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eee O Método nas Ciéncias Naturais e Sociais: Pesquisa Quantitativa e Qualitativa Alda Judith Alves-Mazzotti Fernando Gewandsznajder 23 Edigao Se isto for possivel, a corroboragao passa a ser um indicador para uma aproximagio da verdad, ¢ o objetivo da ciéncia passa a sor o de busear teoriag cada vez mais prximas A verdade ou, como diz Popper com um grau cada vee maior de verossimilhanga ou verossimilitude (xerisiniliiude-ou, truthlikaness, em inglés). 2.4 Cri a das idéias de Popper Boa parte das criticas das idéias de Popper foram feites pelos repre- sentantes do que pode ser chamado de “A nova filosofin da ciéncia”: Kuhn, Lakatos ¢ Feyerabend. Para Andersson (1994), estas criticas apdiam-se princi. Palmente em dois problemas metodolégicos: 0 primeiro é que os enunciados felatando os resultados dos testes estio impregnados de teorias. O segundo, é que usualmente testamos sistemas tedricos complexos e nto hipéteses teoladas, do tipo “todos os snes si0 brancos”. Suponhamos que queremos testar a teoria we Newton, formada pelas trés leis do movimento e pela lei da gravidade. Para deduzir uma conseqiiéncia observavel da teoria (uma previsio), precisamos acrescentar teoria uma série de hipéteses auxiliares, a respeita, por exemplo, da estrutura do sistema solar © de outros corpos celestes. Assim, para fazer a previsio a respeito da volta do famoso cometa ~ depois chamado cometa de Halley -, Halley nio utilizou apenas as leis de Newton, mas também a posicio e a velocidade do cometa, calculadas quando de sua aparigdo no ano de 1682 (as chamadas condigdes iniciais). Alem disso, ele desprezou cortos dados considerados irrelevantes (a influéncia de Jupiter foi considerada pequena demais para influenctar de forma sensivel 0 movimento do conieta). Por iss0, s¢ a previsio de Halley nao tivesse sido cumprida (0 cometa voltou no més ¢ ano previsto) nio se poderia alirmar que a teoria de Newton foi refutada: poderia ter havido um erro nas condigdes iniciais ou nas chamadas hupéteses auniliares. Isto significa que, quando uma Previsio feita a partir de uma teoria fracassa, podemos dizer apenas que pelo menos unsa das hipoteses do conjunto formado pelas leis de Newton, condictes rnisiais ¢ hipéteses auxiliares ¢ falsa ~ mas nio podemos apontar qual delas for responstvel pelo fracasso da previsio: pode ter havicio um erro nas iediciag er érbita do cometa ou entio a influéncia de Jupiter no poxleria ser desprezacdy Esta enitica também foi formulada pela primeisa ver por Pierre Dubom, que diz: © testes nunca poate suometer una hpsee canst a on ate eae foals un consante se hapocues Quanieo eapetinniie we eons Fretite. 0 que ele apreite ¢ que pelo meray wits dan hpsteces da grup iceeishe fem gle set mentite, mas 0 raperimette abs nica quills deve cor mutase ie ECAS WATURAS B Sic” a Duhem resume entéo que ¢ hoje designado como tese de Duhem’ “Um experimento em Fisica nfo pode nunca condenar uma hipétegeisolada mas apenas todo um conjunto tebrico” (1954, p. 183). Na realidade, mais de uma teoria ~cat6 todo um sistema de teorias = estar envolvido no teste de uma previsto. Isto porque, teorias clentficas gerals, com grande amplitude, como @ teoria de Newton, 86 podem scr testadas com auxilio de teorias mais especificas, menos gerais. As quatzo leis de Newton, juntamente com os conceitos fundamentals da teoria (massa, gravidade ete.) formam o que se pode chamar de ndcleo central ‘ou suposigGes fundamentais da teoria, Este nticleo precisa ser enriquecido com ‘um conjunto de “miniteorias” acerca da estrutura do sistema solar. Este conjun- to constitui um modelo simplificado do sistema solar, onde se considera, por exemple, que somente frp gravitainals sho bana eque a atragdo entre lanetas € muito pequena comparada com a atracéo do Sol. pepe levarmosem conta ‘que 0s dados cientificos sto registrados com instru- mentos construfdos a partir de teorias, podemos compreender que o que esté sendo testado é, na realidade, uma teia complexa de teorias e hipSteses auxilia- Tes e a refutagdo pode indicar apenas que algo esté errado em todo esse conjunto, Fi " Isto significa que a teoria principal (no caso a teoria de Newton) nt: precisa ser modificada. Podemos, em vez disso, modificar uma das hip6teses auxiliares. Um exemplo cléssico dessa situasto ocorreu quando astronomos calcularam a érbita do planeta Urano com auxftio da teoria de Newton descobriram que esta Srbita no concordava com a érbita observada. Havia, portanto, oque chamamos em filosofia da ciéncia, de uma anomalia, isto é,uuma “Observacao que contradiz uma previsio. EEE Como vimos, dois astronomos, Adams ¢ Le Verrier, imaginaram, entio, que poderia haver um planeta desconhecido que estivesse alterando a érbita de Urano. Eles modifiearam, portante, uma hipétese auxiliar ~a de que Urano era orto planeta do sistema salar, Caleularam eno a massa ea posi qu 0 Planets desconheedo devera ter para provocar as discrepinas ene a Srbita revista ea érbita observada. Um més depois da comunicacio de seu trabatho, em 23 de setembro de 1846, um plancta com as caracteristicas previstas ~ Netuno ~ foi observade. Neste caso, 0 problema foi resolvide alterando-se uma das hip6teses auxiliares, ao invés de se modificar uma teoria newtonians, Em outra situagio bastante semethante - uma diferenga entre a érbita prevista © a drbits observada do planeta Mercdnia -, Le Verrier se valeu da mesma estrateyia, postulando a existincia le am planeta, Vuleano, mais proxi: modo Sol do que Meretiio. Mas nenbum planeta com as caracteristicas previse tas foi encontrado, Neste caso. 0 problema somente pide set reslvide com a substituigio da teotia de Ne pola teotia da relatiwidade - fete ee danga nas hipéteses auxitiares foi capaz ite tesolver o problema, explicans A partir daf, varios fil6sofes da ciéncia ~ principalmente Kuhn, Lakatos ¢ Feyerabend ~ consideram que nem Popper nem os indutivistas resolveram adequadamente 0 problema de como testar um sistema complexo de teorias, formado pela teoria principal e pelas teorias e hipSteses auxiliares envolvidas 7o teste. Para esses fildsofos, € sempre possivel fazer alterales nas hipdteses ¢ teorias aunxiliares quando uma previsdo nio se realiza, Desse modo, podiemos sempre reconciliar uma teoria com a observacao, evitando assim que ela seja refutada. Fica dificil, ent8o, explicar, dentro da metodologia falsificacionista de Popper quando uma teoria deve ser considerada refutada e substituida por outra, Para apoiat essas crfticas, Kuhn, Lakatos ¢ Feyerabend buscam apoio na hist6ria da ciéncia, que, segundo eles, demonstraria que os cientistas nio aban donam tcorias refutadas. Em vez disso, cles modificam as hipSteses ¢ teotias auxiliares de forma a proteger a tcoria principal contra refutagdes, Outta erftica parte da ideia de que os enuncincios de testes (que relatamn resultados de uma observacdo ou experiéncia), esto impregnados de teorias auniliares e, por isso, no podem servir como apoio pata a para refutagso da teoria que esté sendo testada. Se os testes dependem de teoria, eles sho faliveis sempre podem ser revistos - no constituindo, portanto, uma base empirica sblida para apoiar confirmagbes ou refutagies. Embora Popper admita a ‘libilidade dos resultados de um teste, cle no nos diz quando um teste deve ser aceito como uma refutagio da teoria, Popper ‘io teria resolvido, na pritica, 0 chamado “problema da base empirica”: a solugio de Popper seria valida apenas no nivel l6gico, mas no teria qualg.ct utilidade no nivel metodolégico. Outro tipo de critica envolve a ligagdo entre as idias de corroboragio & verossimilitude. Para Popper, a corroboragio seria 0 indicador (conjectural) a verossimititude: teorias mais corroboradas seriam tambim mais provimas da verdade. O problema é que a corruboragao indica apenas o sucesso passado de uma fcoria, enquanto a avaliagto da verossimithanga de duas teorias impliea uma revisio acerca do sucesso futuro da teoria: se uma teoria esta mais préxima da verdade do que outra ela seria também mais confisvel, funcionando como um ‘ula melhor para nossas previsdies, Neste caco, porim, a linagao entre corrole acto e verossimnlitude parece depender de um raciociniv indutivo:a partir do sucesso passado de uma teoria estimamos seu sucesso future (Lakatos, 1970, Watkins, 1984). Sendo assim, os argumentos de Popper estariam sujertos exfuicas A indugio feitas por Ih ‘Além disso, pata que uma teoris ten maior verossimulitude que outta, & fecessério que aja un aumenta no contrite vera (0 conjunte ce: pre cs no refutadas). sem que haja tamtim unt aumento de cantesile de falsidade (0 conjunto de previsées refstadas}. No ertante, Millet (1¥7da: lpaty # Tichy (1974) demonstraram que quando duss teorias sic Ialsae, tanto (© METODO NAS CENCIAS Het 1S E SOctass 2 contetido de verdade como o de falsidado crescem com o conteddo das teorias {© Ginico caso em que isso no ocorre seria o aso em que uma das dua teorias € verdadeira). Sendo assim, ¢ imposstvel comparar quanto 8 verossima, Ihanga duas teorias que podem ser falsas. Uma solugio para este problema consiste em propor critérios de avalia de teorias que nio dependam da verossimilhanga, como fez Watkins (1954); outra solucio ¢ corrigir ¢ reformular o conceito de verossimilhanca, de modo que ele sirva como um objetivo da ciéncia como procuram fazer varios filésolos (Brink & Heidema, 1987; Burger & Heidema, 1994; Kuipers, 1987; Niiniluoto, 1984, 1987; Oddie, 1986; para criticas a essa tentativa, ver Miller, 1994). 3. A filosofia de Thomas Kuhn Em Estruturadas RevolusScs Cient ficas, publicado originalmente em 1962, © filésofo Thomas Kuhn (1922-1996), critiea a visio da eigncia proposta tanto ppelos positivistas logicos como pelo racionalismo eritico popperiano, demons- trando que o estudo da histéria da ciéncia dé uma visto da ciéncia e do seu método diferente da que foi proposta por essas escolas. Logo apés a primeira ediglo de seu livro, Kuhn {oi crticado por ter defendido uma visio relativista da citncia, ao negar a existéncia de critérios objetivos para a avaliagio de teorias © ao defender uma forte influéncia de fatores psicol6gicos e sociais nessa avaliagio. Na segunda edigdo do livro (1970b) ~ no posficio ~ e em outros trabalhos (1970s, 1971, 1977, 1979, 1987, 1990), Kuhn defendeu-se das crticas, afirmando que tinha sido mal interpretado: “Meus eriticos responciem 4s minhas opinides conv acusagdes de irracionalidade erelativismo {..] Todos s30 rétulos que rejeito eategoricamente [..}" (1970a, p23), No entanto, medida que procurnva se explicar melhor, Kuha fol amb roformulando muitas de suas posigées originais, Para alguns filésofos da cién- cia, como Newton-Smith (1981), essas mudangas foram tantas, que fica dificil ‘um racionalista deveria negar tucto que Kuhn diz” (p. 102). seu primeito livro (1957), Kuhn propée-se a iiscutir as causas da Revolucdo Copernicana, que ecorreu quando a teoria heliccéatrica de Copérni- co substituiu 0 sistema geoctntrico de Ptolomeu. Para Kuhn, 0 fato de que tcorias aparentemente bem confirmadas sio periodicamente substituidas por fontras refuta a tese positivista de um desenvolvimento indubve e cumulative mente ao faleiicavionisine de Popper, porém, Kuhn ache teoria nfo leva ut cients: di da eivnera, Contes que uma simples observagie incompative! com tn ta a abandonar essa teoria, substituindo-a por outra. Para ele, a historia da ‘oéncia demonstra que esta substitungio (chamada “revolugso cientifica”) R30 «© rio poderia ser ~ io simples como a Iigue falsificacionista indica, [880 porque ama observagio nunca ¢ absolutamente incompativel com uma teoria Na realidade, uma teoria “fasificada” nio precisa ser abandonada, mas pode ser modificada de forma a se reconciliar com a suposta refutacdo. Mas, neste aso, por que os cientistas As vezes tentam modificar a teoria e, outras vezes, como no caso de Copémnico, introduzem uma nova teoria completamente dife. Fente? © objetivo central de Kuhn é, portanto, o de explicar por que “os ientistas mantém teorias apesar das diserepincias ¢, tendo aderido a ela, por que eles as abandonam?” (Kuhn, 1957, p. 76). Em outras palavras, Kuhn vai tentar explicar como a comunidade cientifica chega a um consenso e como esse consenso pode ser quebrado. (Aldm de livrose artigos do préprio Kuhn, podem ser consultados, entre muitos outros, os seguintes trabathos: Andersson, 1994; Chalmers, 1982; Cutting, 1960; Hoyningen-Huene, 1993; Kitcher, 1993; Lakatos & Musgrave, 1970; Laudan, 1984, 1990; Newton-Smith, 1981; Oldroyd, 1986; Scheffler, 1967; Siegel, 1987; Stegmiiller, 1983; Watkins, 1984.) 3.1 0 conceito de paradigma Para Kuhn, a pesquisa cientffica 6 orientada no apenas por teorias, no sentido tradicional deste termo (0 de uma colegio de leis e conceitos), mas por algo mais amplo, o paradigma, uma espécie de “teoria ampliada”, formada por leis, conceitos, modelos, analogias, valores, regras para a avaliacio de teorias ¢ formulagio de problemas, princ{pios metafisicos (sobre a natureza ultima dos verdadeiros constituintes do universo, por exemplo) ¢ ainda pelo que ele chama de “exemplares”, que sfo “solugbes concretas de problemas que os estudantes encontram desde 0 inicio de sua educacio cientifica, seja nos laboratérios, ‘exames ou no fim dos capftulos dos manuais cientificos” (Kuhn, 1970b, p. 232). Kuhn cita como exemplos de paradigmas, a mecinica newtoniana, que explica a atragdo ¢ o movimento dos corpos pelas leis de Newton: a astronomia ptolomaica e copemnicana, com scus modelos de planetas girando em torno da Terra ou do Sal e as teorias do flogisto e do oxigénio, quc explicama combust a calcinacio de substincias pela eliminacio de um prinelpio inflamdvel ~ 0 fogisto - ou pela absorcio de oxigénia, respectivamente. Todas essas realiz ses cientificas serviram como moxtelos para a pesquisa cientifica de sua époc funcionando também, como uma espécie de “visio do mundo” para a comuni- dade cientifica, determinando que tipo de leis sio vilidas: que tipo de questises devem ser levantadas e investigadas; que tipos de solugdes devem ser propos tas; que métodos de pesquisa devem ser usados ¢ que tipo de constituintes formam o mundo (atomos, elétrons, flogisto ete) Aforga do paradijgma seria tanta que cle determinaria até mesmocomo ui fendimene ¢ percebido pelos cientistas: quando Lavorsior descobrit o oxinniey, cle passou a “ver” oxigénio onde, nos mesmos experimenter, Priestley e otttres cientislas defersores da teoria do tlogisto viam “ar deflopistada”. Eng. Aristoteles olhava para uma pedea balangando amarrada em um fioe Kas & SOCIAR 25 compo pesado tentando alcangar seu lugar natural, Galileu “via” um movimento pendular (Kuhn, 19706). Para Kuhn, a forca de um paradigma viria mais de seus exemplares do que de suas leis ¢ conceitos. Isto porque os cxcmplares influenciam fortemente 0 ensino da ciéncia. Eles aparccem nos livros-texto de cada diseiplina como “exercicios resolvidos, ilustrando como a teoria pode ser aplicada para resol- ver problemas (mostrando, por exemplo, como as leis de Newton s80 usadas para caicular a atraglo gravitacional que a Terra exerce sobre um corpo em sua superficie). S30, comumente, as primeitas aplicagties desenvolvidas a partir da teoria, pasando a servir entio como moxtelos para a aplicagio eo desen volvimento da pesquisa cientifica. Os estudantes so estimulados a aplici-los 1a solucio de problemas ¢ também a modificar ¢ estender os modelos para a solugio de novos probiemas. (Os exemplares sio, portanto, a parte mais importante de um paradigma para a aprecnsio dos conceitos cientificos ¢ para estabelecer que problemas sio Felevantes e de que modo devem ser resolvidos. Desse modo, eles determinam. © que pode ser considerado uma solugio cientificamente accitével de um problema, ajudando ainda a estabelecer um consenso entre os cientistas ¢ servindo como guias para a pesquisa. Apéster sido criticado por usar o termo paradigma de modo bastante vago (Masterman, 1970), Kuhn afirmou, no posfacio de A Estrutura das Revolugdes Ciemtficas (19700), que ele preferia usar o termo paradigma nos sentido mais, estrito, de exemplares. Apesar disso, o termo paradigma continuou a ser usado em sentido amplo pela maioria dos fildsofos da citncia eo préprio Kuhn reconheceu ter perdido o controle sobre este termo. Alm disso, como duranteas mudangas de paradigma (o termo ser usado aqui em sentido amplo, salvo observagiem contrério) ha também mudangas 1a teoria que compde o paradigma, Kuhn muitas véves fala indistintamente em “ substituir uma teoria ou um paradigma” (19700) 3.2 A ciéncia normal A forga de um paradigma explicaria por que as tevolugies cicntificas sho aras: em ver de abandonar teorins refutadas, os cientistas se ocupam. na maior parte do tempo, com o que Khn chama “ciéness normal”, que & a pesquisa ientifica orientada por unt paradisina e baseads em um conenso entte expe: cialistas Nos penodtus de aGness Sorat, todas os problemas ¢ solace. enenntra das tem de estar conti 1 do paradiana adatada, Os ceatistas + Lnmtariam a realver enugmas racsiews Pate teri 6 usad para indicat que, na Rormal, 2¢ “anomaliay (eeusttados gh. Tepantes) que surgem na pes los comoenstm acon quebea-cabegas (puzzles), do tipo encenten- quisa sio teats ii a eee og = TE il ar do nos jozos « achar a palavra ou @ (provavelmente) a um modo, os problemas ni. as Co jug Ws measno +s diserepantes no ameagam 3 teona ou 0 paradigima ssta poders fazer é contestar © modiicar alguma:hipée = tcoria principal ou o paradigma. NaxicvinciaggRabnco is, ~lanlo, experéacias rafutadoras de teorias, nemgpandcles nagangas no paradis.ma. Essa adesio ao paradigma, ne entanto,, nioarpede-« qubajadescobertas importantes ne ciéncis normal, como agante- ceu.gpe-rxempb. na dlescoberta de novos elementos quimicos previstom.pelm, tabekrpecisdien (Kishn,. 1977). & um progresse, porém, que deixa,ag regras. sian do paradigma inalleradas, sem sudangas fundamentais, Baa adesto serin,importante para c.avango da ciénein, uma.Mez: queso, paradgona fosce akzandonado rapidamente, na primeira experiéncia refaindbes, Perdefamos.a chance de explorar todas.as.sugesioes que cle abr para.desen- volveraypsquisas Uma forte adesio ao-paradigma permite a-prdtica de wma esquia detalhndaeficiente ¢ conperativn 3.3 Qiae-e.mudanga de paradigna Hi periodas:nachistéria da.citncia em que twerias. cienlficas de grande amplitadé sio substituldas por autras, comoccorrena passagem da teoria do Flogistoparma.tooria.do oxigéninde tavojsics, do sistema de Ptolomeu para 0 de Copémiza, ou da fisica de Aristgieles para a de Gallen. Nestos.periodos, chamados. dis "Revalucdes Cieasificas”, ocorre uma mus danga de paradigms novos fendrmonos sie deseoberios, conhecimentosantigos, so abandonados ¢ hé uma mudanga radical na pritica cienfica ena “visio de mundo” do-cientista, Segundo, Kuba, “embora 0 mundo nio mude com a muddangade paraaigma, depois dem ocientisia passa a trabalharem um mundo diferente (1970b, p. 121). Para Kuhn, a ciGncia 56, tem agesso a um mundo interpretade por uma linguayem eu por paradigmas: nada pecemos saber a tespeito do mundo independentemente de nossa tearins. Flo rejeita a idtia de que possamos construir teorias Verdadgiras ou mesmo casa ver mais préimas & verdade (Kishn, 19703; 1970b; 1977). Pele mesmo motivo, seria impossivel estabelecer uma distingio entre conceitos abservavels ~ que se setorem 3 fendmenos olsservseeis, no influen wads. DoF teortas ~ © conepttOs {wHRWCES, que se. teleTeM a fendmenos 10 obwrvavery (como eampo uy eletron), constemdds com ausshio de Kahn compara as mudangas no moxie de observar um lendimeno durante 38 revolugées cientificas a mudangas de Gestalt, que acorrem holisticamente: bor exemple, quando as podem ser vistas de modes tas tyguieas amb sodthios:: ato figura; “O que eram patos no mundo 20 passam a sercaglives depois dela” (Kuhn, 1970b, Figera 1. Coetno ou pato? Como nenhuma teoria ou puradigma resolve todos os problemas, hi sempre anomalias que, aparentemente, poderiain ser solucionadas pelo para~ ddigma, mas que nenhum cientista consegne resolver ‘Um exemplo de anomalia ecorreu quanclo Herschel, utilizando um novo ‘pio, observow que Urano ~ cansiderado como uma estrcla na ¢ methor tel época ~ no era puntiforme, como uma estrela, mas tinha a forma de um disco. Outea anomalia ocorret quando Herschel observou que Urano movia-se a0 Tonge do dia entre as estrolas, em ver de permanecer fix0, coma elas. Herschel chou que Urano era um cometa, até que outros astrdnemos obserwarain 4 {Urano tinha uma drbita quase circular em volte do Sol, como fazem os planeta. ‘Aforma eo movimento te Urane eram, portanto, anomahas quc nie se eneat ava na percepuan origina de que Urano ta ums estrls nie x SS annmalas sho “signthicabyas’ sexemplos”, no sentider de que dle paradigma de resolver seus robles ‘ou “essenciais”, eur ainda que postem langar duvidas sober a eapacidade rancto con isso uma crise (18709, 1470s, 1077, 1074 C “algo mars do que um prdblemase anenalia aparece nogmal” (1970b, p81)

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