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Empurra e puxa Dawingo; Gasparretinea familia para“ uma yoltinha de carro”, Ele senta ao volante e da a partida. Nada. Tenta outra vez e nada consegue. Diz entao para todos: “O carro nao quer pegar. Vamos dar umaforga!” Figura 4 Essa é uma situacao na qual o conceito de forga empregado em situagdes do dia-a-dia coincide com o coneeito fisico de forga. O que Gaspar queria dos outros membros da familia era que empurrassem o carro. Quando empurramos 0u puxamos um objeto dizemos que estamos exercendo uma forga sobre ele. A familia estava exercendo uma forga sobre o carro. Existem situagdes em que podemos exercer uma forca sobre um objeto sem tocé-lo diretamente. Por exemplo, quando aproximamos um ims de outro (Figura 2), estesegundo vaiser atraidoou repelido pelo primeiro. Entao, um ima estd exercendo uma forca sobre outro sem a necessidade de tocé-lo. A forga gravitacional é uma forca desse tipo. Ela atua a distancia. E ela que mantém a Terra girando em tomo do (TITS Sol, oua Lua girando em torno da Terra. Existem outras forcas que atuam a di SS SeEAé tancia. O movimento dos elétrons em tomo do nticleo dos atomos é consegui- Figura 2 do gracas a forca elétrica de atragao que existe entre os elétrons e os protons localizados no niicleo atémico. A forca é um vetor ‘Vamos veltar ao caso do carro, Cada uma das pessoas estava exercendo uma forca, Essa forca poderia ser maior ou menor dependendo da pessoa que estava exercendo a forca, Mas a forca éuma grandeza; para conhecé-la completamente, no basta dizer quanto ela vale. Uma fora de mesma intensidade poderia causar um efeito muito diferente se estivesse sendo aplicada numa outra direcéo. Por exemplo, se alguémempur- rasse ocarro, pela porta, ou porsua parte traseira, os resultados seriam diferentes. Mesmo que indicdssemos 0 valor da for- ae qual sua direcdo, a forca nao estaria ainda bem definida, Na Figura 1, aparece a direcao de uma das forcas aplicadas no carro, Esta indicado, também, que a forga esta atuanclo no sentico de empurrar © carro, Todavia, poderiamos ter uma forga que estivesse atuando na mesma diregao, mas puxando ocarro, Toda grandeza que necessite que digamos qual é seu valor (também chamadomédulo), qual sua diregao e qual seu sentido, para que Fique bem definida, é chamada grandeza vetorial. Assim, a forcaé uma grandeza vetorial. Em geral representamos uma grandeza vetorial colocando-se uma peque- na seta sobre a letra que indica esse vetor, por exemplo, quando tratamos de forca podemos escrever Fe ler “vetor farca”. Se quisermos falar apenas do valor (do médulo), usaremos apenas a letra F. JA estudamos algumas geandezas que também sto vetoriais como por exemplo, deslocamento, velocidade e aceleragao. Porém, nos casos estudados, a direcao e o sentido eram conhecidos. Entao, nao era necesssirio fazer um estudo vetorial dos movimentos. Porém, conside- re a seguinte situagao: Figura 3 ‘Um passaro esta a 300 m de uma drvore, voando com velocida- de de 15 m/sSeo passaro voar em linha reta, depois de quanto tempo vai chegar a arvore? Ora, vai depender apenas do valor da velocidade. Enecessérioque ops- saro esteja voando na diregao da arvore. Caso contritio, ele nao vai chegar nunca! Mesmo voando na direcao da arvore, ele poderia es- tar voando no sentido contririo e Figua4 também nunca chegar. Medindo forcas Como medir forgas? Uma forca, como vimos, pode ser associada a um. empurréo ou a um puxdo, Vimos também que para medirmos uma grandeza precisamos de um padrao. O que seria um “ puxao-padrao” ? Lembre-se de que 05 padres devem ser bem definidos para que outras pessoas possam repro- duzir outros iguais. Vamos ver como podemos esiabelecer esse “ puxdo- padrao”. A Terra atrai os objetos de maneira distinta. Quanto maior a massa do objeto, maior é a forca de atracio. Foi pensando nisso que inicialmente se adotouo quilograma-forga, que a forea com que a Terra atrai um objeto cuja massa 61 quilograma, Se voce estiver segurando um objeto de 1 quilo, voce estaré fazendo uma forca de 1 quilegrama-forca. Uma vez definido o padrao, precisamos de um instrumento que seja capaz. de comparar o padrio com outras forgas. Esse instrumento é chamado dinamémetro. Os dinamometrossao,na verdade, molas. Se pendurarmos um, objeto qualquer numa mola presa num suporte, a mola vai sofrer uma defor- macao (ela vai distender). Baseados nesse principio, podemos medir forcas comparando-as com um padrao — 0 quilograma-forga. © quilograma-forea nao é uma unicade do Sistema Internacional. A unidade de forca do Sistema Internacional de Unidades € o newton (N), que definiremos em um capitulo pouco mais adiante. A lei de Hooke Uma massa de 1 kg esté presa a uma mola suspensa num suporte. Enquantoa massaé mantida pela mao, a mola nao apresenta deformacao. Porém, quando a massa é solta, a mola vai “espichar’. Sabendo qual foi o alongamento da mola, podemos estabelecer uma relagdo entre a forca de 1 kgf e a forga que desejamos medir Cada molasecomporta de uma maneira. mas esticam muita, outras menos. Foi Robert Hooke quem descobriu a lei (que leva seu nome) que afirma que, dentro de certos limites, existe uma proporcionalidade direta entrea forga aplicada — Fgw'a 6.0 dnamdmerro numa mola e sua deformacdo, Ou seja, quanto mais coisas pendurarmos na mola, mais ela se alongard. Voce pode verificar a lei de Hooke de uma maneira simples. Para isso, vai precisar de uma espiral de pléstico, dessas que s4o usadas para encadernacao de folhas de xerox, Uma espiral de caderno também serve. Pendure a espiral num. Suporte e um saco pléstico vaziona outra extremi- dade da espiral, como mostra a Figura 7. A espiral do caderno vai atuar como uma mola e, com ela, vamos verificar a lei de Hooke. A idéia é ir introduzindo Agua dentro do saco plistico e medir a deformacao da mola cada vez que uma certa quantidade de agua é introduzida, Para isso, precisamos saber que quantidade de gua estamos colocando dentro do saco plastico. Um litro de agua tem uma massa de 1 kg. Assim, se colocarmos 200 cm' de Agua dentro do saco, estaremos colocando 02 kg, que, por sua vez, puxaréa mola com uma forca de0,2 kgf. Essa forga vai provocar um alongamento da mola. Figura 7

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