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ADRIANO CARVALHO SATURNINO

OFICINAS DE ARTES VISUAIS E MOBILIZAÇÃO SOCIAL:


A OFICINA DE QUADRINHOS DE CEILÂNDIA

BRASÍLIA, 2009
ADRIANO CARVALHO SATURNINO

OFICINAS DE ARTES VISUAIS E MOBILIZAÇÃO SOCIAL:


A OFICINA DE QUADRINHOS DE CEILÂNDIA

Trabalho de conclusão do curso de


graduação, habilitação em Artes Plásticas
– Licenciatura, do Departamento de Artes
Visuais do Instituto de Artes da
Universidade de Brasília.

Orientador: Prof. Carlos Ferreira da Silva

BRASÍLIA, 2009
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – Movimentos laterais da cabeça – Fonte: ACEVEDO, Juan. Contato
imediato: como fazer histórias em Quadrinhos. São Paulo: Global, 1990, (p. 36).
FIGURA 2 – As expressões de ânimo faciais – Fonte: ACEVEDO, Juan. Contato imediato:
como fazer histórias em Quadrinhos. São Paulo: Global, 1990, (p. 29).
FIGURA 3 – Proporções da figura humana – Fonte: ACEVEDO, Juan. Contato imediato:
como fazer histórias em Quadrinhos. São Paulo: Global, 1990, (p. 43).
FIGURA 4 – Movimentos do corpo – Fonte: ACEVEDO, Juan. Contato imediato: como
fazer histórias em Quadrinhos. São Paulo: Global, 1990, (p. 49).
FIGURA 5 – As expressões corporais – Fonte: ACEVEDO, Juan. Contato imediato: como
fazer histórias em Quadrinhos. São Paulo: Global, 1990, (p. 54).
FIGURA 6 – As expressões corporais – Fonte: ACEVEDO, Juan. Contato imediato: como
fazer histórias em Quadrinhos. São Paulo: Global, 1990, (p. 54).
FIGURA 7 – As expressões faciais –
Fonte: http://www.worldcomicsindia.com/youcanuse/RESOURCES/manual.pdf (acessado
em 16/06/2009 às 11H46).
FIGURA 8 – Proporções da figura humana I –
Fonte: http://www.worldcomicsindia.com/youcanuse/RESOURCES/manual.pdf (acessado
em 16/06/2009 às 11H44).
FIGURA 9 – Proporções da figura humana II –
Fonte: http://www.worldcomicsindia.com/youcanuse/RESOURCES/manual.pdf (acessado
em 16/06/2009 às 11H47).
FIGURA 10 – Perspectiva e profundidade –
Fonte: http://www.worldcomicsindia.com/youcanuse/RESOURCES/manual.pdf (acessado
em 16/06/2009 às 11H41).
FIGURA 11 – Fundamentos de editoração –
Fonte: http://www.worldcomicsindia.com/youcanuse/RESOURCES/manual.pdf (acessado
em 16/06/2009 às 11H49).
FIGURA 12 – Fundamentos de diagramação I –
Fonte: http://www.worldcomicsindia.com/youcanuse/RESOURCES/manual.pdf (acessado
em 16/06/2009 às 11H53).
FIGURA 13 – Fundamentos de diagramação II –
Fonte: http://www.worldcomicsindia.com/youcanuse/RESOURCES/manual.pdf (acessado
em 16/06/2009 às 11H58).
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................................................ 4
1 - O ENSINO DE ARTE NO BRASIL E AS OFICINAS................................................... 5
2 – AS OFICINAS E O PODER PÚBLICO.......................................................................... 7
2.1 - A Unesco e o programa Abrindo Espaços...................................................................... 7
2.2 - As oficinas e o acesso à cultura....................................................................................... 9
3 – OFICINAS DE QUADRINHOS E MOBILIZAÇÃO SOCIAL.................................. 11
3.1 – Mobilização social......................................................................................................... 11
3.2 – Exemplos de mobilização social através de oficinas.................................................. 12
3.2.1 - A oficina de quadrinhos de Villa El Salvador............................................................ 12
3.2.1.1 - A metodologia de Juan Acevedo............................................................................. 12
3.2.1.2 - Considerações de Acevedo sobre a oficina de quadrinhos de Villa El Salvador e
as que vieram em seguida ......................................................................................................14
3.2.2 - O Comic Power de Sharad Sharma.............................................................................16
3.2.2.1 – A metodologia de Sharad Sharma......................................................................... 17
3.2.3 - A Oficina de Quadrinhos de Ceilândia....................................................................... 19
3.2.3.1 - Sobre o idealizador da oficina ................................................................................19
3.2.3.2 - A história da oficina .................................................................................................21
CONCLUSÃO.........................................................................................................................23
ANEXOS................................................................................................................................. 24
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................69
4

INTRODUÇÃO
O presente trabalho é uma pesquisa teórica sobre histórias em quadrinhos e sua utilização
em processos de mobilização social. A escolha do tema em questão se deu pela minha
identificação com as histórias em quadrinhos, uma vez que sou leitor destas desde criança, pelo
fato de também escrever e desenhar histórias em quadrinhos e pelo meu atual envolvimento com
uma oficina de quadrinhos na cidade de Ceilândia.
O trabalho foi dividido em três capítulos, sendo que no primeiro serão abordados alguns
conceitos e características de uma oficina, baseados na visão de Coelho Neto. O segundo capítulo
trata da utilização de oficinas pelo poder público, como meio de inclusão social por meio do
exemplo do Programa Abrindo Espaços da Unesco, em alguns estados brasileiros, conforme
relatado por Noleto, além de discorrer brevemente sobre os benefícios alcançados pelo projeto.
Sendo encerrado pela questão do acesso à cultura, baseado nos resultados de pesquisa realizada
por Abramovay e Castro.
No terceiro capítulo é abordado como tema a mobilização social, iniciando-se com a
conceituação segundo Toro, para em seguida abordar exemplos de processos de mobilização
social por meio de oficinas de quadrinhos. Começando pela experiência da Oficina de
Quadrinhos de Villa El Salvador, no Peru, sua história, seu coordenador Juan Acevedo Fernández
de Paredes e a metodologia utilizada por ele, além de algumas breves considerações sobre as
diferenças entre esta oficina e as que vieram em seguida. Na seqüência, tratará das oficinas de
quadrinhos ministradas pelo indiano Sharad Sharma, de como surgiram e a metodologia proposta
pelo indiano. Por fim, será abordada a Oficina de Quadrinhos de Ceilândia, tratando de dados
biográficos de seu idealizador, da origem do projeto, dos trabalhos realizados e as perspectivas da
oficina.
5

1-O ENSINO DE ARTE NO BRASIL E AS OFICINAS


Relações de ensino-aprendizagem em artes sempre existiram no decorrer da história da
humanidade, de forma sistematizada ou não. A transmissão de conhecimentos artísticos, teóricos
ou práticos, de uma geração para outra, é um fato inegável e sempre aconteceu de diferentes
formas. Sobre este tema, nos dizem os Parâmetros Curriculares Nacionais:

Desde o início da história da humanidade a arte sempre esteve presente em praticamente todas as
formações culturais. O homem que desenhou um bisão numa caverna pré-histórica teve que
aprender, de algum modo, seu ofício. E, da mesma maneira, ensinou para alguém o que aprendeu.
Assim, o ensino e a aprendizagem da arte fazem parte, de acordo com normas e valores
estabelecidos em cada ambiente cultural, do conhecimento que envolve a produção artística em
todos os tempos. (PCN, 1997, p.21)

Na perspectiva de Coelho Neto (1999), no campo do ensino de artes é possível enumerar


três formas de transmitir conhecimentos: o ateliê, o curso e a oficina. O ateliê, além do ambiente
físico onde o artista abriga o material que utiliza em sua obra, designa o espaço onde o artista
produz, planeja e por vezes expõe seus trabalhos, além de consistir em um laboratório de
experimentações artísticas. O ateliê pode ser palco de aprendizagem, embora o artista não seja
necessariamente obrigado a assumir a postura de instruir em seu espaço de criação.
No curso está embutida a noção de ensinar como fazer. O curso é, normalmente,
sistematizado e o instrutor não é necessariamente um artista, que produza em determinada
linguagem artística e sim alguém que conheça o processo de execução de um produto artístico.
Mais recentemente, surgiu uma nova forma de transmitir conhecimentos: a oficina. O
termo em questão é uma tradução aproximada da palavra inglesa workshop, usada para designar
eventos coletivos utilizados para intercâmbio de idéias, técnicas e habilidades. Estes eventos são
normalmente conduzidos por profissionais que se destacam em suas áreas de atuação. Ainda de
acordo com Coelho Neto (op. cit.), no Brasil, o termo oficina passou a ser usado entre as décadas
de 60 e 70, por artistas e intelectuais de esquerda engajados em combater a idéia da arte como
fator de exclusão social que, para tal fim, propunham atividades que criassem uma perspectiva
onde trabalhadores e artistas pudessem ser vistos como duas categorias a serem compreendidas
em pé de igualdade.
6

No entanto, atualmente, as oficinas propostas pelas políticas públicas culturais


demonstram claramente não serem mais espaços de troca de experiências entre profissionais de
patamares diferentes em determinadas áreas de atuação e sim uma característica de cursos
concebidos para “capacitar” amadores ou iniciantes em alguma modalidade artística ou cultural
que, por vezes, propõem o desenvolvimento de um produto final baseado no conhecimento
adquirido.
Nas palavras de Coelho Neto (idem, p. 282)

Na origem, a oficina ou workshop é uma atividade inconstante, eventual e efêmera:


um grupo de teatro passando por urna cidade ocasionalmente recebia colegas de
profissão para essa troca de experiências. Ainda que um mesmo lugar fosse
designado para acolher essas atividades em caráter permanente, os responsáveis por
sua condução deveriam ser sempre diferentes para garantir-se a meta da atualização
ou da formação continuada; na medida que se eterniza um mesmo responsável, o
oficineiro, fica caracterizada a prática educacional dos cursos tradicionais não
necessariamente colocados sob a batuta de profissionais destacados.

Podemos afirmar que há um certo consenso entre autores sobre os objetivos das oficinas,
uma vez que em complemento à opinião de Coelho Neto, Lima (1969, p. 49) destaca de forma
mais sucinta, que “Oficina de trabalho (workshop) é destinado ao treinamento em serviço sob a
orientação de pessoas competentes.”. O aprendizado em oficinas transcende, no entanto, o mero
treinamento para aquisição de conhecimentos sobre determinado tema. O Ministério da Educação
(MEC), por sua vez, afirma que “as oficinas são, mais que momentos de apropriação de saberes,
oportunidades para educar, para promover reflexões sobre valores importantes para a
convivência tão perpassada por diferenças nem sempre bem administradas pelos grupos
sociai.”, 1 enumerando, dessa forma, outras finalidades alcançadas pelas oficinas.

1
Ver documento de apresentação do programa ESCOLA ABERTA, disponível no endereço eletrônico
http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/proposta_pedagogica.pdf
7

2 – AS OFICINAS E O PODER PÚBLICO

2.1 - A UNESCO E O PROGRAMA ABRINDO ESPAÇOS


A utilização de oficinas, como meio de inclusão social no Brasil, ganhou visibilidade no
ano 2000, quando a representação da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura) no país lançou um projeto baseado neste tipo de atividade, o
Programa Abrindo Espaços: Educação e Cultura para a Paz. O programa surgiu como uma
reação ao resultado de uma pesquisa2 realizada pela própria UNESCO que apontava os jovens3
como um dos grupos sociais mais vulneráveis a mortes violentas do Brasil.
Sabendo que entre as conseqüências dessa vulnerabilidade estava a evasäo escolar, a
organização buscou desenvolver um projeto onde fosse contemplado o protagonismo juvenil, que
segundo Costa (2000, p.176),

é a participação do adolescente em atividades que extrapolam o âmbito de seus interesses


individuais e familiares e que podem ter como espaço a escola, a vida comunitária (igreja, clubes,
associações) e até mesmo a sociedade em sentido mais amplo, através de campanhas, movimentos
e outras formas de mobilização que transcendem os limites de seu entorno sócio-comunitário.

lnicialmente, o programa foi implantado em cinco estados brasileiros: Pernambuco, Rio


de Janeiro, Rio Grande do Sul, Bahia e São Paulo e no intervalo entre os anos de 2000 e 2006 foi
acolhido por 10 mil escolas e atendeu a cerca de 10 milhões de pessoas.
O programa focava o jovem e baseava-se em oferecer oficinas diversas no espaço físico de
escolas públicas, nos fins de semana. As oficinas tinham como instrutores pessoas da própria
comunidade, dispostas a oferecer seus conhecimentos a outras pessoas voluntariamente. Segundo
Noleto4 (2008, p.16)

o programa representa ainda uma alternativa à falta de acesso a atividades culturais, uma realidade
nas periferias brasileiras. O acesso à cultura, à arte, ao esporte, ao lazer e à educação permite que os
jovens encontrem outras formas de expressão diferentes da linguagem da violência.

2
Ver a série Mapas da Violência, do pesquisador Julio Jacobo Waiselfisz, lançada pela UNESCO nos anos de 1999,
2000, 2002 e 2004.
3
Entende-se por jovem neste trabalho, o indivíduo inserido na mesma faixa etária estudada pelo pesquisador citado
na nota anterior, ou seja, de 15 a 24 anos.
4
Marlova Jovlchelovitch Noleto, Coordenadora de Ciências Humanas e Sociais da UNESCO no Brasil à época.
8

A participação em oficinas de teatro, artesanato, música, dança e outras tantas atividades Iúdicas
abre horizontes, fortalece a auto-estima e é capaz de ajudar o jovem a descobrir um novo sentimento
de pertencimento em relação à sua escola e à sua comunidade.

O ambiente proporcionava aos jovens e à comunidade uma oportunidade de protagonizar


um projeto, no lugar de simplesmente beneficiarem-se dele. A estratégia aparentemente simples
de promover a abertura de escolas públicas aos fins de semana permitiu aos pesquisadores
constatar que o acesso à produção de cultura possuía relação direta com os índices de violência
nas escolas5. Com a implementação do projeto, Noleto observa que “há uma estratégia de
empoderar os jovens, fortalecer a comunidade, fortalecer o papel da escola e contribuir para a
redução dos índices de violência, construindo uma cultura de paz” (op. cit., p.15), promovendo,
desta forma, a inclusão social e cultural dos jovens envolvidos no projeto através de sua
participação ativa nas oficinas.

5
Sobre os resultados do projeto, ver :
a) ABRAMOVAY, M. Abrindo Espaços Bahia: avaliação do programa. Brasília: UNESCO, Observatório de
Violências nas Escolas, Universidade Católica de Brasília, UniRio, 2003.
b) ABRAMOVAY et. al. Escolas de paz. Brasília: UNESCO, Governo do Estado do Rio de Janeiro/Secretaria de
Estado de Educação, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2001.
c) WAISELFIZ; MACIEL, M. Revertendo violências, semeando futuros: avaliação de impacto do Programa Abrindo
Espaços no Rio de Janeiro e em Pernambuco. Brasília: UNESCO, 2003.
9

2.2 - AS OFICINAS E O ACESSO À CULTURA


O acesso a atividades culturais por um percentual muito baixo de jovens é uma realidade
no Brasil e como já observado por Noleto6, a implementação de espaços de expressão
alternativos, como as oficinas, apresenta aos participantes outras formas de se exprimir,
diferentes da linguagem da violência. Um estudo recente da Unesco7, revelou, através de uma
pesquisa qualitativa e quantitativa, o baixo número de jovens que acessam atividades culturais
extra-escolares. Tal investigação é de extrema importância, pois revela que “a sondagem sobre
atividades alternativas ao meio escolar que podem vir a influenciar na formação dos jovens
ganha sentido quando se assume a escola como uma das instituições básicas - mas não a única -
capaz de produzir conhecimento.” (Abramovay, Castro, 2003. p.87)
A pesquisa em questão contemplou treze capitais brasileiras: Rio Branco, Macapá, Belém,
Teresina, Maceió, Salvador, Cuiabá, Goiânia, Curitiba, Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro e
Belo Horizonte, nas quais foi entrevistado um universo de 50.740 alunos, divididos em 1.818
turmas, de 673 escolas, públicas e privadas conforme distribuído na Tabela 1.

TABELA 1
Capital Nº de Escolas Nº de Turmas Nº de Alunos
Belém 55 135 4.800
Belo Horizonte 60 201 6.290
Cuiabá 42 87 2.151
Curitiba 76 220 6.655
Goiânia 72 215 7.091
Macapá 25 49 1.122
Maceió 55 108 3.149
Porto Alegre 49 98 2.098
Rio Branco 19 45 1.251
Rio de Janeiro 25 66 1.692
Salvador 79 154 3.832
São Paulo 70 317 7.315
Teresina 46 123 3.294
Total 673 1.818 50.740
Fonte: INEP/MEC, Censo Escolar, 2000.
UNESCO, Pesquisa do Ensino Médio, 2002.

6
Ver Noleto (idem, p.16)
7
Ver Ensino Médio: Múltiplas vozes, de Miriam Abramovay e Mary Garcia Castro (2003).
10

Para efeito de constatação do baixo acesso a atividades culturais por parte dos jovens
brasileiros, selecionamos duas perguntas8 utilizadas na entrevista relevantes ao nosso trabalho,
no intuito de demonstrar estatisticamente as variações entre as capitais brasileiras propostas na
pesquisa da UNESCO. A primeira pergunta: Durante este ano, sem contar as atividades
escolares, quantas vezes você foi a, oferecia como opções: cinema, teatro, shows e museu, sendo
que cada um destes itens poderia ser respondido por uma destas alternativas: nenhuma, de 1 a 3
vezes, de 4 a 6 vezes e mais de 6 vezes.
Quanto à participação em atividades culturais, o cinema e os shows mostraram-se mais
populares entre os jovens. Os índices mais altos de jovens que declararam não terem ido vez
alguma ao cinema em 2002, foram registrados em Rio Branco (24,5 %), Macapá (24,7 %) e
Teresina (23,5 %). Quanto à participação em shows, os percentuais mais elevados de alunos que
não foram a nenhum show em 2002, são os de Curitiba (26,4 %), São Paulo (24,5 %) e Belo
Horizonte (21,6 %).
Os índices sobem de forma alarmante no caso dos jovens que declaram não ter ido
nenhuma vez ao teatro ou a museus. No caso do teatro, os maiores percentuais foram registrados
em Belo Horizonte e Porto Alegre (empatados com 42,5 %), e Curitiba (42,4 %). A pesquisa
registrou índices ainda mais altos de alunos que não foram nenhuma vez a museus em São Paulo
(48%), Belo Horizonte (47,7%) e Curitiba (42,6%).
As respostas à segunda pergunta: Além de estudar nesta escola, você faz algum outro
curso? corroboram com os resultados obtidos com a pergunta anterior. As opções de resposta
para esta questão foram: curso de música, artes: teatro, pintura, artesanato, etc., prática
desportiva, curso de língua estrangeira e curso de informática9. Dos entrevistados, somente
2,4% dos alunos de Belo Horizonte declaram fazer algum curso relativo às artes visuais,
enquanto 2,6 % dos entrevistados no Rio de Janeiro e 2,7 % de Goiânia afirmam o mesmo. Os
maiores índices não ultrapassam os 5%, sendo de 4,3 % em São Paulo e de 4,8 % em Salvador.

8
As tabelas completas podem ser vistas nos ANEXOS A (p.24 e 25) e B (p.26 e 27) deste trabalho.
9
Vamos nos ater somente às respostas relativas à segunda opção “artes: teatro, pintura, artesanato, etc.”, por
possuir relação com o tema estudado, uma vez que engloba artes visuais, dadas pelos estudantes de escolas públicas.
11

3 – OFICINAS DE QUADRINHOS E MOBILIZAÇÃO SOCIAL

3.1 – MOBILIZAÇÃO SOCIAL


Por mobilização social entende-se um processo de participação onde “um grupo de
pessoas decide e age com um objetivo comum, buscando, quotidianamente, os resultados
desejados por todos” (Toro, 1997, p.11), apesar de freqüentemente ser “confundida com as
manifestações públicas, com a convocação da presença das pessoas em uma praça, passeata,
concentração”.
A mobilização social caracteriza-se pela convocação de pessoas conscientes de que
também são responsáveis pela realidade em que vivem, uma vez que “toda ordem social é criada
por nós. O agir ou não agir de cada um contribui para a formação e consolidação da ordem em
que vivemos” (op. cit., p.14). O sucesso de um processo de mobilização social está atrelado ao
compromisso de transformar a realidade que as pessoas assumem. Sendo assim, a participação é
um quesito indispensável, não somente para a mobilização social, mas também para o
desenvolvimento de toda a sociedade.
Da articulação entre os participantes surge a estabilidade do processo decorrente da
coletivização, que segundo Toro (idem, p.52) “é o sentimento e a certeza de que aquilo que eu
faço, no meu campo de atuação, está sendo feito por outros, da minha mesma categoria, com os
mesmos propósitos e sentidos”. A mobilização social implica em uma articulação entre pessoas
e/ou organizações em busca de um propósito comum, como a busca do cidadão por seus direitos.
No que diz respeito à relação entre cidadania e cultura, Noleto (idem. p.39) esclarece que:

As mais recentes gerações de direitos humanos remetem a novas cidadanias como, por
exemplo, a cidadania cultural ou o direito de participação na produção do acervo cultural
da civilização e terem acesso a ele. Por meio da cidadania cultural, reconhece-se, ainda, a
multiplicidade de linguagens artístico-culturais, modos de ser e estar no mundo, bem como
o direito de um grupo étnico-cultural possuir suas referências próprias e baseadas, por
exemplo, numa ancestralidade diferente daquela que predomina no conjunto da população.

A mobilização social se enquadra, então, perfeitamente como estratégia de luta pela


manutenção de direitos já consolidados, eventualmente desrespeitados, ou pela aquisição de
direitos ainda não adquiridos.
12

3.2 – EXEMPLOS DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL ATRAVÉS DE OFICINAS

3.2.1- A OFICINA DE QUADRINHOS DE VILLA EL SALVADOR


A Villa El Salvador nasceu em 1971, na periferia de Lima, a capital peruana. A princípio
como apenas mais um dos vários barriados ou pueblos jóvenes, como se diz na linguagem local,
que nada mais eram do que assentamentos urbanos habitados por famílias que sobreviviam
precariamente, algo próximo às favelas brasileiras. Em meio a essas condições adversas, os
moradores começaram a se reunir em organizações no intuito de transformar a ordem social em
que viviam.
Dentre as organizações surgidas, merece destaque o Centro de Comunicação Popular,
que buscava mobilizar os habitantes, conscientizando-os de sua realidade e estimulando-os a
agirem sobre ela. Para tal fim, técnicas de comunicação eram disseminadas através de oficinas
diversas, dentre as quais estavam: teatro, cinema, audiovisuais, música, obras artísticas, serigrafia
e posteriormente - especificamente em 1975 -, histórias em quadrinhos.
A oficina de histórias em quadrinhos foi organizada pelo Centro de Comunicação Popular
de Villa El Salvador, em parceria com a Diretoria Geral de Extensão Educativa do Ministério da
Educação peruano e durou de julho de 1975 a agosto de 1976, sob a coordenação do jornalista e
quadrinhista peruano Juan Acevedo Fernández de Paredes10.
Inicialmente, com 15 participantes dedicava-se apenas ao estudo dos elementos da
linguagem dos quadrinhos e a prática dos conhecimentos adquiridos por meio de exercícios. No
entanto, em algum tempo passou a publicar o trabalho dos participantes por meio da revista
Piola11, mimeografada em papel-jornal numa tiragem de 500 exemplares. A revista podia ser
comprada de integrantes da oficina, que a vendiam de forma ambulante, em algumas bancas ou
no próprio Centro de Comunicação Popular.

3.2.1.1 - A METODOLOGIA DE JUAN ACEVEDO


A metodologia de ensino de histórias em quadrinhos de Acevedo gira em torno de três
grandes núcleos: o personagem, a vinheta e a seqüência e, por fim, a montagem, sendo que estes
núcleos desdobram-se em tópicos diversos.
No estudo do personagem, que segundo o autor “são os sujeitos da ação. Sobre eles,

10
Autor da obra Contato imediato - Como fazer histórias em Quadrinhos. São Paulo: Global, 1990 (uma das
referências para a produção deste trabalho).
11
Expressão popular que significa que algo está bem.
13

desenrola-se a história que está sendo contada: são os “mocinhos” ou os “bandidos”. Ou são
indivíduos cujo mundo se assemelha mais ao de um ser humano verdadeiro, com suas diversas
habilidades e contradições” (Acevedo, op.cit., p.21), é tratado a construção da estrutura do
mesmo, tanto física quanto psicológica. A construção física do personagem engloba basicamente
o desenho da cabeça (FIGURA 1) e suas respectivas expressões (FIGURA 2).

FIGURA 2 FIGURA 3
FIGURA 1

FIGURA 4 FIGURA 5 FIGURA 6

Dando seguimento à estrutura física do personagem, Acevedo aborda a construção do


corpo, considerando sua anatomia (FIGURA 3), seus movimentos (FIGURA 4) e suas expressões
(FIGURAS 5 e 6).
Em seguida, o autor fala da construção psicológica do personagem. Acevedo critica a
utilização de padrões pré-estabelecidos que relacionam tipo físico com psicológico na construção
dos personagens de uma história em quadrinhos e discorre sobre a proposta de sua oficina, que
“toma como base a própria existência de quem vai fazer quadrinhos, pede-lhe que parta da
própria realidade e volte a ela, como recurso de constante aprendizado“ (op.cit., p.59), evitando
assim a perpetuação de um antigo ciclo vicioso.
14

No segundo tema, o autor trata da vinheta, definida por ele como “a representação,
através da imagem, de um espaço e de um tempo da ação narrada” (idem, p.69), ou ainda “a
unidade mínima de significação da história em quadrinhos” (idem, p.69) e da seqüência12. A
análise da vinheta é baseada no estudo dos elementos que a formam, como o enquadramento, que
segundo o autor “preenche uma necessidade da representação. Como também o fazem a pintura,
a fotografia e o cinema. O enquadramento, ao participar da realidade, seleciona uma parte
desta” (idem, p. 77), o ângulo de visão13, os textos14, além dos recursos utilizados na vinheta para
simular sentimentos ou pensamentos15 e movimentos16. O autor finaliza o conteúdo da oficina
abordando o que ele chamou de montagem17, onde ensina recursos para ligar as vinhetas.

3.2.1.2 - CONSIDERAÇÕES DE ACEVEDO SOBRE A OFICINA DE


QUADRINHOS DE VILLA EL SALVADOR E AS QUE VIERAM EM
SEGUIDA
O trabalho social desenvolvido no Centro ganhou visibilidade, chamando atenção de
outras organizações populares e da UNESCO, que em reconhecimento à relevância da iniciativa,
doou uma gráfica e materiais para gravação e filmagens em maio de 1976.
Depois da Oficina de Villa El Salvador, Juan Acevedo Fernández de Paredes participou
de outros dezoito eventos que envolviam oficinas18, no período compreendido entre 1979 e 1986.
O autor destaca, em sua obra, as diferenças que percebeu entre a primeira oficina e as que vieram
em seguida

12
Para Acevedo, a história em quadrinhos “é uma estrutura narrativa formada pela seqüência progressiva de
vinhetas” (idem, p. 72).
13
O autor define como ângulo de visão “o ponto de onde a ação é observada” (idem, p. 91).
14
Aqui, o autor refere-se somente a textos escritos e afirma que “nos quadrinhos, a linguagem escrita serve para
comunicar os diálogos e pensamentos dos personagens (em geral inseridos nos balões), o discurso do narrador ou
‘voz externa’ (geralmente nos letreiros) e as onomatopéias.” (idem, p. 97).
15
As metáforas visuais, definidas pelo autor como “uma convenção gráfica que expressa o estado psíquico dos
personagens mediante imagens de caráter metafórico” (idem, p. 146).
16
As figuras cinéticas, que segundo o autor “são uma convenção gráfica que expressa a ilusão do movimento ou a
trajetória dos objetos que se movem.” (idem, p. 151).
17
Para Acevedo é a “operação mediante a qual se define de que maneira serão articulados os espaços e tempos
significativos, para dar uma narração e um ritmo determinados à história em quadrinhos.” (idem, p. 169).
18
Dos quais, cinco foram realizados no Peru (nos anos de 1979, 1980, 1981 e 1983, sendo dois realizados neste
último ano) um em Cuba (em 1981), um em Costa Rica (em 1982), dois no México (em 1982 e 1985), um na
Colômbia (em 1984), sete na Espanha (sendo quatro realizados no ano de 1981 e três no ano de 1986) e um na
Alemanha, em 1986. (idem, p. 184).
15

Entre a Oficina de Quadrinhos de Villa El Salvador e as oficinas que vieram depois existem
várias diferenças.
A I Oficina Nacional de Quadrinhos Populares19 definiu a pauta das oficinas posteriores:
vinte desenhistas chegaram de diversas províncias do Peru. Eram desenhistas amadores.
Não desenhavam, exatamente, (como se diz) “bem”, mas tinham algo em comum: sua
vinculação a alguma organização do movimento popular (sindical, camponesa, de bairro, de
mulheres, paroquial etc.). Traziam, portanto, certa experiência de educação popular, quase
sempre nas atividades de imprensa e propaganda.
A oficina durou sete dias, nos quais trabalhou-se de manhã, à tarde e parte da noite. Como é
lógico, em uma semana não se aprende uma nova linguagem. Mas se as pessoas já têm um
nível de iniciação, abrem-se vários caminhos para a prática e a pesquisa da história em
quadrinhos. (Idem, p. 186)
(...)
Era diferente na Oficina de Villa El Salvador, com suas tardes demoradas, em algumas das
quais deixávamos os quadrinhos para nos integrarmos ao trabalho comunitário, ao contrário
desse novo tipo de “oficina-concentração”, de prazo curto e fechado. (idem, p. 187)

Nota-se, na fala do autor, uma clara distinção entre a primeira oficina - realizada no
decorrer de um ano completo - e as oficinas que vieram em seguida, sempre encaixadas em
prazos curtos e fechados. Segundo Juan Acevedo, as oficinas concentração20 podem se converter
“numa tortura para as pessoas” (idem, p.186) se seu ritmo intenso não for devidamente “arejado”
por algum mecanismo que sirva para descontrair os participantes. O autor registra em sua obra
trabalhos desenvolvidos pelos participantes das oficinas que ministrou, para ilustrar exercícios
propostos em sua metodologia21.

19
A Oficina Nacional de Quadrinhos Populares foi a primeira oficina realizada após o término da Oficina de
Quadrinhos de Villa El Salvador e foi organizada pelo centro de educação popular TAREA – Associação de
Publicações Educativas.
20
Assim definidas pelo autor por sua característica de possuírem um conteúdo bastante concentrado a ser transmitido
em curto espaço de tempo (idem, p. 187).
21
Ver Anexo C (p.28 a 30).
16

3.2.2 - O COMIC POWER DE SHARAD SHARMA


Um outro exemplo de mobilização social através de oficinas de histórias em quadrinhos é
a metodologia COMIC POWER, desenvolvida e disseminada pelo sociólogo e cartunista indiano
SHARAD SHARMA. O artista propõe a utilização das histórias em quadrinhos como
instrumento de mobilização social e luta por direitos, como dito pelo sítio especializado em
quadrinhos 4MUNDO: “com esse método qualquer pessoa pode montar uma HQ a partir de sua
história de vida. A dinâmica é simples e acessível à maior parte das pessoas, mesmo as que não
sabem ler e escrever.”(http://4mundo.com/2008/1O/4-festival-de-quadrinhos-da-fnac/, acessado em 15/06/2009 às
11H25)

Durante a faculdade, Sharad escrevia para jornais. No entanto, o fato de seus textos não
chegarem às classes menos favorecidas o perturbava. Sabendo que uma das principais razões
disto acontecer era o analfabetismo, Sharad decidiu desenhar cartuns com críticas sociais e
políticas para transmitir suas mensagens. Sua estratégia deu certo e logo a população também
estava enviando desenhos com críticas e denúncias para o jornal. Em entrevista concedida ao sítio
http://www.revistaviracao.org.br, Sharad disse sobre as origens de seu projeto:

Eram tantas cartas com quadrinhos do público que chegavam que achei que deveria ajudá-
los. Queria ir mais além, meu objetivo era chegar àqueles lugares onde o acesso à
informação era pouco, mas que as pessoas tinham alguma coisa para dizer, elas queriam se
ouvidas e gostaram de serem retratadas nos quadrinhos. Não abandonei meu trabalho,
apenas o direcionei aos que precisavam de ajuda.
Existe muita desigualdade social. Vocês estão acompanhando o crescimento da Índia, mas
ela acontece de forma desigual, apenas uma pequena parcela da população está crescendo.
Outros continuam na pobreza.
(http://www.revistaviracao.org.br/artigo.php?id=1184, acessado em 15/06/2009 às 11H31)

Sharad e outros ativistas sociais criaram, em 2002, a WCI (WORLD COMICS – INDIA),
uma organização de artistas, empreendedores sociais, personalidades da mídia e representantes da
população que adotaram o COMIC POWER para se expressar. Desde 2003, Sharad viaja por
países em conflito ou com alta taxa de desigualdade social (como Sri Lanka e Paquistão),
ministrando oficinas onde ensina os fundamentos do COMIC POWER. A metodologia
desenvolvida por Sharad é poderosa e simples de ser implementada.
17

3.2.2.1 – A METODOLOGIA DE SHARAD SHARMA


Sharad utiliza um conteúdo bastante simplificado para transmitir o COMIC POWER, que
inclui desenho da cabeça e expressões faciais (FIGURA 7), além do corpo humano e seus
movimentos (FIGURAS 8 e 9), noções de profundidade, perspectiva e estudo de planos
(FIGURA 10), organização da composição, elaboração de roteiros, etc.22

FIGURA 7 FIGURA 8

FIGURA 9 FIGURA 10

22
Maiores detalhes na apostila Wallposter Comics – A great campaign tool, disponível no endereço eletrônico:
http://www.worldcomicsindia.com/youcanuse/RESOURCES/manual.pdf (acessado em 16/06/2009 às 11H48)
18

Os participantes são estimulados a produzir quadrinhos baseados em suas histórias de


vida, suas vivências, enfim sobre suas realidades e a publicá-las de forma artesanal23. Além da
modalidade presencial, Sharad divulga sua metodologia24 através de livros publicados pela WCI
em parceria com outras instituições e disponíveis para download no endereço eletrônico:
http://www.worldcomicsindia.com (acessado em 15 de junho de 2009 às 11H45).

Para Sharad, é importante que os participantes aprendam a publicar de forma autônoma a


sua produção. Para tanto, ensina fundamentos de editoração (FIGURA 11) e uma técnica de
diagramação de uma página de quadrinhos utilizando duas folhas de papel sulfite no formato A4
(FIGURAS 12 e 13).

FIGURA 11 FIGURA 12 FIGURA 13

Nas oficinas, mais do que promover o criador da história em quadrinhos, o cartunista visa
promover debates sobre os temas abordados nas histórias em quadrinhos - normalmente o uso de
drogas, alcoolismo, violência contra a mulher e conflitos sociais – e, em geral, organiza
exposições dos trabalhos produzidos pelos participantes25.

23
Os participantes são orientados a publicar seus trabalhos basicamente em dois formatos: os WALLPOSTERS
(pôsteres) e os BOOKLETS (livretos) e reproduzi-los através de fotocópias, dada a acessibilidade desse meio de
reprodução.
24
Além da metodologia COMIC POWER (disponível para download no endereço eletrônico
http://www.worldcomics.fi/grassroots_comics.pdf , acessado em 15 de junho de 2009 às 12H13), a WCI documenta
em seus livros as oficinas de SHARAD em outros países. A oficina realizada no Paquistão no período compreendido
entre dezembro de 2006 e janeiro de 2007, por exemplo, está documentada na publicação Bolti Lakeerain: People’s
Comics Workshop & Lahore - Islamabad , Pakistan (disponível para download no endereço eletrônico
http://www.worldcomicsindia.com/youcanuse/reports/pak_report.pdf, acessado em 15 de junho de 2009 às 12H22).
25
Ver Anexo D (p.31 e 32).
19

3.2.3 - A OFICINA DE QUADRINHOS DE CEILÂNDIA

3.2.3.1 - SOBRE O IDEALIZADOR DA OFICINA


Mauro César Bandeira de Oliveira nasceu em 24 de outubro de 1977 em Taguatinga e
desde os 6 meses de idade mora em Ceilândia. Estudou, a maior parte de sua vida, em escolas
públicas, à exceção da 2ª, 3ª e 4ª séries, cursadas no período compreendido entre os anos 1986 e
1988, na Fundação Bradesco, instituição privada de ensino de Ceilândia, de onde saiu após
reprovar a 4ª série, para retornar ao ensino público. Possui em seu histórico escolar 4
reprovações26 antes de ingressar na Universidade de Brasília27.
Sempre interessado em histórias em quadrinhos, Mauro freqüentou como aluno ouvinte,
no primeiro semestre de 2008, a disciplina Introdução às Histórias em Quadrinhos, oferecida
pelo Departamento de Audiovisuais e Publicidade (DAP), da Faculdade de Comunicação (FAC),
da Universidade de Brasília e ministrada pela professora Selma Regina Nunes Oliveira. Em sua
monografia defendeu a criação de uma disciplina que abordasse o tema, no Instituto de Artes da
Universidade de Brasília e conforme afirma em seu trabalho:

Aparentemente, a linguagem da Arte Seqüencial não encontra o amplo reconhecimento


nos cursos superiores de Artes, Comunicação ou Design, pois não encontramos com
freqüência disciplinas obrigatórias ou optativas que se dediquem à formação de
habilidades na criação e produção em "arte seqüencial". Quando muito se observam
iniciativas isoladas no currículo acadêmico28, ou em projetos de extensão29, e mesmo
assim com um enfoque principalmente teórico. Assim como a Moda, as Artes Seqüenciais
ainda não conquistaram seu lugar nos currículos da graduação e nem nos currículos dos
cursos técnicos profissionalizantes.
No entanto, nós podemos afirmar que as histórias em quadrinhos gozam de uma
apreciação do público. Mas apesar de se constituir uma linguagem muito popular, esta arte
parece marginal quando comparada com o apoio institucional que as outras Artes
recebem. (Oliveira, 2007. p.6)

Na concepção de Mauro, uma disciplina que abordasse a produção de arte seqüencial


daria um subsídio inicial para professores de nível fundamental, que desejam explorar as histórias
em quadrinhos como instrumento pedagógico. Para Mauro, tal afirmação se justifica, pois:

26
Além da já citada reprovação na 4ª série em 1988, Mauro reprovou o 1º e o 2º anos do ensino médio, em 1995 e
1997, respectivamente, além do 3º ano, em 1999.
27
O que aconteceu no segundo semestre de 2003.
28
Como exemplo, citamos a disciplina “Introdução às Histórias em Quadrinhos”, oferecida pelo Departamento de
Audiovisuais e Publicidade (DAP), da Faculdade de Comunicação (FAC), da Universidade de Brasília.
29
O Núcleo de Pesquisa de Histórias em Quadrinhos (NPHQ) da Escola de Comunicações e Artes da Universidade
de São Paulo, coordenada por Waldomiro Vergueiro, Doutor em Ciências da Comunicação pela ECA-USP, onde
atua como professor titular e exerce a chefia do Departamento de Biblioteconomia e Documentação é um exemplo.
20

Nas escolas, alguns professores de língua Portuguesa utilizam quadrinhos para trabalhar
diferentes conteúdos e estratégias didáticas. Quando isto acontece, o interesse pelo texto
apoiado por imagens da arte seqüencial é comum entre os estudantes de diferentes faixas
etárias e culturas.
Devido a uma série de fatores favoráveis ao uso didático das histórias em quadrinhos na
sala de aula, notamos uma grande necessidade de integrar esta linguagem como conteúdo
e como método didático nas escolas de nível fundamental. (op.cit., p.5)

E, na medida que as histórias em quadrinhos podem ser utilizadas pedagogicamente no


ensino fundamental, no nível médio e no ensino superior, elas teriam outro objetivo. Mauro dá
continuidade ao seu raciocínio:

Já nas escolas de nível médio e superior há uma grande demanda por cursos e disciplinas
em Criação de Artes Seqüenciais que venham a promover a formação de quadrinhistas,
cartunistas, e chargistas para abastecer uma crescente demanda por profissionais nessa
área. Nenhuma dessas áreas está sendo suprida de acordo com um mercado de trabalho
potencial e com as enormes possibilidades de formação de criadores em Arte Seqüencial
em nossa nação. (idem, p.4)

Apesar de sua preocupação com a formação técnica de quadrinhistas, Mauro estava ciente
das dificuldades institucionais para a implementação de sua proposta nos currículos e idealizava
uma oficina30 que estudasse a apreciação, a produção e a pesquisa de histórias em quadrinhos.
Mauro afirma em seu trabalho:

Em um momento futuro eu pretendo desenvolver uma oficina para o ensino de criação de


história em quadrinhos. Seu planejamento ainda está em andamento. O planejamento da
oficina como um todo, eu não fecharei favorecendo assim que novos pesquisadores
acrescentem mais idéias para dessa forma melhorarem a idéia inicial que é ainda um
embrião. (idem, p.7)

Estava lançada a semente da Oficina de Quadrinhos de Ceilândia.

30
A Oficina de Quadrinhos de Ceilândia ainda é um projeto em estruturação. Apesar da visibilidade que vem
conseguindo perante a mídia, ainda é um grupo de amigos organizados em torno do objetivo de estudar as histórias
em quadrinhos. O projeto não existe formalmente, nem possui personalidade jurídica. Está entre os planos dos
coordenadores a elaboração de um estatuto social para o projeto e a criação de uma organização não-governamental,
para que o projeto possa existir perante o Estado e a sociedade.
21

3.2.3.2 - A HISTÓRIA DA OFICINA


Depois de se formar, no segundo semestre de 2007, Mauro buscou concretizar seu projeto
e partiu à procura de apoio para iniciá-lo. Sua primeira dificuldade foi conseguir um local onde
pudesse realizar as atividades da oficina. Durante sua busca, soube do Projeto Paranoá31, uma
iniciativa de alfabetização de adultos na cidade-satélite do Paranoá e procurou os coordenadores,
no intuito de apresentar as histórias em quadrinhos como um recurso a mais na alfabetização.
Mauro foi aceito e participou do projeto de março a junho de 2008, freqüentando as
reuniões que aconteciam sempre às sextas-feiras, às 19 horas. Sentindo uma certa resistência
quanto à sua maneira de ensinar utilizando quadrinhos, decidiu abandonar o projeto e continuar
procurando um espaço para sua oficina. Após algumas frustrações, conseguiu apoio na
Biblioteca Pública Carlos Drummond de Andrade, em Ceilândia, onde iniciou o projeto em 7 de
junho de 2008.
Entretanto, a procura por uma oficina do tipo foi tamanha, que ele percebeu que precisaria
de ajuda para dar continuidade ao projeto. Movidas pelo desejo se expressar por meio de histórias
em quadrinhos, uma vez que atualmente “são uma das poucas formas de comunicação de massa
na qual vozes individuais ainda têm chance de ser ouvidas” (McCloud, 2005. p.197), diversas
pessoas se inscreveram na oficina. Através de anúncios na própria biblioteca e em contatos com
colegas interessados na área, Mauro conseguiu reunir um grupo de pessoas que se reveza
atualmente nas aulas. Atualmente, o grupo é coordenado por Mauro César Bandeira (professor de
artes plásticas) e Edmilson de Melo e Silva (professor de matemática), a equipe de professores é
formada por Clóves Antônio (estudante de artes plásticas), Raimundo Tabosa de Castro (vulgo
Broba, cartunista), Rafael Leonardo Martins (estudante de Artes Visuais, ilustrador), André
Pereira Ramos (cartunista, ilustrador), José Antônio da Graça (cartunista, ilustrador e grafiteiro),
Manoel Sampaio Nunes (cartunista, ilustrador), Adriano Carvalho Saturnino (estudante de Artes
Plásticas, cartunista, ilustrador) e auxiliada pelos monitores Guilherme Gonçalves Braga, Paulo
Henrique Oliveira do Rego, Kennedy Dias da Silva Sousa e Denis Carvalho dos Santos.
A Oficina de Quadrinhos de Ceilândia rapidamente ganhou visibilidade como projeto
social e foi destaque em alguns veículos midiáticos32. Segundo Mauro, a oficina vem cumprindo

31
O Projeto Paranoá: Alfabetização e Formação em processo de alfabetizadores/alfabetizadoras de crianças, jovens e
adultos de Camadas Populares é um projeto de ação contínua e tem como base o ensino-pesquisa-extensão. É um
projeto desenvolvido entre o CEDEP (Centro de Cultura e Desenvolvimento do Paranoá) e a UNB/GENPEX/FE,
esta enquanto parceira do CEDEP desde 1987.
32
Ver a reprodução da reportagem “No tempo dos super-heróis”, publicada no Correio Braziliense de 29 de
novembro de 2008, Caderno Cidades, página 42, no Anexo E (p.33 a 35) deste trabalho.
22

um de seus objetivos planejados, que é publicar trabalhos de seus participantes. A equipe da


oficina produziu o informativo Água em Sobradinho para a Companhia de Saneamento
Ambiental do Distrito Federal (CAESB)33 e possui outros dois trabalhos em andamento,
intitulados Toy Art e Química em Quadrinhos, além do trabalho intitulado Ceilândia ontem, hoje
e sempre34, ainda não impresso devido a divergências com a Administração Regional de
Ceilândia35, patrocinadora do projeto. Atualmente, continua funcionando na Biblioteca Pública
Carlos Drummond de Andrade, localizada na QNN 13, Área Especial, em Ceilândia e funciona
aos sábados, de 8 às 12H.
Assim como nas oficinas de Juan Acevedo e nas de Sharad Sharma, a Oficina de
Quadrinhos de Ceilândia pretende publicar os trabalhos dos colaboradores e participantes, no
entanto está limitada à falta de recursos financeiros. Para efeito de divulgação, alguns trabalhos
produzidos pelos envolvidos na oficina foram selecionados para constar nos anexos deste
trabalho36.

33
Ver Anexo F (p.36 a 46).
34
Maiores informações sobre este projeto no Anexo G (p.47 e 48) deste trabalho.
35
Sobre as divergências, ver Anexo H (p.49 a 58).
36
Ver Anexo I (p.59 a 68)..
23

CONCLUSÃO
Como mostrado, as oficinas culturais revelam-se como eficientes estratégias de inclusão
social e redução dos índices de violência, além de serem poderosos instrumentos de mobilização
social.
Oficinas temáticas possuem um grande potencial de mobilização, em especial as de
histórias em quadrinhos, uma vez que estas podem facilmente ser utilizadas em processos deste
tipo. Os quadrinhos podem ser produzidos a um custo relativamente baixo, quando comparado a
outras linguagens artísticas, como o cinema, por exemplo.
A partir de noções básicas sobre os elementos das histórias em quadrinhos, como as
ensinadas por Juan Acevedo e Sharad Sharma, é possível realizar-se uma leitura crítica de
mundo. A Oficina de Quadrinhos de Ceilândia, apesar de encontrar-se em fase de estruturação, é
uma iniciativa promissora, uma vez que, sem recurso algum, conseguiu reunir diversas pessoas
que trabalham de forma voluntária em torno de um mesmo ideal: transmitir conhecimentos sobre
a linguagem dos quadrinhos e dar aos seus participantes a oportunidade de expressarem a partir
do que aprenderam.
Apesar de estar finalizando sua segunda edição, a produção da Oficina de Quadrinhos de
Ceilândia ainda é pouco significativa em relação aos objetivos propostos, além do que, não se
possui ainda um feedback razoável dos participantes. Os conceitos, pesquisas e oficinas estudadas
neste trabalho, nos levaram a concluir que a organização e a avaliação de resultados são fatores
imprescindíveis em atividades que possam desencadear processos de mobilização social.
Reconhecendo-se, então, que ainda não há dados suficientes para avaliar satisfatoriamente os
resultados da oficina e fazendo-se necessário a elaboração de um conjunto de indicadores para
acompanhar o cumprimento de seus objetivos.
24

ANEXO A – TABELA 2 - RESPOSTAS REFERENTES À PERGUNTA: DURANTE ESTE


ANO, SEM CONTAR AS ATIVIDADES ESCOLARES, QUANTAS VEZES VOCÊ FOI A
Atividade cultural (%)
Capital Freqüência
Cinema Teatro Shows Museus
Nenhuma 15,9 28,8 13,0 21,4
De 1 a 3 vezes 27,0 10,8 33,0 28,7
Belém De 4 a 6 vezes 8,7 1,3 11,3 3,9
Mais de 6 Vezes 48,4 59,1 42,7 45,9
Total 100,0 100,0 100,0 100,0
Nenhuma 21,6 42,5 21,6 47,7
De 1 a 3 vezes 31,7 19,7 36,3 15,0
Belo Horizonte De 4 a 6 vezes 10,8 1,9 11,3 0,9
Mais de 6 Vezes 35,9 35,9 30,9 36,4
Total 100,0 100,0 100,0 100,0
Nenhuma 10,9 34,1 12,3 32,7
De 1 a 3 vezes 30,5 17,2 39,9 23,5
Cuiabá De 4 a 6 vezes 14,8 2,2 15,0 1,2
Mais de 6 Vezes 43,8 46,5 32,8 42,5
Total 100,0 100,0 100,0 100,0
Nenhuma 17,5 42,4 26,4 42,6
De 1 a 3 vezes 36,7 20,0 36,5 22,8
Curitiba De 4 a 6 vezes 14,0 1,9 8,3 1,1
Mais de 6 Vezes 31,8 35,7 28,9 33,5
Total 100,0 100,0 100,0 100,0
Nenhuma 12,3 36,6 15,0 39,9
De 1 a 3 vezes 30,7 16,6 39,1 13,7
Goiânia De 4 a 6 vezes 13,7 1,3 12,5 0,6
Mais de 6 Vezes 43,3 45,5 33,3 45,8
Total 100,0 100,0 100,0 100,0
Nenhuma 24,7 34,9 15,4 38,1
De 1 a 3 vezes 22,1 14,3 34,3 12,0
Macapá De 4 a 6 vezes 7,6 1,6 13,2 0,5
Mais de 6 Vezes 45,5 49,2 37,0 49,4
Total 100,0 100,0 100,0 100,0
Nenhuma 18,7 33,6 11,3 35,7
De 1 a 3 vezes 26,9 14,0 27,1 11,8
Maceió De 4 a 6 vezes 9,8 1,4 12,7 0,6
Mais de 6 Vezes 44,5 51,0 48,9 52,0
Total 100,0 100,0 100,0 100,0
25

Atividade cultural (%)


Capital Freqüência
Cinema Teatro Shows Museus
Nenhuma 12,8 42,5 20,7 31,0
De 1 a 3 vezes 32,7 18,0 35,5 35,9
Porto Alegre De 4 a 6 vezes 17,1 1,7 10,3 2,3
Mais de 6 Vezes 37,4 37,9 33,5 30,8
Total 100,0 100,0 100,0 100,0
Nenhuma 24,5 33,2 8,1 39,6
De 1 a 3 vezes 25,7 19,8 37,8 14,6
Rio Branco De 4 a 6 vezes 8,7 1,4 17,9 0,4
Mais de 6 Vezes 41,1 45,5 36,1 45,5
Total 100,0 100,0 100,0 100,0
Nenhuma 12,9 34,5 13,2 32,3
De 1 a 3 vezes 34,1 14,2 34,8 21,0
Rio de Janeiro De 4 a 6 vezes 13,6 0,9 9,7 1,1
Mais de 6 Vezes 39,4 50,4 42,3 45,6
Total 100,0 100,0 100,0 100,0
Nenhuma 22,3 34,5 17,3 33,1
De 1 a 3 vezes 27,1 15,0 30,5 19,9
Salvador De 4 a 6 vezes 7,8 2,0 11,5 2,1
Mais de 6 Vezes 42,8 48,5 40,8 44,8
Total 100,0 100,0 100,0 100,0
Nenhuma 7,4 41,8 24,5 48,0
De 1 a 3 vezes 32,6 27,3 40,1 21,9
São Paulo De 4 a 6 vezes 20,6 2,5 8,7 1,0
Mais de 6 Vezes 39,5 28,4 26,7 29,1
Total 100,0 100,0 100,0 100,0
Nenhuma 23,5 32,2 14,8 33,9
De 1 a 3 vezes 22,5 17,2 35,3 17,0
Teresina De 4 a 6 vezes 7,3 1,5 12,6 0,8
Mais de 6 Vezes 46,6 49,1 37,2 48,2
Total 100,0 100,0 100,0 100,0

Fonte: ABRAMOVAY, 2003. p. 88 a 90.


26

ANEXO B – TABELA 3 - RESPOSTAS REFERENTES À PERGUNTA: ALÉM DE


ESTUDAR NESTA ESCOLA, VOCÊ FAZ ALGUM OUTRO CURSO?

Dependência
Capital Curso extra-escolar Administrativa (%) Total
Pública Privada
Curso de música 2,9 6,8 3,5
Artes: teatro, pintura, artesanato, etc. 3,1 3,5 3,2
Belém Prática desportiva 6,6 23,0 8,9
Curso de língua estrangeira 2,8 25,2 6,0
Curso de informática 18,0 8,9 16,7
Curso de música 4,4 9,4 5,3
Artes: teatro, pintura, artesanato, etc. 2,4 5,5 3,0
Belo Horizonte Prática desportiva 5,7 30,4 10,3
Curso de língua estrangeira 5,4 38,2 11,5
Curso de informática 16,4 4,3 14,2
Curso de música 6,3 8,6 6,7
Artes: teatro, pintura, artesanato, etc. 3,4 4,3 3,6
Cuiabá Prática desportiva 7,4 22,4 10,3
Curso de língua estrangeira 6,6 29,5 10,9
Curso de informática 21,4 13,5 19,9
Curso de música 6,0 11,5 7,3
Artes: teatro, pintura, artesanato, etc. 3,6 7,2 4,4
Curitiba Prática desportiva 10,4 30,3 14,9
Curso de língua estrangeira 8,2 33,6 14,0
Curso de informática 20,6 9,4 18,0
Curso de música 4,7 8,8 5,4
Artes: teatro, pintura, artesanato, etc. 2,7 6,0 3,3
Goiânia Prática desportiva 7,8 30,5 11,5
Curso de língua estrangeira 4,4 34,8 9,4
Curso de informática 22,9 8,5 20,6
Curso de música 5,2 6,3 5,4
Artes: teatro, pintura, artesanato, etc. 2,9 4,5 3,1
Macapá Prática desportiva 9,3 25,7 11,3
Curso de língua estrangeira 5,4 23,9 7,7
Curso de informática 15,7 11,9 15,3
Curso de música 3,0 5,2 3,9
Artes: teatro, pintura, artesanato, etc. 2,7 3,5 3,0
Prática desportiva 3,8 16,7 9,1
Curso de língua estrangeira 3,2 14,4 7,8
Maceió Curso de informática 20,3 12,3 17,1
27

Dependência
Capital Curso extra-escolar Administrativa (%) Total
Pública Privada
Curso de música 5,7 10,8 7,1
Artes: teatro, pintura, artesanato, etc. 3,7 6,6 4,5
Porto Alegre Prática desportiva 6,9 33,8 14,2
Curso de língua estrangeira 6,9 29,5 13,0
Curso de informática 13,7 6,2 11,7
Curso de música 6,2 8,2 6,5
Artes: teatro, pintura, artesanato, etc. 3,5 4,5 3,7
Rio Branco Prática desportiva 12,2 30,4 14,5
Curso de língua estrangeira 2,3 23,9 5,0
Curso de informática 20,0 13,4 19,2
Curso de música 6,5 ... 6,5
Artes: teatro, pintura, artesanato, etc. 2,6 ... 2,6
Rio de Janeiro Prática desportiva 7,4 ... 7,4
Curso de língua estrangeira 7,9 ... 7,9
Curso de informática 22,7 ... 22,7
Curso de música 4,8 ... 4,8
Artes: teatro, pintura, artesanato, etc. 4,8 ... 4,8
Salvador Prática desportiva 7,2 ... 7,2
Curso de língua estrangeira 4,9 ... 4,9
Curso de informática 21,4 ... 21,4
Curso de música 6,5 10,2 7,7
Artes: teatro, pintura, artesanato, etc. 4,3 5,5 4,7
São Paulo Prática desportiva 14,4 21,7 16,9
Curso de língua estrangeira 26,5 29,1 27,4
Curso de informática 19,4 9,7 16,1
Curso de música 2,8 3,8 3,2
Artes: teatro, pintura, artesanato, etc. 2,7 2,8 2,7
Teresina Prática desportiva 7,2 16,7 10,2
Curso de língua estrangeira 1,3 13 5,0
Curso de informática 22,0 12,6 19,0

Fonte: ABRAMOVAY, 2003. p. 92 a 94.


28

ANEXO C – TRABALHOS DOS PARTICIPANTES DAS OFICINAS DE JUAN JOSE


ACEVEDO

Acevedo, 1990, p.206.

Acevedo, 1990, p.204.

Acevedo, 1990, p.205.


29

Acevedo, 1990, p.209.

Acevedo, 1990, p.200.

Acevedo, 1990, p.208.


30

Acevedo, 1990, p.197. Acevedo, 1990, p.201.

Acevedo, 1990, p.203. Acevedo, 1990, p.198.


31

ANEXO D – TRABALHOS DOS PARTICIPANTES DAS OFICINAS DE SHARAD


SHARMA37

37
Todas as imagens do Anexo D foram retiradas da apostila Wallposter Comics – A great campaign tool, disponível
no endereço eletrônico: http://www.worldcomicsindia.com/youcanuse/RESOURCES/manual.pdf (acessado em
16/06/2009 às 11H48).
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33

ANEXO E – REPRODUÇÃO DA REPORTAGEM DO CORREIO BRAZILIENSE

“No tempo dos super - heróis


PROFESSORES DE INGLÊS, DE MATEMÁTICA E DESENHISTAS SE UNEM PARA ENSINAR A
CRIANÇAS E ADULTOS A ARTE DE PRODUZIR HISTÓRIAS EM QUADRINHOS, NUMA ESTAÇÃO DE
METRÔ DE CEILÂNDIA
Teresa Cunha especial para o CORREIO

A turma dos anos 1950, 1960, com certeza há de se lembrar das famosas coleções de gibis e da
disputa para ver quem comprava, primeiro, o último exemplar a chegar nas bancas. Depois, era
hora de trocar as revistas para ler e ficar de olho à espera da devolução. Imagine perder uma
delas!
Gerações e gerações navegaram nas aventuras de Tarzan, o rei da selva, Flash Gordon, o
primeiro herói intergaláctico, Batman, com suas crises psicológicas, Super-Homem, o mais
popular. Também se divertiram muito com os desenhos de Mickey Mouse e Pato Donald; e aqui
no Brasil com a Turma da Mônica. Nem mesmo a revolução causada pela internet e pela
tecnologia que trouxe a chamada “estética digital” para as histórias em quadrinhos diminuiu o
interesse pelas tirinhas. Mudaram os desenhos e os personagens, mas a paixão continua,
sobretudo no olhar e coração da garotada.
Para muitos desses meninos e meninas a chance surgiu com a Oficina de Histórias em
Quadrinhos e animação em computador que funciona desde junho na Biblioteca Carlos
Drummond de Andrade, ao lado da estação do Metrô, na QNN 13, Área Especial, em Ceilândia.
Em enormes mesas de madeira pintada de branco, eles dividem idéias, papel, lápis, canetas co-
loridas, pincel, tinta e o material necessário para exercitar o potencial.
E vão desenhando figuras que povoam seus mundos. Seres extraterrestres, como os heróis dos
desenhos que assistem na televisão ou lêem nos gibis, figuras mágicas extraídas dos sonhos que
acalentam de um mundo melhor, máquinas superpoderosas com que poderiam conquistar o
universo, como os carros de Paulo Henrique Oliveira, de 19 anos.
A oficina foi idéia do professor Mauro César Bandeira, formado em artes plásticas pela
Universidade de Brasília (UnB). Quando levou a proposta ao colega Edmilson de Melo e Silva,
que leciona matemática, recebeu apoio imediato. Logo o grupo com voluntários das áreas de
inglês, artes visuais, comunicação, estudantes e artistas de Ceilândia. “Queremos descobrir
34

talentos, dar atividade para as crianças e criar um grupo para ensinar a arte das histórias em
quadrinhos”, explica Mauro Bandeira. Assim que a notícia se espalhou, começaram a surgir
interessados. Dos 7 aos 70 anos, não faltaram alunos. Hoje, são cerca de 60 inscritos, entre
crianças, adolescentes e adultos, que vêm de Santa Maria, Samambaia, Tagualinga eVicente Pires
todos os sábados para as aulas que vão das 8h às 12h.
No caso das crianças elas têm de estar matriculadas em escolas para poder participar. “A
criança tem o dom natural de desenhar, nós damos as técnicas de roteiro e animação”, diz
Edmilson de Melo e Silva, entusiasmado com o projeto e com os resultados. O êxito do curso é
tanto que os professores já receberam pedidos de oficinas no Lago Sul, no Plano Piloto, Guará e
Sobradinho, segundo Edmilson. Mas, por enquanto, as atenções se concentram ali, em Ceilândia,
onde a turma está aperfeiçoando o desenho para terminar uma revista em quadrinhos a ser
lançada nos 38 anos da cidade, em 27 de marco de 2009.

OS MANGÁS E A FILOSOFIA
Os mangás são as histórias em quadrinhos criadas no Japão, um estilo diferente de desenhar e
de ver o mundo. A honra, a dignidade e amizade, valores que os japoneses respeitam muito, estão
presentes nos desenhos em que os alunos da Oficina de Ceilândia gostam de se inspirar.
Denis Carvalho dos Santos tem 22 anos e decidiu participar da oficina porque queria aprimorar
seu traço. Na força dos heróis que combinam detalhes dos personagens orientais com apaches
norte-americanos, Denis mostra que a criatividade não tem limites.
O inconformismo também está presente nas aulas. A estudante.Mayra Ferreira de Souza, de 19
anos, ficou sabendo do curso, reuniu seus desenhos em uma pasta e rumou para Ceilândia.
“Minha temática é a filosofia, faço uma reflexão sobre a vida, o cotidiano”, afirma a jovem.
“Quero instigar as pessoas a não se conformarem”, completa. Mayra logo se destacou nas aulas
e foi convocada para escrever o roteiro de uma toy arte, aqueles personagens que parecem, mas
não são brinquedos. “Eles têm a aparência meiga, mas. no fundo, possuem uma personalidade
caricata e aparecem nos grafites de rua”, conta a jovem.
Entre os professores, destaca-se o desenhista e cartunista brasiliense Raimundo Tabosa, o Broba.
O traço marcante e a ironia de seu texto trazem ainda mais qualidade ao curso, segundo colegas e
alunos da oficina de quadrinhos. Para quem pensa que desenhar uma revistinha é brincadeira,
olha só o que vai no currículo: formas geométricas, teorias básicas de luz e sombra, perspectiva
35

de pontos de fuga, cabeça humana masculina e feminina (de frente, perfil e meio perfil), corpo
humano,expressões faciais,o uso da emoção na narrativa e diagramação visual, entre muitos
outros temas. As primeiras revistas de histórias de quadrinhos teriam surgido na Inglaterra e nos
Estados Unidos, em 1890, segundo pesquisadores de HQ. O título inaugural do gênero seria
Comics cuts, do inglês Alfred Hamsworth, em maio de 1890. Mas os norte-americanos reivin-
dicam o pioneirismo com Yellow Kid, lançada no mesmo ano e assinada por Richard Outcalt. Os
exemplares mais famosos e que lançam os primeiros super-heróis surgiram na década do 1940,
nos Estados Unidos, com Capitão Marvel, Super-Homem, Batman e outros.”
Fonte: Correio Braziliense de 29 de novembro de 2008, Caderno Cidades, página 42.
36

ANEXO F – ÁGUA EM SOBRADINHO


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ANEXO G – O PROJETO CEILÂNDIA ONTEM, HOJE E SEMPRE


A primeira produção coletiva de histórias em quadrinhos da Oficina de Quadrinhos de
Ceilândia a se tornar realidade seria o Projeto Ceilândia ontem, hoje e sempre. O trabalho
consistia na quadrinização da história da cidade, onde seriam abordados o passado, o presente e
perspectivas para o futuro de Ceilândia. A idéia já existia informalmente, pois o coordenador da
oficina, Mauro Bandeiras, havia prometido ao administrador regional de Ceilândia que
produziria uma história em quadrinhos homenageando a cidade, em retribuição ao apoio que
recebera para a concretização do projeto38, ainda nos primeiros dias de funcionamento da oficina.
Por ocasião da proximidade do aniversário da cidade39, os coordenadores do projeto, em
consenso com administrador, acordaram produzir a já prometida história em quadrinhos. Apesar
do pouco tempo hábil para a produção de uma história em quadrinhos, uma equipe foi designada
para a tarefa em meados de março de 2009. A coordenação da equipe de produção ficou a cargo
de Adriano Carvalho Saturnino40, que após a elaboração de um roteiro para uma história em
quadrinhos de oito páginas, reuniu uma equipe de oito pessoas entre os colaboradores da oficina
para a produção do trabalho. A divisão do trabalho seria simples: cada uma das oito pessoas
desenharia uma das páginas descritas no roteiro. Após chegarem a uma acordo sobre qual página
caberia a cada artista, iniciou-se o trabalho, ficando a equipe organizada conforme descrito a
seguir.

Capa:
Manoel Sampaio Nunes
Ilustrações e arte-final:
Paulo Henrique Oliveira do Rêgo (BOARD) - página 1
Adriano Carvalho Saturnino - página 2
Guilherme Gonçalves Braga - página 3
Mayra Ferreira de Souza (SYNDEL)- página 4
José Antonio da Graça (J.A. GRACE) - página 5
Raimundo Tabosa de Castro (BROBA) - páginas 6 e 7

38
O administrador regional de Ceilândia, Leonardo Moraes (tenente-coronel da Polícia Militar do Distrito Federal e
ex-comandante do 2º Batalhão da Polícia Militar) apóia a Oficina de Quadrinhos de Ceilândia por meio da cessão do
espaço físico na Biblioteca Pública Carlos Drummond de Andrade e do fornecimento do material utilizado nas
atividades (atualmente suspenso).
39
O aniversário de Ceilândia é comemorado dia 27 de março.
40
Autor deste trabalho.
48

Denis Carvalho - página 8


André Pereira Ramos - página 9

A administração regional organizou uma programação em comemoração ao aniversário da


cidade, com diversos eventos culturais que aconteceriam em pontos variados de Ceilândia, no
período de 21 de março à 05 de abril de 2009. Os originais da história em quadrinhos deveriam
ser entregues até 22 de março de 2009, pois as revistinhas seriam distribuídas no dia 29 do
mesmo mês. Antes de entregar o trabalho devidamente digitalizado para impressão, foi entregue
uma versão preliminar impressa para avaliação do administrador no dia acordado.
O administrador revelou-se insatisfeito com alguns aspectos da história em quadrinhos
produzida pela equipe da Oficina de Ceilândia e fez as alterações que julgava necessárias,
entregando-as em seguida à equipe para alterações. As alterações foram realizadas, no entanto a
falta de tempo hábil fez com que o trabalho não viesse a ser impresso e entregue na data
programada. O Projeto Ceilândia ontem, hoje e sempre ainda não se tornou realidade, pois a
equipe não viu mais sentido em contratar uma gráfica para imprimi-la, após o fim das
comemorações do aniversário de Ceilândia.
As sugestões do administrador mostraram-se bastante arbitrárias, como será mostrado na
análise dos comentários escritos a punho pelo próprio, na versão preliminar da história em
quadrinhos a seguir e se o projeto pudesse ser encaminhado a uma gráfica conforme foi
concebido, certamente seria distribuído à população de Ceilândia na data programada.
49

ANEXO H – CONSIDERAÇÕES ACERCA DAS SUGESTÕES DO ADMINISTRADOR


PARA O PROJETO

CAPA

Não houve sugestão de alteração na capa da revista em quadrinhos.


50

PÁGINA 1
Na página 1, o administrador sugeriu a alteração textual da primeira vinheta. No texto:
“No dia 27 de março de 1971, exatamente aqui era inaugurada a pedra fundamental de
Ceilândia...”, deveria-se eliminar o trecho “exatamente aqui” e substituí-lo por “onde tem a caixa
d’água41”. Um erro de ortografia na terceira vinheta deveria ser corrigido, o verbo “proliferava”
não concordava com o sujeito “diversas invasões”, devendo ser reescrita no plural (proliferavam).
Além desta correção, deveria-se mencionar o formato da primeira planta aérea de Ceilândia na
quarta vinheta, onde há a anotação: “plano diretor da cidade? Forma de barril” .

41
Para um melhor entendimento, daqui para frente, as reproduções de anotações feitas pelo administrador estarão
sublinhadas para efeito de sinalização.
51

PÁGINA 2
Não houve sugestão de alteração na página 2 da revista em quadrinhos.
52

PÁGINA 3
A única sugestão dada pelo administrador para a página 3, foi a eliminação de dois
quadros brancos, posicionados na terceira e na quarta vinhetas, indicados pela anotação “quadro
branco?”.
53

PÁGINA 4
Na página 4 (FIGURA 38), o administrador indica a personagem na primeira vinheta com
a anotação “rosto estranho”. Entretanto, trata-se de uma caricatura da repentista ceilandense
Terezinha da dupla Roque José e Terezinha. Quanto à “estranheza”, é um fator natural em
figuras estilizadas. À direita da página 4, a reprodução de uma foto atual da repentista. A
observação nos leva a crer que talvez o administrador não conheça os artistas da cidade que
administra.
54

PÁGINA 5

A anotação “(?)” na quarta vinheta da página 5 indica uma dúvida quanto aos 23 anos do
evento ceilandense FERROCK por parte do administrador. O Ferrock, um dos eventos anuais
mais tradicionais da cidade, é um festival de rock, organizado pelo morador de Ceilândia Ari de
Barros, de 50 anos. Aconteceu por diversos anos na Praça da Administração de Ceilândia. Sua
23ª edição ocorreu em dezembro de 2008, na QNP 13, Área Especial, do Setor P Norte de
Ceilândia.
55

PÁGINA 6
Não houve sugestão de alteração na página 6 da revista em quadrinhos.
56

PÁGINA 7
Houve sugestão de se eliminar as duas vinhetas no canto inferior esquerdo da página 7,
onde são representados personagens atrás de grades.
57

PÁGINA 8
Na página 8, o administrador sugeriu alterações no texto escrito. Na terceira vinheta, onde
lia-se: “A sociedade organizada pode cumprir um importante papel, reinvindicando e sugerindo
mudanças na cidade...”, deveria se ler: “É uma sociedade organizada e pode cumprir um
importante papel, reinvindicando e sugerindo mudanças na cidade...”. Nas placas seguradas pelos
personagens, nesta mesma vinheta, os dizeres “Samael” e “Eu não sou Emo” deveriam ser
substituídas por “Lazer” e “Moradia”, respectivamente.
58

PÁGINA 9
A alteração sugerida pelo administrador na primeira vinheta da página 9 foi a recebida
com maior reprovação pela equipe que produziu a história em quadrinhos. O texto: “No entanto,
é inconcebível que uma cidade do porte de Ceilândia não tenha um parque ecológico para lazer
de sua população...” deveria ser substituída por: “E para o lazer da população nada melhor do que
um parque ecológico com muito verde e entretenimento.”, numa clara fuga da responsabilidade
de reinvindicar junto ao governo local o benefício sugerido neste quadro. Uma segunda alteração
foi sugerida para a última vinheta: inserir os textos Lazer, Segurança e Saúde nas placas
seguradas pelos personagens.
59

ANEXO I – TRABALHOS DOS PARTICIPANTES DA OFICINA DE QUADRINHOS DE


CEILÂNDIA

Broba, sem informação de data, arquivo pessoal do artista.

Broba, sem informação de data, arquivo pessoal do artista.


60

Broba, sem informação de data, arquivo pessoal do artista.

Broba, sem informação de data, arquivo pessoal do artista.


61

Broba, sem informação de data, arquivo pessoal do artista.

Broba, sem informação de data, arquivo pessoal do artista.


62

André Pereira Ramos, sem informação de data, André Pereira Ramos, sem informação de data,
arquivo pessoal do artista. arquivo pessoal do artista.

André Pereira Ramos, sem informação de data, arquivo pessoal do artista.


63

André Pereira Ramos, sem informação de data, arquivo pessoal do artista.

André Pereira Ramos, sem informação de data,


arquivo pessoal do artista.
64

Mayra Ferreira de Souza, sem informação de data, Mayra Ferreira de Souza, sem informação de data,
arquivo pessoal da artista. arquivo pessoal da artista.

Mayra Ferreira de Souza, sem informação de data, arquivo pessoal da artista.


65

Mayra Ferreira de Souza, sem informação de data, Mayra Ferreira de Souza, sem informação de data,
arquivo pessoal da artista. arquivo pessoal da artista.

Mayra Ferreira de Souza, sem informação de data, arquivo pessoal da artista.


66

Adriano Carvalho Saturnino, 2006, Adriano Carvalho Saturnino, 2006,


arquivo pessoal do artista. arquivo pessoal do artista.

Adriano Carvalho Saturnino, 2006, Adriano Carvalho Saturnino, 2006,


arquivo pessoal do artista. arquivo pessoal do artista.
67

Adriano Carvalho Saturnino, 2006, Adriano Carvalho Saturnino, 2006,


arquivo pessoal do artista. arquivo pessoal do artista.

Adriano Carvalho Saturnino, 2006, Adriano Carvalho Saturnino, 2006,


arquivo pessoal do artista. arquivo pessoal do artista.
68

Adriano Carvalho Saturnino, 2006, Adriano Carvalho Saturnino, 2006,


arquivo pessoal do artista. arquivo pessoal do artista.

Adriano Carvalho Saturnino, 2006,


arquivo pessoal do artista.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRAMOVAY, Miriam; CASTRO, Mary Garcia. Ensino médio: múltiplas vozes. Brasília:
UNESCO, MEC, 2003.
OLIVEIRA, Mauro César Bandeira de. A importância das histórias em quadrinhos para a
educação. Trabalho de conclusão do curso de Artes Plásticas, Habilitação em Licenciatura, do
Departamento de Artes Visuais do Instituto de Artes da UnB, realizado sob orientação da Profª
Cristina Azra Barrenechea e apresentado em dezembro de 2007. Original em arquivo PDF,
cedido pelo autor.
ACEVEDO, Juan. Contato imediato: como fazer histórias em Quadrinhos. São Paulo: Global,
1990.
COELHO NETO, José Teixeira. Dicionário crítico de política cultural: cultura e imaginário. São
Paulo: Iluminuras, 1999.
COSTA, Antonio Carlos Gomes da. Protagonismo Juvenil - adolescência, educação e
participação democrática. Salvador, Fundação Odebrecht, 2000.
ECO, Umberto. Apocalípticos e integrados. São Paulo: Perspectiva, 1976.
EISNER, Will. Quadrinhos e arte seqüencial. São Paulo: Martins Fontes, 1995.
KANDINSKY, Wassily. Ponto e linha sobre plano: contribuição à análise dos elementos da
pintura. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
LIMA, Lauro de Oliveira. Treinamento em dinâmica de grupo no lar, na empresa, na escola. Rio
de Janeiro: Editora Vozes, 1970.
MCCLOUD, Scott. Desvendando os quadrinhos. São Paulo: M. Books do Brasil Editora Ltda.,
2005.
NOLETO, Marlova Jovchelovitch. Abrindo espaços: educação e cultura para a paz. Brasília :
UNESCO, Fundação Vale, 2008.
TORO A., Jose Bernardo & Werneck, Nísia Maria Duarte. Mobilização Social: Um modo de
construir a democracia e a participação. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, Recursos
Hídricos e Amazônia Legal, Secretaria de Recursos Hídricos, Associação Brasileiro de Ensino
Agrícola Superior – ABEAS, UNICEF, 1997.
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS : ARTE / Secretaria De Educação
Fundamental. – Brasília : MEC/SEF, 1997.

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