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A Baunilha por Gonalves Dias Manaus 17 de junho de 1861.

Vs como aquela baunilha Do tronco rugoso e feio Da palmeira em doce enleio Se prendeu! Como as razes meteu Da snea no musgo raro, Como as folhas verde-claro Espalmou! Como as bagas pendurou L de cima! como enleva O rio, o arvoredo, a relva Nos odores, Que inspiram falas de amores! D-lhe o tronco apoio, abrigo, D-lhe ela perfume amigo, Graa e olor! E no consrcio de amor Nesse divino existir Que os prende, vai-lhes a vida De uma s seiva nutrida, Cada vez mais a subir! Se o verme a raiz lhe ataca, Se o raio o cimo lhe ofende, Cai a palmeira, e contudo Inda a baunilha recende!

Um dia s! que mais tarde, Exausta a fonte do amor, Tambm a baunilha perde Vida, graa, encanto, olor! Eu sou da palmeira o tronco, Tu a baunilha sers!

Se sofro, sofres comigo; Se morro virs atrs! Ai! que por isso, querida, Tenho aprendido a sofrer! Porque sei que a minha vida tambm o teu viver

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