Você está na página 1de 2

A lenda que caiu do cu H muito tempo atrs, o cu era todo preto.

Mesmo quando tinha sol, o cu era todo preto. Quando era noite, o cu continuava preto. Existia um grupo de pessoas que vivia isolado em uma aldeia. Esta aldeia ficava em uma ilha, localizada no meio de um lago enorme o grupo n!o podia ser achado por ningum, porque a dist"ncia da margem do lago n!o era suficiente para que algum avistasse a ilha. #entro da aldeia havia tudo que se podia necessitar$ gua, alimentos, %oa terra, %oa gente. As pessoas se respeitavam. As desaven&as eram resolvidas em grupo. Quando algum era considerado indese'ado (por todo o grupo), essa pessoa podia fazer uma em%arca&!o, para sair da ilha do lago. Era uma aldeia 'usta. E a%en&oada. E foi l que tudo aconteceu. *ma noite. Estavam em uma grande festa, com fogo, hist+rias, m,sicas#e repente, o sacerdote gritou que todos parassem. .odos pararam. Ele p/s as m!os em concha... e olhou para o cu. E todos olharam para o cu com ele. E foi caindo, caindo, caindo... e caiu em suas m!os. E elas fecharam. .odos se aproximaram. Quando ele as a%riu, l estavam elas$ duas pedras, duas pedrinhas azuisA festa continuou mais feliz que antes. .odos come&aram a dan&ar, a pular, a se a%ra&ar. 0 sacerdote dava gra&as aos cus. .odos ' sa%iam o que iria acontecer. As luas se passaram. 1asceu... uma menina... com os olhos azuis. Mas n!o eram azuis somente naquela partezinha do meio, n!o. 0s olhos eram todos azuis, at aquela parte em que o olho de todo mundo %ranco- 0s c2lios eram azuis. E as pedras azuis foram colocadas em cada orif2cio do nariz, para que todos vissem$ a menina azul.

3 medida que Azul crescia, mais partes do seu corpo se tornavam azuis, azuis, azuis... Quando chegou a poca em que toda mulher deixa sair vermelho de seu corpo, ela deixou sair tam%m... mas era azul. 1essa poca, todo o corpo dela, ela toda ' era toda azul. E como n!o tinha mais onde ficar azul, come&ou a mudar os seus tons de azul. #e dia era azul4clara, de noite era azul4escura, 5s vezes, violeta. E quando ' tinha passado por todos os azuis, ela come&ou a crescer, a crescer, a crescer. 6hegou o dia em que ela ficou t!o grande, que ' n!o ca%ia mais na aldeia, s+ na gua. Mas dentro d7gua ela n!o queria ficar, pois s+ respirava ar. .odos sa%iam, ela sa%ia. Havia chegado o momento. 0 povo todo veio a%ra&4la, pois seria a ,ltima vez que fariam isso. Ela, de uma %ra&ada s+, podia dar azul pra todo mundo. 0 povo se afastou. 0 sacerdote e todos encheram o peito de ar e sopraram o mais forte que puderam. Ela come&ou a voar, a voar, a voar... E desde aquele dia, o cu azul. E aquelas pedras azuis foram as primeiras estrelas que se viram no cu. Ho'e h muitas, pois as pessoas daquela aldeia continuaram a atirar pedras pra cima, de cores diferentes, que ficavam presas em vrias partes de seu corpo. #e dia, ela azul4clara 5 noite, azul4escura. 1o limite de um e outro violeta. 3s vezes deixa outras cores %rilharem nela tam%m. E quando se sente triste, chove. 6hove fraco, chove forte, chove vento. A mo&a Azul continua a crescer. E dizem que vai continuar at o infinito.

Você também pode gostar