmente dos
períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao
desenvolvimento profissional;
VI.     colaborar com as atividades de articulação da
escola com as famílias e a comunidade.
MATERIAL UTILIZADO NA CAPACITAÇÃO
DE GESTORES DE
CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM - ES

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