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7» Costa Ama: REVISTA MENSAL - 27 de Outubro de 1995 - LAGOS CAIXA DE CREDITO AGRICOLA MUTUO DO BARLAVENTO ALGARVIO aK. Sede Social: Monchique Shenae Ee aoe Bae Agora com servico de BANCO COMPLETO (5 Te no - CREDITO A HABITACAO BONIFICADO Novos Produtos: _ céniT i HABITACAO JOVEM BONIFICADO {As MELHORES TAXAS DEJURO PARA DePOSITOS A ORDEM, APRAZO E EMPRESTIMOS LAGOS - TravessA 1.° de Malo Devesacoes: BensarriM, Luz, ODEAXERE MONCHIQUE - Larco dA IGREJA DeteGacoes: ALFerce, MARMELETE PORTIMAO - Rua Dioco Goncalves DELEGAGOES: MEXILHOEIRA GRANDE EDITORIAL REGRESSO AO FUTURO A "NOVA COSTA DE OIRO" E: Primeiroa MEMORIA e um certo ROMANTISMO. Depois a VONTADE. Sempre 0 SONHO. Por fim 0 INSTINTO e a INQUIETACAO. ‘Uma forma deestar CALMA, quase dolente, mas atenta, talvez como testemunha ¢ referéneia da VERDADE. A inevitivel polémica desejaremos a tolerdncia, o debate e aprofundamento de idéias. Esta sera a nossa doutrina, a maneira de estar e também dentro dos principios da ética, de deontologia, de moral e da legalidade institucional (ow instituida) Sobretudo a Revista "Nova Costa de Oizo” é um projecto para intervencio & opinio da sociedade civil, ser um veiculo de culturas © tendo como principal objectivo servir e defender os lacobrigenses. Esta edigdo Especial € muito a volta de historias contemporiineas, muito ligada xlade © ao proprio original da "Costa D'Oito" - Um Regresso que fomentou as Visoes do Futuro. ‘Queremos ter Meméria mas também encaramos o futuro com 0 desejo de sermos interventivos, sérios € dels (© que Ihes fazemos chegar is mis ainda é um produto modesto, mas a pleiade de colaboradores que nos rodeiam, garantem-nos a paz de es lade para vangarmos no tempo com dignidade. ‘A Revista "Nova Costa de Oiro” ocupa, pois, o Espaco por direito, sentimento por grande merecimento que as gentes da nossa terra desejarao, ‘Vamos cumprir a nossa tarefa e palavra, ¢ acima de tudo realizar um sonho de oito anos, de muita Iuta, muitos desvios de idéias ¢ atitudes, mas finalmente poder stificar perante aqueles que acreditaram em n6s € nos quiseram apoiar. E isso incentivou-nos alé & exaustio absoluta na perspectiva de mantermos smpre a tentagio de ser simples e coneretos, mas também por isso, tendo sempre a za de ter ddvidas. ‘Um pouco a semelhanca daquilo que um dia li de Miguel Sousa Tavares. escrevendo de inutilidades, proferimos: quando penso naqueles que me acusavam de sonhador, sinto 0 prazer ¢ 0 desejo de ser sonhador! - Lagos, 27 de Outubro de 1995 ‘Nova Costa de Oiro” - Outubro 95 (unas SUMARIO EDITORIAL 1 DESTAQUE 2 REPRODUGOES 3 AHISTORIA 4 REFLEXOES 5 BOLINAR 6 VISOES 7 VILA-A-DENTRO 8 ESTA CIDADE 9 QUE EU AMO INEDITO 10 ENTRE BICAS... ENTRE BOCAS! u SEPARATA, ESPECIAL CML m9 RUAS DA NOSSA TERRA 20 ENTREVISTA 21 POLITICA. 2 SOLIDARIEDADE, 24 DESTAQUE Joaquim Marreiros «unspoilt - em bom estado de conservacao, nao deteriorado (~~) “Pictonario Editora” de Inglés - Portugués, 1" edicao, pg. 1389» OO ue od Onde se encontra o verdadeiro Algarve ? nr re eed Mesmo a entrada da “cida- de da Costa D’Oiro”, a cidade que amo ¢ onde vivo desde pre, apareceu antes do Verio este cartaz publicitario de grandes di- mensées, a receber tanto 0 nosso residente corropio do dia-a-dia como todos aqueles que elege- ram Lagos para passar’ as suas férias De todas as vezes 0 cartaz fazia-me, com a teimosia propria dos cartazes, a mesma pergunta em inglés: “Onde € que esta que em portugués, enta dois idiomas provavelmente do- minantes, assumia a forma en- vergonhada e mentirosa de “ver- dadeiro Algarve”... Passo por cima do desres- peito A(s) lei(s) que manda(m), estes casos, que 0 portugués te~ nha a primazia e esteja em desta que, seguido das respectivas tra- dugées (correctas, ja agora) na linguas pretendids Passo por cima também do mau gosto do promotor em ter escolhido uma expressio idioma- ceramente, fere a minha ibilidade e orgulho de algarvio. Tenho de passar por cima destes aspectos porque acabei por convencer-me que so cu é que tinha reparado neles ¢ lido desta torpe maneira, Porque 0 que é facto que o cartaz. lé esti, em Lagos e por todo 0 Algarve, con- tinu (2) até ao fim, antes de dar lugar qualquer outro, poluidor da nossa paisagem e qui donos- so espirito. ndo a cumprir a sua missao Passados todos estes me- ses ainda nao me habituei a frase, bem pelo contri dadeira raiva qui pela prim Jo, conduziu-me a seguinte refle- io, $6 que ver- senti ao vé-la vez, devo ct Cones xdo:como que se chegaao ponto deseutilizaradescaracterizacao duma regio como imagem promocional dela prépria? Quando me pediram um texto para este primeiro ntimero da nova Costa D’Oiro, imediata- mente deu-me vontade de parti- Ihar de forma mais alargada estas obcessivas questoes. Ao referi-las aqui penso adiantar ja alguns ele- mentos de resposta e pretendo, a0 mesmo tempo, mostrar a falta que faz um espaco.como pode viraser esta revista cujo nome tanto a res- ponsabiliza, onde se possam export ¢ discutir com vivacidade, ineren- te &s pessoas vivas, os probler dda nossa cultura regional ¢ local. Manter a nossa propria identidade é 0 tal para o verdadeiro desenvolvi: mento da comunidade. E que*ser culto é ser do sitio”, ou, como diz. Eduardo Lourengo, “quem vé 0 seu povo, vé o seu mundo”. @ \ctor fundamen- REPRODUCOES Costa, Miro REVISTA MENSAL DE PROPAGANDA REGIONALISTA A nossa ligacio sentimental ao original da Revista "Costa dOiro" trard, aqui neste espaco, todos os meses, a reprodugio de um texto rebuscado na coleccio, que cremos tinica em Lagos, com todas as edigbes publicadas entre Janeiro de 1935 / Junho de 1940, ¢ cedida afivel e de pronto, pelo nosso amigo, conterrineo: Hélio Xavier. Ser4 uma pequena esaborosa viagem a meia dizia de décadas atrds, reflectindo aquelasa opiniio de uma 6poca ¢, sobretudo exal- cando a "coragem" de uns tantos que reunindo esforgos e vontade dotaram Lagos de um 6rgio de comunicagio que, segundo os seus directores, "modesto despretensi- 080 ¢ defensor dos interesses dos cidadios ¢ promogio turistica da sigla que, dat até aos principios dos anos60, setiao Ex-Librisdacidade ~ a Costa de Oiro’ Porque nos toca de perto, 0 texto que hoje reproduzimos seria 0 editorial do mimero 1 de Janeiro Deliciem-se coma prosa! Revista COSTA DE OIRO 0 nome desta linda orla de rochedos do Barlavento Algarvio que 0 mar beija COSTA DE OIRO é 0 nome da modesta revista apresentada hoje ao piiblico por um grupo de entusiastas que o Destino fez nascer no canto Sudoeste da Europa. Semethante as naus em que os nossos antepassados arriscando a vida, herdicamente afrontaram as iras do Oceano, ou os barquinkos em que os nossos honrados pescadores procuram humildemente 0 sustento para os seus lares - esta revista é lancada no mar revolto da opiniao publica Ela nao pretende resolver os graves problema sociais que apaixonam os coracoes dos politicos, nem defender ou atacar qualquer das correntes religiosas. A nossa revista limita-se a tratar dos interésses morais materiais desta regido. Tudo o que for instrutivo, recreativo, ponderado ¢ imparcial nos interessa Desligamo-nos, porém em absoluto de todo o bairrismo secté rio, de todo 0 dogmatismo politico ou religioso, hem como de qualquer questao pessoal. Como uma princesa moira encantada, a nossa velha Lacébriga jaz, extatica, mirando-se nas éguas, recordando o seu glorioso passa~ do, sonhando talvez com a realizacdo de encantadoras promessas. no entanto o tempo passa, passam os homens, ¢ a Vida lanca para 0 esquecimento a «inactiva Sonhadora» Despertemos esta «Bela Adormecida» ¢ mostremos que a ameni dade do seu clima ea poesia do mar e das amendoeiras, néo destruiram ainda 0 entusiasmo dos nossos coracdes nem 0 vigor das nossa almas. Procuremos ser dignos da Regido que foi 0 nosso bergo e procuremos também mostrar quao digno de admiracdo de todos é este belo Ocidente Algarvio, onde os Portugueses iniciaram as Descober- tas Maritimas que constituem a pagina mais brithante da Historia da nossa Patria, a pagina mais grandiosa da Historia do Mundo Inteiro! A Direccao jova Costa de Oiro” - Outubro 95 A HISTORIA J. A. Martins ‘om a reconguista dos anos de 1249-50, todo 0 Algarve conheceré a lei ¢ admi nistragio cists. Sobre a influgneia cris 14, Lagos enguadrar-se-é como povoacio que, no tendo Foral proprio, segura 0 Foral de Silves. Conheceré um desenvolvimento pau- tado elas transacedes comerciais consubs- tanciado nas pescas e na venda das suas cap- turas. Com uma fortificagéo ampliada e al- ‘guns privilégios reais, Lagos conhecers 20 Tongo do século XVI determinados circuns- tancionalismos que contribuitio para oforta- lecimento do seu aparetho juridico-adminis- trative, Do ponto de vista interno © apis a ampliagio do seu primitivo muralhado, cedificar-se-4 um Templo eristio na Vila-a- Dentro,cominvocacioaSan- ta Maria da Graga. Por outro lado, e nos Arrabaldes, um ‘uteo Templo cristo também existia mas com invocacao a Nossa Senhora da Conceicio. ‘Templocristioque foioaglu- tinador das camadas popula cionais mais desfavorecidas socialmente ¢ que em finais do século XV (e com maior rng século XVI) outro niileo ur- bbano © um outro espaco de viveneia que rivalizaré com 0 da Vila-i-Dentro. Em 1361 jéa conhe- ccemos como Vila e Conce- Iho através de uma contenda {uridico-administrativa com ‘a vizinha cidade de Silves ¢ no ttimo ano do sécula pre- ‘edente (a2 de Novembro de 1299), D. Dinis dew-he uma Carta para que dois homens ‘boas fossem eleitos juizes para a resolugio de proble- mas que até af eram feitos pelos de Silves, Nos.anos Se- tenta do séeulo XIV, D. Fernando doou a entio Vila de Lagos a Gregorio Premaldoe trés anos mais tarde (5 de Janeiro do 1375), 0 mesmo rei itegrou o Cabo de Sio Vicente no Termo de Lagos. [Em finais do século XIV (3 de Maio de 1393) Lagos (como outros concelhos do Al- gave) participou na defesa do Algarve com Cinco libras,treze soldos e quatro dineiros fem quatro partes, com o fim de custear a presenga de dez. homens por um periodo de ‘ito dias na frontiraalgarvia com o Guadia- Provavelmentejé Lagosseria uma Vila ‘com um grande crescimento tanto em termos

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