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1 edipgo ~ abel, 2002 ¥ edigao — 2° tragem ~ juho, 2002 + ecigao — 3* tragem — sotembro, 2002 22 edigdo ~ marco, 2003 2! ecigao ~ 2° tragem — abril, 2008, '& edigdo — fevereiro, 2004 3 edigéo — 2° tragem ~ abrl, 2004 3 odio — 3° tragem ~ juho, 2004 | eipdo ~ 4 tragem — novembro, 2004 4 ecigao ~ janeiro, 2005 1 edigdo — 2 tragem atualizada — jlho, 2005 4 adigao — 8" tragem atualizada — outubro, 2005 5 edigto ~ fevereiro, 2008 5? odigto ~ 2* tagem — julho, 2008 = Janel, 2007 6 ediggo ~ 2 tagem = juno, 2007 7 edigho ~ janeiro, 2008 7° edigio — 2° tragem ~ setembro, 2008 88 edigto — janeiro, 2000 88 edigéo — fevereiro, 2010 10% edigdo ~ janeiro, 2011 41" ecigdo janeiro, 2012 MAURICIO GODINHO DELGADO EDITORA LTDA. Ran Jaguaibe, 571 (CEP 01224-001 Sho Paulo, SP — Bras Fone (11) 2167-101 ‘wowltzcom be Produgio Griica e Editoragio Blttnlea: RLUX Capa: FABIO GIGLIO Inpresado: ESCOLAS PROFISSIONAIS SALESIANAS VereSo impresea — 4577.5 — 978-85-861-2001-0 Versio digit — 7266.7 — 978-88-361-2008-9 Feverairo, 2012 Dados Interacionais de Catalogagio na Publieagio (CP) (Camara Brasileira do Liv, SP, Bras) Delgado, Mauricio Godinho Cateo de direito do trabalho / Mausilo Godinho Delgado. — Il ed. = Sto Paulo : Ly, 2012. Bibiografia 1, Direito do tabalho 2. Dizeito do trabalho — Bras LTital 12.00587 cpu.sss31061) Indices para catilogo sstemitico 4. Brasil: Direto do trabalho 34351(81) 2. Direito do trabalho = Brasil 34331(81) As que acreditam, contribuindo para sua realizacao, ras ideias de Justica e Direito, inclusive em sua particularizacdo socialmente indispensavel, 0 Direito do Trabalho. SUMARIO ‘LIVROL INTRODUGAOE PARTE GERAL capiruLot (CARACTERIZAGAO DO DIREITO DO TRABALHO LINTRODUgAO. .DEFINIGAO. 1, DENOMINAGAO vs IV. CONTEGDO. - V. FUNQOES... VLABRANGENCIA DA AREA JURIDICO-TRABALHISTA.. VIL.DIVISAO INTERNA DO DIREITO DO TRABALHO Segmento em Destaque: Diteto Internacional do Trabalho Vill. CARACTERISTICAS DO DIREITO DO TRABALHO —SINTESE capiruLon AUTONOWIA E NATUREZA JURIDICA DO DIREITO DO TRABALHO LINTRODUQKO.u e .AUTONOMI I NATUREZA JURIDICA... 1V.RELAGOES DO DIREITO DO TRABALHO COM OUTROS CAMPOS DO DIREITO 1. Relages com o Direto Constitucionat : 2, RelapSes com Prineipios Gerals de Direlto @ de outros Ramos Juridcos.. 3, Relagdes com 0 Direito Cv 4, Relagses com o Direlto Previdencétio (ou de Seguridade Social. 5, Direito do Trabalho ¢ Direitos Humancs capiru.om ORIGEMEEVOLUGAO DO DIREITO DO TRABALHO LINTRODUGAO, ILORIGEME DESENVOLVIMENTO DO DIREITO DO TRABALHO — PROPOSIGOES METODOLOGICAS ~ I, POSIGIONAMENTO DO DIREITO DO TRABALHO NA HISTORIA... 49 49 52 55 87 62 63 65 66 68 68 n 76 76 7 79 80 ai as 83 85 8 IV. PROCESO DE FORMAGAO E CONSOLIDAGAO DO DIREITO DO TRABALHO .. \V, FASES HISTORICAS DO DIREITO DO TRABALHO 4. ManifestagGes Incipientes ou Espareas. 2, Sistematizagio ¢ Consolidagéo 3. Insttucionalizagso do Direito do Trabalho 4, Crise @ Transiggo do Dirsito do Trabalho. ‘VI. MODELOS PRINGIPAIS DE ORDENS JURIDIGAS TRABALHISTAS 1, Parémettos dos Modelos Justrabalhistas Democratico 1A) Normatizagdo Autonoma e Privatistics ... 'B) Normatizagao Privtistica Subordinada.. 2, Pardiettas do Modelo Justrabalhista Autor... 3, Democracia e Normatizaggo Estatal: reflexes. complementares CAPITULO. (ORIGEM E EVOLUGAO DO DIREITO DO TRABALHO NO BRASIL. LinTRODUgAO. e I. PERIODIZAGAO HISTORICA DO DIREITO.DO TRABALHO BRASILEIRO. 1. Manifestag6es Incipientes ou Esparsas. . 2. Instucionaizagio do Direito do Trabalho .. Analise Comparativa.. 8, Crise @ Transigdo do Direito do Trabalho. Transgdo Democrtica Alada & Crise do Ramo Jr Il, © MODELO JUSTRABALHISTA BRASILEIRO TRADICIONAL. 4, Pardmetro Estatal-subordinado de Gestéo Trabalhista 2 Moseto Justabaisa Basie Traine: carecteizapto sociojuricica © reprodugéo histérica IV.ACONSTITUGAO DE 1888 A TRANSIGAO DEMOCRATICA JUSTRABALHISTA 1. Avangos Demecrticos da Constuigdo de 1988 |A) Renovago da Cultura Juridica Brasileira BB) A Carta de Direitos de 1988. ‘Mauricio Gooiio DeuskDo 2. Contradigtes Antidemocréticas da Constiuigdo de 1988, CCorporativismo versus Demooradia 8, Transigdo Refreada: Impasses constitucionais de 198 4, Modelo Justrabalhist: transigo ou continuidade? V. DIREITO DO TRABALHO: AVALIAGAO HISTORICO-CONSTITUCIONAL MAIS DE DUAS DECADAS APOS 1288, cAPiTULoV. (ORDENAMENTO JURIDICO TRABALHISTA LINTRODUGAO... I. FONTES D0 DIREITO: CONCETTOE CLASSIFICAGRO. 08 93 95 98 97 98 100 101 101 101 102 103 105 105 106 409 at 112 113. 116 16 19 120 121 422 124 128 128 130 132 138, 138 136 (Curso ne Dnerro 00 Tranaino 1. Conceit.. 2, Classficago wna 1) Fontes Mattsson B) Fontes Formals oon Heteronomia e Autonoma. tL FONTES FORMAIS JUSTRABALHISTAS: TIPOS JURIDICOS IV. FONTES HETERONOMAS DO DIREITO DO TRABALHO. 4. Constiuiggo. ‘Sendo Matera @ Senico Formal B) Eficdcla Juridica da Consttulgao «) Vertente Tradicional ) Vertente Moderna. o 0) Andlise Comparative (©) Constituigso: 0 desafio da efetvidade 2, Lei (@ Medida Proviséria) nr 4, Tratadoe e ConvengSes Intemacionais 4 6. Regulamento Normativo (Oecreto) : Portas, vise, Instugses, Circlares 6. Sentenga Normative \V. FONTES AUTONOMAS DO DIREITO DO TRABALHO 1. Convengo Goltva do Trabalho © Acordo Cole de Trabalho... ‘Aderéncia Contatual 2. Contato Coetiv do Trabalho wc 3. U808 © COStUME8 enn 7 VLFIGURAS ESPECIAS... 1. Figura Juetrabahistas Especial. 1) Laude rita (Arbiragem) 8) Regulamento Empresarial nnn 2, Outes Figuras Jufiicas Especiais A) urisprudéncia nn 8) Prncpios Jureicos ©) Doutna. 0) Eavidade 3. Referéncias Finals. A) Analogia 8) Cldusulas Contatuals VIL HIERARQUIA ENTRE AS FONTES JUSTRABALHISTAS. 1. Hierarquia Normatva: teria ger. 2. Hlerarqua Normativa:eopectidade justrababita.... 3. Apicagdo da Teoria Especial Trabahista.. ‘AcumulagSo versus Conglobament : 136 187 197 139 140 vat 142 142. 143 144 145 148 148 150 150 152 154 155 156 187 187 160 162 169 164 165 165 166 167 167 169 170 170 We 17 172 173 174 174 176 178 10 Mauricio Gono DetaAco capiruLov PRINCIPIOS DO DIREITO DOTRABALHO LuTRODUGAO, a 4, C¥6ncia © PriMcfpS ae 2. Dire @ Principos. I. PRINCIPIOS DE DIREITO: FUNCOESE CLASSIFICAGAO 1. Fase Préjurica ou Poltia 2, FAS6 WUC nnn : : |A) Principios Deseritvos (ou Informative) B) Principios Normativos Subsidirios ©) Prinepios Normativos. Concorrentes nn 1, PRINGIPIOS JURIDICOS GERAIS APLICAVEIS AO DIREITO DO TRABALHO — ADEQUAQOES .... 1. Prineipios Gerais — adequagBeS vn 2, Méximas © Brocardos Juridicos. IV. PRINCIPIOS ESPECIFICOS AO DIREITO DO TRABALHO... 2 \V. PRINCIPIOS DE DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO .. 1. Ndcleo Basilar de Principios Especiais A) Principio da Protero.. 2 - ') Principio da Norma Bais Favordvel.. ©) Principio da Imperatividade das Normas Trabalhistas, ) Principio da Indisponibiade dos Direitos Trabalhistas ) Principio da Condigdo Mais Bendlioa F) Principio da Inalterabiidade Contratual Lesiva Intangiildade Contratual Objetiva ) Principio da Intangiblidade Salar. 1) Principio da Primazia da Realidade sobre a Forma 1) Principio da Continuidade da Relagéo de Emprego 2, Principios Justrabalhistas Especiais Controvertids... |A) Prinelplo In cubio pro operario B) Principio do Malor Rendimento Vi INDISPONIBILIDADE DE DIREITOS: RENUNGIA E TRANSAGAO NO DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO. 1. Diferenciago de Figures 2 2, Extansio da Indisponiblidade 8, Requisitos da Rendncia e Transagac A) Pencincla 28) Transagso 2 2 181 182 102 104 184 184 104 105 185 187 188 190 190 192 193, 198 194 196 196 197 198 200 201 202 203 208 208 208 209 209 210 2t2 ata ata (Cuno ve Dinero 00 TaABALHo _ CAPITULO Vi INTERPRETACAO, INTEGRAGAOE APLICAGKO 'DODIREITO DO TRABALHO LINTRODUGAO. I INTERPRETAGAO DO DIREITO D0 TRABALHO 1. A Interpretagio no Conhesimento Humano 2. A Interpretacko no Direto 1A) Inerprotagao na Fase de Conctrugéo da Norma 8) Interpretagdo do Direlto Construso. 8. Hemmenéutiea Juridica A) DistingSes Relevantes.... ®) Fungo da Interpretagio Juraica omen ©) Tipologias da Interpretacso Juridica @) Tipologia Segundo a Crigem da Interpretacio ) Tipologia Segundo os Resultados da Interpretagao «) Tipologla Segundo os Métodes de Interpretagso . D) Principals Métodos do Exegese do Dist. £) Sistemas Tedricos de Interpretacto. a) Hermenéutica Tradiciona.. ») Escola Exegstica Francesa... ©) Escola Histtico-eVOIVE enn 1) Escola da intepretapéo Cientiica. 7 «@) Escola da Livre Investigacion : 4) Contraponto Avalatvo.. F) Expecicdade da Intepretagdo Justrabahista ) Hermenéutica Constitucional ¢ Direlto do Trabalho. II INTEGRAGAO DO DIREITO DO TRABALHO .. 1. Conceituaezo.. 2. Tioos de Integrapéo Juridica. 8, Procedimento Analégico. IV. APLICAGAO DO DIREITO DO TRABALHO. 1. Conceituapto. 7 2. Apleaglo do Dito do Trabalho no Tempo Principio da Aderéncia Contratual 8, Aplicago do Direito do Trabalho no Espaco. Lei n, 19.962/2009 ~ Impacto JUNBIC0 nnn CApiruLo vi PRESCRICAO E DECADENCIANO DIREITODO TRABALHO LINTRODUGAO. I DISTINGOES CORRENTES neon 1" 242 aaa VL PRESCRIGAO TRABALHISTA: CAUSAS INTERAUPTIVAS VII. NORMAS ESPECIFICAS A PRESCRIGAO TRABALHISTA LINTRODUGAO. Mauricio Goonnto Detcano 1. Decadéncia versus Presorigdo 2, Preclusdo versus Prescrigao 8, Perempgao versus Prescrigao.. n IIL A DECADENCIANO DIREITO DO TRABALHO... IV. CAUSAS iPEDITIVAS, SUSPENSIVASEINTERRUPTIVAS DA PRESCRIGAO 4. Causas Impeditivas e Causas Suspensivas... 2, Causas Interruptivas.. \. PRESCRIGAO TRABALHISTA: CAUSAS IMPEDITIVAS E SUSPENSIVAS 1. Fatores Tipiicados : Ct 0 da ACO NE nnn 2. Outros Fatores Atuantes 1. Prazos Presoriionals.... AA) Presorig8o nos Contratos Urbanos. 8) Prescrigao nos Contratos Fur 8) Prazo Diferenciado (Antes da EC 28/2000) 1) Unicagio de Prazos (EC 28/2000) ©) Preserigéo noe Contratos Domest en 1) Preset do Fundo de Garanta do Tempo de Senvgo E) Proscripao em Ades Meramente Declaratias. 2, Termo Inicial de Contagem da Prescrig&o A) Parcoles Oriundas de Sentenca Normativa B) Parcelas de Complementago de Aposentadoria ©) Preserigio Total e Presctigio Parcal 8. Arguigdo da Prescrigio: legimidade e momento . A) Legltimidade para Arguiczo. 'B) Momento Préprio para Arguigéo 8) Arguigo na Fase de Conhecimento. ) Arguigso na Fase de Liquidagzo © Execucéo ©) Deoretagio Automatica pelo Juiz: ponderagtes .. 4, Preserigdo Intercorrente Vil, PRESORIGKO: ESPECIFICIOADES TRABALHISTAS E Noval cOWPETEN |AMPLIADA DA.JUSTIGA DO TRABALHO uvrou DIREITOINDIVIDUAL DO TRABALHO CAPITULO TX RELAGAODE EMPREGO—CARACTERIZAGKO Rolagio de Trabalho versus Relagie de Emprego.. 244 245: 246 246 247 248 248. 249 249 250 251 251 283 254 254 255 256 257 258 260 262 263 263 263 267 269 269 270 270 an 272 272 274 279 279 (Gunso De Dinero 00 TRABALHO Il. CARACTERIZAQAO DA RELAGAO DE EMPREGO 1, DistingBes na Histéia do Dirito 2. Crltérios de Caracterizagio da Relagde Empregaticla, A) Trabatno por Pessoa Fisica... 8) Pessoalidade. (©) Nao eventualidade . : 2) Eventuaidade versus Nao eventualidade:toorias. ») Trabalho Eventual: caracterzagéo... D) Onerosidade E) Subordinagao.. ve 8) Conceito © Caracterizagao 2 b) Natureza da Subordinagto ©) Dimensdes da Suborinagdo:césice,obeva, extra Il. VALIDADE JURIDICA DA RELAQAO DE EMPREGO: ELEMENTOS JURIDICO- -FORMAIS DO CONTRATO EMPREGATICIO... IV, NATUREZA JURIDICA DA RELAGAO DE EMPREGO... 1. Teoriae Contratualistas Tradiclonas |) Teoria do Artendamento 8) Teoria da Compra e Venda. o ©) Teoria do Mandato 2 1) Teoria da Sociedade se ) Contratuaismo Tradicional: andlise ertica 2, Teoria Contratualista Moser enn : 8, Teotias Acontratualis |) Teoria da Relagio de Trabalho 6) Teoria Insitucionalisa (©) Acontratuaismo: anélise ortica capiruLox RELAGOES DE TRABALHO LATO SENSU LINTRODUGAO... 3. EXCLUDENTE LEGAL DAFIGURADO EMPREGADO —VINCULAGAO ADMINIS TRATIVA Sovvidores Inoguares ti, CONTRAPONTOESTAGIO VERSUS RELAGAO DE EMPREGO 1. Estgio — caractorizaplo tradicional (Len. 6494/1977)... A) Requisitos Formais.. B) Requisitos Materials 310 312 312 314 318. a6 317 ate 319 20 4 Mauricio Gono Dexcaoo 2, Eetdglo — nova caracterzagio (Lei n. 11.788/2008).. |A) Requisitos Formals. 1B) Requisitos Materials nnn - 18, Estilo: avalagdo ction oor IV. CONTRAPONTO COOPERATIVA VERSUS EMPREGADO... : 1. Principio da. Dupla Qualidade nn 2, Principio da Retrbuigéo Pessoal Diferenciada .. TRABALHO AUTONOMO : 1, Prestagio de Servos e Empreltada 2, Pacto Autonoma @ Riso Contratual ‘8, Pequena Empreitada: especifcidade VI.TRABALHO EVENTUAL, VII. TRABALHO AVULSO ‘Aviso Néo Portuério: cractorizagio Vil TRABALHO VOLUNTARIO CAPITULO Xt OEMPREGADO LINTRODUGAO... so Emprogado 0 Gontoddo do sua Prostagio Principal 7 | EMPREGADOS DE FORMAQAO INTELECTUAL: TRATAMENTO JUSTRABALHISTA. Consttuiggo de 1988 © RegulacHo de Profiss6os: compatiblizagao. ALTOS EMPREGADOS:SITUACOES ESPECIFICAS ETRATAMENTO JUSTRA- BALHISTA.. 1. Gargos ou FungSes de Confanga ou Gestéo ogre goral A) An. 62 da CLT (Antos da Lei n, 8.966/04) : B) Art 62 da CLT (Apés a Lei n, 8.968/04) (©) Efetos do Cargo de Contianca .. 2, Carpos ou Fungtes de Confanga: eepecticdade banc... 8. Diretores Empregados, A) Diretor Recrutado Extemamente Contraponto de Vertentes 8) Empregado Eleto Diretor. 4, Socloempregado: hipéteses juridioas A) Incompatilidade de Figuras B) Assimilagio de Figuras 7 ) Regra Gera: compatildade de gure juries. ) Sociedade como Simulagéo a2t 323 228 329 331 392 393 396 387 338 389 382 352 353 354 354 355 38s 357 358 360 361 362 364 364 368, 368 367 367 368. Gunso e Dinerro 0 Trasauo IV. EMPREGADO DOMESTICO, 1. Definigao. 2. Esrtura da Relagao Empregatiia Doméstca 2 A) Elomentos Fiétice-uriicos Gera... Relagéo de Emprego entre Conjuges ou Companheirs. 8) Elemento Fatco-uridico da Nao eventuaidade..... © Elementos Faético-uridicos Especials... 4) Finalidade Nao luorativa dos Servis. ) Prestagao Laboral & Pessoa ou Familia. ©) Ambito Residencial de Prestago Laborativa. 8, Direitos Trabalhistas Estondidos aos Domésticos 4, Parcolas Trabalhistas Controvertdas. A) Fétias Anuals Remuneradas .. B) Liconga-patomidade © Licenca-gestante ©) Garantia de Emprego & Gestante D) Aviso-Prévie Proporcional 5, Pacullaridades Rescisérias s V.EMPREGADO RURAL cnr 1 volUpd0 Juri nn 1) Fase de Restigdo de Dict. B) Aproximagdo de Sitag6eS JUFf6B8 nnn ©) Fase Conternporénea: diferenciagdes tpicas Uniieagio do Prazo Prescricional 2. Caracterizago do Empregado Rural A) Antigo Critério Celetista. B) Critrio Hoje Pravalecente ) Elementos Fatico-uridicos Especials 4) Enquadramento Rurioola do Empregado 1) Imével Rural ou Prédio ROStICD nonin 8, Caracterizagdo do Empregador Ruta .a.eneninn CAPHTULOXH ‘OEMPREGADOR LINTRODUGAO.... Defnipgo da CLT: andlise crtca.. Il EMPREGADOR-CARACTERIZACAO. 1. Despersonalizagao : 2. Assungdo dos Piscos (Alerdade) vs ‘Atenuagbes do Risco Empresarial... 8. Empresa @ Estabelecimento a 15 369 369 370 370 a7 372 374 374 376 a7 378 381 381 382 38a 204 387 388 388 389 389 390 391 392 393 39a 394 394 295, 396 399 399 400 401 402 404 408 16 GRUPO ECONOMICO PARA FINS JUSTRABALHISTAS. 1. Definigso. 2, Objetivos da Figura 2. Garactorizagio do Grupo Econdmio A) Abrangéncia Objetva B) Abrangéncia Subjtiva.. ) Nexo Relacional Interempr2898 ones 4. Soldredade Resutante do Grupo Econémico A) Solldariedade Exclusivaments PASSIVa een B) Soldariedade Passiva © Ativa: empregador Unico 5. Aspectos Processuais. os IV, SUCESSAO DE EMPREGADORES 1. Dofinigdo © Denominagao.. 2, Sucessio Trabathista: caracterizagto. A) SituagSes-tipo Tradicionals de Sucesséo. B) Situagdes-tipo Novas de Sucessao 8, Requisitos da Sucessdo Trabalhista... |A) Transferéneia de Unidade Econtmicourtaica. ‘Titulo Jurdico da Transfers. B) Continuidade na Prostagdo Laborativa ©) SituagSes-tipo Novas de Sucesséo: requisites 4, Fundamentos da Sucessio Trabalhista A) Fundamentapao Doutrindra. 8) Fundamentagso Legal 5. Abrangéncia da Sucessé0 Trabalhista, Rostripdes Tépicas & SuCeSSAO 6. Efeitos da Sucessdo Trabalhista 1) Posigdo Juridica do Suoessor Empresarial CCidusula de Nao responsabilizagao 8) Posico Juridica do Empregador Sucedido. ©) Insurgéncia Obreira Contra a Sucessio 7. Natureza Juridica da Sucessto Trabalhista A) Figuras Civilistas Cidssicas. 5) Singularidade Trabalhist . \V. CONSORCIO DE EMPREGADORES. capiruLo xm ‘TERCEIRIZAGAO TRABALHISTA LINTRODUGAO.... Evolugéo Histérica no Brasil Mauricio Gono Deusan0 406 408 408 407 407 407 409 410 au 412 413 414 a4 as 416 47 a8 418 40 421 421 422 422 423 423 424 426 ar 47 eee 420 429 430 431 vs 432 aera aaa 498 436 (Gunso De DineiTo 00 TaasALno I. NORMATIVIDADE JURIDICA SOBRE TERCEIFIZAGAO ... 1. Legislagio Heterdnoma Estatal A) Decreto-Lein, 200/87 © Lol. 6.645770 rms 8) Loin. 6.019174 e Lein. 7.102183, ©) Parégrafo Unico do art. 442, CLT — cooperativas. ) Outras Referéncias Lega... 2. Constituigdo de 1988... 8, Jurisprudéncia Trabalhista, II. TERCEIRIZAGAO: CARACTERIZAGAO E EFEITOS JURIDIOOS 1. Tereskizagdo Licita Wcta... A) Tereoitizagdo Licta: stuagbestipo 8) Auséncia de Pessoslidade e Subordinagéo Diretas ..... ©) Tercekizagao lca 2. Efelios Juridicos da Terceirizacso 'A) Vinculo com © Tomador de Serig08 on. 8) Isonomia: salio equitativo.. : 1V.ESPECIFICIDADE DA ADWINISTRAGAO PUBLICA . \V, TERCEIRIZAGAO ATRAVES DA LEIN. 6.019/74. 1. Trabalho Temporario: caracterizacso 2. Hipéteses de Pactuacao 8, Formalidades © Prazos 4, Diretos da Categoria Temporéia 5. Trabalho Temporirlo e Salario Equitativo VI TERCEIRIZAGAO E RESPONSABILIDADE ~ Reesponsablizagio de Entidades Estatals Terceli2amtes occ Vil, ASPECTOS PROCESSUANS...... 1. Competéneia 2, Litisconsércio Passivo. Vl. UM RELEVANTE DEBATE: CONTROLE CIVLIZATORIODA TERCEIRIZAGAO 1. Teteetrizagio © Na Discriminagso Remuneratéria — salério equitativo 2, Terceirizagao © Responsabilidade Trabalista 8, Terceiizagio © Atuagdo Sindloal 4, Século ¥0X — outros controles perinentes capiruLoxw [RESPONSABILIDADE POR VERBAS TRABALHISTAS LINTRODUGAO. 1 RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR E ENTES DO GRUPO ECONOMICO - 459 459 461 462 463, 465, 488 467 470 470 ant 472 473 476 478 480 488 408 18 ‘Mauricio Gootwio'Devaan I, RESPONSABILIDADE DO SOCIO. 488 IV, RESPONSABIIDADE PELO TRABALHO -TEMPORARIO E OUTROS TIPOS DE TERCEIRIZAGAO. os 488 \, RESPONSABILIDADE 00 SUSEMPREITEIRO.. 490 VI. RESPONSABILIDADE DO DONO DA OBRA (QU TOMADOR DE SERVIGOS).... 491 4. Stuagdes de Néo Responsablizagdo 492 2. Situagbes de Responsabilizacao 493 VIL RESPONSABILIDADE NOS CONSORCIOS DE EMPREGADORES . 497 capITULoxy (CONTRATODE TRABALHO — CARACTERIZAGAO, MORFOLOGIAE NULIDADES LanTRODUGAO. = 500 IL ASPECTOS CONGEITUAIS D0 CONTRATO DE TRABALHO vn 801 4, efg80 : 501 Defnigdo da CLT: erica 02 2, Denominacao 02 3. Caraceres.. so ll, MORFOLOGIA DO CONTRATO (ELEMENTOS CONSTITUTIVOS) onan 807 1. Elementos Essenciais (Juridico-formals) do Gontrato 508 1A) Capacidade da Parte nnn 508 6) Lictude do Objeto.. B12 ©) Forma Regular ou Néo Pribida a B14 Forma e Prova B14 ) Hgdez de Mantestagao da Vontade. 515 2, Elementos Naturais do Contra. 517 3, Elementos Acidentais do Contrato: condiogo ¢ termo... sensu BIT IV, VICIOS & DEFEITOS DO CONTRATO DE TRABALHO —NULIDADES 518 1. Teoria Trabalhista de Nulldades.... 519 |) Aplicagao Plena da Toot Trabalhista 520 8) Aplicagao Restita da Teoria Trabalhista n-un 520 CC) Inaplicablldade da Teoria Especial Trabalhista. 522 2, Tipos de Nulidades. a 522 A) Nulidade Total ¢ Percial 522 5) Nulidade Absoluta © Relativa 528 9, Nuldade Preecrigso 524 capiruLoxvt (CONTRATO DE TRABALHO—MODALIDADES LINTRODUGAO... 525 I. CONTRATOS EXPRESSOS E CONTRATOS TACITOS 525 Gunso 0€ Dinero 00 TRABALHO 1. CONTRATOS INDIVIDUAIS E CONTRATOS PLURIMOS. AEXPRESSAO CONTRATO COLETIVO DE TRABALHO. CONTRATO DE EQUIPE: 1. Distingbes... 2. A Expressto Contato Ocletve de Trabalho 3, Contratos Plirimos @ de Equipe... IV, CONTRATOS POR TEMPO INDETERMINADO 1, Aspectos Gerais... 2. Eletos Espeoticas do Contrato por Tempo Indeterminade A) Interrupgéo Suspensio Contratuals.. B) Estabilidad © Garantias de Emprego .. ©) Efettos Rescisérios. \V.CONTRATOS POR TEMPO DETERMINADO (ATERMO) 1. Hipéteses de Pactuacéo 2. Moios de Fixagdo do Term Fina... 8, PraZz08 LOQALE wenn ae 4 Prorrogagao e Sucessividade Contratuals. ao 5. Indeterminago Contratual Automtica Novag") 6. Eleitos Rescisérios nos Contratos @ Termo 7. Suapensio # Interupgdo nos Contos a Termo. Gaanas do Emprego © Conitatos a Termo A) Acidante de Trabalho: excegao isolada .. se 8) Garantia & Gestante © Nascitur: nova excegéo? 8. Contratos a Terme: fo1Ma © POV nen 8. 0 Tempo de Servigo nos Contratos a Termo .. capiTULOXv ‘POS DECONTRATOS ATERMO LINTRODUQAQ = I.TIPOS CLASSICOS DE CONTRATOS A TERNO .. 1. Contrato de Experiéncia |) Caracterizacéo 8) Efeltos Contratuais. a E C) Natureza Juridica do Contrato de Exporiéncia — A Figura do Period de Experiéncia : se 2. Contato de Satra Contato ural por Pequeno Paz. 8. Contrato de Obra Certa.... 4. Contrato por Temporada 631 531 531 532 534 534 537 539 539 540 542 544 545 546 548 549 552 652 654 554 555 558 560 561 563 20 Mauricio Goorto Deicx0 NOVO PAGTO A TERMO: 0 CONTRATO PROVISORIO DA LEIN. 9.601, DE 1998 . 1. Colebragdo Contratual A) Hipéteses de Pactuagao B) Requisitos do Contrato 2. Caracterizagao da Figura Juridica AA) Denominacéo. 6) Caracteristicas Trabalhistas Comuns .. 18) Praz0 d@ DUPEGEO rennin ) Melos do Fixagio do Termo Final (©) Sucessividade Contratual 4) Tempo de Servo (Accessio Temporis) ©) Caracteristoas Trabalhistas Especials.. a) Pactuaglo do Contrato ) Formalidade Contratual ©) Prorrogagao Contatual... 3, Extingo Contraual: efeitos juridicos 2) Exingo normal do contrto(cumprimento do prazo preiado) ») Extingo contratual em face de dispensa antecipada pelo empregador. ©) Extingso contratual em face de pedido de demissao antecipada pelo ‘emprogado : 1) Extingdo contratual em face de pedido de demissao ou dispensa anteci- ppadas, havendo no conirato ciusula assecuralria do dirt reciproco de antecipagao resciséria A) Acidente do Trabalho: excep resciséria. 6) Garantia & Gestante © Nasclturo: nova excegao? 4, Diteltos Trabalhistas Apicéveis AA) Parcelas Comuns aos Demals Contratos.. 8) Parcolas Modiicadas pela Lei n. 9.601/98 ... ©) Parcelas Trabalhistas Novas. D) Now Contato Proviso: Imtes & regu de doe. '5, Vantagens Tiibutéras © Creditcias Decorrentes... 6. Lei n, 9.601, do 1998: reflexes complementares. |) Lei n, 9.601/98 © Desemprago B) Loin. 9601/88 e Fiexibiizagio Trabalhista ) Lei n, 9.601198 e Consttuigdo da Republica . @) Incompatibiidades Globais ») Incompatilidades Tépicas 564 565 565 565 877 878 579 580 581 sat 582 689 589 504 505 505 887 588 589 (Curso oe DinerTo Do TaasaLno capiruLoxvin CONTRATO DE TRABALHOECONTRATOS AFINS LinrTRODUGAO. Contatos de Atvidade.. I. CONTRATO EMPREGATICI E CONTRATODE PRESTAGAO DE SEAVIQOS... I, CONTAATO EMPREGATICIO E CONTRATO DE EMPREITADA Pequena Empretada na CLT one : IV. CONTRATO EMPREGATICIO E CONTRATO DE MANDATO.... \V. CONTRATO EMPREGATICIO E CONTRATO DE PARCERIA RURAL. VL. CONTRATO EMPREGATICIO E CONTRATO DE SOCIEDADE \i.coNTRATO ENPREGATICO E CONTRATO DEREPRESENTAGHO COMERCIAL (GOU CONTRATO DE AGENCIAE DISTAIBUIGAO) 1. Representagsio Comercial e/ou Agéncia @ Distribuiggo: dindmica juriica A) Caracterizagio : B) Remuneragao ©) Resciséo Contratual 2. Representagio Mercantil e/ou Ac 6 Distbuigto vereue Contato Empregaticio: contraportes... ‘3, Empregado Vendedor: regras préprias. A) Comissées — estrutura @ dindmioa JC wc 2) Conceito @ Natureza. . a ) Dindmica Comissional... 8) Pagamento da Comissio. ©) Utimagao do Negécio — data presumida 1D) Risco Concemente as Vendas. E) Inspogdo © Fiscaizagio pelo Vendedor. FF) Exclusividade de Zona de Trabalho ) Ciiusula “Star det Credere”. vs 7 CAPITULO XK EFEITOS DOS CONTRATOS DE TRABALHO: PROPRIOS E CONEXOS LnTRODUGAO. 2 | EFEITOS CONTRATUAIS PROPRIOS 1, Obrigagdes do Empregadcr... 2, Obrigagbes do Empregado .. 8. Poder Empregaticio como Etelto do Contato at 591 591 592 593 594 596 597 599 601 602 602 603 603 04 608 607 607 607 608 609 609 609 610 610 612 612 61a oa ous 22 ‘Mauricio Gooniio Deano (Curso De Dinero 00 TRABALHO 23 I, EFEITOS CONEXOS: DIREITOS INTELECTUAIS : ots /n2) Dldgaate de names o dace cnt oempregnos, cops 4. Dicitos ineletuais: madaliades ¢ natureza 614 ines cata m= O49 Nets Juries. aa ‘A-10) Cémarastolevsivas de seguranga em banheitos 644 2. Dretos da Propedade Industial © Contato de Emrego.- ets ‘Act1) Dintmica de metas de desempenho e respectvas cobrangas 644 ae ae a ‘A-12) Uso de téenicas motivacionais abusivas e desrespeitosas. 645 8) Tao Ill som Rao ci @ Can ae ‘ci Cote Ge cveonaca eow oat ee 6 Toh Frio por Cranstnsas Corti or ‘A-15) Controle de correspondéncias eletrénicas (e-mails) 646 IV, EFEITOS CONEXOS: INDENIZAGOES POR DANOS SOFRIDOS PELO ste 1) Caicedo wo deequpannte etic od natn, n- sive acesso & internet. er 4. Infonzago por Dano Moral 8 ager sie ‘Ac17) Quebra de siglo banca de emoregado do Banco 67 2. Lesbes Aides: dano mater, dao moral dan esto. et al ee eae ea 3. Responsabiidade Indenizatria: requisites 62a ‘A-19) Condigées degradantes no ambiente do trabalho 648 A) Requisits C1S68i¢08 enn 623 4-20) Atrasos rlterados 40 SAld08 oven : 648 B) Objetvagéo da Responsablldade on 625 ‘-21) Exerfco de tungdo perigosa,néo integrant do contrato 648 ©) Atenuacio ou Exclusdo da Responsabilidade 627 ‘4:22) Afronta& involabildede fsia e & seguranga ou estresse acentuado, 4. Netpdo do Dan Nora sto ou 8 magem o Respect Valor ndeniza fem face de voléncia decorente do exerci de funcdo perigose .. 649 1600. 627 4-28) Condula de discriminago no ambiente laboratv 650 A) Referencias Normatvas Antevires a 5.10.1988 628 ‘-24) Desrespeto a dees intelectual, especimente rlaivos & autora. 65% B) Afro do Dano © Fixaglo da IndenizapS0: CHES nn 629 4-25) Viola & imagem. 651 4) Citério Consttusional Provelecent mann 620 £1.26) Acusagéo nao comprovada de ato licto 652 ') Critérios Constitucionalmente Repetidos 7 690 ‘:27) Anotagdo desabonadora em Cartera de Trabalho ~ 652 eel fa A-28) Dispenca discrimination nn) ape aa ‘A.29) Supressao injustiicdvel de plano de said... 654 ee eae cs ae ‘A-30} Elaboragdo ou divulgagdo de “Ista suja” de trabalhadores. 656 \V.EFEMTOS CONEXOS: 0 UNIVERSO DA PERSONALIDADE DO TRABALHADOR Se 654 EATUTELAJURIDICA EXISTENTE a 638 CAPITULO xx 1. Diceitos da Personalidade do Trabathador: Univers jUtt00 nnn 638 ‘OPODERNO CONTRATO DE TRABALHO—DIRETWVO, 2. rots da Personalidad do Trabalho © Poder Empegatc:conraponios EGULAMENTAR, FISCALIZATORIO, DISCIPLINAR harmonizagao de principos,regras ¢ institutes juices... oe 67 : ital Ioana ceiceaesaoeeems eaceaea bong IL PODER EMPREGATICIO: CONCEITO E CARACTERIZAGAO 658 1. Conceituaco. 658 ec eee = bolt Poder Empregaticio versus Poder Hlerérquco.. 658 ‘A-2) Dindmica da selegdo e da contratagdo trabalhistas... ott ocean Pos - oe ‘A-3) Otensas fisicas : se 642 Rete 00 Ae) OF@8B8 MOTAIS rrr oa 8B) Poder Regulamentar.. 661 5) Assédlo sonual 4a Natureza dos Disposives Fegulamentars.. 691 Ac6) Revistas intima semen eee (©) Poder Fiscalizat6rio....... a 662 ‘Ac Rovistas om pertences obreios, embora néo intias. 643 Rear e as ‘A) Liitago do uso de banheiros no ambient laboravo. 643 Dipeaoeie nea 24 Mauricio Goon Detoxo II FUNDAMENTOS DO PODER EMPREGATICIO... 4. Fundamentos Douttindros : AA) Propriedade Privada . B) Institucionalismo = ©) Delegago do Poder Pabioo D) Contato... ) Uma Variant: @ autonomia como fundamento jreco. 2. Fundamentos Legals. IV. NATUREZAJURIDICA DO PODER EMPREGATICI .. 1, Concepeéee Tradicionals... {A Ditto Potestativo B) Diroto Subjetivo, ©) Status Jurcico D) Diretto-ungd0 «..- Poder @ Cidadania. 2. Teoria da Rela dericca Contratul Complexa Virtudes da Concepesio Relacional \V. 0 PODER DISCIPLINAR.. 4, Fundamentos on. |) Posigio Negatvista 8) Posiggo Autonomista (0) Vertente Intermediéia 2. Infragies Caracteriaticas ... A) Crhétios de Caracterizacio 8) Infragdes Obreiras Tipcadas 8, Penalidades-Caracteristica... ‘A) Modaidades Acolidas B) Modalidades Rejettadas. 4. Cfo de Apcagio de Penaicades (ReauistosIncdents) A) Requisites: ObjetV08 wen ),Requisitos Subjtives... ©) Requisitos Circunstanciais 5, Intervengo JU nnn 6, Poder Discplinar e Dieta Obrero de Resistencia. \LFODER EMPREGATICIO DIREITOS DAPERSONALIDADE DO TRABALHADOR NOVOS DESAFIOS 1. Diretos da Perconalidade do Trabalhador e Poder Empregatci: contrapontos f harmonizagao de principos, regras e insttuos jurdicas |A) Caracterizago do Contraponto Juric. 8B) Harmonizagdo das Dimensbes Juridicas Contrapostas 2. Dano Moral na Relagio de Emprego: situagées em destaque 686 666 666 608. 609 670 672 674 675 675 676 677 o7 679 680 eat 682 685, 635, 685 686 687 688, 628 620 690 690 692 694 695 696 696 700 702 703 704 704 705 705 LINTRODUGAO. IL REMUNERAGAO E SALARIO: ISTINGOES .. 4, Salério: defnigao... 2, Remuneragio: detinigZo @ distingses Flemuneracgo © Gorjetas. ee Ii SALARIO: DENOMINAGOES ... 1. Denominagées Impréprias {A Salério de Contribulggo Salétio de Benotcio B) Salério-Famia an ©) Salério-Matemidadk D) Salério-Educagao. E) Salério Minimo de Reteréncia F) Salo Social 2. Denominagses Préprias A) Saldrio Minimo, Salétio Profissional, Saltio Normativ. Piso Salarial a B) Salério Basico, ©) Salo ondico, Sasa Equtatvo, Salo Substnigio,Saléo Sule. ) Salério Judicial E) Satério Complessivo.. F) Saldrio Condigao G) Selério Progressivo.. H) Outras DenominagSe onc IV, SALARIO: COMPOSIGAOE DISTINCOES. 4. Composicao do Salério (Parcelas Salaries) A) Patcelas Salariale Tipiicadas.. 1) Paroolas Salatials Nao Tipificadas, ©) Parcelas Salariais Dissimuladas 2, Parcelas Salariais Dissimulades... |) Didrias de Viagom © Ajudas de Custo 8) Outras Parcelas Dissimuladas... \V.PARCELAS NAO SALARIAIS.... 1. Classiicagso Segundo a Natureza Juridica 1A) Parcelas de Natureza Indenizatria 8) Parcelas Meramente Instrumentals. 707 707 707 708 708 ™ 72 72 72 713 m4 14 ns m8 718 716 716 716 n7 a7 nn ne ne m8 n9 m9 n9 79 720 720 721 722 722 72 723 26 Mauricio Goontio Dexeavo ©) Parcolas de Direito Intelectual = 1) Parlicipagio nos Lucres'ou Resultados. ‘Stock Options: enquadramento juriico .. E) Parcetas Previdencidrias Ofiials. F) Parcelas Providencitias Privadas. 6G) Parcelas de Seguridade Social H) Parcelas Pagas por Terceiros 2, Ciassiicagdo Segundo a Origem (ou Devedor Principal). A) Parcelas Nao Salavials Devdas e Pagas polo Empregader. 58) Pala No Salas Pages Aravés do Emprgader, Emo Nio Devas por Ele es 6) Parcelas Pagas por Terceitos 20 Empregado VL. CARACTERES DO SALARIO. ‘Vil. CLASSIFICAGAO DO SALARIO.. 1. Tipologias Principals... aaa 2 Modos de Aferigio Sala: tpos de salério A) Salétio por Unidade de Tempo B) Salitio por Unidade de Obra... : ©) Salario-Tareta Vil, MEIOS DE PAGANENTO SALARIAL:GALARIO-UTILIDADE: 1. Caracterizagdo do Salério-utlidade.... 1A) Reauisitos Essencials .. Excludentes do Salério-tiidade 8) 0 Papel da Onerosidade Uniatoral da Ua 2. 0 Papel da Norma Juridica Concessora da Utiidade... 8, Rol de Utiidades Pertinent nun . 4. Repercusstes da Utidade no Contato de Trabalho |A) Efetos Contratuals da Utlldade Salat ene nnnennnnnnnn B) Valor da Uiiidade no Contrato.. se 5. Especticidades do Salitio In Natura No CAMPO ence 1%. PARCELAS SALARIAIS: MODALIDADES ESPECIAIS DESALARIOS.. 1. Salto Basco 2. BONE wn 3, Adiclonals... A) Caracterizagio B) Classiticagao . 4, Gratitoagées.. A) Caracterizaglo B) Repercussées Contratuas... 5. 13" Salo... 723 724 724 728 78 728 reo 731 731 732 732 792 738 738 740 740 742 743 744 744 744 748: 749 750 751 752 752 753 754 758 787 788 758 760 761 762 762 764 784 Gunso 0¢ Diseito 00 Trasano 6. Comissbes A) Caracterizacéo . 8) Vendedores, Valantes ou Praca. a 4) Uitimago do Negécio ~ data presumida.. ») Pagamento da Comissao. ©) Rlsco Concemante 85 VeNdA enn 4) Inepegao @ Fiscalizago pelo Vendedor «@) Exclusividade de Zona de Trabalho 4) Cidusula “Star dal Crodere. 7. Prémios (ou Bénus) 8. Outras Paroolae Salariais. A) Caracterizacéo 8) Aludas de Gusto e Diaras de Viagem inegulares.. ) Aluguel de Vefoulos @ Ajuda Combustivel Iregulares. ‘CAPITULO XX ‘SISTEMA DE GARANTIAS SALARIAIS LINTRODUQAO. on I PROTEGOES JURIDICAS GUANTO AO VALOR DO SALARIO 1. Iredulbiidade Salarial 2. Comrego Salarial Automatica... 3, Patamar Slarial Minimo Imperativo. A) Salério Minimo Legal... B) Salério Profisional nnn ©) Salério Normativo © Seléto Convencional Ill PROTEQOES JURIDICAS CONTRA ABUSOS DO EMPREGADOR 1. Oftérios Legais de Pagamento Salariak: tempo, lugar, meos 1A) Tempo de Pagamento, a 6) Lugar de Pagamento. ©) Meios de Pagamento.. 2, lredutiblidade Salar. 8: ntangibidado Solari: contol de desconO8 A) Regra Geral de Intangibiidact B) Descontos Salaris AUIOFI28d08 neuen ©) A Especificidade Ruricola no Tema dos Descontos .. 'V, BROTEQOES JURIDICAS CONTRA DISCRIMINACOES NA RELAGAODE EMPREGO 4. Mo eacdminagdo e Isom: tinge a 2, Protegdes Antidisriminatérlas Trabalhistas: linhas gf 8, Constitulgdo de 1988: Importéncia na temética antidiscriminatéia 27 768 768 767 768 768 769 769 769 770 ™ mr. 7 77 77 176 776 776 779 702 782 784 736 786 ver 787 789 790 792 792 792 793, 796 796 797 800 200 28 (Gunso 0 Dinero 00 Trasaux0 29 4. Trasicionais Protegdes Antciscriminatéras... V. PROTEQUES JURIDICAS CONTRA CREDORES DO EMPREGADOR 840 5. Novas Protegdes Antiiscriminatras a Contar de 1988. 02 1, Protegfo Juridica Através da Responsabiidade Trabalhista 240 ‘A Discriminagéo Contra @ Muhor.. 803 A) Diregdes da Responcablidade Trabalhista.. B42 8) Discrminagdo Contra Trabalnador Menor de 18 Anos. 805 8) Artigas © Novas Situagées Polémicas 244 AEC n, 65/2010 6 0 Concsito de JOVEM on 810 2, Protegéo Juridica na Concordata do Empregador.. 248 ©) Discriinago Contra 0 ESttaNgetO nnn OY Recuperagio Empresarial (Lei n. 11.101/2006) 849 Isonomia entre Brasileiro @ Estrangelo enn a2 8. Protego Juridica na Faléncia do Empregador 250 ) Discriminagso Contra © Portador de Deficiéncia. an4 Competéncia Judicial a) ) Diserminagéo em Fungo do Tipo de Trabalho ane 4. Potegao cura na Lqudaglo Extrajudll do Empregador mn 855: F) lsonomia com Respeto ao Trabalhador Avulso as \V. PROTEGOES JURIDIGAS CONTRA CREDORES DO EMPREGADO, 855 6. Antdiscriminagéo e Equiparacio de Salas . 816 1. Impenhorabilidade do Saléio a : 856 |) Requistos da Equiparagto Salar. 818 2. Restigées & Compensaco 857 2) Identidade de Fungtes a7 8. Gitrio de Coregao Moneta nn 258 ») Identidade de Empregacor 818 4 Imiabidade da Cessio do Créito Salara 860 ) Identidade de Localdade a8 4) Simuitaneidade no Exereiclo Funcional si9 __CAPATULO XX 8) Outros Elementos de Revo no Tema Equiparato 820 ee 2) Diferenga de Perfeicso Técnica sme 820 LINTRODUGAO.. 862 ») Diferenga de Procutvidade... mone 824 4. domada e Saliio : vw 862 Uma Partculridade: salvio por unidade de obra 822 2 Jomada e Satide no Trabalho - 883 ©) Diferenga de Tempo de Serica 822 3. domada e Emprego 864 4) Existéncia de Quatro de Carrera 822 I.DISTINGOES RELEVANTES-— DURAGAO, JORNADA, HORARIO. 886 6} Paradigma om Readeptagio Funcional 223 1. Durago do Trabalho 886 ©) Um Debate: desnive sla restate de deco jc! favordvel a0 cea as raat a a6 0) ean Sa ” _ 3. Horio de Trabalho 867 5 leona ete Banoo exregeo (at 368 CLT 2s l-COUPOSIGAODAJORNADADE TRABALHO wee 7. Anicisriminagéo Salaial em Empresas com Quadro de Careira 827 Sade enter aa - res 68 'A) Reuisitos do Quadko de Carer. e27 eee ~ a B) Protegées Antisisriminatrias.. 229 8) Tempo & Disposiglo ose 8. Antdisciminagio © Substiugio do Emprogados 830 eee eee i si 2) Dorriato Relevant: sbsituso intra ou provi subst Ele ence eg aceea sro rmeramento eventual 830 2. Crtétios Especiais de Fixagdo da Jomada . 873 8) *Substtuigdo Permanente": ocupagd0 d® 8190 V8QO nn eat 1) Tempo de Pronto. : 873 8. Aniciscrminagéo e Tercekizagso Trabalhista a2 18) Tempo de Sobreaviso.. 873 A) Trabalho Terceiizado emporio. 83 Tempo de Sobreveo — BPs, pager tlelones celares 874 £8) Trabalho Teresitzado Permanente. 7 834 ©) Tempo Residual & Disposigbo 876 ©) Terceiizagdo © Discriminagso: problemas © SOlNG6@S 10 Dit0 ew 835 8. Jomada: tronco bisico © componente euplementares. ee or 2) Tetcsirizagao Hct em Entidades Estas. 836 1) Tron BS an er ) © Problema Diserminatéo na Teroskizagdo Lita. 87 '8) Componentes Suplementares 377 30 Maurico Gooinio Dexcano IV, NATUREZA DAS NORMAS RELATIVAS A JORNADA: TRANSAGAOE FLEXI- BILIZACAO.. 1. Natureza da Nornas Felaivas & Jomada, 2, Transagao e Flexiblizagao da Jornada: possiblidades e limites. A) Cfitérios Gerais Informativos ®) Flexilzagho © Compensapto do Jomada 4) Titulo Juridica Autorizador(At6 Lei. 9.601/98) b) Parémetro Temporal Maximo (Até Let n. 8.60/88). ©) Compensapio Anual/Banco de Horas (Lei n, 9.601/98).. Dinamica do Banco de Horas 1) Restrigbes a0 Regime Compensatsro .. — \V. MODALIDADES DE JORNADA —O PROBLEMA D0 CONTROLE 2 1. Modalidades de Jomada de Trabalto.. 2, Jomadas Controladas. 8. Jomadas Néo Controladas ') Avidade Extra Incompativel com a Fxagdo de Hordio Trabalho no Domiotio (Home Office) ¢ Teletrabalho. 1B) Exercentes de Cargos de Gestio.. 4, Jomada Néo Tiiticada: a categoria doméstica VI. JORNADA PADRAO DE TRABALHO... Vil. JORNADAS ESPECIAIS DE TRABALHO... 1. Caracterizagdo das Jomadas Especiais 2. Categorias Especiticas : a 3, Tumnos tninterruptos de Revezamento.. A) Caractorizagio da Figura Juridica 6) Efetos Jurcicos do Art. 72, XIV, CFIB8 evn C) Negociagso Coletiva e Jomada Ampliada 4, Atvidade Continua de Digltago Vill JORNADA EXTRAORDINARIA.... : 1, Caracterizagio da Jomada Extraotdindtia . eae |) Jomada Extreordnatia e Jomada Suplementar 8) Prorrogagbes Regulares ¢ lrequlares 2. Tipos de Joradas ExtraordingHa8 ern A) Tipologia pela Causa da Procrogagso. Z a) Acordo de Prorrogagio de Jomada b) Regime de Compensagio da Jomada. = ©) Prowrogagao em Virude de Forga Maior.. 1) Prorogacio em Virude de Servigos Inadkvols vs ©) Prorrogagao para Reposieao de ParalsagGes Empresarias..... 879 aro 880 280 884 284 388. 291 896 98 900 900 901 903 903 o10 910 on 93 on 916 97 on 92 92 et 923, 924 924 924 926 oor 929 930 (Curso be Dinero Do Taaaatno B) Tipologia pelo Titulo Juridico Autorizador da Prorrogacio ©) Tipologia pelo Tempo Licto de Prorrogagéo.. 8, Efetos da Jomada Extraordintia . 1X. TRABALHO EM TEMPO PARCIAL wens 1. Trabalho em Regime de Tempo Pari tnicagao 2, Efeitos do Regime de Tempo Parcial. 8. Altracio Contratual para o Regime de Tempo Parcial X.JORNADA NOTURNA 1. Pardmettos da Jornada Notura 2, Eleitos Jurdicas da Jomada Notuma.. 8, Restipdes a0 Trabalho Notumo ~ ~ capiTULOXxI PERIODS DE DESCANSO: INTERVALOS, 'REPOUSO SEMANALE EMFERIADOS: LINTRODUGAO... 7 Il INTERVALOS TRABALHISTAS: ANALISE JURIDIC ee 1, Relevancia dos Intervelos Trabalhistas...... 7 |) Intervalos e Sauide no Trabalho. 8B) Transagao @ FlexibiizacZo dos Intervalos: possibiidades ¢ limites .. 2. Modalidades de Intervalos Trabalhistas ——— 8, Intervales Inrajomadas: caractorizapdo © otoltos Juridicos A) Objetivos dos Intervalos Intrajomadas 8) Classiicagdo dos Intervalos Inrajomades. = 8) Intervalos Comuns © ESP8CalS rensn ns ») Intervalos Remunerados © Nao Remunerados ‘Quadro de Intervalos Intrajomadas ©) Intervalosinrajomadas:reperusséec juris de sou desroapeto 1) Desrespeito @ Intervalo Remunerado ) Desrespelto a Intervalo Nao Remunerado ) Intorvalos Inrajomadas: outras regras aplicaves. 4, Intervalos Interjomadas: caracterizagdo e efeitos juriicos 7 1) Objetivos dos Intervalos Interomadas = — 8) Classiticagso dos Intervalos Intejornadas. 4) Intervals Interjomadas @ Intersemanals, ») Itorvalos Comuns © Especial ©) Intervalos Remunerados e Nao Remunerados Quack de Intervalos Interjomadas at 931 933 935, 937 998 939 940 eat oat 942 945, 952 953 953, 954 954 954 956 957 957 957 959 960 960 961 961 961 962 963 92. ‘Mauricio Goonsio Deveano ©) Intervalos interjomadas: repercuss0es juricicas de seu desrespelto .... 963, 4) Desrespeito ao Intervalo lnterjornadas..... 963 by Desrespeito 20 Interval Intersemanal 964 Il DESCANSO SEMANAL E EM FERIADOS: ANALISE JURIDICA 965, 1. Aproximagao das Figuras Juridicas : 965 Normatizagio ApICAVE rune 965 2, Descanso Semanal: caracteizagdo © eet juris . 967 |) Caracterizaglo do Descanso Semanal. 967 2) Lapso Temporal nnn 967 ) Ocorréncia Semanal do Descanso ~ 968 ©) Coincicéncia Preferencial com © Domingo... 969 @) lmperatividade do Descanso Semanal. ont 1B) Romunerago do Descanso Semanal. : ont 8) Requisites da Remuneragao, om ») Valor da. Remuneragao.. = o72 ©) Remunerago do Dia de Descanso Etetvamente Trabahado 973 8, Descanso em Feriados: caractrizagat A) Tipos de Ferlados. 8) Feriados Civis © Religiosos 1) Fetiados Give. = 8.2) Feriados Religie#08 ow ) Ferados Nacionale, Regionals © Loca. CAPITULO xxv espacickades © etlosjrdicos. 974 PERIODOS DEDESCANSO: FERIAS ANUAIS REMUNERADAS. LinTRODUGAO. — 1. Objetivos das Féras.. 7 2. Normatizagso Aplicavel. I.CARACTERIZAGAO Ill AQUISIGAO DAS FERIAS E SUA DURAGAO ... 1. Aquisigéo do Direto a Férlas (Periodo Aquisiv) 2. Fatores Preludicials & Aqulsigdo das Féras. ‘Situagbes Especiais 8. Duragdo das Fétias Adquidas..u. |A) Duragdo Genética das Férias 'B) Durago em Contratos de Tempo Parcial Restrigbes Espeotficas (©) Duragdo em Contralos Domésticos. (Curso be DinrT0 00 TaAsALno IV, CONCESSAO E GOZO DAS FERIAS 1. Concessto Regular das Féias (Poriodo Concessivo) Epoca de Concess0 «nr. 2. Concessio Extempordnea das Férias \V. FERIAS INDIVIDUAIS E COLETIVAS... 1. Fétias Individuais: procedimentos concessivos... 2, Féries Coletivas: especticdades @ procedimentos concessivos A) Caracteizapao das Férias Colotvas, B) Procedimentos Concessivos VI. REMUNERAGAO DAS FERIAS. 1. Caloulo da Remunoragao .. A) Célculo Salar... 8B) Parcelas Integradas ©) Paroalas Nao Integradas 2. Remuneragao Simplos ‘8, Remuneragio Dobrada [Natureza Juridica da Dobra 4, Tergo Constitucional de FEBS 5. Comversto Pecuniia das Férias (abono Pecunidio) 7 VIL FERIAS E EXTINGAO DO CONTRATO: EFEITOS venus 1. Férias Vencidas © Extingéo Contratual 2. Férias Simples e Extingdo Contratual 8. Férias Proporcionals © Extingdo Contratual Vill NATUREZA JURIDICA DAS FERIAS ... 1X. PRESCRIGAO: REGRAS APLICAVEIS. : 1. Contagom em Fungo do Término do Periodo Concessivo.. 2. Contagem em Fungo do Téemino do Contrato de Trabalho CAPITULOXXVL FORMACAOE ALTERAGAO DO CONTRATO DE TRABALHO LINTRODUOAO.... Il, FORMAGAO CONTRATUAL TRABALHISTA. Exporiéncia Prévia (art 442-A, CLT). II FORMAGAO DO CONTRATO: MOMENTO E LOCAL. 1. Polctagao « Formacio Contratual : 2, Formagao Contratual « Competéncia Judicial Trabalhista... IV. FORMAGAO CONTRATUAL: PROBLEMAS DO PRE-CONTRATO .. Indenizagéo pela Perda de Uma Chance 991 991 994 995, 996 906 997 998 999 900 4000 1000 1001 1001 4001 1002 1002 4003 1005 1006 1007 1007 1008 1010 1012 1012 1013 1014 s014 1015 1016 1016 1017 1018 1020 34 Mauricio Goto Dexsavo Curso 2€ Dinero 00 TraBano 35 \V.ALTERAQOES CONTRATUAIS TRABALHISTAS: SUBJETIVAS EOBJETIVAS.... 1020 ») Prorrogages Realizadas Irregularmente _. 1068 1. Alteragdes Contratuals Subjetva 7 ; to2t 0) Eleltos Juridioos do Trabalho Extraordinio, oso 2, AtteragBes Contratuale Objetvas sees 1022 B) Attragées Redutoras da Duragdo do Trabalho... +050 ‘VL ALTERAQOES CONTRATUAIS OBJETIVAS: CLASSIFICAGAO to2e 6) Alieragies de Horio de Trabalho sven 1082 1. Classioago Segundo @ Orga 1022 3. Allerago de Saliro: modalidades : 1058 2, Classificagdo Segundo a Obrigaoriedad 1023 A) Elevagdes Selara 1058 8. Classitcagio Segundo 0 Objeto 2 1023 B) Rledugdes Satara 1083 4, Clasiicagéo Segundo os Eteitos 1024 4) Redugo Saal Dieta vn 1083 ‘Vil ALTERAQOES CONTRATUAIS OBIETIVAS: PRINGIPIOS APLICAVEIS ovo 1024 1.1) Redugo Nominal de Salis... vee 1058 1. Prinepios Aplicvets . 1024 2.2) Redugdo Real de Salérios. 1054 1) Principio da aterabildace Contratial Loca 1025 b) Redupdo Salaral increta 1056 8) Principio do Dirlto de Resisténcia Obreir.. 1027 X.ALTERAQOES OBJETIVAS DO TIPO CIRCUNSTANCIAL, 41056 ©) Direiiz do Jus Variand Empresarial 1028 1. Conoeituacao.. 4086 2, Prnciplos Informativos: contradigéo aparente © compatibiizacéo. 1029 2. Ateragho do Local de Trabalho no Pals tos8 3. Citérios Autorizavos do Jus Variandi Empresarial 1030 A) Distingbes... 1088 Vil, ALTERAGOES OBJETIVAS DO TIPO QUALITATIVO. 1033 2) Remogdes Relevantes @ Nao Relovantes. 1086 4. Conceituagao.... 1033 b) Remosdes Licitas e Remotes Hiitas 1087 2. Alteragdo de Fungo 1033 B) Efeitos da RemogdolTransferéncia snes 1058, 'A) Conceito © Distingdes 1033 ©) Adicional de Transterénci.... 7 1058 8) Regras Aplicévets 1034 @) Pontos Consensuais. 1089 Compatiiizagéo Normative mu senna 1085, 1b) Citéios de incidéncia do Adicional 1060 CC) Ateragdes Functonals Favoravels e Destaver8VOScunnnnnnnnnae 1086 ©) Novo Cftéfo incidente: Lei Maria da Penta. 1082 0) Alterages Funcionals Lictas z 037 @) Adicional: valor e repercussées contatuss.. 1063 4) SituagSes Excepcionsis ou de Emergéncia 1037 ) Aluda de Gusto por Transferencia snes 1063 ) Substtuigdo Temporéria 1037 ) Empregados Intransterves... cnn 1084 «) Destitigo do Cargo ou Funco de Confiana.. +1098 8) Empregados Estéveis e Digentes Sincicais 1064 Roveresa/RetrooesesdvFbatxamen 4089 2) Outros Obreros Relativamente Protegides.. 1066 ) Extinglo do Carpo ou Fung 7 1040 8. Transferéncla Obreira para o Exterior. 1088 2) Alteragao de PCS ou Quadro de Carrera. 1040 ‘A Imiabiiade do Jus Varandt 1067 4) Readaptagdo Funcional por Causa Previdencéia 1040 8) Diploma Especial Lei n. 7.064/62 1067 19) Promoga0 ou Remo een ost €) Ofitérios€ Diretos da Let 7.064 enn vee 1087 1X ALTERAQOES OBJETIVAS DO TIPO QUANTITATIVO .. 1043 ) Aplcagio Analégica da Lein. 7.064 1068 “1. Conca @ Modaliades ss res © Ateneo Gratin da Siria 207, com Alargamenio da Inténa a ‘ovo 2. Aerago da Duragao do Trabalho: moda Ree eae Ree Teas to08 ) Generalizagso da Lei n, 7.064 pela Lein. 11.962/2009.... a 1070 8) Classiicagdo das Alteragdes Amplatvas Lictas se 1043 apie site! 1.1) Causa da Prorrogacio cs 10883 INTERRUPGAO E SUSPENSAO DO CONTRATODE TRABALHO 2.2) Titulo Juritico da Prorrogagéo 1048 LINTRODUGKO sven enurenanennnnnnene Aan 2.8) Tipslogia polo Tempo Licto de Prorrogago 1087 I. CONCEITOE DENOMINAGOES. to72 36 ‘Mauricio Gooasio De.eano 1. Concetuagl... 1072 2, DenominagB€s vm = 1078 IL DISTINQOES RELEVANTES cen enonnno 1074 4. Interupgae © Suspensio: orficas & tipologia celetista 1074 2, Distingbes Existentes ennenn . 1075 ‘A) Suspensio: caracteristicas 1076 6) Interrupgao: caractristicas.. 1076 IV, SUSPENSAO—CASOS TIPIFICADOS E EFEITOS JURIDICOS 1077 +. Suspensio por Motive Alhelo & Vontade Obreira. 1077 ‘Atenuagéo de Efeitos Juridicos. : 1078 2, Suspencto por Motvo Lito Atbuivel eo Empregado. 1078 8, Suspensio por Motvo Hit Atrbulvel ao Empregacb 1079 4, Suspensto: efeitos juriicos.... 1079 A) Eletos Contratuais da Suspensio 1079 8) Suspensio e Justa Causa 1080 b) Suspensii © Pedido de Demissao 1081 8) Prazo para Retorno apés SUSpENSBO Anon : 1081 \.INTERRUPGAO — CASOS TIIFICADOS E EFEITOS JURIDICOS 1082 41. Casos de Interrupgéo Contratual . 1083 2. Interrupeo: efeitos juridicos.. 1085 A) Eteltos Contratuals da Interupeao 1085 B) Prazo para Retomo apés a Interrupea 1086 VLINTERRUPGAO E SUSPENSAO: SITUAGOES CONTROVERTIDAS... 1086 1. Servigo Militar 1087 2. Aciento do Trabalho ou Doenga Protisional 1088 2, Afastamento Matemidade 1080 A) Aspectos Legals... 1081 1B) Enquadramento Juridico 1092 4, Eneargos PUDINOOS nn 1098 5. Aosamento a Trabahadore am Face do Vio (Lei Maria da Pena) 1095 Vi. CASOS EM DESTAQUE —SUSPENSAO DISCIPLINAR E SUSPENSAO PARA INQUERITO seven 1087 1. Suspensio Disilnar 1098 A) Natureza Juridica = 1098 B) Critrios de Aplicagdo da Pena Suspensiva 1088 ©) Limites & Penalidade 1099 ) Dosagem Judicial da Suspensii: debate . 1099 2, Suspensio para Inquérito 1100 1A) Cabimento da Figura : 1400 (Curso ne Dinero 00 TraBatto 1) Natureza Juric. ©) Prazos Logais. ) Etetos da Sentenga do inqusr sn ) Suspeneio Preventiva e Reintegrago Lima nnn Vl NOVO CASO EM DESTAQUE: SUSPENSAO PARA QUALIFICAGAO PROFIS- ‘SIONAL DO EMPREGADO. 1. Reequisitos da Nova Hipétese Suspensiva Desrespeito aos Requisitos Les 2, Ptaz0 Lega enn 8, Efeltos da Suspensiio Contratual A) Bolsa de Qualiicago Profssional 8) Parcelas Devdas pelo Empregador 0 Obra Aasiaco (©) Ruptura Contratual. Desestimulo Rescisério. 1% INTERAUPGAO E SUSPENSAO NOS CONTRATOS A TERMO... 1, Regéncla Normativa Especial dos Contratos @ Term vena 'A) Extingdo Perempiéria do Contrato £8) Extingdo Contratual Prorrogada .. (©) Resgate do Prazo de Afastamento 2. Afastamento Acdentrio © Conralos @ Tero: excepdo configured... 8, Alastamento da Gestante em Coniratos @ Termo: cura excepdo consttucional capfruto xxvii ‘TERMINO DO CONTRATO DE TRABALHO —MODALIDADESE EFEITOS. LnTRODUGAO.. ILEXTINGAO CONTRATUAL — PRINGIPIOS APLICAVESS.... 1. Principio da Contnuidade da Relagto de Emprego 2. Principio des Prosungées Favordvels 20 Trabalhader. 7 3. Principio da Norma mais Favordvel n IL RESTRIQOES AEXTINGAO CONTRATUAL, 1. ResticSes a Contatos @ Terme 7 2. Establldade © Garantas de Emprego. 8. Interupsio © Suspenstio Conta n-nrnnnnnnnnnnnn 4, Motvagdo da Dispenca polo Emprogader A) Convenedo 158 da O1T : 8B) Concurso Publico © Motvago da Dispensa IV EXTINGKO CONTRATUAL— EVOLUGAO JURIDICA NO BRASI.. 1. Antigo Modelo Jurdico Celetista 2. OFGTS © a Liberalzagso do Mercado de Trabalno 37 1101 1102 1103 1103 1105 1108 1106 1108 1107 1107 1108 1109 1108 1110 1110 1110 an a2 a2 1113 1115 116 7 1120 1120 saat 1122 1128 1125 1125 4127 1128 1130 4130 1131 38 Mauricio Goonio Deteano (Curso De DineiTo 00 TraBAHo 39 1138 CAPITULO xxD 8, Constituigdo de 1988 e Extinglo do Contrato de Trabalho ‘TERMINO DO CONTRATO POR ATO LICITO DAS PARTES: DISPENSA SEM JUSTA CAUSA 1A) Universelizapdo do FATS e Revogagao do Sistoma Coletta. ae EDISPENSA MOTIVADA, MAS SEM CULPA OBREIRA, PEDIDO DE DEMISSAO PELO B) Restrgfo & Disponsa Arbitréria ou Sem Justa Cav weiwnrnnnnnne 1184 [EMIPREGADO. O INSTITUTO DO AVISO-PREVIO 4, Dispensa Coletiva: noves letras da Consttuigdo 1186 uNTRODUGKO faa \V. MODALIDADES DE EXTINGAO CONTRATUAL: TIPOLOGIAS evens 1497 1 TERMINO CONTRATUAL POR ATO LICITO DAS PARTES — —nESIIGkO UN 4. Classtcagéo Civilista: modos normal e anormal de extingéo. on 1138 LATERAL: NATUREZA JURIDICA.. uni 2. Classiicagso Segundo as Causas de Extingo 1140 © Contraponto da Conveng80 158 48 OF wennnernnnnnnennnnen ANTS 8. Outta Classiicaglo:resileSo, resolugdo € rescisdo do contrat. 1142 I RESILIGAO POR ATO EMPRESAPIAL —DISPENSAINJUSTA ee rad \VLEFEITOS DAEXTINGAO CONTRATUAL 144 1. Modalidades de Despodidas. 1174 1. Extingio des Contatos por Tempo Deterinado 144 A) Cisioapto contorme a Motagso a Duper. seven 1174 wo eae Nowa " aoe B) Despedias Individuals © Coletvas .... a 1175 Despodidas Colotvas: infréncias constucionals 1176 aero ~ me 2. Aspectos Proprios & Despetia Injusta 1178 2) Dispenea Artecpaca por Ato Empresarial sens 1144 nee eee te b) Pedido de Demisséo Antecipado pelo Obreiro 1148 en eed a 2. Extingdo dos Gortratos por Tempo Indeterminado wa7 eae ed ae ‘A Modalidades Extnivas e Parcelas Rescstrias. 10 IV-BISPENSAWOTIVADA POR FATORES TECNICOS, ECONOMICOS OUFINAN- €) Dispense aise (u despa som usa causa unde, depenen CEIROS.. 1188 esmotivada) . 1149 1. Convengo 158 da Om 7 snes 1187 by Pedi de demissso pel oro. ~ 1180 2. Dispensa Motvada versus Dispensa Arbitrvia: outros aspects, 1188 6) Distrato — 1151 \.RESILIQAO POR ATO OBREIRO—PEDIDO DE DEMISSAO wnccnnnnnnnnnn 1190 4) Dispensa por justa causa operria a 1158 VI. RESILIGAO BILATERAL —DISTAATO TRABALHISTA 1192 «} Rupture por inttaglo empresarial (rests8o increta) 1158 PDIS/PDVs: enquadramento juriico. : om 1188 4) Rupture por culpa recip 1189 ViL© AVISO-PREVIO NAS RUPTUFAS CONTRATUAS 1193 9) Extngo da empresa ou do estabelecimento 1184 4. Concelto © Natureza Juridica. ties 1) Morte do empregado ou do empregador-pessoa natural 1185 2. Cabimento do Aviee-Prévio 1198 8B) Outros Pagamentos Rescisérios sees 1187 3. Prazos, Tios @ Efetos sninininns 1198 8, Penalidades Relativas ao Pagamento Resciséri... 1188 1) Prazos do Avio-Prévio 1196 1) Pena do Art. 477, da CLT. 1188 8) Tip0s d2 AvB0-PrEVIO wn se nee 1497 8) Pena do Art. 467, da CLT : 1188 ©) Eteitos do Aviso-Prévo. : a 1198 Entidades Estetss: exclic4o da pon wernennn 1160 4. Proporionaldade do Pré-Aviso (Loin 1508/2011). 1201 Vil, FORMALIDADES RESCISORIAS 1161 . | Capscidede do Empregeo tse ‘TEruamo bo conmaro POM ATO GuLPOSO DO EUPREGAD 2, Homologasso Rescisévia: formalidades e asslaténcia 1164 DISPENSA POR JUSTA CAUSA ‘8, Resolsso via Comisetes de Concliagdo Prévia.. = 1168 LaytRODUGKO 1205 1166 1167 A) Problemas no Enquadramento Juridico da Nova Figura ILCARACTERIZAGAODAS INFRAGOES TAABALHISTAS.SISTEMASPERTINENTES - 1205 B) Formalidades © Podores Rescis61408 nnn Il JUSTA CAUSA E FALTA GRAVE: CONCEITO E DIFERENCIAGAO cc 1207 40 ‘Mauricio Gono Datars IV. INFRAGOES OBREIRAS: CRITERIOS DE APLICAGAODE PENALIDADES...... 1208 1, Requisitos Objtivos. 1210 2, Requsitos Subjetvos.... vent 8, Requisitos Circunstanciais. 1212 \V.INFRAQUES OBAEIRAS TPIFICADAS: JUSTAS CAUSAS. 1216 4. tnfragbos do Art. 482 da CLT. : 1216 2, Outras Infragées Obrelras Tipficadas... 1228 &: intagao Obras em Destaque:assédo sexual © assédo mera 1228 VI. PUNIGOES TRABALHISTAS... 1231 4, Penalidades Acolidas. 1281 2. Penalidades Rejeitadas. 1234 CAPITULO OX ‘TERMINO DO CONTRATO POR ATO CULPOSO DO EMPREGADOR: RESCISAOINDIRETA LINTRODUQAO nen pee t287) ILINFRAGKO EMPRESARIAL— APROXIMAGOES E ESPECIFIGIDADES EM FACE DAJUSTA CAUSA OBREIRA..... : von 1287 1. Requisitos Objetivos, 1298 2, Reuisitos Subjetvos... 1239 2, Roquisitos Circunstanciais. 1240 I. FIGURAS DE INFRAGAO EMPRESARIAL 1242 1. lnfragées do Art. 483 da CLT 1242 2. tnesdes Empresarais om Doctaque: assédo moral © assédo Sexual... 1247 A) Asso Moral = sone 1287 1) Assédio Sexual 1249 |V. PROCEDIMENTOS APLIGAVEIS ARESCISAO INDIRETA 1250 ven 1250 4, Agdo Trabalhsta com Pleito de Rescislo Incireta a 2. Rescisdo Indireta © Afastamento do Empregado do Trabalho... sone 1251 |) Alastamento do Trabalho: possibildade juriciea sm 1252 '8) Alastamento Laborativo e Impracedéncia do Pedido: efeiis jurdicos ... 1253 \. SITUAGOES ESPECIAI DE TERMINO CONTRATUAL PREVISTASNO ART. 48 AOL nn 1. Detomponno de Obigsbes Legis Icompativea 2. Morte do Empregador Constituido em Firma Individual 1284 1255 1255 VI. TERMINO CONTRATUAL POR CULPA RECIPROCA DAS PARTES 1256 Vil, RESOLUGAO CONTRATUAL CULPOSAE CONTRATOS DOMESTICOS wan 1287 CAPITULO ZOU ESTABILIDADE E GARANTIAS DE EMPREGO. INDENZACOES RESCISORIAS—FGTS. LINTRODUGAO, sevnnanne 1260 NAS ANTIGAS ESTABILIDADE E: INDENzAGHO CELETISTAS EO REGIME DO FETS nnn seve 1261 (Curso be Dino Do TRABALHO 1. Anligo Modelo Juridico Celetisa... 2.0 FGTS e a Liveralizagio do Mercado de Trabalho o 8. Constiuigao de 1988 e Extingdo do Contrato de Trabalho... A) Universaizago do FGTS e Revogagso do Sistema Celtista B) Restrigéo a Dispensa Arbiétla ou Sem Justa Causa ©) Dispensa Coletiva: graduagdo do poder emprecaral NL ESTABILIDADE NO EMPREGO 1. Estabilidade Celatsta 2 2, Establidade do Art. 19 do ADCT da Constiuigdo de 1988 4, Estabilidad do Art. 41 da Constitugso de 1988 4, Estabildade Advinda de Ato Empresarial IV. GARANTIAS DE EMPREGO (ESTABILIDADES PROVISORIAS) 1. Estabidades Provisérias de Origem Constitucional. 1A) Imunidade SING er 8) Dirigonte de CIPA e Muiher Gestante 2. Establidades Provieérias de Oxigem Legal... \ ESTABIUDADEE GARANTIAS DE EMPREGO: CONSEGUENGIAS JURDIOAS DISPENSA IRREGULAR, MAS JuRIO eA Pecuilaidade do Dirgente de CIPA... VLLINDENIZAGOES POR TEMPO DE SERVICO OU RUPTURA CONTRATUAL. 1. Antiga Indenizagio Rescisria © por Tempo de Servico 2 2. Outras Indenizagies Resciséras A IndenizagSes Rescisérias em Contratos @ Term. B) Indenizagdo por Dispensa Injusta no Trntdio Anterior & Data-base.... VI FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVICO .. 1. Caracteristioas do FGTS.. — AA) Recothimentos de FQTS nen ao B) AbrangGncia do FETS on ©) Saque do FGTS e Acréscimo Rescisério 2. 0 FGTS como Fundo Social com Destinagio Varad Natureza Juriea. uvRom DIREITOCOLETIVO DO TRABALHO CapiTULOx0 DIREITO COLETIVO: ASPECTOS GERAIS LINTRODUGAO. I. DENOMINAGAO 4, Denominagées Arcaicas a 1282 1263 1285 1266 1286 1269 1270 tert 1272 1273 1275 1276 1278 1278 1279 1281 1283 1286 1287 1288 1280 1290 1292 1292 3293 1299 1294 1295 1298 1299 1303 1304 1308 42 Mauricio Gooiio Detaano (Cuneo ne Dinero Do TaAsALHo 2 2. Denominagies Atuais we 1305 CAPITULO OXY A) Direito Coletivo do Trabalho... 1305 Danes COLE Corer B) Dito Sine nn 1208, LLiwTRODUgAO. 1944 ©) Dirato Soca. 1308 ALDEFIIGAO 1945, ioeraaoe oe U. SISTEMAS SINDICASS.... 1248, eo fac 1. Circe de Agregapto dos Trabalnedores no Shea. 1947 V.FUNGAO 900 2. Unicidade versus Pluraidade. A Unidade Sindial... 1350 a too A) Unicidade no Bras: modelo tradilonal 1351 8) A Posigio da Constiugso de 1928. ee ed Lael C) Liberdade Sindical no Brasil: requisites ... wae we . 1352 2. Fungées Juscoletvas Espectfeas : 1314 eee care \VI.CONFLITOS COLETIVOS DE TRABALHO SUA RESOLUGAO. 1318 F oeAIIGRS SaUnCALlenAGA ERATE fore 1. Modalidades de Confit Coletios. : 1316 pieces crea ee rae 2, Modaidades de Resolugto de Confites Coletivos. 1916 2) Esrutura Extera. 1385 Uma Fémula Controvertia: dlsico oblate. 1317 Centrais Sinaeals 1986 \VIOPROBLEMA DA AUTONOMIA DO DIREITO COLETIVODO TRABALHO wana. 1820 ©) Estutura e Funcionament inlemes = 1387 2. Registro Sinica. = 1358, > CAPITULO 00V 3, Fungdes, Prerrogativas e Receitas Sindicais. 1358 PRINCIPIOS ESPECIAIS DO DIREITO COLETIVO DO TRABALHO 1) Pungées « Provogehan faa oe - i 8) Receitae Sindcas 1362 Il. PRINCIPIOS ESPECIAIS DO DIREITO COLETIVO — TIPOLOGIA ... 1324 yeeros 1968 1. Garant Provaéria de Emprego 1968 ine alee ae eee 2, Inamovibilidade do Dirigente Sindical. 1366 mt PRINGIPOS ASSECURATORIOS DAEXISTENGIA (DOSER COLETIVOOBREIRO .. 1826 ‘8. Garantias Oriundas de Normas da OIT .. _ 4967 1. Principio da Liberdade, Associativa e Sindical 1827 ‘VL. NATUREZA JURIDICA DO SINDICATO- — _ 1368 1) Cldusulas de Sincioazagzo Forgada 1908 VI SINDICATO: RETROSPECTIVA HISTORICA.... 1370 8) Prtias Antssingicse 1829 4. Evolugdo Sincical nos Paises de Capitalism Contra sa ©) Garantas & Atuapéo Sindical 1390 Autortariemo @ Reftuxo Sinical. vn ABTS 2, Principio da Autonoma Slr enn 1392 2, Evolugdo Sinaia! no Bras sms 1975 'V-BRINGIPIOS REGENTES DAS RELAPOES ENTRE OS SERES COLETIVOS TRA |A) Periado Inicial do Sindicalismo Brasileiro, o 1975 BALHISTAS ve 1384 'B) 1930: implantagao @ reprodug3o de modelo sindical. we socienenen 1977 1. Pino de erveniancia Sndcal ra Normatizapao Cole 1395 Continuidade do Modelo nas Décades SUBSEQUENES nnn 1980 2, Prnepio da Equivalénea dos Contatatos Colatvos, ve 1998 ©) Constiuigso de 1968: mudanga e contiuidade ven 1984 2. Principio da Lealdade e Transpardnia na Negociagzo Coletiva 1398 2) Avengos Demoorioos 1381 \PRINcilos REGENTES DAS RELAGOES ENTE NOFMIAS GOLETWVAS NE- Carta de Dieitos 1902 GOCIADAS ENORMAS ESTATAIS 1999 ) Contradgses Antsemecateas..... sens 1988 1. Principio da rita surea da Negelago Coltra 1340 Novo Modelo Sndea: democrazapo com gaara aga 1304 2. Prnaplo da Adequago Setorial NOGCEEE own 1941 Vil SINDICATO EDIREITODO TRABALHO— AVALIAGAO. 1905 “4 ‘Mauricio Gootsto DeLeAco APITULOXXY NEGOCIAGAOCOLETIVATRABALHISTA LINTRODUQKO 1987 ILIMPORTANCIA DANEGOCIAGAO COLETIVA senses 1888 1. Pardmettos dos Modelos Justrabelistas Democratic. 1380 |A) Normatizagio Auténoma e Privatisioa 1390, '5) Normatizagio Privatisica Subordinada. nis 1880 2, Pardmetros do Modelo Justrabalhista Autoritari : 1991 8, Democracia e Normatizago Estatal: reflexes complementarst 1992 MN. PLOWAS NEGOCIA'S COLETIVOS —CONVENGROE ACORDOCOLETIVOS DETRABALHO .. ~ a 1993 1. Convengdo e Acard Colatvos de Trabalho: defn - 1398 2. Convengo e Acordo Coletives de Trabalho: distingdes... 1996 IV.CONVENGAO E ACORDO COLETIVOS DE TRABALHO— ASPETOS| CARAC- ‘TERISTICOS — 1996 4.CCT @ ACT. normatzaga apo. . sve 1997 2. CCT e ACT: caracterizasso 1309 A) Leghtiag 0 ne 1400 a) Contrals sindical 1400 b) Entes estatais 1400 ) Conteddo 1401 ©) Forma 1402 D) Vigénci 1403 E) Duragéo 1404 F) Pronegagio, Fovsdo, Deninci, Rovogagio, Extensio 1408 \V. DIPLOMAS NEGOCIAS COLETIVOS—CONTRATOCOLETIVODETRABALHO... 1405 4. Denominagio: dubiedades. 1405 2, Caractorizagao. 1408 VI. DIPLOMAS NEGOCIAIS COLETIVOS: EFEITOS JURIDICOS 1407 4. Regras Coletivas Negociadas e Regras Estaiais: hierarquia 1407 'A) Hiorarquia Normativa: teoria goral 1408 £8) Hlerarquia Normative: especiicidade justrabalist _ 1408 ‘Acumulago Versus Conglobamento. 1410 2. Regras do Convene © Acordo Coleives: hierar. a2 8, lagras Negocials Coletivas © Contato do Trabalho: 16008 enw 1413 \Vl NEGOCIAGAO COLETIVA—POSSIBILIDADES E LIMITES. 1418 Vl DIPLOMAS COLETIVOS NEGOCIADOS: NATUREZA JURIDICA, 1417 1. Teorias Explicativas Tradicionais. se 1418 2. Contrato Social Normativo 19 ‘Curso oe Dinero 00 TRABALHO LINTRODUGAO... N.LOCAUTE 1 2. 3 4 OINSTITUTO DAGREVE. 1 4, Requistos. CAPITULO xxv AGREVENODIRETOCOLETIVO Caracterizagio 7 Distingbes... Regéncia Juridica Eleitos Juricico Caracterizacéo . |) Caréter Coletivo do Movimento . 8) Sustagio de Atvidades Contratuais ©) Exercicio Cooretvo Colotive Direto D) Objetivos da Greve... 7 ) Enquacramento Varlavel de seu Prazo de Duragio .. Distingbes.. vo A) Figuras Préximas ou Associadas 8) Formas de Pressao Social. =e ©) Condutas Wictas de Pressio ~ Extonso e Limites |) Extensio do Dirt 8) Limitagbes a0 Direio. 5. Diretos @ Deveres dos Grevistas . Greve: competénca jucical A) Diretos dos Grevistas... B) Doveres dos Grevisas 2 Uma Especitcidade: greve e servigo publica Eticdcia de Fegra Constitucional: permanéncia de um debate... @) Vertente Tradicional .. ) Vertente Modema vene ove: tree jc finan A) Natureze Juric. utras Conoeproes 8) Fundamentos : Grove: retespectva historia . 45 1420 1421 1421 1422 1423 1425 1426 1426 1426 4427 1428 1429 1430 1431 1431 1432 1433 1433 1433 1435 1437 1437 1438 1439 1440 1481 1442 1445 1445 1447 1449 1449 1451 CAPITULO XXOKVE ARBITRAGEM E MEDIACAO NO DIREITO COLETIVO LINTRODUQAO.. I. MEIOS DE SOLUGAO DE CONFLITOS: AUTOTUTELA, AurocouPosigho, HETEROCOMPOSIGAO . 4. Autotutela 2, Autocomposigéo 8, Heterocomposigao . A) Enquacramento Juric: controvétias B) Métodos Enistentes II ARBITRAGEM NO DIREITO COLETIVO DO TRABALHO 1, Distingdes Relevantes, 2. Tipos de Arbitrage een 3. Arbitragem no Direto Individual do Trabalho. 4. Arbitrage no Direto Coletivo do Trabalho... IV. MEDIAGAO NO DIREITO COLETIVO DO TRABALHO... = Confitos Coletivos do Trabalho: tipos de mediapao.. \V.COMISSOES DE CONCILIAGAD PREVIA..... 1. Enquadramento Juriico 2. Dindmica das Comissbes de Conciagio Prévia BIBLIOGRARA.. 1489 1483 1454 1455 1485, 1458 1457 1459 1459 1460 1462 1464 1406 1466 1467 1468 1468 1473 LIVROI INTRODUGAO E PARTE GERAL CAPITULO | CARACTERIZACAO DO DIREITO DO TRABALHO. 1 INTRODUGAO, © Direlto do Trabatho 6 ramo juridico espectalizado, que regula cero tipo de relagao laborativa na sociedade contemporénea. Sou estudo deve inicar-se pela apresentaoo de suas caracteristicas essenciais, permitindo ao analista uma imediata visualizagao de seus contomos proprios mais destacados. E 0 que serd feito neste primeiro capitulo deste Curso: aqui sero estu- dados t6picos como defini¢&o, denominagao, contetido e fungao do Direito do Trabalho. Serdo examinadas, também, a area do Direito em que ele se situa e a divisdo interna que caracteriza 0 ramo justrabalhista. Em seguida (Capitulo I), serio examinados os tragos que envolvem a relagéo desse ramo especializado com o conjunto geral do Direito. Trata-se de problemas como: autonomia do Direlto do Trabalho, seu posicionamento no plano juridico geral (natureza juridica) e, finalmente, suas relagdes com outros ramos do universo do Direit. Firmada uma consistente visto caracteristica do Direito do Trabalho, 0 analista passard, entio, & retrospectiva de sua evolugao histérica, quer no mundo ocidental (Capitulo Il), quer no Brasil (Capitulo IV). Estes quatro capftulos, portanto, completam a apresentagéo tor desse ramo juridico especializado, 0 Direito do Trabalho. ial a0 lel I. DEFINIGAO Definir um fenémeno consiste na atividade intelectual de apreender & desvelar seus elementos componentes @ 0 nexo Iégico que os mantém inte- grados. Definico 6, pois, a declaragao da estrutura essencial de determinado fenémeno, com seus integrantes e 0 vinculo que os preserva unidos. Na busca da esséncia e elementos componentes do Direito do Traba- Iho, os juristas tendem a adotar posturas distintas. Ora enfatizam os sujeftos Componentes das relacdes juridicas requladas por esse ramo juridico espe- Cializado — trata-se das definicdes subjetivistas, com enfoque nos sujeitos das relagdes justrabalhistas. Por vezes enfatizam o contetido objetivo das relagées juridicas reguladas por esse mesmo ramo do direito: sfio as defini- (98es objetivistas, que firmam enfoque na matéria de contetido das relagdes justrabalhistas. Ha, finalmente, a elaboragao de conceppdes mistas, que Procuram combinar, na mesma defnigao, os dois enfoques acima especiicados. 50 Mauricio Goon Decaoo ‘Amesma variedade de perspectvas jd so veriicou, a propésito, no Direito Comercial (hoje, Direito Empresarial), defiido quer como “diteto dos comer- ciantes" (subjetivismo), quer como “direito regulador dos atos de comércio” (objetivismo), E subjetivista a definigdo exposta por Hueck @ Nipperdey: *... 0 Direito do Trabalho € direito especial de um determinado grupo de pessoas, que se caracteriza pela classe de sua atividade luorativa (..) 6 0 dreito especial dos trabalhadores (...) 0 Direito do Trabalho se determina pelo eirculo de pessoas que fazem pario do mesmo", E objetivista a definig&o exposta por Messias Pereira Donato: “corpo de principios e de normas juridicas que ordenam a prestagao do trabalho subor- dinado ou a este equivalente, bem como as relagies ¢ os riscos que dela se origina". E detinigdo mista, por sua vez, esla construida por Octavio Bueno Magano. Expée 0 autor que Direito do Trabalho é o “conjunto de principios, normas © instituigdes, aplicaveis & relacéo de trabalho e situagdes equiparéveis, tendo em vista a melhoria da concicao social do trabalhador, através de medidas protetoras e da modificacéo das estruturas socizis™®. Dos trés enfoques ullizados para a construgao de definigbes, o menos consistente, do ponto de vista cientifico, 6, sem divida, o subjetivista. E que, considerada a relagdo de emprego como a categoria fundamental sobre que se constrél 0 Direlto do Trabalho, obviamente que o rama juridico especiaiza do no iré defni-se, sob o ponto de vista técnico, a partir de qualquer de seus, sujeitos, mas a partir de sua categoria fundamental. Por outro lado, o caréter expansionista desse ramo juridico tem-no feito regular, mesmo que excepcio- nalmente, relag5es juridicas de trabalho que no envolvem exatamente o ‘empregado —o que toma o enfoque subjetvistaindbil a aprender todas as relacées regidas pelo ramo juridico em andlise. Nao obstante suas deficiéncias, o enfoque subjetivisia néo é de todo invélido, De fato, 20 destacar a figura obreira, tem a virude de enfatizar 0 caréterteleolégico do Direito do Trabalho, sua qualidade de ramo juridico di- tigido a garantir um aperfeigoamento constante nas condigées de pactuagao . Acesso em: 29.10.2010 (21) Exame mais anaico deste tema foi retomado no texto deste autor, “As Fungdes do Direto do Trabalho no Capitalismo © na Democraca”. in: DELGADO, Mauricio Godinho; DELGADO, Gabriela Neves. Constituicdo da Republica ¢ Direitos Fundamentals — Dignidade da Pessoa Humana, Justiga Social e Direto do Trabalho, Sao Paulo: Tr, 2012. oo ‘Mauricio Goontio Detaxoo VI. ABRANGENCIA DA AREA JURIDICO-TRABALHISTA 0 estudo do Direito do Trabalho, na qualidade de ramo juridico delimitado, deve ser acompanhado da viséo panoramica dos segmentos juridicos originados em funcaio de sua categoria socioeconémica basica {a relagdo empregaticia), os quais, apés desenvolvidos, se estruturaram, contudo, em ramos proprios e distintos, verdadeiramente auténomos do segmento justrabalhista. Deve ser acompanhado, desse modo, pela identificago de érea juridica mais ampla, composta de ramos juridicos préximos, dotados de certa afini- dade entre si, embora com autonomia claramente preservada. Essa afinida- de resulta do fato de todos eles, de um modo ou de outro © com intensidade diferente, relacionarem-se com a categoria basica do Direito do Trabalho, & relagdo de emprego. Todos esses ramos juridicos afins foram aquilo que pode ser chamado de rea juricico-trabalhista em sentido lato, no interior da ‘qual ocupa posigéio de destaque 0 Direito do Trabalho, De fato, a relacdo de emprego, ao consistir na categoria nuclear do sistema produtivo capltalista, ganhou notavel potencial de criagao de relagdes socloeconémicas e juridicas correlatas, a ela, de algum modo, vinculadas, dando origem a um diversificado numero de ramos juridicos préximos associados. Embora todos esses ramos referenciem-se, Inquestionavelmente, ’a relagtio empregaticia (e, na verdade, sequer se compreendam, caso ine~ xistento a relagéo de emprego), alguns estruturam-se tendo como categoria nuclear relacdo juridica prépria e especifica, que néio se confunde com a relagao de emprego. E 0 que se passa, por exemplo, com o Direito Acidentario do Trabalho: 0 nucleo de construgio de suas regras e institutos juridicos encon- tra-se em uma relagdo juridica complexe, de que participa também 0 Estado. A drea justrabalhista, no sentido lato — compreendida como a area de estruturacao e dinémica de ramos juridicos especializados construfdos a partir da indugdo bésica propiciada pela retacdo de emprego —, ¢, desse modo, signiticativamiente larga, Nesta area encontram-se, portanto, néo somente os prinefpios, regras @ institutos juridicos caracteristicos do Direito do Trabalho, Como também regras, principios e institutos juridicos dirigidos a regular a estruturagao e dinamica de relagdes sociojuridicas que se desenvolvem com dinamismo préprio, mesmo que a partir da indug&o inicial propiciada pela relagao empregaticia. Nessa lata acepeSo, a érea juridico-trabaihista abrange, pelo menos, o8 seguintes grupos de ramos juridicos: a) Direito Material do Trabalho, englo- bando 0 Direito Individual do Trabalho € 0 Direlto Coletivo do Trabalho; b) Direito Internacional do Trabalho; c) Direito Puiblico do Trabalho, englobando (Gunso 0¢ Direi70 00 TRABALHO 6 6 Direito Processual do Trabalho, o Dielto Administrativo do Trabalho, © Direito Previcenciério e Acidentério do Trabalho e,finalmente, 0 Direito Penal do Trabalho (hé forte e consistente dissensdo sobre areal existéncia auténo- ma deste ilimo rame). Na acepeai restita, 0 Direito do Trabalho, como conjunto de principio, regras @ insttutos juridicos drigidos a regulacdo das relacdes empregaticias outas relagdes de trabalho expressamente especificadas, nao abrange, obviamente, ramos juridices em que a categoria basica néo seja a relagao empregado-empregador, mas relacSes nucleares préprias. Por essa raza, rndo abrange, ilustrativamente, o Direito Previdenciério, que trata de relacdes tanto de empregado como empregador, enquanto sujeltos especffices, com 0 Estado/Previdéncia, Também néo abrange o Direito Processual do Traba- tho, que se estrutura em torno da relagao processual trilateral e angular, autor-réu-Estado/uiz. . _ Nessa mals restrita acepedo, 0 Direlto do Trabalho corresponderia efetivamente, apenas ao Direito Material do Trabalho (chamado, comumente, de Direito do Trabalho, tio <6), 0 qual abrangeria o Direito individual do Trabalho (que envolve a Teoria Geral do Direlto do Trabalho) e 0 Direito Coletivo do Trabalho. No Direito Material do Trabalho (ou Diteto do Trabalho, no sentido estrto) comparecem, obviamente, regras e institutes préprios ao Direito Intemacio- nal do Trabalho, em especial no tocante as fontes justrabalhistas (tratados © convengSes intemacionais, notadamente). ‘Também comparecem ao Dieello Material do Trabalho prinefpios, institu- tos e regras do Direlto Administrative do Trabalho, uma vez que a aco admi- ristrativa do Estado no émbito da gestdo empresarial ria direitos e deveres {as partes contratuais trabalhistas, influindo no estuario de condutas juridicas préprias ao Direlto do Trabalho. E o que ocorre, por exemplo, na fundamental rea de sate © seguranga do trabalho, em qué a agao administrativa e fisca- lizadora do Estado tende a ser intensa. Vil. DIVISAO INTERNA DO DIREITO DO TRABALHO A divisao interna do Direlto do Trabalho (ou Direito Material do Trabalho) compreende dois segmentos juridicos (se englobada a Teoria Geral no pri- ako dessee segrieroe}oDrto invicual do Trabalho #0 Direke Catv Trabalho. 0 Direito Coletivo é uno, no comportando divisées intemas significat- vas, respeitadas suas varias matérias componentes. ‘Jé 0 Direito Individual do Trabalho estrutura-se a partir de dois segmen- tos claramente diferenciados: a parte geral, compreendendo a introducéo & 64 ‘Mauricio Gooneio Dareano Teoria Geral do Direito do Trabalho, e @ parte especial, que compreende 0 ‘estudo do contrato de trabalho, de um lado, ¢, de outro lado, o exame dos contratos especiais de trabalho. Aparte especial pode ser desdobrada de modo distinto, sem prejuizo do exame de suas matérias integrantes. Assim, mantém-se como segmento principal de estudo, 0 contrato empregaticio, langando-se, complementar- ‘mento, a andlise das situacées justrabalhistas especiais (em vez da referencia ‘apenas aos contratos especiais). Nessas situagées justrabalhistas especiais encontram-se 0 trabalho da mulher, o trabalho do menor, 0 trabalho em circunsténcias insalubres, perigosas e penosas, e, finalmente, o trabalho pactuado mediante contratos empregaticios especiais. Esquematicamente, assim se enunciaria a area juridica trabalhista, lato sensu: Area justrabalhista no sentido amplo ) Direlto Material do Trabalho Direito Individual do Trabalho Direito Coletivo do Trabalho b) Direito Intemacional do Trabalho ©) Direito Puiblico do Trabalho Direito Processual do Trabalho Direito Administrative do Trabalho Direito Previdencidrio @ Acidentério do Trabalho Direito Penal do Trabalho (?) Esquematicamente, o Direlto do Trabalho (isto é, Direito Material do Trabalho), em sua acepcdo restrita, assim se enunciaria: Direito (Material) do Trabalho €) Direito Individual do Trabalho (Parte Gerat ntrodugéo e Teoria Geral do Direito Material do Trabalho. Parte Especiat Contrato de Trabalho e Situages Empregaticas Especials) b) Direito Coletivo do Trabalho Reafirme-se ser controvertida a efetiva existéncia de um ramo préprio @ auténomo, sob 0 titulo de Direito Penal do Trabalho. Afinal, nao estéo atendidos aqui os requisitos cientificos & autonomizagao desse suposto ramo juridico: complexidade de matérias, prineipios préprios, teorias pré- prias, etc. Gunso ve Diretro 00 Trasauno fa ‘Segmento em Destaque: Direito internacional do Trabalho — No plano material do Direito do Trabalho naturalmente preponderam, nas distintas cexperiéncias histéricas nacionais dos uiltimos 150 anos, o Direito Individual do Trabalho e 0 Direito Coletivo do Trabalho por conterem, esses dois, segmentos, o grande estuério de regras reguladoras das relagdes empregaticias nas respectivas sociedades. Nao obstante, o Direito Intemacional do Trabalho, desde seu surgimento ‘em 1919.com a fundagao da Organizagaio Internacional do Trabalho pelo Tratado de Versalhes, ¢, considerada sua estruturaco, principalmente em tomo das Convengées da OIT, tem mantido e até incrementado sua influéncia no ambito interno das realidades normativas nacionais e, até mesmo, comunitérias. Nas litimas décadas, em face da acentuacdo da globalizagao e da influéncia crescente de certa perspectiva internacional no interior das sociedades nnacionais, a forga do Direito Internacional do Trabalho tem se elevado. A recente reorientagéo jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal, conferindo cardter supralegal as regras de tratados e convengées internacionais sobre direitos humianos, independentemente de seu quorum de aprovacéo parlamentar (STF, RE-466343; RE-349703; HC-87585, Sessao de 3.12.2008), acentuou a importancia no Brasil das Convengdes da OIT intermamenie ratificadas. E que, na qualidade de repositério de regras de direitos humanos econémicos, sociais e culturais, tals Convencdes passam a ter sua imperatividade incrementada em nosso sistema juridico?. Naturalmente que, no contexto de aparente contraposi¢ao entre regras Internacionais ratificadas e regras heterénomas estatais internas, incidem duas diretrizes orientadoras fundamentais,ituminando o labor interpretativo e também hierarquizante a ser necessariamente feito pelo profissional da area juridica: 0 Principio da vedagao do retrocesso e 0 principio da norma mais favorével. A primeira diretriz informa que regras intemnacionais de direitos humanos inclusive trabalhistas — ho de traduzir somente confirmagées ou avangos ivilizat6rios no plano intemo a que se dlrigem, no podendo prevalecer, caso signifiquem diminuigao de padrao protetivo em contraponto com as regras internas ja existentes. A segunda diretriz, muito préxima a anterior, informa que, no cotejo entre regras internacionais e regras internas sobre a mesma matéria, firma-se a hierarquia normativa pelo critério da norma mais favordvel & pessoa humana tutelada (no caso do Direito do Trabalho, pela pessoa do trabalhador). (22) A respelto da inflexéo jurisprudencial do STF, vertieada no julgamento dos trés mencionados processos na Sessio de 3.12.2008, consultar o tépico “Tratados e ‘Convengdes Internacionais" no Capitulo V do presente Curso. 66 Mauricio Goontio Deiar0 Nesse nove cenario cultural e juridico, eleva-se a importancia do estudo do Direito Intemacional do Trabalho, de seus principios informativos e regras juridicas ratificadas, de modo a aperfeigoar a extensao e profundidade da forca normativa do Direito do Trabalho na vida social e econémica brasileira’. Vill, CARACTERISTICAS DO DIREITO DO TRABALHO — SINTESE ‘A sintese das caracteristicas do Direito do Trabalho conduz a um con- junto de tracos mais notéveis, que podem ser classificados em conformidade ‘com sua origem e evolugao histdrica, suas fungdes e atuagao na comuni- dade circundante e, finalmente, sua estrutura juridica prépria. No que tange a sua origam e evolucdo na histéria, caracteriza-se por ser ramo especializado do Direito, oriundo do segmento obrigacional civil, porém ele se apartando e se distanciando de modo pronunciado. E ramo especializa- ddo que se construiu a partir de especffica relagao juridica de trabalho — 0 vvinculo de emprego. Tem demonstrado, porém, importante tendéncia expan- sionista em diregdo a outras relagées juridicas trabalhistas préximas, de natu- reza no empregaticia. ‘Quanto &s suas fungdes e atuagao na comunidade circundante, é seg- ‘mento juridico que cumpre objetivos fortemente sociais, embora tenhia também importantes impactos econdmicos, culturais e politicos. Trata-se de segmento juridico destacadamente teleolégico, finalistico, atado & meta de aperfeigoar {as condigdes de pactuacao da forga de trabalho na sociedade capitalista. Em ‘eonsonéincia com isso, destaca-se por forte direcionamento interventivo na ‘sociedade, na economia e, principalmente, na vontade das partes contratu- ais envolvidas nas relagdes juridicas que regula. No que diz respeito & sua estrutura juridica, composto essencialmente por normas imperativas (e no dispositivas). Além disso, no seu cern ormativo, tém decisiva presenca os prinofpios juridicos, notadamente seus prinefpios juridicos especiais e os principios juridicos gerais, inclusive de (23) A reapeito do presente tema, consultar DELGADO, Gabriola Neves. Principios Internacionais do Direto do Trabalho @ do Direito Previdenciro, in SENA, Acriana Goulart DELGADO, Gabvila Neves: NUNES, Raquel Portugal (Coord). Digiiade Humana e incluso ‘Social —-camintos para a eletividade do Direto do Trabelho no Brasil. S80 Paulo: LT, 2010. Fefnbém examinar REIS, Daniela Muradas. O Principio da Vedapao do Retrocesso no Dielto to Trabalho, Si Paulo: LTr, 2010. Finalmente, na obra dual de DELGADO, Mauricio Godinho; DELGADO, Gabriela Neves. Constiuipdo da Repdbica e Direits Fundamentsis — Dignidade {a Pessoa Humana, Justiga Social © Direto do Trabalho (Sio Pauio: Lr, 2012), 08 dols titimos capulos #36 dedicados 2o Direto Interizconal do Trabalho, a saber: “Gaptulo XI— Direttos Humanos dos Trabalhadores: Perspectiva de Anélise a partir dos Principios Intemacfonale do Direito do Trabalho e do Direito Prevideneiério"; “Capitulo Xi! — ‘ConvengSes ntemacionais da OIT e sua Apicago 2o Dirsito Coletivo do Trabalho Brastro” Gunso 0¢ Dinero 20 Tranano fe matriz constitucional, que sejam valorizadores da dignidade da - nae do tabalhoe emprogo. Out peculeridade de lows reste no fla co possuir, internamente, duas dimens6es: a dimensao individual, que gira em foro da regulagéo do contrato de trabalho, © a dimensdo coletiva, que gira 1am tomo das relagGes © seres coletvos trabalhistas. Finalmente, sua estrutu- ra juridica evidencia a presenga de normas oriundas de trés sitios principals, ‘© nacional heterénomo (normas estatais intemnas), o nacional auténomo (nor- mas coletivas negociadas intemas) e o intemacional heterénomo (normas oriundas de Tratados e Convengies Intemacionais, principalmente da Orga~ rizagao Internacional do Trabalho). (24) No que tange & necesséria retomada do cl4ssico expansionist iret Serhusarte see 90, cosuar DELGADO. Maude Goan Dctos Fant Paps do abate, Rela LT Slo Pel: Ltr 70, 06a co 2008Tarsum BELGAaG, atete co Emmrege ePitiee ce Haas, &etnaun So pardon de arto Saath SEMA Are Gouars Det oAbo, Senos never, NUNES Raquel Porual (Coord). Dignlids Humana ¢ nego Sock ~ earns pars 2 elaine Diotec abl no Brat. See Pan Li 301 oars Tose de Doutorao de Cabrle Neves Delgado ne UFMG (200), pesteremrerte pica po Eltora Li acho ae Doo Funder 0 Vebao bigoa ese eae Lr nek CAPITULO II AUTONOMIA E NATUREZA JURIDICA DO DIREITO DO TRABALHO 1. INTRODUGAO, ‘Aapresentagao das caractersticas essenciais do Direito do Trabalho, que permita 20 analista a visualizagao de seus contomos proprios mals destaca- Gos, nao se completa sem o exame dos tragos que envolvem a relagaio desse ramo especializado com 0 conjunto geral do Direito, Esses tragos so dados, fundamentalmente, pelo estudo da autonomia do ramo juslaborative, de seu posicionamento no plano juridico geral (sua natureza juridica, em Suma), e, inalmente, a investigagao de suas relagdes ‘com outros ramos do universe do Direito, Hl, AUTONOMIA ‘Autonomia (do grego auto, proprio, e nomé, regra), no Direito, traduz ‘a qualidade atingida por determinado ramo juridico de ter enfoques, prin- tlpios, regras, teorias e condutas metodolégicas préprias de estruturacao e dindmica. ‘A conquista da autonomia confirma a maturidade alcangada pelo ramo juridico, que se desgarra dos lagos mais rigidos que 0 prendiam a ramo(s) proximo(s), sedimentando via propria de construgao € desenvolvimento de Seus componentes especificos. Nessa linha, pode-se afirmar que um deter- minado complexo de principios, regras e institutos juridicos assume caréter de ramo juridico especifico e proprio quando alcanca autonomia perante os tdemais ramos do Direito que Ihe sejam préximos ou contrapostos. (0 problema da autonomia ndo é exclusivo do Direito e seus ramos inte- grantes. As prdprias ciéncias o enfrentam, necessariamente. Neste plano tlentifico especifico, pode-se dizer que um determinado conjunto de proposl- (62s, métodos e enfoques de pesquisa acerca de um universo de problemas &ssume o cardter de ramo de conhecimento especifico proprio quando também alcanga autonomia perante os demais ramos de pesquisa e saber ‘que Ihe sejam correlatos ou contrapostos. Quais s4o os requisites para a afirmagao autonémica de certo campo do Direito? (Curso oe Dinerto 0 Trasaio CF jurista italiano Attredo Rocco sintetizou, com rara felicidade, a triade de requisitos necessérios ao alcance de autonomia por certo ramo juridico. ‘Trata-se, de um lado, da existéncia, em seu interior, de um campo temético vasto e espectfico; de outro lado, a elaborago de teorias préprias ao mesmo ramo juridico investigado; por fim, a observancia de metodologia propria de construgao e reprodugao da estrutura e din&mica desse ramo juridico enfocado". ‘A-esses trés requisitos, acrescentarfamos um quarto, consubstanciado na existéncia de perspectivas e questionamentos especificos e proprios, em contraposigao aos prevalecentes nos ramos prdximos ou correlatos. Direito do Trabalho, cotejado com o conjunto desses quatro requis\- tos & conquista de sua autonomia, atende largamente ao desafio proposto. De fato, so dbvias e marcantes a vastidio e especificidade do campo temé- fico desse ramo juridico especializado. Basta enfatizar que a relagdo em- pregaticia — categoria central do ramo justrabalhista — jamais foi objeto de ‘teorizagao e normatizago em qualquer época histérica, antes do advento da modema sociedade industrial capitalista, Basta aduzir, ainda, instituios como negociagao coletiva e greve, além de temas como duragao do traba- Iho, salario, com sua natureza e efeitos préprios, poder empregaticio, além de indmeros outros assuntos, para aferir-se a larga extensdo das tematicas, préptias 20 Direito do Trabalho. E amplo também o nimero de teorias especificas e distintivas do ramo justrabalhista. Ressaltem-se, ilustrativamente, as fundamentais teorias justrabalhistas de nulidades e de hierarquia das normas juridicas — ambas profundamente distantes das linhas gerais hegeménicas na teorizacdo do Direito Civil (ou Direito Comum).® E também clara a existéncia de metodologia © métodos préprios ao ramo juridico especializado do trabalho. Neste passo, a particularidade justra- balhista é tao pronunciada que Direito do Trabalho destaca-se pela cirounstancia de possuir até mesmo métodos préprios de criagao juridica, de geragao da prépria normatividade trabalhista. E 0 que se ressalta, por exemplo, através dos importantes mecanismos de negociagao col existentes. Por fim, 0 Direito do Trabalho destaca-se igualmente pelo requisito de incorporar perspectivas questionamentos especificos e proprios. De fato, (1) ROCCO, Alredo. Corso ai Ditlo Commerciale — Parte Generale. Padova: La Litotpo — Editice Universitaria, 1921. p. 76. A proposio8o de Rocco 6 largamente cfundida entre os Aiversos autores do Diroto. (2) Sobre a tori justrabalhista de ruliades, consuitar neste Curso © Capitulo XV, item IV. Sobre a teora de hierarquizagao de regras juriicas, consuitar o Capitulo V, tem Vil desta mesma obra. 70 ‘Mauricio Goon Deicano ‘este ramo especializado enfoca problemas afins a outros ramos juridicos de ‘mdb intelramente distinto ao perlado pelos ramos tracicionais. Veja-se a relagao credor/devedor, que, no Direito Civil, 6, em geral, normatizada sob a pers- pectiva bésica favordvel ao devedor: o Direito Obrigacional Civil constréi-se ‘0b a dtica do devedor, elaborando principios e regras segundo essa pers- pectiva primordial. Jé 0 Direito Individual do Trabalho constréi-se sob a otica do credor trabalhista, o empregado, elaborando, consequentemente, pios e regras de matriz e direcionamento sumamente diversos dos ch classicos. Desde a plena institucionalizago do Direito do Trabalho, no século XX, JA nao se coloca em divida a autonoria justrabalhista. Seja pelo exame ana- Tico dos quatro requisitos necessérios ao alcance da autonomia de qualquer ramo [uridico ou clentifico, seja pela pujante reuniéo de estruturas e dindmicas de largo impacto social estitamente vinculadas & area justrabalhista (sindica- tos, regras coletivas negociadas, greves, organizaco obreira no estabeleci- ‘mento e na empresa, legislagao trabalhista intensa, etc), seja pelo jé longinquo distanciamento das origens e fase de afirmacéo do ramo justrabalhista, ha muito Ando se questiona mais a dbvie existéncia de autonomia do Direito do Traba- Tho no contexto dos ramos e disciplinas componentes do universo do Direito da ciéncia diigida a seu estudo. O questionamento que talvez deva ser coloca- do pelo estudioso do Direito é de ordem inteiramente diversa. De fato, 0 debate envolvente a esse tema certamente nao sera mais {rutifero, hoje, se se limitar a discutir sobre @ existéncia ou ndo da autonomia do Direito do Trabalho e de sua disciplina de pesquisa e reflexao. Tal discus- ‘sGo teve sentido na fase de afirmaco do ramo justrabalhista, quando 0 seg- mento novo naturalmente tendia a digladiar com 0 bergo teérico e cultural que abrigou seu nascimento, o Direito Obrigacional Civil. © debate contemporé- neo, 0 debate da maturidade do Direlto do Trabalho certamente nao versaré ‘sobre sua autonornia — inquestiondvel, sob qualquer enfoque que se tome tema —, mas, em vez disso, sobre os limites da autonomia do ramo especializa- do © 08 compativeis critérios de integragéo desse ramo no conjunto do unt- verso juridico™. Ilustrativamento, 08 crtérios de integrago e harmonizagao do Direito do Trabalho — e seus principios especfficos — a normatividade cconstitucional (veja-se a perplexidade provocada pela norma constitucional de 1988, de nulidade das admissdes iregulares de servidores — mesmo {@) Este processo de ruptura de um ramo novo de conhecimento com @ tronco bisico de Ghigo se Gesprendeu —-e 0 andtema quo tonde a surgirenlre os dois segmentos na fase de ‘fimagao auionémica do ramo nascente — 6 examinado em Mauricio Godinho Delgado. Direito © Polfica: Integraggo e Ruptura na Histéria do Pensamento, jé referido. Nesse teneaio também examrinam-se as possblidades (e vantagens teércas) da retomada de um “lalogo entre os ramos prdximos, aingia a fase de maturidade do ramo novo desenvolvido f preservada sua fundamental autonomia. Gunso 0 Dinero bo TraseLo n celetistas); ou ainda os oritérios de integragao © harmonizacéo do Direito do Trabalho 20 Direito Administrativo (veja-se a extrema dificuldade do ramo justrabalhista de conferir consisténcia aos principios administrativistas de legalidade © moralidade, quando em aparente confronto com princfpios justrabalhistas especificos). Nesta mesma linha, podem se contrapor, tam- bem, o debate entre principios justrabalhistas e ética juridica (como sugerido, contemporaneamente, pelo tema do trabalho Ilicito € seus efeltos no Direito do Trabalho). Este novo e consistente debate & um dos que mais devem instigar os estudiosos do Direlto do Trabalho no processo de avanco da modernizago © domocratizagao da sociedad brasileira no inicio do tercsiro milénio. A propésito, em obra jé construfda no novo milénio'®, buscamos enfren- tar esse instigante debate. De um lado, indicando o tronco fundamental do amo justrabalhista, seu cleo basilar, sem 0 qual ndo se pode referir, com seriedade, & propria existéncia do Direito do Trabalho, Trata-se, aqui, do nd- ‘cleo basilar de principios especiais juslaborativos.® . De outro lado, estudando os principios gerals do Direito Dito do Treble, com a peroopgt, nosso gupo genética, de un noe também basilar, perante o qual o ramo justrabahista ndo pode ser desinte- ressado ou impermedvel® Ill, NATUREZA JURIDICA ‘A pesquisa acerca da natureza de um determinado fendmeno supde a sua precisa definiedo — como deciaragdo de sua esséncia e composiogo — seguida de sua classificagao, como fendmeno passivel de enquadra- ‘mento em um conjunto préximo de fendmenos correlatos. Definigao (busca da esséncia) e classificacao (busca do posicionamento comparativo), els a equacao compreensiva bésica da idela de natureza”. Encontrar @ natureze juridica de um instituto do Direito (ou até de um ramo juridico, como 0 Direito do Trabalho) consiste em se apreenderem os (&) DELGADO, Mauro Godhhe. Prhelos de Oreo Indl o Cole do Tabaho, acon LTr, 2001 (2. ed.: 2004). Coletve oe Tr 7 aus ao nalea ra endtnada cba, no capo intuado “Pinto: Especial do Direito Individual do Trabalho — nidcleo basilar’. " ee (iv "rise Din ran © Coto do Tata, tai, cain se is diretrizes em dois capitulos: “Principios Constitucionais do Trabalho" (2* edigo) e " is do Tabaho™ Got) o Pi tips Gora do Droto fu de Ouro Ramos furee) Aptedvel ao Orato co TaN eee 3) Aplicavels ao Diraito do Trabalho" (7) A comparagao entre definic&o © natureza, como procedimentos 16 hic ? meron Lies acohioe pola Sleeia,encontacse em DELGADO, Mauro Godnto. A Natreza Juriica do Poder Em prepa, p. 780, fra a qo se epora no present natant rR ‘Mauricio Goonto Detsxoo elementos fundamentals que integram sua composigao especifica, contrapondo-os, em seguida, 20 conjunto mais proximo de figuras juridicas (ou de segmentos juridicos, no caso do ramo justrabalhista), de modo a clas- sificar 0 instituto enfocado no universo de figuras existentes no Direito. E “atividade ldgica de classtficagao"®, pela qual se integra determinada figura juridica no conjunto mals préximo de figuras existentes no universo do Direito, mediante a identificagdo e cotejo de seus elementos constitutivos fun- damentais, Encontrar a natureza juridica do Direito do Trabalho consiste em se fixarem seus elementos componentes essentials, contrapondo-os ao con- junto mais proximo de segmentos juridicos sistematizados, de modo a clas- Sificar aquele ramo juridico no conjunto do universo do Direito. A medida que ‘esse universo do Direito tem sido subdividido em dois grandes grupos (Direito Publico versus Direito Privado), a pesquisa da natureza juridica do Direito do ‘Trabalho importa em classifcar tal ramo especializado em algum dos grandes grupos cléssicos componentes do Direito. Hé uma dificuldade inicial razodvel no que tange a essa pesquisa. E que ‘0s autores sequer se harmonizam a respeito dos critérios informadores dessa classica subdiviséo, percebendo-se até mesmo 0 questionamento taxativo sobre a prépria validade cientifica da tipologia Direito Publico/Direito Privado. Nao obstante tais obstculos, é indubitavel a vatidade da referida tipologia, ‘que tem ainda expressivo interesse pratico para se compreender a esséncia f posicionamento comparativo dos diversos ramos juridicos componentes do universo do Direito. No quadro do largo espectro de critérios voltados & diferenciacao entre os segmentos publica e privado do Direito, dois surgem como mais objetivos fe abrangentes: o critrio do interesse (oriundo da tradigéio romana) e o cri- trio da titularidadle (de origem mais recente, na Idade Moderna). elo ctitério tradicional, a natureza do interesse prevalente no ramo juridico (privada ou publica) 6 que determinaria seu posicionamento classif- catério em um dos grupos béisicos do univers juridico. Jé pelo critério moder- 1, a ttularidade primordial dos direitos e prerrogativas prevalecentes no ramo jutidico (detida por entes pablicos ou, em contrapartida, por pessoas ou grupos privados) é que responderia por seu pretendido posicionamento classificatorio. Roberto de Ruggiero encontra a melhor férmula de concretizagao da mencionada tipologia, ao combinar, em um todo coerente, os dois critérios acima enfocados. Para o autor, ptiblico seré 0 Direito que tenha por finalidade (@) Aexpressio € de SILVA, Antonio Alvares da. Direio Coltvo do Trabelho. Fio de Janeiro: Forenee, 1878. p. 144, que, a propésito,traga, nessa obra, rico contraponto entre defniedo Juridica @ naturoza jurdtc. (Gunso be DittT0 00 TRABALHO 73 regular as relagdes do Estado com outro Estado ou as do Estado com seus stiditos (Ideia de titularidade), procedendo em razéio do poder soberano & atuando na tutela de bem coletivo (idela de interesse). Privado, por sua vez, ‘sera o Direito que discipline as relagdes entre pessoas singulares (ltularidade), nas quais predomine imediatamente o interesse de ordem particular (into- resse)®. Nao hé divida de que o critério combinado acima exposto esta ainda excessivamente influenciado pela vis&o individualista téo cara ao velho Direito Civil e que hoje, cada vez mais, mostra-se inadequada aos avangos democratizantes da sociedade ocidental contemporénea. De todo modo, 0 critério combinado pode ainda ser valido e uti, desde que se substituindo a nogdo de pessoas singulares por pessoas privadas, singulares ou coletivas, desde que se substitua, ainda, a nogao de interesse de ordem particular por interesse de ordem particular, setorial ou comunitéria, Nesse debate teérico, 0 Direito do Trabalho jé foi classificado como com- ponente do Direito Pibico, por autores de distinta especializagéo juridica, Prepondera, hoje, entretanto, a classificagio do ramo justrabalhista no seg- mento do Direito Privado' Ha autores, contudo, que consideram esse ramo juridico inassimilével a qualquer dos dois grandes grupos cldssicos, ‘enquadrando-se em um terceiro grande grupo de segmentos juridicos, 0 Di- reito Social, © posicionamento no grupo do Direito Pablico estriba-se, fundamental- mente, no caréter imperative marcante das regras trabalhistas e na tutela préxima a tipica de matriz pablica que confere aos interesses laborais aco- bertados por suas regras. Nos modelos justrabalhistas mais autoritrios, esse pPosicionamento classiticatério socorre-se ainda da tendéncia publicizante (ou estatizante) que tais modelos conferem a insttuig6es e préticas trabalhistas: por exemplo, a natureza paraestatal normalmente atribuida a certas institu. {es essenciais do novo ramo juridico (principalmente os sindicatos) ou 0 Papel interventivo explicito do Estado nos procedimentos privados de negocia- {0 coletiva (como através dos dissidios coletivos, por exemplo). Nao obstante os aspectos mencionados, tal procedimento classificat6- tio é claramente equivocado. (®) RUGGIERO, Roberta de, nstugdes de Dato Gi, 96 Sto Pau: Sarah, 1971 B : {1)tustatiamate, MONTEIRO, Washington de Bars. Curso de Dio Ol. V.18. ao Paulo: Saraha, 1977. p. 8-9 e Eduardo Garcia Maynes. Inroduccién al Estudio Derecho, 7. ed. México: Pornia, 1956. p. 152. : ae (11)asratvament, PEREIRA, Cao vio Siva, else do Ooo Ci. V5. ed, 2 ir, Rio de Janeiro: Forense, 1978. p. 8. A posicdo privatstica é a preponderanie, hoje, entre = modes eres fanaa pee relevent usralvamenie, GURVITCH, Goorges. LTdée du rot Sool. Par: Ubraife du Recuel ‘Sey, 1892, p. 15-16. No Bras, a posgao fol lassicamenteadotada pot CESARINO JUNIOR, Antonio Fete. Dito Socal. Sto Paulo: Universidade de $80 PauliLTr, 180, p. 60:62. 74 Mauricio Gooao Devaano E que a natureza juridica de qualquer ramo do Direito nao se mede em fungo da imperatividade ou dispositividade de suas regras componentes. Se tal crtério fosse decisivo, o Direito de Familia, formado notadamente por regras imperativas, jamais seria ramo componente do Direito Civile Privado. De outro lado, o intervencionismo autoritério que intenta estatizarinstitul es (como 0s sindicatos) ou métodos (como 0 da negociagao coletiva) pré- ptios & sociedade civil — intervencionismo tipieo dos modelos justrabalhistas Ge normatizagao estatal subordinada® — nao consegue alterar a natureza da relagdo juridica essencial normatizada pelo Direito do Trabalho, que se mantém como relagao juridica espectfica do ambito socioeconémico priva- do. Finalmente, esse intento de estatizagao de instituigdes e métodos t80 prdprios a sociedade civil corresponde, na verdade, a uma experiéncia his- toricamente delimitada, em harmonia as experiéncias de gestéio autocrética das relacdes politicas e trabalhistas que tiveram importancia na histéria ‘ocidental do século XX. Por essa razo, sue eventual validade fica estri- tamente circunscrita ao modelo autoritério a que se vincula e serve, nao indicando, contudo, a esséncia e posicionamento classificatério do ramo justrabalhista especializado. Jo de um terceiro segmento juridico espeoifico (consubstanciado 1o Direito Social), ao lado do Direlto Piblico e do Direito Privado, para abran- {ger 0 Direito do Trabalho, como se este fosse parte de um terceiro género, tem raizes em Otto von Gierke, em fins do século XIX, tendo sido incorporada por autores civilstas, como Paul Roubier, ¢ justaboristas, como Arthur Nikisch'"®. Nao obstante, constitui intento passivel de criticas, quer do ponto de vista cientifico, quer do ponto de vista pratico. E que o niicleo do Direito do Trabalho (relagéio empregaticia) nao cor- responde a uma categoria juridica incomunicdvel com outras categorias correlatas de ramos juridicos prdximos (por exemplo, relagéo de trabalho au- tonomo, relagao de sociedade, de mandato, etc.), o que afasta a necessidade teGrica de se formular, para esse ramo especializado, um género proprio, distinto do género a que se fila, ilustrativamente, o Direito Obrigacional Civil De par com isso, a particularidade maior do Direito do Trabalho perante © Direito Obrigacional Civil — a relevancia da nog&o do ser coletivo em seu interior, em contraposicao ao individualismo prevalecente no Direito Civil — (19) Trata-se de referéncia ao modelo trabalhista autorério, de origem fascista e ceréter Corporativista, que teve presenga saliente em cortos palses europeus durante parte do ‘século XX. A respeito dos principals modelos justrabalhistas nos paises de capitalsmo Central, consuitar 0 Capftulo Il deste Curso, (14) A respeito, LA CUEVA, Mario de. Derecho Mexicano del Trabajo, Tomo |, Cuarta Esi\- 6n, México: Porria, 1959, p. 221-236, De La Cuova, a propésito, adere também & concep ‘980 de Diallo Social (Curso 0€ Dinero 00 Trasano ry no 6, como visto, caracteristica isolada do ramo justrabalhista, estando hoje presente em outros ramos do Direito Privado, como o Direito do Consumidor. De todo modo, 0 crater social do fenémeno juridico esta presente em qual- quer ramo do Direito (mesmo no mais individualista existente), no sendo ‘apanagio do ramo justrabalhista. Finalmente, a dubiedade tedrica (e mesmo histérica) desse suposto segmento (como jé ressaltado) compromete sua pré- pria funcionalidade para o estudo da natureza juridica do Direito do Trabalho. Enfocada a substdncia nuclear do Direito do Trabalho (relagio de empre- 90) @ seu cotejo comparativo com a substéncia dos demais ramos juridicos existentes, nao ha como escapar-se da concluséo de que 0 ramo justraba- Ihista situa-se no quadro componente do Direito Privado. A medida que a categoria nuclear do Direito do Trabalho é essencialmente uma relacao entre particulares (a relagdo empregeticia), esse ramo juridico, por sua esséncia, situa-se no grupo dos ramos do Direito Privado — em que preponderam rela- es proprias & sociedade civil, pactuadas entre particulares"®. A justeza dessa concluséo teérica mals se evidencia pela circunstancia de ter essa lassificacéo aptidéio de abranger desde os modelos mais democraticos & descentralizados de normatizagao trabalhista até os modelos mais autoritérios de normatizagao jusiaboral. E que se sabe, afinal, que a tutela do Estado sobre relagGes privadas ndo & incompativel com a natureza de Direito Pri vado do ramo juridico em exame — como se percebe, por exemplo, pelo ‘caso do Direito de Familia. E 6bvio que a concepeao de Direito Privado nao pode manter-se pri- sioneira da visao individualista hegeménica no velho Direito Civil — e que ‘sempre se espraiou pelo conjunto da Teoria do Direito. As relagdes juridicas privadas envolvem tanto um largo universo de vinculos em que prepondera a perspectiva individual de interesses, como um cada vez mais relevente uni- verso de vinculos em que prepondera @ perspectiva grupal, coletiva ou até mesmo social de interesses. Mais que isso, hd relagdes que simplesmente se travam entre seres coletivos — como visto no Direito do Trabalho, em especial no ramo juscoletivo —, independentemente do impacto individual que produzem no ambito isolado de cada pessoa. Apenas sob esta compreen- sao atualizada e abrangente é que se torna adequada e rica a discuss40 sobre o presente tema. Esclarega-se, finalmente, que a natureza juridica do Direito do Trabalho J fol considerada mista por alguns autores, como se fosse este ramo um “contibio indissociavel e insepardvel de instituigBes de Direito Puiblico e Direito (15) € 0 que bem aponta, por exemplo, GOMES, Orlando. introdugdo ao Direito Civil, 9. ed. Fo de Janeito: Forense, 1871. p. 29-30, que enxerga no Direito do Trabalho uma “especia- Tzagda* do Direto Civ le. cl) 76 Mauricio Goostio Deusio Privado", Nesta linha, 0 presente debate classificat6rio perderia sentido quanto ao segmento justrabalhista, pols ele seria uma mistura dos dois segmentos. Entretanto, a concepoao de Direito misto 6 falha, quer por néo captar a cexistencia de uma identidade propria ao ramo justrabalhista, quer por centrar ‘seu critério de andlise no tipo de regras jurdicas componentes do menciona- do ramo. Contrapés-se & viséo de Direito misto a concepgo de Direito unitéro, pela qual a reuniao de institutos de origem diversa no Direito do Trabalho nao Ihe retiraria a coeréncla e diretiz uniformes. Em consequéncia, ele formaria um. todo organico, diferenciado e tanto quanto possivel autossuficiente"”. ‘A concept unitria, mais correta, do ponto de vista cientifico, integra-se, naturalmente, 20 debate sobre a classificagao do ramo juslaboral no Direito Pblico, Privade ou Social. Ou seja, 0 Direito do Trabalho é um ramo juriaico Lnitério que se enquadra no campo do Direito Privado (posigée hegeménica) —embora haja autores que prefram realizar esse enquadramento no Direito Piblico ou, ainda, no Direito Social. IV. RELAQOES DO DIREITO DO TRABALHO COM OUTROS CAMPOS DO DIREITO 0 Direito do Trabalho, embora sendo um ramo juridico especializado, mantém relagées permanentes e, &s vezes, estreitas com outros campos do Direit. 1. Relagées com o Direito Constitucional © Direito Constitucional é campo decisivo no processo de insergao jus- trabalhista no universo geral do Direito. Em seguida ao deflagrar da tendéncia, de constitucionalizacaio do ramo juslaborativo, com as Constituigses de 1917, no México, e 1919, na Alemanha (no Brasil, a tendéncia iniciou-se com 0 Texto Maximo de 1934), as relagdes entre as duas éreas acentuaram-se, signficativamente. ‘Apés a Segunda Guerra Mundial, superadas, na Europa, as experiéncias traumaticas e constrangedoras do fascismo e nazismo, as novas Consti- tuigdes promulgadas em importantes paises europeus conferiram novo status ‘ao processo de constitucionalizacao justrabalhista. E que passaram a insorir nos Textos Magnos no s6 direitos laborativos, mas principalmente principios (16) Eo argumento de BOTWA, Eugenio Perez. Curso de Derecho del Trabajo, 4. ed. Medi: “Tecnos, 1955. p. 14 (17) MORAES FILHO, Evaieo de. Tratado Elementar de Direlio do Trabalho, ct, p. 193 (Curso 0 Dinero bo TraBaLHo 7 Juridicos, varios deles associados & mesma perspectiva de construgao desenvolvimento do Direito do Trabalho: trata-se, ilustrativamente, dos prin- cipios da dignidade humana, da valorizagao sociojuricica do trabalho, da su- bordinagao da propriedade privada & sua fungo social, da justica social como facho orientador das ages estatais e da sociedade civil, etc. Nesta linha, as Constituigdes da Franga (1946), Italia (1947), Alemanha (1949); posteriormente, as Textos Magnos de Portugal (1976) e Espanha (1978). No Brasil, a mesma tendéncia de constitucionalizagao verficou-se: co- megada em 1934, foi mantida em todas Constituigées posteriores, mesmo as de natureza autocrética (1937, 1967, 1969). Entrotanto, tal tendéncia adquiriu novo status apenas com a Constituigso de 1988. E que esta, em intimeros de seus preceitos e, até mesmo, na disposi¢ao topogratica de suas rnormas (que se iniciam pela pessoa humana, em vez de pelo Estado), firmou prinoipios basilares para a ordem juridica, 0 Estado e a sociedade — grande parte desses principios elevando ao dpice o trabalho, tal como a matriz do pés-guerra europeu. Mais do que isso, a Constituicéo da Reptiblica firmou no Brasil o conceito ¢ estrutura normativos de Estado Democratico de Direito, em que ocupam posigées cardeais a pessoa humana e sua dignidade, juntamente com a valorizagao do trabalho, especialmente do emprego, o que insere o ramo justrabalhista no corac&o e mente juridicos definidores do melhor espirito da Constituigao." Neste periodo de crise e transicao da érea justaborativa, portanto, reporte permanente & Constituigéo e aos principios basilares do Direito Constitucional, ao lado dos essenciais do ramo justrabalhista, 6 veio condutor fundamental para o estudioso e operador do Direito do Trabalho™, 2. Relagées com Principios Gerais de Direito e de Outros Ramos Juridicos © Direito do Trabalho, como ramo juridico especial, porém nao singular ‘ou anémalo, integra-se ao universo juridico geral, guardando, é claro, suas especificidades, mas também se submetendo a vinculos com o nticleo juridico principal. (18) Para essas interrlagées, consultar DELGADO, Mauricio Gadinho; DELGADO, Gabriela, Neves. Constituigéo da Republica @ Direitos Fundamentals — Dignidade da Pessoa Humana, Justi¢a Social © Direlto do Trabalho. Séo Paulo: LTr, 2012, (19) Para meltior andlise sobre o papel dos principio no Dielto, em eral, e, em especta, "ho ramo justrabahista, elém do papel decisivo cumprido, neste aspecto, pela Constituigao {e 1988, consular 0s Capiuios VI e IV do presente Curso. Examinar, também, o liv deste autor, Principios de Direlto Individual ¢ Coletivo do Trabalho. Sé0 Paulo: LTr, 2001 (2. ed. 12004; 3. ed: 2010), 78 Mauricio Goornso Deusaoo Parte significativa desses vinculos € formada pelos principios gerais de Direito que atuam no ramo justrabalhista, além dos principios especiais de outros segmentos juridicos que também cumprem papel de relevo no Direto do Trabalho. Na verdade, pode-se dizer que os prinafpios gerals do Direito (que, hoje, em grande medida, sao principios constitucionais), que se apli- ‘cam ao ramo justrabalhista especializado, demarcam os lagos essencials {que este ramo, nao obstante suas particularizagées, tem de manter com 0 restante do ditelto. E claro que tais principios externos ao Direito do Trabalho sofrem ade- quagées inevitéveis ao ingressarem no ramo especializado; tals adequagdes ‘nfo so aptas, contudo, a transformé-los em principios especfficos ao cam- po justrabalhista, nem a descaracterizé-los, inteiramente, como principios gerais. HA diversos principios gerais (ou especiais de outros ramos juridicos) ue tém relevancia no Direito do Trabalho. Aqui, entretanto, cabe adiantar-se apenas o grupo principal dos principios gerais, composto de trés planos de diretrizes. Em um dos planos, 0 principio da algnidade humana e diversas diretri- es associadas a esta basilar: 0 principio da nao dlscriminagao, 0 principio da justiga social e, por fim, 0 principio da equidade. Em outro plano, os princt- plos da proporcionalidade e da razoabilidade (0 primeiro também formulado ‘como principio da proibicdo do excesso). Em um teroeiro plano, o principio da boa-fé e seus corolarios, os princfpios do ndo enriquecimento sem causa, da vedagao 20 abuso do direito e da ndo alegagéo da prépria torpeza. Como ja sugerido por este autor em outra obra, a importancia desses tr€s principios 6 também aqui, na Area justrabalhista (assim como, em geral, ro restante do Direito), t&o exponencial que podem ser arrolados como parte integrante do ceme do Direito do Trabalho — mas s6 que so a parte do ceme do Direito do Trabalho que se comunica de modo préximo e intenso com 0 restante do Direito ou alguns dos segmentos mais importantes deste. Nao so, desse modo, a parte que se distancia, que se afasta, que marca a distingdo juslaboral perante os demals segmentos juridicos (parte esta capi- taneada pelos principios especiais do Direito do Trabalho). Sao, a0 reverso, a parte que assegura a comunicagao e integragao do Direito do Trabalho com o Universo juridico mais amplo circundante. Tals principios gerais do Direito atuantes no ramo justrabalhista carac- terizam-se por incorporar diretrizes centrais da prépria nag&o de Direito, seja (20) DELGADO, Mauricio Godinho. Prineipos de Direlto Individual @ Coletivo do Trabalho. ‘Sao Paulo: Tr, 2001, em especial em seus Capftulos Ile V. A 2 ecigéo desta obra agregou capitulo sobre “Principios Consttucionais do Trabalho". Curso ne Dinero 00 Trasauno 78 ‘englobando valores essenciais da vida humana, elevados ao dpice pelas modemas constituig6es democraticas (como o principio da dignidade do ser humano), seja referindo-se a comandos diretores fundamentais para as rela- ‘g6es entre 05 sujeitos de direito (como o principio da razoabilidade e/ou pro- porcionalidade eo principio da boa-fé). ‘So, desse modo, principios que se irradiam por todos os segmentos da ordem juridica, cumprindo o relevante papel de assegurar organicidade e coeréncia integradas & totalidade do universo normativo de uma sociedade politica. Nessa linha, esses principios gerals, aplicando-se aos distintos seg- mentos juridicos especializados, preservam a nogo de unidade da order Juridica, mantendo o Direito como um efetivo sistema, isto 6, um conjunto de partes coordenadas. O estudo mais aprofundado sobre o tema dos principios — inclusive os extemos ao Direito do Trabalho, mas a ele aplicavels — serd feito no Capitulo Vio presente Curso®, 3. Relagées com o Direito Civil ‘Amatriz de origem do Direito do Trabalho 6 o Direito Civil, em especial, seu segment regulatério das obrigapdes. Em consequéncia, permanecem Inevitéveis as relagdes entre os dois campos do Direito. Nao hd ddvida, porém, de que a autonomizac&o do ramo justrabathista conduziu & separacao das duas esferas juridicas, buscando 0 Direito do Trabalho, ao longo de quase dois séculos, firmar suas particularidades, em contraponto ao estuério original de onde se desprendeu. Contudo, ainda assim, ha importantes institutes, regras e principios do Direito Civil que preservam interesse & drea justrabalhista. llustrativamente, 08 critérios de fixagdo de responsabilidad civil, fundada em culpa, que se aplicam a certas situacSes de interesse trabalhista (veja-se 0 caso da res- onsabilidade do empregador em vista de dano acidentario— art. 7°, XXVIII, CFrB8). E claro que avancos verificados no plano civilista podem, sem duivida, atingir também o ramo juslaboral, se houver a necesséria compatibili- dade de segmentos juridicos. Nesta linha, a tendéncia do novo Cédigo Civil de objetivar, em certa medida @ em determinadas situagées, a responsa- bilidade do empregador perante seu empregado, "quando a atividade normal mente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para 08 direitos de outrem” (pardgrafo tnico do art. 927 do CCB/2002, vigorante desde 11.01.2003). (21) Consultar também a obra deste autor: Princpias de Direito Individual @ Coletivo do Trabalho, So Paulo: LTr, 2001 (2. ed. 2004; 3. ed. 2010) 80 Maurico Goonito Deteano Por outro lado, a teoria civilisia de nulidades. Embora o ramo justrabalhista tenha elaborado, como sua regra geral,teoria de nulidades espeotfica e distinta, a volha matriz do Cédigo Civil ainda aplica-se em algumas situagdes de vicios nos elementos constitulvos do contrato de trabalho. E o que se passa no tocante alictude do objeto do contrato empregaticio (0 chamado trabalho tlicio). Esse tipo de relagao verifica-se também no que tange a teoria hierérquica de normas justrabalhistas. Embora 0 Direito do Trabalho também tenha elaborado teoria propria, muito diferente da oriunda do Direito Civil, esta ainda preserva-se infiuente em certos casos de confltos de regras juridicas no ramo juslaborativo (notadamente, quando se tratar de regras prolbitivas estatais). © Direito Civil, por fim, é fonte subsidiria do Direlto do Trabatho, em situa- ‘962s de lacunas nas fontes principais desse tamo juriaico (ar. 8, CLT). Cabe notar, porém, que @ aplicaco da regra civilista néo tem o condo de revogar regra juslaborativa especial: & que, em tal caso, nd teré havido lacuna, inviabi- lizando a analogia pretendida; além disso, @ regra especial ndo se invalida, por forea do surgimento de regra geral dstinta, do mesmo modo que no tem apti- ‘do para influir no campo de atuagao desta." Registre-se que inumeras dessas relagées sero retomadas ao longo do presente Curso de Direito do Trabalho. 4. Relagées com 0 Direito Previdenciario (ou de Seguridade Social) Os vinculos do Direito do Trabalho com 0 ramo previdenciario (ou de seguridade social) s4o histéricos: os dois segmentos juridicos praticamente nasceram do mesmo processo de intervencéo do Estado no mercado de trabalho, a partir da segunda metade do século XIX, na Europa Ocidental.@ Hoje tals vinculos preservam-se estreitos, inclusive pelo fato de parte significativa da arrecadagao da Previdéncia Oficial, no sistema brasileiro, originar-se da folha de salérios des empresas, tomando como base de cdl ‘culo, no caso dos empregados, as verbas de natureza salarial por eles rece- bidas, inclusive as equiparadas aos salérios para tals fins, como as gorjetas (arts. 29, § 1°, e 457, caput, CLT). (22) Sobre a néo aplicagso de regras clvis e processuais civis no campo material processual trabalhista, quando incompativols, consultar DELGADO, Mauricio Godino. Direto da Trabalho e Processo do Trabalho: ertérios para a Importagso de regras legals ciuis e processuais cis. Revista LTr, S80 Paulo: Tr, malo de 2007, p. 858-654 (@3) Sobre esse processe hislérco, que também desaguaria no Wellare State, consuitar & ‘bra coletiva organizada por DELGADO, Mauricio Godinho @ PORTO, Lorena Vasconcelos. (0 Estado de Bom-Estar Social no Século XXI, Sao Paulo: LTr, 2007 (@4) As gorjtas slo consideradas, rigorosamente, remuneragao, uma vez que pagas por ‘erceros e no pelo empregadar, porém, compéem a base de célculo do salar de contr buigZo do empregado. (Curso De Distro 00 TRABALHO at A Constituic&o de 1988, em seu texto original, fimava relagao mais rigo- rosa entre “folha de saldrios” (incluldas as gorjetas, como exposio) e saldrio de contribuiedo (antigo art. 195, |, CF/88). Desde a Emenda Constitucional 20, de 18.12.1998, a contribuiedo social passou a incidir, no tocante & entida- de empresarial e respeitadas outras bases de céloulo (receita, faturamento, lucro), sobre “a folha de salérios e demas rendlimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer titulo, & pessoa fisica que Ihe preste servigo, mesmo sem vinculo empregaticio” (art. 195, I, “a’, CF/88; grifos acrescidos). © pardmetro do salério de contribuigdo do empregado, evidentemente, submete-se A mesma regra constitucional, centrada na nogo de salério 6 parcelas a este equiparadas, como as gorjetas (art. 195, Il, CF/88). Amatéria ganhou maior importéncia para o Direito do Trabalho em virtude da nova competéncia do Judiciério Trabalhista, fixada pela mesma Emenda Constitucional 20/98, de executar, “de oficio, as contribuigdes socials provis- tas no art. 195, |,'a'@ Il, © seus acréscimos legais, decorrentes das senten- {gas que proferi (art. 114, § 9°, CF/88, conforme EC 20, de 1998; desde EC 45/2004, art. 114, Vil). Neste quadro, a diferenciagao entre parcelas salariais (e equiparadas, como as gorjetas — tidas como remunerago) parcelas nao salariais, em espe- cial as indenizatérias, passou a ser fundamental na prética processual trabalhista E que no incide contribuigdo previdenciaria sobre parcela rigorosamente indeni- ator, por néo se tratar, como é dbvio, de salério, e nem mesmo de rendimento do trabalho, porém mero ressarcimento de despesas em fungéo da prestacSo de servigos ou de parcelas trabalhistas cuja efetiva fruicdo foi frustrada. E claro que verbas relativas @ apenagées (multas) também néo tém natureza de salério ou rendimento. Para a analise mais citcunstanciada de tals conceitos e distingées, verificar © Capitulo XX! deste Curso, que trata de remuneragao e salério"™, 5. Direito do Trabalho e Direitos Humanos © Direlto do Trabalho corresponde & dimensao social mais significativa dos Direitos Humanos, ao lado do Direito Previdenciario (ou de Seguridade (25) Ha ponderagbes sociopaltcas no sentido de se destocar, no possivel, da folhe sale Nala incidéncia da contribuigso previdenciérla do empregadb, tazendo-a incidt sobre uta base de caleuo (faluramento, por exemplo). Semalhante roforma normativa ie favo- ‘ecer, no sentido tibutario, empresas mais agregadoras de mao de obra, desonerando ‘seus encargos indretos da contratagdo empregaticia. Mesmo se implementada esta raco- ‘mendével reforma normativa, manter-se-iam forts os lagas enire o Direito Previdencirio © 0 Direto do Trabalho (26) Consular também a obra deste autor: Saliro— teovia © prillea, 2. ed, Belo Horizonte Del Rey, 2002. 82 Mauricio Gono Dacaoo Social), £ por meio dasses ramos juridicos que os Direitos Humanos ganham maior espaco de evolugao, ultrapassando as fronteiras originals, vinculadas basicamente & dimensdo da liberdade e intangibilidade fisica e psiquica da pessoa humana. (© universo social, econémico ¢ cultural dos Direltos Humanos passa, de modo légico ¢ necessério, pelo ramo juridico trabalhista, & medida que teste regula a principal modalidade de insero&o dos individuos no sistema socioecondmico capitalista, cumprindo o papel de Ihes assegurar um pata- mar civlizado de direitos e garantias juridicas, que, regra geral, por sua pré- pria forga e/ou habilidade isoladas, no alcangariam. A conquista e afirmagao da dignidade da pessoa humana néo mais podem se restringir & sua liberda- de e intangibilidade fisica e psiquica, envolvendo, naturalmente, também a ‘conquista e afirmagéo de sua individualidade no meio econémico e social, com repercussées positivas conexas no plano cultural —, 0 que se faz, de rmaneira geral, considerado 0 conjunto mais amplo e diversifiado das pessoas, mediante o trabalho e, particularmente, o emprego, normatizado pelo Direito do Trabalho™”, G7 Sete a importa do Deo do Trabaho co nsumerto dis egeerlzado ee eee ase de tucta para rao arte Sue popes na soda oe in sua ae cocporanos bate, cauter DELGADO, Ha ssa Capra, Trablo e Enprego = erve 0 parade da dru © 08 co ett. nano, Ste Peo: Ui, 208. reaper so vince ene oro Hare eee arisen, et ALVARENGA, ula Ceol do O Deo co abe. seat Bimenato do Dros Munanes. S80 Pa Tr, 2008. CAPITULO IIL ORIGEM E EVOLUCAO DO DIREITO DO TRABALHO 1. INTRODUGAO © Direito do Trabalho 6 produto do capitalismo, atado & evolucdo histérica desse sistema, retiticando-Ihe distorges econémico-socials ¢ civiizando a importante relagao de poder que sua dinamica econémica cria no ambito da sociedade civil, em especial no estabelecimento e na empresa. A existéncia de tal ramo especializado do Direito supse a presenga de elementos socioeconémicos, politicos e culturais que somente despontaram, de forma significativa e conjugada, com 0 advento e evolugao capitalistas. Porém 0 Direito do Trabalho néo apenas serviu ao sistema econémico deflagrado com a Revolucéo Industrial, no século XVIII, na Inglaterra; na ver- dade, ele fixou controles para esse sistema, conferiu-ihe certa medida de civilidade, inclusive buscando eliminar as formas mais perversas de utiiza- ‘¢40 da forea de trabalho pela economia. Compreender-se 0 tipo de relagao construida entre Direito do Trabalho e capitalismo 6 o que justifica, primordialmente, o presente capitulo deste Curso. I, ORIGEM E DESENVOLVIMENTO DO DIREITO DO TRABALHO — PROPOSICOES METODOLOGICAS, (Giéncia traduz a deia de estuto sistemético e objetivo acerca de fendmenos, ‘com 0 conjunto de conhecimentos resultantes desse proceso". A busca de uma satisfatéria objetividade e sistematicidade na analise do fendmeno enfoca- do impe ao estudioso 0 respelto a métodos de observéncia ¢ reflexéio sobre 0 respective fenémeno; 0 respelto, portanto, a um conjunto de procedimentos (1) 0 conceito origina-se de Wilian Kolb: “estudo istemética @ objetivo dos fendmenos ‘empiticas e 0 acervo de conhecimentos daf resultane". Cignca, in Diciondrio de Ciencias Sociais. Rio de Janeiro: Fundagao Getilio Vargas/Instituto de Documentagao, 1986. P. 182. A restrigio de Kolb quanto ao objeto (0 autor refero-se a fenémenos empiicos), ‘e280 compreanda a exclusto do campo clentiico de fenémenos que tenfam relevante dimonsio ideal — como © Direito —, configura-se, porém, como inacetavel. E que a oiénoia se distingue de outros niveis de conhecimento menos pelo cbjeto do que pelo enfoque @ métodos que Ine 880 espeoticos. a Mauricio Gooreto Davaano racionais que permitam & reflexao cientifica descobrir e demonstrar a efetiva, estrutura e dindmica do fenémeno analisado™. ‘AFilosofia da Ciéncia tem exaustivamente discutido os limites da objet vidade que se pode alcangar nas conclusées das Ciéncias Sociais — em ‘comparagio com a objetividade mais satisfatorla atingida pelas Ciéncias Fisicas @ Bioldgicas®. E que a agdo humana lana sempre um dado de criatividade (ainda que contingenciada) e, portanto, de incerteza ao objeto en- focado por aquelas ciéncias (os atos e elaboragées humanas, individuals ou societérios). Téo importante quanto isso, 0 préprio universo de teorias, métodos « hipoteses de investigagaio manejado pelo cientista (que em seu conjunto formaria 0 que se tem chamado de paradigma)", incorporaria, necessaria~ ‘mente, uma certa perspectiva de interesses sociais, comprometendo 0 ob- jetivismo e neutralidade plenos pretendidos quanto & andlise efetuada. Nao obstante essas reconhecidas limitagdes das Ciéncias Humanas @ Sooiais, em geral, e a diversidade as vezes larga entre os modelos paradig- maticos de abordagem cientifica que compdem tais ciéncias®, 6 inquestio- rndvel a validade cientifica desses ramos especializados de conhecimento. & que, resguardadas tas limitacdes, 6 induvidoso, hoje, que os fenémenos hu- manos e sociais podem ser objeto de pesquisa e reflexdo fundamentalmente objetivas e sistematicas, hdbeis a descortinar e demonstrar a esséncia de sua estruturagao e dinamica espectficas. ‘A dissenséo entre os paradigmas cientificos ndo impede, assim, 0 en- contro de alguns pontos relevantes de contato no que tange @ pesquisa cientifica acerca dos fenémenos examinados. Esses pontos se elegem, (2) Método (do grego methodos: “odos", caminho; ‘meta’, até) traduz “uma diregao detinivel © regularmente seguida em uma operacso de espirto” (BERNES, M., in André Lalande. Vocabulario Técnico y Critco dela Filosofia, Buenos Alres-Barcelona: El Ateneo, 1966). 0 conoeito de método, na ciéneia, detiva desse anterior: “conjunto de procedimentos racio- pals que tém por fim estabelecer e demonstrat a verdade" (Paul Foulquié. Diccionario dei [Lenguage Flosdfico. Barcelona: Labor, 1967) ou, ainda, a "maneira racional de conduzir 0 pensamento para chegar a um resultado determinado e especialmente para descobrir & \erdado” (Edmond Gablat. Vocabulario Flosdfico. Buenos Altes: El Ateneo, 1948). {@) lstatvamente, ver LOWY, Michael Método Dialétco @ Teoria Polfica. io de Janeiro: Paz e Terra, 1975, Especiaimento p. 11-36. (4) A expresso paradigme, na Filosatia da Ciéncla, tom sido uilizada para designer gran- ‘des modelos de construrao clentfca, com questinnamentos, problemas e enfoques préprics, lacompannados de teoria, métodos e hipéteses compatveis. A mesma expresso (para- Gigrna) comparece 20 Direito Individual do Trabalho, em tema de equiparagéo salarial, com avepoao infoiramente dstnta (para a andlise desta cima acepeao, ver o Capitulo XVI dda obra deste autor: Saldrio — Teoria @ Prétioa, 2. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2002, a par ‘do Capitulo XXil do presente Curso). {6) Norberto Bobbio faz interessante comparacto entre os paradigmas marxiano @ funcio- nalista, ceramente os mais infuentes nas Ciéncias Socials 20 longo do século XX (in Estado, Governo, Sociedade. Pio de Janeiro: Pez e Terra, 1987. p. 58-60) ‘Cuneo ve Dieta 00 Trasato 85 desse modo, como elementos imprescindiveis no contexto de qualquer pesquisa cientifica sobre fendmenos produzidos socialmente. Alcangam esse patamar de destaque trés proposigoes de métodos correntes nas Ciéncias Sociais. A primeira proposigéo informa que todo fenémeno social tem uma categoria fundamental, categoria que Ihe é nuclear sem a qual 0 préprio fenémeno nao existiia. A segunda proposigo informa ‘que, a despeito de dotado de uma categoria fundamental, todo fenémeno néo resuita de um Unico elemento (ou, se se prefer, de uma tinica deteminaco), decorrendo de um complexo combinado de determinagées. Finalmente, 2 terceira proposicgo de método informa que a pesquisa e reflexdo sobre um fenémeno social ndo se esgota no exame de sua criagéo, de sua origem, tendo de incorporar as vicissitudes de sua reprodugao social. Enquanto pro- ‘92880, 0 fendmeno determina-se ndo somente por sua origem, mas também ‘em fungo de sua reprodugao ao longo da historia, Essas trés proposigbes se aplicam, como visto, @ anélise de qualquer fenémeno social. Apicam-se, assim, também & pesquisa, reflexdo e compreen- 's&0 do Direito, como fandmeno social. Aplicam-se, certamente, ao estudo do Direito do Trabalho e de seu papel e sentido na hist6ria do mundo ocidental contemporaneo. Il, POSICIONAMENTO DO DIREITO DO TRABALHO NA HISTORIA © Direito do Trabalho — como qualquer ramo juridico — constitui um complexo coerente de institutos, prinofpios e normas juridicas, que resulta de um determinado contexto histérico especifico™. A localizagao do preciso ‘momento em que esse contexto se forma supSe, inicialmente, a observancia do procedimento metodolégico de identificar a categoria basica do ramo jur!- dico analisado, a sua categoria nuclear, dominante, sem a qual nao existiria o fendmeno juridico em questo. _ Como sugere a primeira das proposi¢des de método enunciadas, todo fenémeno — quer os materiais, quer os ideals (como o Direito) — tem uma categoria bésica, um elemento-pilar que Ihe contere identificagao propria e sem 0 qual o fenémeno néo poderia existir. A busca e isolamento da catego- ria fundamental de certo fenémeno permite se eliminar a procura errética do fenémeno enfocado em contexts histérico-sociais em que esse fendmeno seria técnica e historicamente inviavel, por inexistir naqueles contextos, como (lose operas sc de Dea do Tate caine expos om DELGADO, Mabico Gognho. A Natrezs sure do Poder Errepalt UP, Teed Doras, 6p a Cap I Deca» Tao em ocr noe basso obs pubaca pela Erno GEE, S00 O Poder Empregaticio). ™ epee 88 Mauricio Goon Detetoo dado relevante, a categoria nuclear identificada. De fato, é objetivamente invidvel a existéncia do fenémeno enfocado em momentos histéricos em que a categoria nuclear desse mesmo fenémeno nao exista como dado hist6rico-social relevante. Qual a categoria central do Direito do Trabalho, a categoria sem a qual ‘esse ramo juridico especializado no existiria? Obviamente, esté-se falando do trabalho subordinado, mais propriamente da relagao empregaticia. O ni- cleo fundamental do Direlto do Trabalho situa-se, sem duvida, na relagao tempregaticia de trabalho, construindo-se em torno dessa relag&o juridica es- pecffica todo o universo de institutos, principios e regras caracteristicas a ‘esse espectfica ramo juridico. ra, a oxisténcia do trabalho livre (isto 6, juridicamente livre) é pres- suposto hist6rico-material do surgimento do trabalho subordinado (2, via de consequéncia, da relagdo empregaticia). Pressuposto histérico porque o tra- baalho subordinado nao ocorre, de modo relevante, na histéria, enquanto no assentada uma larga oferta de trabalho livre no universo econémico-social. Pressuposto material (¢ l6gico) porque o elemento subordinagao nao se cons- {61 de modo distintivo seno em relagdes em que 0 prestador nao esteja submetido de modo pessoal absolut ao tomador dos servigos (como ocorre na serviddo e escravatura, por exemplo). Em decorréncia dessa conexao histérica, material e ldgica entre trabalho livre e trabalho subord- nado, percebe-se que as relagdes juridicas escravistas e servis so incom ppativeis com 0 Diteito do Trabalho. E que elas supdem a sujelco pessoal do trabalhador e nao a sua subordinagao. ‘Subordinagao é conceito que traduz a situago juridica derivada do con- {rato de trabalho mediante a qual o empregado se obriga a acolher a diregao do empregador sobre 0 modo de realizacdo da prestagéo de servigos”. Consiste, assim, no polo refiexo e combinado do poder de dirego (tam- bém de maiz uridica), exercitado pelo empregador ao longo da relacéo de emprego. A subordinacao 6, pois, enfocada pela ordem juridica sob um pris- mma estritamente objetivo, atuando sobre o modo de realizago da prestagao pactuada. Nao gera um estado de sujeigdo pessoal (prisma subjetivo) do prestador de servicos — razo por que supée e preserva a liberdade do pres- fador. J a sujeigdo 6 subjetiva, atuando sobre a pessoa do trabalhador — razo por que supée e reproduz sua falta de liberdade pessoal. pressuposto histérico-material (isto 6, trabalho livre) do elemento nu- clear da relacdo empregaticia (trabalho subordinado) somente surge, na his- ‘6ria ocidental, como elemento relevante, a contar da Idade Modema. De fato, {@) Arespeio, ver DELGADO, Mauricio Gotinho. O Poder Empregatico (Capitulo il). © tema a subordinagao serd retomado neste Curso, no Capiulo IX, sobre relago de emprego. Gunso ne DiresTo 00 TrAsaLHo er apenas a partir de fins da Idade Média e alvorecer da Idade Moderna verificaram-se processos crescentes de expulsdo do servo da gleba, rompendo-se as formas servis de utiizagao da forea de trabalho. Esse qua- dro langaria ao meio social o trabalhador juridicamente livre dos meios de produgao e do proprietario desses meios. © elemento nuclear da relagéio empregaticia (trabalho subordinado) somente surgiia, entretanto, séculos apés a crescente destruigéo das relagdes, servis. De fato, apenas j4 no perfodo da Revolugéo Industrial é que esse ttabalhador seria reconectado, de modo permanente, ao sistema produtivo, através de uma relagdo de produgdo inovadora, hébil a combinar liberdade (ou melhor, separaco em face dos meios de producto e seu titular) @ subor- dinaco. Trabaihador separado dos metos de produedo (portanto juridicamente livre), mas subordinado no ambito da relagao empregaticia ao proprietario (ou possuidor, a qualquer titulo) desses mesmos meios produtivos — els a nova equacao juridica do sistema produtivo dos ultimos dois séculos. A relago empregaticia, como categoria socioeconémica e juridica, tom seus pressupostos despontados com 0 processo de ruptura do sistema pro- dutivo feudal, ao longo do desenrolar da Idade Modema. Contudo, apenas mais & frente, no desenrolar do processo da Revolucéo Industrial, 6 que ird Caracteristicas e dinémicas da Democracia reside, essencialmente, em aspectos de seu Direio Coletivo do Trabalho, aqui expostes — e nao no plano de seu Direlto Individual do Trabalho. ‘Gunso DE Dinero bo TRABALHO 127 responsabilidade as diregdes classistas) 6 produgao logica monstruosa — porque pretendente da juncao de elementos © padrées incompativeis. Por isso € que emerge como produgdo tendente ao fracasso democratico, jd que inexiste, na Histéria da Democracia, experiéncia que evidencie a consolidagéo @ sucesso de semelhante modelo. ‘A égica que retine 0s cinco mecanismos autoritario-corporativos ento- cados 6 perversa: manter as alregdes sindicals imunes a presséo e controle de seus representados, instalando-as intangiveis em um certo limbo institu- ional @ beira da entrada aberta ao aparelho de Estado. Em um contexto democratic, esse modelo tem efeitos desastrosos a sorte da Democracia, ‘quer no plano da sociedade civil, quer no plano da sociedade politica, No plano da sociedade civil, os mecanismos autoritério-corporativos sim- plesmente inviabilizam a construgao de um padréo moderno © demooratico de gestio social. De um lado, por deslocarem nticleo das solugdes socio- trabalhistas do ambito das relagdes civis concretas para 0 ambito interno do Estado, esteriizando a gestaco, a0 longo do tempo, de formas proprias de {gerenciamento de conflitos. De outro lado, por impedirem a maturago polit ae cultural da classe trabalhadora (e, portanto, da maior parte da populagéo brasileira ativa) na dindmica cotidiana do exercicio das equagies democrat cas fundamentais: negociagéo/solucdo, autonomia/autorregulacdo, liberdade/ responsabilidade. Finalmente, por vedarem a gestacdo de uma experimenta- da e sdlida nocéo de autotutela e, concomitantemente, autorresponsabllidade por parte da classe trabalhadora, E verdade que se pode contrapor & presente critica democrética 0 argumento de que 0 despreparo (cultural, organizacional, etc.) da classe tra- balhadora brasileira é que torna necesséiia a preservagao dessa cadeia de instituigdes e mecanismos corporativos estatais, absorvendo o confito laboral para dentro do Estado. E falaciosa, contudo, semelhante contraposic&o. De um lado, por se tratar © argumento de mera revivescéncia da antiga matriz cuitural autortéria hege- ‘ménica no periodo de implantagéo da CLT, com sua tradicional racionalizagao sobre 0 elitism e a autocracia sociopolitica — que a6 tem acentuado, ao longo das décadas, a perversidade do quadro social brasileiro™. De outro lado, porque a supressdo dos referidos mecanismos cor- Porativos no implicaria a eliminagdo da legislag&o heterdnoma minima (6) Essa antiga e resistente matriz autoritéia e eltsta brasileira, expressada por alguns esertores principals (notadamente Francisco Campos, Azevedo Amaral, Oliveira Viana, Plinio Salgado), est4 maglstralmento oxposta no cldssico Ideologia Autoritéria no Basi 1880-104. lo de Jane: Fundapdo Geto Vargas, 187, do Profesor darbas 128 Maunico Gono Detsavo estatal: apenas estaria assegurando efetivo espago a que a gestéo prépria & sociedade civil criasse condigdes e condutas mais adequadas & convi- vencia capital-trabalho (além do padrao heterénomo minimo considerado fundamental pela comunidade). Gonforme jé foi exaustivamente exposto, © padrao demoerético trabalhista permite a conjugacao de regras estatais, perativas e regras coletivas negociadas, nos moldes do principio da adequacdo setorial negociada, |é referido. (© modelo justrabalhista corporativo brasileiro tem efeitos desastrosos & sorte da Democracia também no plano da sociedade poltica. De fato, 0 canal aberto entre as corporativas liderancas institucioneis sindicais (quer de empre- ‘gados, quer de empregadores) e 0 aparetho de Estado compromete qualquer esforgo sério de democratizagao e aperfeigoamento das instituipSes puiblicas. Todos os principios que se consideram essenciais a dinémica consttutiva © coperacional da adminitragao piblica, em uma sociedade democrética (a Const- tuigo de 1988 fala, por exemplo, em “legalidade”, “impessoalidade", “moral dade", “publicidade”, “eficiéncia’: art. 37, caput", desaparecem diante da ‘atuagéo cotidlana desses instrumentos de intervengao corporativa no seio do Estado. Aqui o efeito perverso é devastador: 0 acoplamento de liderangas ¢ representagdes sindicais ao Estado tanto suprime qualquer controle da classe trabalhadora representada sobre suas entidades, retirando do representante a democratica dependéncia (responsiveness) perante suas bases, como pro- duz um efeito deletério sobre a impessoalidade e moralidade que deveriam ser atdvicas & dinémica da administracao puiblica, por legimar um mecanismo de intervened, press4o e influéncia meramente pessoal, material e corporativa sobre a estrutura nuclear dessa administracdo. No caso brasileiro, a incompatibilidade entre os velhos instrumentos corporativos e a recente intencao democratica constitucional é flagrante. Com a supresso, na década de 1960, dos canais de participacdo corporativa da estrutura sindical no interior da Previdéncia Social, preservaram-se os antigos canais de participacdo/intervencéo exatamente no segmento estatal em que menos deveriam estar inseridos: 0 Poder Judiciério. Efetivamente, considerado todo conjunto do aparelho de Estado, 0 Judiciério constitui-se no segmento em que menos se devem autorizar in- tervengGes @ pressées externas, pela natureza das fungdes que Ihe s4o peculiares. A figura do magistrado devem ser constitutivos e inarredaveis 8 atributos de independéncia, isencdo, imparcialidade, equanimidade, dis- tanciamento, para que se possa alcangar, na sociedade, com um minimo de seguranga, um patamar razodvel de distribuigao de justiga. Ciente da im- prescindibilidade desses atributos essenciais, a ordem juridica tem revestido (87) O principio da efciéncta, embora jd estivesse Implicito no texto constitucional, somente {ol ingeride de modo expresso através da Emenda Constitucional n. 19, de 4.6.1998, acl Curso be Diperro 00 TraaLo 129 © magistrado tanto de garantias especiais, como de restrigSes especiais perante conjunto dos cidadaos e demais érgaos do Estado. Garantias {ilustrativamente: vitaliciedade; inamovibilidade; iredutiblidade de vencimen- tos, com aposentadoria integral) que assegurem a reuniéio, no érgéo judicial @ na pessoa fisica investida da fung&o judicante, dos nucleares cinco atribu- tos essenciais da magistratura. RestrigGes (ilustrativamente: no exercicio de outra fungéo, exceto magistério; no receber custas ou participagéo em processos; nao se dedicar & atividade politico-partidétia; nao exercer 0 co- mércio ou participar da sociedade comercial; nao exercer cargo de direg&o {04 técnica em sociedade civil, associacdo ou fundaco, de qualquer natureza u finalidade; nao manifestar opinido sobre processo sub judice, etc.), tam- bem fundamentais & busca da independéncia, isengao, imparcialidade, equa- niimidade e distanciamento nucleares & figura do magistrado. A elevacdo da intangiblidade do julgador (pelas citadas garantias) combina-se as restricBes: pessoas ¢ profissionais que Ihe s4o impostas pela ordem juridica, dirigidas essas titimas especialmente & procura de um menor nivel de interferéncias politicas, corporativas e materiais no exercicio da fungaio judicante. As garan- tias cléssicas da magistratura somam-se, assim, as restrig6es oldssioas & vida pessoal e profissional do magistrado, formando um conjunto légico & cosrente, pelo qual a comunidade entende estar se assegurando, com maior probabilidade de acerto, da obtencao de um sistema eficiente e isento de distribuigao de justica™. Indaga-se, em sequéncia ligica a todo 0 exposto: como se compatibiizar essa estrutura institucional do Judicidrio, esse relevante grupo de atributos que devem ser inerentes aos juizes, a cultura especifica que deve preponderar ‘na magistratura com a presenga, no interior nuclear do Judiclério, de politicos rofissionals, lideres sindicalistas, homens de negécio e empresarios, em

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