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Dados ntaracionals de Catalogapao na Pbicaga (iP) (Camara Basar do re, SP Brel) 1 nas ca 2 lla, 3 hae ~ Aneto soci, gl = Condi orga Conds socas 1 Stn, Bret de onoiss Indios para ato stoma: |. Glozato: Aspects soc: Soap 305.482 Boaventura de Sousa Santos [org.] A Globalizacio eas Ciéncias Sociais Pedixéo (td AGLOBALIZAGAD EAS CIENCIAS SoCIAS eres denn Sane ft Compa Day Bra id Couren Er an A Meer or eamendate do tro mantis og iat em Pomp ‘esha pare deters pod erreur oa dap sem asco een ot (by onizaor Sein aaceoutt fo (1 386449 ‘mal conensconedor com Sumario Precio &edigo basins n "Nota sobre os autores a 1. nut DE wontzonre ‘cartrvto 1. Boaventura de Sousa Santor: Os processos da sfobalizagio 25 1. Intodugio 2s 2. A ploblizacio ccondmieae oneoiberalismo 29 3. A ploalizacdo sociale as desiguldades 2 4. A globalizasio politics e o Estado-nag. 35 5. Globalizago cutusal ov ealrs global... “ 6. A natureza das globalizages % 7. Globalizagio hegeméniea contra-hegeménica n 8. A slobalizagio hegeménics © 0 pés-Consenso de Washington... 75 9. Graus de intensidade da globalizagso 8s 10. Para onde vamos? 9 Referencias Bibligzicas 7 o 1, ABCONOMIA EAS MIGRAGOES ‘carfruvo 2. Jos Res: Aglobalizag como metifora da perplexidaet (0s procesos geo-econémicos eo “simples” funcionamento dos sistemas complesos 105 1 As posas empireas do mundo que se qualifia de glbalzad,.. 107 2. Ashipdteses da convergncia 5. Os fundamentos do problema: quate plates ciicos para & fnterpretago da globlizagio. 4, As visoesinstiucionalistas como base para uma alternativa& perpexiade 5, As teritoviaizagies da economia e os seus fundamenos: densidades eritonias vs, globalizagio 6. Conclusio: uma visto prospectiva sobre Portugal Relerncias Bibogeias ‘carfrovo 3, Maria loannis Baganha: A cada Sul o seu Nowe: Dindmicas migratrias em Portugal 1. Taro 2. Globalizagioe soberania 3, Dinimicas migratoias em Portugal 4 Conelusio. Referencias Bibligeias 1k, MAL-STAR, RISCO SOCIAL FOLITICASSOCIAIS ‘carfroto 4. Pedro Hespanhs: Mal-estarersco social num mundo ‘loalisado: Nowos problemas © novos desafis para tori sci 1. Ineodugso 2, A globalizagio eo iso social 13, Os processos de produ slabal do rsco social 44. A sloblizago das poitieassocas: entre a converncla ea historicdade 5. Portugal: semipentera,intermediagio ersco Referencias Bibliogrfies cartruto 5. Graga Carapiaheio: A globalizago do rsco social 1. Risco social 2. Politica sociase modos de producto de loblizaio. 3. Conelusio: Uberdade de escalha pata uns, destino emu para Referencias Bibliogrificss m us 120 ns ur ns 133 133, 136 1 153 185 161 1st 163 167 ws 180 193 197 197 206 ns 1, SOUDARIEDADE IVTERNACIONAL EDIREITOS DOS TRARALADORIS| ccarfruto 6, José Manuel Pureza: 4 um internacionalismo ps vestebaliane 233 1. Ralaeseeajctéia de um bloguesmento 26 2, Globaizaczo hegemsnicaegovernagio global 239 '3. Um now interacionaliso pura um novo model social lol. 246 Referencias Bibliogriicas 253 ‘carfruxo 7. Antnio Casimiro Ferreira: Pars uma concepgio decente ‘e democritica do trabalho dos seus direitos: (Re)pensaro direto, 9 relages labors 27 1. Introdgio| 2s7 2. As transormagies das elages edo dito labora 262 3. A elecuvidade da normatvidade aborl 2a 4. Contibuts para uma concepcio dente e democritica do trabalho dor seus dietor 286 RelerénciasBibliogziicas 203 V. CIENCIA, INFORMAGAO x CIDADANIA ‘carfruto & Jolo Ariscado Nunes: Teoria critica, cultura e cit ((s)expacois) eos] conhecimentols) da plobalizagzo 30 1, A moderidade ea teria, ou oolbar a regulagio 303 2. A péssmoderizapio da tora socal: “viragem cultural” ¢ conheementos stusdos 208 '3, Dals iéncias} como cultura & politica do conhecimento... 315 4 Da “imaginacd do cento" a geopolitics do conhecimento 323 5. Da descanonizagio&viragem politica 307 6, Testemunbo e conhevimentostuado 332 7, Conetisio 335 Referencias Biblionifcas 336, ‘cariruto 9, Maria Eduarda Gonsalves: Europelzagio direitos dos cidadios. us 1. rods. 345 2. Unio Euopeiaeeidadania 38, ‘ tomo ts es soos 43, "Sociedade”ou “mercado” da informagio: as metamorioses da erdade de informagio. 4, Regulagio das sscos ambientais:atimider dos direitos de parsicpasto. '5. Novos drctos da informado edo ambiente em Portugal: “importagio europels” ou "produto nacional"! 6, Concusio: para além do “defice democriico” da Unido uropeia, um "defice de cidadania"? Referencias Bibiogriicas VI. EDUCAGKO, TRANSNACIONALIZAGKO E COSMOFOLITISNO ‘carfruto 10, Luisa Cortesio e Stephen R.Stoer: Cartogafando a ‘trancnacionalizago do campo educativo: O cato portugués| 1. A dialédicaglobaViocal ea tansnacionaizagzo do campo ‘educatvo:oeas0 poragués 2. Quests metodligicas '3, Resultados da anise dos processos de transnacionalizagio da ‘eueagio 4, Inuerpretagio global de sgnificados das andlisesfitas através dagretha 5, Mapas evijantes ‘VIL, pwAricas CULTURAIS EIDENTITARIAS ‘carfruto 11. Carlos Fortuna e Augusto Santos Silva: A cidade do lado da cultura: Espacialidadessocaise modalidades de Intermediagio cultural 1. Tntrodusto 2. Eapago public em reuacgdo. 1, Fragments eincoerncis de cultura urbana 4. Globaizago, mercado epritias cular 5. Zonas de imermediacio sociale cultural 6. Concasso Referencias Bibiogriicas - 351 355 a6 367 370 a7 ama 388 396 409 a3 aus a9 a9 25 sat 435, 4s 468 esouie0 ts es seems ‘carfruxo 12. Anténio Sousa Ribeiro: A retGria do ‘sobre o conceito de fronteia, 1. tated | 2. Frontera globalizacio 3. Aart como fronteira ea frontelas da arte 4, Simmel e Deda: o uno e oheterogéneo 5, Concasio. Referencias Bibliogrticas ‘caPirut0 13. José Manuel Oliveira Mendes: O desafio das ‘dentidades Into ara uma concepgtodinkmica da identidade As dentidads sociasprimaria esecundarias ‘Aidenidade naraiva [As subjectvidaes descenrads,heterogneas emilkipas. eatidadese iscusosidenitrios em Porcugal, CConelust. RelernciasBibhogrficas Ccanfruto 14. Maria ene R {ntersexualidader A gobalizagioe a dentidade sexi, ‘A idenidade 0 sexo ea representaci. 0 sexo sociale culeuralmenteconstruldo Annaturezs cultura ea ideniicaggo semial Tentidades ameagadas. Ou: inerdentdades 0 sexo na traigfo Iho: A sogea de Rate ou Reescrever a uadicio, Reinscrever 0 sexo a tadigio Espécie de conctusio Referncias Bibliogeficas as a5 aa 88 493 496 “97 03 0a 506 S12 sit 522 526 531 sa sa sts 568 563 556 558 562 567 67 Prefacio a edicdo brasileira [As interacgies econdmica, soci, politics e culture intensificn- ram-se extsordinariamente nas ers itinas décadas, um Fendmeno que ficou conheeido peo nome genéico de lobalizado, Trata-e de um proces socomplexo que atavessa as mals diversas Stes da vida social da global aczo dos sistemas produtivse financeios & revolugio nas tecnologia ¢ priticas de informagdo e de comunicato, da erosio do Estado nacional e fedescoberes da sociedade civil a aumento exponencal das desigualdades Solas, das grandes movimentages transtronteiias de pestoss como emi rants, curistas ov reugiados, a0 protaponismo das empresssrultnaco- aise das insttnigGes financeiras mulisterais, das nova petias cul ‘aise identiiras aos estils de consumo globalizado. Esta divesiade faz ‘om que o impacto nas estruuras e piticas nacional locals, apareate ‘mente monalitien se}, defacto, muito contaditéro e heterogenc, i ue, fem cada ums dat dreas da vida socal € 0 produto de uma negociagio ‘onflitual ede resultados relauivamenteindeterminaos entre 0 que € eon ‘exhido como loal ou endogeno eo que € concebido como global ou exspeno, ‘entre rupturase continuidades, entre novos nscos evelhas segurangs, en tae mab-estaresconhecidos e mal-etaes desconbecidos, entre emergeesas ce inéreias, Por estas saz6es, ao contriio do que o termo gloaliagio superficial ‘mente conota, estamos peranteprocessos de mudanga altamente contra trios edesigsis,varsveie na sua intensidade e ate na sua dees. Este Tivo procra dar conta desta compleniade. Esta complexdade, que ¢ grande em geal 0 particularmente em so clodades semipenrieas, como. brasileira ou a portuguesa, Uma da ears: erstcas mais salientes da globalizagio que designsmnos por hegeméniea £0 {acto de ov custos eas oportunidades que produz serem muito desigaalmen te dstrbuidos no interior do sistema mundial, residndo a razdo doa mento exponencial das desgualdads socials entre paises ios e palses po bres centre rcose pobres do mesmo pals na ltimas décadas (Os pases centris, que presidem 2 globalizagio hegeménia, so 08 aque ém dela irado mais vantagens, maximizando as oportunidades que ea Chia tansferindo para outros pases menos desenvalvidos os cstos sia ‘outros que ela produ Ser hoje um pas cental significa precisaments ter ‘ apacidade para maximizar as vantagens ¢ minimiar os inconvenientes Ge lobalizago hegeménica, Peo contirio, os pases perifsicossofreram, fem gral nas duasimasdécadas uma degradagio da sua posigio mo siste- fa tuna, de pat com a degrada dos seas |é muito balxos padres de ‘ida. E isto oortewporaue,precisament, ao contriio dos pases cents {ora forgo a rca om or costos da globalizacéo hegemonica sem trem ‘apacidade para usar as oporunidades por ela criadss. Serum pals pen ‘0 significa hoje em dia sto mesmo, Entre os paises centre ¢ 08 pales perifricossituam-se os pases semiperifrios ou de desenvolvimento intrmédio, Nestes pases, a cons bildade da lobalizagiohegeméniea € muito mais complesa. A partda, ha smultanesmente alguna capacidae para captalizar nas vantagens¢ uma ‘aznvel valnerabiidade face 20s sco, Sio pases que tanto podem caval: fat lobaizao hegeménica pars, com base nel, obteralguma promogio as hierarquas do sistema mundial, como podem ser cavalgados por ela nos deliv que conduzem 2 despromogio. No espago europe, por exemplo, poems dizer que aIrlands 3 Espana sto pases onde a primeira poss Tide parece ter ocorido,enguanto Portugal ea Gréia permaneceram nes se perodo indecios entre as duas possibilidades e hoje, pelo menos Pore {a parecer condenados& segunda. Do mesmo modo, no continente ame Fiano sao tambem diversiicadss as tajectrias do México, do Brasil, do Chile eda Argentina "Nos paises semiprificos, os confitos as disjungbesprovocados pela dobalizagto hegemnica tender, assim, a ser mals intenss ede efeitos {nis imprevisves. Apesar das maitas dferengas entre si sta veriiagio ‘al tanto pata Portugal como pra o Basil. No caso porupués, a complex: dade dos proessos da pobalisag adensa-se por as raziesdistintas, A prima decorre do facto de a socedade porturuesa ter recebidoo impacto {ase simultineo de das formas diferentes Je lobalizagiohegeménia, a ‘lobalzagio neoliberal e a integragio 8a Unido Europeia, Dada a natureza _— rico kolo muss a ceeciie €eminentemente polities da integrago na Uniio Europa, eta fancionou, deslgum modo, como almofada que atenuoos impacts mais Aeistios da globalizago neoliberal. A segunda razio diz respelto grande compressioeaceleragio temporal com que tudo isto corre. Foi s Revlu ‘40 do 25 de Abril que abit 0 camino para a eriagio © consoliasio de ‘rtrutuase prdticas modemas na sociedade portguesn, Flo, como € po pao das crises revalucionsras, de modo turbulent, que inclu, nm pe ‘odo curto mas muito signiiativo, um momento socalista, uma alterat vad moderidade caitalista que, no contexo internacional em que aco ‘eu, fi tio exaltante quanto fora do tempo e do gas. Isto significa que a sociedade portuguesa se reconstruiu num curto periodo de vintee cinco anos como sociedade nacional modem e qu of ‘num tempo em que a logics de desenvolvimento nacional entravam em. trite, blued oforementecondicionada plas logias da globalizagso Inegemenica. A sociedad portuguesa moderizou-se assim, enquant soci dade nacional, segundo lgicas contraditrias, algumas dls, quis a mals decisivas, nlo-nacionais,europeias ou gobals.A moderazapio da socked de poreguesando fo, assim, um estidio anterior aque se sega impacto {a obalzagi e da ewropelzagio. Feo contro, a sociedade portuguesa ‘modernizou-se sob o signo dese impacto, Dai que dlucidaro que €nacio- nal € 0 que € europeu ov global se tenha tornado uma tarefaquase ssc, 0 caso do Brasil ¢ dstnto uma vez que a dtadura militar, a0 contéio da dadurasalazanies, fo moderizadora,proseguindoe aprofendando, de ‘moro atoritro, um process que i vnha des anos 30, A dtadura mitar, lem de conrlidrnovasestruties soio-econdmicss de pode, prod m ‘modo de Estado que no inicio da dada de otenta se encontavs J em profunda cise. Em meados da década,awansgio democriicaavangou, on {do fim a modelo de dominagi plies, mas no confrontou a estuturs de poder econdmico e socal nem deu priovdade a reforma do Estado, Foi nesse ‘conteato que a elites conservadorascavalgram com éxito a transigio demo- ‘rts, aproveitando e refogando a ese do Estado para entogar 0 pals ‘nova ortdoria neoliberal onde vem ss novss oportnidades pats reproduce (© seu poder. Dat que, por vias diferentes tansigio democriticabrasilelra ‘enh cord, tal como a portuguesa, um contexto prnacional. A dif renga esti em que, enguanto a sociedade portuguesa pide aolherse awit forma mai benigta de glabalicagao hegeménic, a Unido Europea, «soi dade brasleiasbragou, por inciativa das elites conservadoras a forma mai sgessivas de desenvolvimento neoliberal Assim, sealants tansigso demo: {rdtcanio exerceu qualquer controle politico sobre ete process © nem s o couaido asco soem ues cose qe fssem aloptadas medias de saad do to das {he fon eloped pelo Mex oped tema cena deste lo € 0 impaco da dobalizatonesiber nas socitades semiperrese, prot, nas diferentes acansocas que profuaer Hentkade econdmics, plies social ecaltrl desis sole {ier Emr usando como pont ala expec ocedade por tummce pean qc es andes eie cule neste podem srg fuente flvanee pressed ralra ‘seas e quads analicosdeservlidspla cdc soc vera como uniade de recente ar soletaesmaconis. Nao aia, ote ae snenacagio da ntace enenaconae ea enmeaiente ‘rcnnzagi dav domi cn qu seta eorzgio tan como chonaltansnacioal,eneofentgeo — team, porwr lad, pera Aci latent wbteadae enka, por oi, sbmetis a fas dont um quertonamentocrscenemente fist. Por exe durlo proces, ents sum prado de grande incerta wis, crac faudo pela subteoinao ds fendmenos emergent pels obssescenea ds tora cnstenter, este o period em que tos enconaron ote dice wii, que ial eres dum eceto de tevin pousaas cm deel sobre ou snd ext, cont pane cali 203 ‘attr soca. Esse desaio ser rant alm tmpo im desi dupe Perum io ear sdequalont ge sesvaente ne ih thor tlobslzaro, por outro do peequiar as ranslormgoes ou ees fe devem se uta tera a pias qo form desenaiian fares diferente Sree da vde sol nacional am de poderem dar conta {is nteracyee gabe nacional loss que tf vind Jominut ms ¢ teas cota ua esas tes Ete io ¢uma resposta pote a ete defo, Nees presents © aquadro eco de um vant poeta de psalna, que eo ig, 0b 0 thnpecto de pobaliagio mus woidade semen, a scedade por fies salad ere 1996 «2000 no Geer de Estudos Sodas da Fau ‘ded Booomaia da Universidade de Coma ‘so pose se is vm els gue Ina o segues re, pce ales do ue rs ae ‘She cco rime volo dol rico kao sen, ” ‘No Capitulo 1, inttulado “Os processs da loblisagto" tento defini ‘uma linha de horizonee que sbarque, ao seu conjunto, © miltiplo¢ vast trabalho teério e analitice que éapresentado nos capitals sepuintes, Po caro mostra a complexidade ds processos socials vulgarmente amalgame os no conesito de slobalizgdoe patio em revista os pincpais debates que este conceit tem suscitado,Identico gusto modoe de podugio de globe lizago,o que me permite conlui que, em rigor, nfo ha globlizgioe sim lobalzagbes. Questono, de seguida, em que meds ox processos da sobs lisagio tém vindo a impor uma revisio da teoria do sistema mundi, que serviu de base ao quadroterico da pesquisa. Defendo que nos encontramos ‘num periodo de transigio proponbo uma tesa do sistema mundial em cuansigio. (0s dois capitulos seguintes incidem sobre A economia e as mige es, No capitulo 2, inttulado “A globlizacio como metsfora da perplex Aadet Os processosgeo-econdmicos eo ‘simples’ funcionamento dos sist ras complexos", José Reis questions © uso do canceto de pobalizacio ara caracterizar as transformagtes porque esto a passar as economias nacionais eapresenta uma propoststdriea altermativa asente na andlise das insticugdes da economia. A tora insivacionaista, a0 sllentaro po pel das normas e das convengées, da complexe e da incertezs, das eto, Cn aa Jon Mane ae, Anni Casini Feri og Aad Glome: womnrNTOs soci NsrrUrGOes Jot Aca Nan Mass Eas Gage fs) [EVTADOS DE GALLEUT A SEPagiann NO sSTEMA MUNDIAL DA cca Steen. So, aaa Cot JA Con og) ‘TRANSNACIONALIZACAO DA DUCAGKO: DA ERISE DA EDUCAGKO A EDWCA- cho" prone ume?” Carn Foran, Asp Stone ns) PROTECTO # CIRCUNSTANCIA CULTURAS URBANAS EM PORTUGAL [ENTIE SER F ESTAR RAIZIS,PERCURSOS € DISCURSOS DA IDENTIOADE “oles bean et 2012003 pele Eg Antament (on, Portal. contcxtualidaes ¢ das geneslogias, permit interpreta os processos apa fentemente consaditris por que passam os sistemas de reulagio e de fnganizagio da economia, ‘0 Capitulo 3, intitulado "A cada Sul o seu Norte: Dindmicas migrat6- rias em Portugal, ¢ de autria de Maria Toennis Ragan e apresenta wma ‘propos terion para analsat as novas dindmicas migratérias, em especial [eaque ocorteram em Portugal nas tims dus Séeadas. Esta proposta visa ‘listamente superar a inadequacio das teoris dsponives para dar conta Aa vealidage porenguesa no dominio das migrages. Nos termos desta pro: post, Poreugal fazendo jus 3 sua posiglo semieriféiea no sistema mun tial, actus como placa prtéca que tanto importa como exporta fore de trabalho, servinda arsim de chart ene a Uni Europeiaepatss te. ‘rs, Este repoicionamento tem camo aco central Lisboa, uma "soft alobal city” (0s dois caitulos sepuints vrsam o tema do Mal-estar, rico sociale politics scieis. No Capito 4, intiulado “Mal-estare iso social num ‘mundo globalizado: Novos problemas eaovosdesafios para a eorla social" Pedro Hespanha mostra como 0 aumento exponencal das desigualdades sociais ea consequent polarizagio entre incildose excludos, em reslta- td da dlobalizagio hegeménia,obrigam 4 question, tanto as teorias do bem-estare da proce socal, como as politica socials que, em conjun ‘ho com els, foram desenvalvidas pelos Estados nag censals nos dtimos ‘em anos A profugio de isco soil ests crescentemente rlacionads com a fergincia de novos factores de incerteza e de imprevisibdade ante os ‘guae a capacidade de resposta dos Estados ¢reduzia. Este problema, © 0 tmaLestar socal que dele decor, ¢ particularmente séxio em pases como Portugal ovo Brasil que, send sociedades semiperifricas,dispdem, 2 pa Aida de um nivel bato de protezio soca. De uma perspectiva parcialmente diferente 0 tema do riso social é retomado no Capitulo 5, intitulado "A lobalisago do isco social”, da av {oria de Graca Carapincto, Partindo do conceito de socicdade de iso, autora mostta que os novos modos de prodio ede gestio do riso social ‘esti no ceme da transformagies por que esto a pasar a8 poiticas socials ‘em petal, os Extados-Provdéncla. As respostas que se perflam para 8 fuestzo da protecgzo socal, seam elas globalizagio das politica scias ‘a terceilzagio das polticassciis, cram novas formas de contratuli> gio de iberdadedeescolha pars os iclldos, mas wulneabidade acres ‘a e "destino erel” para ox exluldos. Estes dilemas sto paricularmente ‘los em paises como Portugal ov 0 Brasil, dados os baios nives de protecqio socal eo facto de, desde hi mito, as plitias soca, em geal, a8 potas de sate, em especial, estarem foremente mareadas pelo er “Samento entre logics nacionase lige transnacionas, Os dois captulos semuines tatam da Soldariedade internacional ¢ ireitos dos wabalhadores: No Capitulo 6, smitulado “Param interncio nalismo ps-vesefaliano”, José Manuel Parezasurtenta que aglobalizagio| Ihegemnia, movida pela ica do Iueroe do eptmo dos Estados e actres socials mais poderosos, cia, comtaditoniamente, oprtunidades para umn novo intemacionalismo solidaro. Pars mostrar a diferenga do tempo pe sent, Purezaanalisa 0 modo come a altermativa interncionaista do ov ‘mento operitio — que constitu um dos ptrimonios da modernidade — foi absorvida pelo sistema inter-estatal vestefaliano, A cise deste sistema pe mite revista o papel do Estado bem como o principio da comunidade com © objectivo de constuir nove iaernacionaliamos ¢cidadanias poy nacio (© Capitulo 7, inteulado “Para uma concepgéo decent edemocritica do trabalho e dos seus direitos: (Rejpensaro dreito das relagbes Iaborais” 4a autora de Antonio Casimizo Ferers, vere sobre a emergénes, onso. lidagdoe a erise do direto do trabalho e dos direitos dos abalhadores A ‘deia de um “trabalho decent’, que gui a ita operdtas, o sindcalismo modem a regulagio social dos mercadoe de trabalho levada cabo pelo Estado-Provdéncia no periodo do capitalism organizado ou fords, est hoje de novo no centro dos debates nacionisetansnacionais sobre oft to do takalho como relago socal. Estamos numa fase de bitucagto que tanto pode levar a erosio progressiva dos dietos dos trabalhadores con ‘ulstados a nivel nacional, como a reinvengao destes «nivel transnacional, (0s dois eaptulos seguintessbordam o tema da Cini, informagdoe idadania. No Capitulo 8, snticlado “Teoria eltica, cultura © céncia’ O's) tsparols eos) conheciznentols) da pabalizagio" Jodo Artiscado Nunes pro ‘ede 2 uma reflexio epistemologiae socioégic critica sobre tcoia mo dena e,especiiamente, sobre ators ertiea moderna, Abaladss pela lo. balizago hegemdnica na sua petensto de legisla sabre a sociedade, «eu tura ea naturezs a teri ea produgio de conheciment tericaperdramn 4 confianga epistemoligica. 86 2 poderdo reconstituir se aceitarem set reinventados em novas bases, em arculagdes com as priticas de conhes- mento que sobreviveram a marginalizagio aque elas propis,teoria ein la moderna, x submeteram, Se assim for, preocupegio de legslar soe «sociedad er substituida pela preocupapio de parihar com cl stares ‘de emancipaso socal. Paradonalmente na semiperteria do sistema tun ” Acsomutgioe be secs hah aves ms possilidades de renova epntemolis do ave os ries anti {© Cantal inlad uoplagoda elise dco os atic la sta de Maa Eat Cogent do mod como Unit farpea com Portugese ser teomcson ndretos humans ‘tena prac os dts nor orion de ifomagio eo ambiente ‘Nooo da cay pata Son Estado acon aaa Un itt te ran ects do ton humans suc gosto SE conan da ciddasia¢ dos dor uma bauespranacional. No sino dos ds da rea grt, fran zona poles {tram «galiza heme tam ansormar ole acevo 8m foruuo uma enepteeselua so ming ov dros de partes Aocidaaon na episi Js rics sme ‘Apa sepune, dein aot cg, transpaconlias do < asmapltiono,cansata pa Capital 1, Nest capi, ttle ‘Comogntnds 1 wansnanalzagio do campo eesti: O cs0 Port tots" Esa Corto Stephen ster resent me propeta tei Sead separ complete dar tonfrasis por duets sat fTtacota co campo educativo sb o mpacto de siferenteslactoes “eannaiosis ese crasanetoe co gastro. A ‘isco om fname pole efi pe Serpat com as novasexthnben decrrentes da itensfcagio da ‘realty eda, srgem nova petunia prs ua ect {uv inane mulcealral ecormopola, A posi epecticn de Port {21 porum lad, membro da Unio rope por out, tent deel ees mtneas peda om ox pales sficans de igual or fet, especie ematata : " aoc suits boda tema a das Pata cut raise tnttanas No Capita 11, lado A cidade d ao da calur Epwcldndes soca e mdlidades de lnermedingo elu”, Carls Forna¢ Angst Santo Sv anal ods como dade tv {brs sonmrar como espetrdentemedian ene cla lease ‘tis gba, Aono di ade ear un ceanomis lc ea ‘iss vw aa ga er es ct {etc progamsy pts rasmcinai Ax conscgtnca dest chem pun’ eatucrimens ou eevuaamento do expao pblico oo frocmateadas plates. A plralidade das cals haa ued {Rivest abe psi contnia, tanto para vases {Tanmaconiscconmopltay, como pea novasdeseeapbes. Os sures vice kerio was, a reconhecem, no entanto, que os isos de marginalizagio sutortria ten sumentado com a globalizcso hegeminics, [No Capitulo 12, nttulado “A retrca dos limites, Notas sobre 0 con ‘ito defronteira",Anténio Sousa Ribeiro procede a um andlises6cio-cul tural da cultura em tempo de globaliagio, usando como concete-chave © ‘conceit de fronteita E que 3 froneite,enquanto dfinigdo de petengas € caclusbes, riagio de identidaese de alteridades,aponta para a parialida de das culturse, portato, pats sua resistencia aos supostosfpetos de Fhomogeneizago ee indierencseioasvciados loblizato hegeminica. Problemitico 0 modo como a culeura da modctnidadeocidental defini as sas fonteirase fez dlasoinstrumento de inferiorizagao edesgualificatz0 {do outro. Insprado em Bakhtine outos,o autor propbe uma concerto escenrada de cultura, uma cultura disogia, que eeonhece democratica mente 0 Outro, sem o inerorisar nem o cambaliza. © Capitulo 13, imticulado “O destio das Kdentidaes", € da autoria de Jose Manuel Mendes. Ao contro do que ficram spor algums le ‘iunfalistas da globalizacio hegemdnica, a construgio situada de subjectvidades indwiduais ¢colectvas, loge de se ter tomado obsoets, adqui um renovado impolzo assunis um lar tedrico anaes de felevo nas cifncis socials e nos estudos culturis dos times vinte anos Solo nome da identidades, O aor prope uma concepgonio-esencialists € nomnaturalista da idetidade, uma ienedade mila e naraivamente constrids, sempre aberta a processs de configurago ede reconligurio, Finalmente, no Capitulo 14, iniulado “A sgra de Rute ou interse aualdades’, Maia Irene Ramalhoaborda, de wma perspectiva si New Yok, London, Tayo. Pancton Prinston Unies Pres 11934), ie ina Word Econom Thowsan Oak: Pine Forge Pres. SGHONPETER ep 1976), Captain, Socilin end Demacacy Landon ovr ‘len Urwin SINGH, Ai (1993), "The Loe Decade The zonomic Cri ofthe Tid World in he As How the Noh Caused the Sout Cra", Come, 8, 137-169. Wh seen ” SHLAIR, Letie1991, Soil of the abl Sram, Lnon Hare Wheel SMITH, Anchony 190), Towards 4 Gloal Cult", Festersme lr, 171- wu [STALLINGS, Harta [or 1995, Globe! Change, Reina! Response: The New Imematonal Context of Develpmet. 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Assim sendo,o propésto deste teat € afirmar 4 necessidade de disormos de um desetho do universo-completo, com ‘onsciéncia de ques produ intelectual que hoje se revela especialmente isiel€ apenas aquela que sbundantemente caacteria tudo que tem & ‘er com ss mobildadeseconémics,simboliss «cultural com a emcee ‘ia de novos score ransnacionas, com a predomindncia de novos factores ‘competitivos da economia ede nova lgicas de especalizagio, com a con- Selidaio de um novo paradigma econdmico, com 0 papel substantio das tedes translocase dos sspetosimateriais do funcionamento dos sistemas otextode A. Matus (1999) estabelece deforma estimulante este qua, ara alcangaro desenho proposto, a tarela principal & que consis em juntat ao universe-dagobalzagio dois outs universos: oda ado gl bralizagio eo das trjectnasinesperadas, “ stamingo 1s co sc (0 wnivero danio-gobaliaasto€ 0 que assenta em dos aspectos bas tant diferentes enue si a excusio (resultamte, por exemple, da procura ‘no reveliel perante os factores da globliagio,porgue nao € solvent ou hem requcr se manifests) eum copjunto de pris e iniciatvas gue, Pot {ssenterem numa econorla moral nd-sstémica © em prteasrelacionals ‘conteatualse em iterates instiucionalsauténomas, so alhels ao mun do plobalizad,apresentando-se como formas de resistencia Por sua ver, 0 universo-das trajctlas nesperadas ¢ aquele que, sem serexcuido ot loalmenteniosstemico € ao universal como a glabalzas0 mas part de contexts prprios (podemos chamar hes lois pata thes eee lara sua pines nio devemos chamarhes “locals” porque eles alo «fo processos denvados de formas de hetcro-regulaio), e tem capacidades para ‘ear a suas proprias ajectrias, mesmo que nem todas vinguem. O que 0 define , justamente,o cotexo diferencia que o produz eum eojunto de process [procstos devia de que faem pate dot tes importantes: oe mas hibtos que conigram compotamentos insiacionats de nate at ‘ular, por um lado, ea incerters, por out ado. Com este modo de ver a8 nist, quero sitar me num plano de inconformismo que, simultsnesmente, postule noesidae de ultapasaraandise da gobalizagi como um period ‘Spenasmareado pela ransiio, pel cise, po hibridism e elo determinism (Santos, 2001), ¢ procure, a mesmo tempo, valoizar radialment as est ‘ras eos aujeitoe consttntivos dos procesos eolectivos eda aco, dict atengio estes dois autos universs significa reconhecer que 5 vsoes do univers da gloalizgio se revelam exeessivamentewibutas Sion wotnvlomsn sobre capaci do atin don praenn © ome ‘aoe hoe pain ¢supurigaiocor Anim, por eacmplo ras sane, Seesaw ere gna olan pe iia scan Enver sie co omar ne See ‘ene ecm "cl lamer aa” ou “eam sora Pergo or dt wma samen peste pcranon de mace pi hee ecm ie et pci ec a fae fe issu devas fas, ‘Senden ea do epi etxentrae Ty sevens eran Remar oO da nogio de que a economia ¢ a politica eoonémica sio apenas exertcos Imimeticos de pader material esimbolic, quando, de facto, 0 mundo [os ‘mundos pessois¢o8 mundosrlacinais)€ também constitu por cap {ais cognitive edxpastivosinsttuclonais dversos(Lordon, 1998) que s10, igualmentedotador de capacidades de insciativa e de propensio para se tr ‘azem gloais (quer dizer, «nogto de globalzago s6 pode ser tise estiver flotada de qualidades que le permitam apreendcr ss dinamieas do mundo. “Tanto como caracerizar cada um dests xs universos, é important pensar as suas interacgbe,vato qu, para am da obtengio de wm desenho ompleto,interessa pensar prospecivamenteo proprio momento em que o {ert loblisagio jf enhs caido er desus.E também claro que o props ‘ito principal €ndoinsularizr os argumentos,provocando uma diacustio fm due intervenham os que acham Uti aprofandar a dela de globalizagio ‘or ela mesmo eos qve acham que se tem de slargar o campo do debate. [Nas secges que se sequem, f2-8 0 segulnte: no ponto I pages t- tuto anise dos dados empiscos que caracterizam as relages transnacio fais da cconomia,procuranda ndo detxar de fra o registo de que entre 25 fendéaciasglobalzidoras, umassS0 novas e uta so antiga, ede que hi ‘ovidades contr slobalisadors,entc as quai se contam os process que ‘ham densidad contents fortes de que podem emergir 4 Hi eerdas Usjctis inesperadas —além disso, o mundo de hoje tanto esté mareado por processos de glbalizgio quanto por aqilo que Riccardo Petella desig 2a como de-linkang, no ponto 2 apresentam-se quatro pares ericos pata interpretarofuncionamento dos sets complexos(arelags0ente mob ldadeseloealiaago, os limites a acinaladee da organiza, aincere 244 contingéncs, a instituighes como fonte de diversidade), no ponto 3 desenvove-se uma vido insutucionalista que deeorre daqueles pares no onto & wati-se de um aspecto — as densdadestettoriais— que astra fecialmente « "inrigio”analiicae interpretativa que se exprime neste texto, © que se considera abundantemente estado 0 longo das tltimas| ageesporrenararacionais algunas ccs: {Ghsn, mas ainda ess otadon de posslidades passives deer ‘Sindegulby. dese pros aida qu anceezac acon {ir tase arte Porno as pes ndosistemicas So pss, oma: ‘Cisuvm aca hepeonis eno como simples press ae interada ‘apuamene| ome proctsosueconcorrm para ealuyf6 coma pares Cum suai esttural que ao pena duals Encontramo-not ag mim emo que €cracterincamente odo ne stucomatomo opin (eho isteconalime, como € eqn mente designe] quan ete ve peso como a esol fens Sha vnfoJominane na cei economies Tease ums profun Smene ncraccionista © eolsonst. A sa capackade de resistncia STiment se dns merino, to do sentido de sein elect eda dimen: ‘So mort das press huinanas No sendo deters ne acionalst, Nteutciostomo organo busta se a experimentlismo, aa presungso {elncaresa, do contngecn¢ da asain camltiva ‘Um mop do compexidae do mundo: a nstulgds. nstitalgoes sto aeacton que festa da nterscqo humana” Tastes 64 de ‘anaioevluconta passer comporamentoneglae padonize urns peons tm saccade. Ae tea-chave devs viaoInteacc ‘tau do insuteconalismo si habits, aco sole, rea culture © ova, Els resultan a dete de que toda as cultarsproduzem sign “ftps dedi acne prices i sem ge 2 noms al stam ei cel mc sn mam ‘Remic: 4 Deca of lasttusenatum Danent (Duet, 1992, Beyond Deo [es {950 bilson uae 190), Te Eco ae Sc of wet on Si 989, The Rect of ean Gracy 1967) ne) Bons nti theo of aia tae ce, 198 5S rer nn i oii tn a nt ‘evaempl, seme ques comma om asco oman cess poet” (ake mn chlo uml 1979-1 270 pam nen or en a os cmp ee ‘vo metas ros no ut es eunde care em lag oe ‘Siena Escuela 1977 OIE essere . ficados mateias concretos que so usados com mltpls finalidades — a ioc «produgio, a satisfagio moral eemocional Mas, eactamente por aque as instituiges sao fruto da expendnca, elas contém em st mesma 4 smudangs — as insttuigdes mudam quando a expetincia das pessoas 25 leva acreditar que ha uma maneira melhor de organiza algum aspect da sua vida Alem disso, as instiuigdes esto incrastadas na dintmice do capits lismo contemporineo, visto que esta € fit de interacgoes, vida clectiva, ‘cges¢contextuaidades. Mas a instiulgbs sao tanto um resuleado como ‘um instrumento dispontvel para estaturar os procestos futur. Els for: rmam-se para reduzir a incertezs que existe na toca, #40 minimizadoras dos custo de tansscgio,sf0 meos pelos quais se supers as falhas de mercado; em sums, a4 snsiveigiesolerecem os mecanismos pelos quais (0s individuos podem transcender dilemas sociais. Dotem-nos, portent, de capacidades © comportamentos ongunizacionais, posiblitam-Ihes Interaegbes cooperatvas eefiiéneiaadaprativa. De tudo isto resulta ‘nogio de que a economias, na wus diversidade, comportamnvisos mec: nismos de coordenasio (altemativos ou complementare], nose limitan do, por isso, aestarem sujeitas a ges ates do mereado, coma mecani smo exclusiva e tot ‘Uma viso deste up signifies uma atengfo especialmente forte pata ‘om as contextualidades eos processos de estruuragio das snteracges — ‘quer dizer, econhece 8 produsio derenclada de dinimieas um papel mais forte do que a reepeto passva de inlugncas, Dat a probablidade de, na cconomia ena sociedade, estamos sempre perante diferentes arranos in Exactamente porque hé lar para construgdo voluntarsta de ist tigdes e meeanismos de coordenag, cada economia tem que ser vita ‘como um sistema social de producto ¢ no apenas como tm mereado, E or i860 mesmo que as aleemativas a0 sistema de produgio em ma Segundo tecnologia © produtos padronizados, sto altenativas plurals € até divergent.” TIE Wolingoh «Roe (1997: 4 mena gat itn psi tes ede Spgs ne sees de pr ea a ea Seu pe ede ci rane uma bot wer" 4 Accomm eas cts 00n8 ‘4. As visées Instituclonelistas come base para uma alternativa & porplexidad Falar de hibitose de normas, de convengies socal, de possibildades sasttuconas, de racionaliddes, nformagao ¢conheciment, de actores so- clas «processes de vida, de experimentalisme e de evlugio — falar de tudo into ¢ falar de ums tora institucionalsea ds processs socioeconsmicos. Complexidade, incerteza,processos dinimicos, contextualidades € szncalopia sio, por sua vez, 0 fundamentos de wma tora insttuonalista ‘apaz de interpreta as acgbes coletivas 0 comportamentos dinmicos €4 formacio de sistemas de tegulagio ede organizagio da economia ‘esta forma, eatar ds economia ¢ final tatardo"processo david, com toda a incerteza © todo o experimentalismo que o consticuem Porentrs, trtar de institionalismo é apenas pexceber que o mundo da economia €o da reulagio, isto ¢ © mundo que obriga a compreender que no vaio intelectual eriado por uma economia que no vea para sem da ‘mecinea abstract de uma engenkariaecondmica— encontramos afinal tealidades complesas em que ha mercado, ha Estado, hi empresas e hie ‘argulas empresariis, ba associagdo de nteresses eh comunidades activas fe que todas sto formas institucionals de macrocconoma. E que tas for mas se juntam a "reularidades de comportamento", a regras de jogo, & normas aeites reneralizadamente pelos membros dos grupos soci, dan ‘ponents [Centos — peiferas — semiperferas para tr em cont pedo Iinio de uma ldgieasistémica top-down; basta lembrar uma visdo teritoralists como, por exemplo, ade G. Becatnt cE. Rullani (1995) ou @ ‘86. Gato eA. Vazquez Barguero 1994, paa aludi ao predominio dos pocestosconstituintes de base endégena. 5, As teretorializagées da economia o ot seus fundamentos: donsidades territerials vs. globelizasée ‘A aengéo analitia 3s problematicas das tetorilizagesentendidas ‘como contextualizagies do funcionamento econémico e come uso Ieteropenco de margens de iicatva de vaizendogena ou subsitémics)€ ‘grande quando nio predomins uma Visio assente nos pressuposto ds con ‘ergcia eda uniformizag e€ pequens quando ocoreo inverso, (Or, as anilises conémicas da gbalizacioassentam frequentemente ‘numa percepgio redasidae unilateral das egies econdmicas: 2 progress: vs intemacionalizagso do dnbeir e dos mercados de capital [aque pole {cresentar-se a dos padies culturis ede consumo cada informagio, mas Sem omit a pofunda segmentagdo aque a apropragio de tas padres est fujeta. E mesmo quando a idla corente € que a globalizasio equivale a tama generlzagso sem precedentes dos mercados, vale a pena recordar que comérco internacional tende a exluit muitos dos que [at tveram pat ‘ipagio significa Mas éclro que as mudensaseconémicaseorgnizationalsasociadas A elbalizagtocarecem de ser anaisadas de modo mats fino. Se € eo que {85 modalidades da concorrenca se alterram fortemente (empurrando para logiasaccleradase de curto prazo),€verdade também que outros fctores reintroduzen “micaniemos que #80, 40 mesmo tempo, lentes e localiza. os" novo papel da lormasio das competencies humanas ea imporancis, ‘esse context, do conhecimento e da aprendizagem so 2 todos os ttlos Sigalfiativos. Basta pensar que, po exemplo na economia frances, 0 valor ‘médio do cpa xo por empregotripicou entre 1975 1995 [Saeye Vet, 1995: 8). Ora, quando assim é a propensio para a mobilidade do capital as eslocaizags que fazem s famosa economia pabaizada fot loose) é me ros importante do que as condigbes de localizagio [a utlzago do capital «que contetuaias 2 produgio é menos importante qu ohoritie de trabalho os custo tlie or hrs) ‘Acconomia do conhecimento¢ ds aprendizagm ¢, portanto, um dos rimelros factores de lorlizagio — um dos recursos do terntio—e, dsse Inodo, uma das estrgoesprincinis que se entepdem 3s formas de mobil dade, Porque a questi principal do conhecimento reside na sus "eprops ‘o" e “amazenagem" © no apenas na sua circulagdo através das redes Iatriais [Delapetc, 1995: 23]. Sd, prtanto, os process de aprendiza em que funda os tezetrios produsivoseservem de base & sua densidad, [Nos modelos extensivos de orgnizigio produtiva ede espacialzagao das competincias, era a préviadsponibilidade de uma cultura técnica esl tante de uma lentaacumulagio de lctores endogenos ea formazio de sist mss locas de interrelagbes produivas que coniguravam os sistemas pro dutivoslecis e mostravam 0 significado dos terstris na organizagio in dlustial (Res, 1992]..Nos ctcunstincas em que as intensidades espacias das acuvidades to mais fortes osterstrios dependem, na sua estrturag, de factors de outa natureza mas que no deixam de ser de grande conte do endégeno:organizagdo de natueza n4o-micro‘econémice (as chamadas ‘conomias externas ou de aglomeragio)capaciade rlacionalconhecimen- tos, investgapio desenvolvimento, inovagio, competéncas proissionls cespectficas de cari avanga. (Or, estes fatores nfo ado frequentemente futo de moblidades — ‘so, em gers, uta de capacidadesgerada tertorialmente, de loealiagies ‘edeiniciativas Esti liads agentes pariulaes, ¢ certo, mss podem ser agentes dependentes de ancoragens locas muito fortes. Atente-se, nest ‘mteato, no papel desempenhado plas cdadese pelos meios urtanos (For tuna e Silva, 2001, Bapista, 2001) 13 Nowa eC: Fon Sue Ss 2001, cal nee aume, gure har ni sev de nga tp Se adem ¢ nena Sei mas nee ce pe ns ‘cnn sos pu copreenes inten, tps de onal eg 076 ‘Semoptnn © wiaete tw enti ens Asad sn pr exc ‘Stace nents Se tpco Ee por, aye ie se arses ‘tlinmamentc bean nmr bana emcee rome oo | Squat pone ernrereent A] Mendes Bp 00sec Bom ‘Seri gr sn uc pel ae ne re WF ese nnin » Ese factores © esses agentes estio, por tudo Iso, mals dependentes de densdades socioecondmieas eriadas num determinado meio do que de processoss-spaciais as mobilidads ea agildade uans-tersitorial neces fas eiam-nas cles se previamente tverem reunido outras competencies € fe, portant, dispuserem de captal (ater, organizaconal,relaciona, blico ou de competéneia} que les permits serem parceiros de redese pro: cess de outa seal e natures, Aliés, pode dizer-se que mesmo arelagdo das empresas transnacionals ‘om 9 tertitrio € uma relagso de procura de regulates territorial sida, ‘quer dizer, recursos construdos em materia de competéncia,conhecimen to, inkacsratuas materiise infaesrutras sociis (Savy e Vel, 1995. 137), Ao alltmarse ito exténecesariamente a dere que nio €« mobil dade, mas antes a procura de ancorapens, que caracerza tal rela. Claro ‘ge, quando falamos de pequenas e medlas empress, «sus liga a0 ter trio € de outta naturezs € mais free visto que cle passa a ser a propia ‘condigio da sus capaciade inovadora ede fxaga de competenlas. (6. Conclusto: uma viséo prospectiva sobre Portugal [As wisbescorrentes sobre a globalizago tm em geral um grande —ea meu ver mortal ~ eleetnmo, Compatibilizam o ave global eo ave load ‘om enisas de dtica natureza ereiprocamentearticuladss (dala inven ‘fo do temo glocal, nfo negam que podemos estar sempre perante deren tes posiildadese aranjos institucioais pressupdem que as formas de ‘ntegrago dos grandes espags continents intgragio regional, vista na ‘scala do planeta) ao 4 propria forma da globelizagso, que assim deixa de Ser"gobal”. Este ecectsmo¢ frto da intagio de que otermo gobalizagio representa tudo eespelha tudo ‘01a, a forma de romper o ecletismo € ientfcar quel € a natureza precise diferencadora dos processos em causa, Uma visio interacionst, Drocessal econteatulists ¢, porentura, 0 camlnho mais acenado para fntender como se estruturam os mecanismos de funcionamento da vida colceiva. No fim desse caminho esté a possibilidade de identiiarmos pe ‘ane qu nivel de densidad socioewondémica nos enconteamos — que stores arentesintervém, que capaciades de regulagdoe inovagd exstem, que ‘apt telaconal se scumulou, que margens de iniistiva se formaram, que *"acasos" so posites. [Aminhs eonvice3o pessoal que o mundo se organiza de aco eom ‘estes niveis de densidade, mais do que através de uma mecinica ita de = sctomaigo eso scat Ihomogeneizagio e ndferenciagio, Quer isto dizer que limiares de dens dade no agidos e,portanto, hi zonas fges © exclias, Do mesmo ‘modo, cada nivel de densidadecomporta margens de autonome de nila tive pibpra, E porque se fala de densidades e de graus de densidde, hi lve relagies de dferenciag e mesmo ierarguas tse cada nivel. De facto, em varios nWelsespcias lea, regional, nacional etransnacionl, produern se comnbinagbes de nstivgSeseconsmicas que sto elas propras resultado da opgto ou do simples predamiaio de vis tipos de mecanis Ios de coordenagio (mercado, reds, assocagtes, comunidades, politics piblias emanadas do Estado) Cada uma dessa combinagiesinstivacio- hai comporta agentes actos seis, relagdesconsruidas eum determina do sistema socal de producio —nesse sentido, trem consign densidaes, Por assim ser, €0 mapa das densidaes socioeondmicas, cultural, politi: case relaionais dos sistemas em presenga que faz 0 mapa do mundo Portugal um caso relevant para desenvolvermos o pensamento que cabo de vefeit.Euma socedadegeadora de muitas prpexidades — desde Togo pelo seu nivel intermedho de desenvolvimento e pelo pe de procesos ‘re econdmivos em que se tem inserido {pais eolonizador, pals subdesenvol ‘id, pals da iegrao europea), mas também pels relages entre o Estado fe socidade fgcledade fotemente corporativae socedade de tio grande fncesidade do Estadol, Portugal € um caso que se prsts mal aque se The ‘pligueo esquema normal com que se representa a globalizagio: por exe ‘lo, tem capacidades de organizagd local que ndo cabem na forma vulgar de ‘eras elas ente aba lea e multe menos na dein de que este €0“pau Iandado" daguele. E que os seus “locas” sigaiicatvos so factores impor tates daformagio de densidades que caracteizam estrutrakmenteo pals — ‘ce nessa geneaogia que ext muito da sua hiss edo seu destino. Claro que exes heteogeneidae estrutual da sociedade portuguesa nio| ‘permanente etendearercertmente muito diferente no momento em que ‘38 mobiidades do capital, do trabalho © do conhecimento se aeleram € ‘tansformam, © ponto principal est ao facto de nem as ialidades nem os ‘inamismos tere hoje « mesma natureza. Mas o ponto principal no est to facto de esa capachade dierenciadora, que ¢ resultado de process socioecondmicos getadors de densidades, ter desapareido ou ter sido su meta + um modelo uniforme revultnte da globalizago. & esta, ali, 2 ‘ao porque importa contnuat 4 ser posiiv acerca de Portugal [Nos dias de hoje, incerta a contingtnca sio matéra par nos permitimos falar de posibilidades e de constrauvismo. Quais sie, num ‘onteato de pensamento como este, os ceniriospossves para uma écono- WF cece rnncin ™ ‘mia conereta, neste caso a nossa? A de uma peiferia tormads platforms pasa.a execugo de decsoes exteriors epatapitcas desqualiiaas? Eat fo extremo negativo de uma vsdo mecinics da globalizacao onde tem de Ihaver um lugar lgico para saber onde ficam os perdedores onde ember ‘abe o impulsofrequente para a autoflagelagio. Certamente que este no & ‘um eendrio necessiro, pots sucede sempre que seas rales no hasta [8 ‘lacs so a dindmlcas eas eapacidades endogenss, hs pelo menos lugar a formas de captagio do conhecimento dsponivel e medos voluntaristas de ani Ser ent, Portugal um “tigre” curopeu, o lugar predestinado para set ‘ ganhador absoluto de tudo o que de novo a globalizagio oeree! Estas ‘mos, agra, perante 0 outro extemo, 0 "hersico de uma mesma visio ‘meciniea. © possibilismo,o eanironto entre vises deste tipo e uma nego ‘eblansjmals inquita mas tmbem mais graiicante de ques economia ‘um “proceso da vida" evans, de nov, agora para pensarmos o futur, 2 ideia de heteropeneidde estruturl.Porugal seta cettamente um lugat de tanhos ede enrquecimento de competincis: de dinamismos novos de ‘alorizagéesinesperadas de vlhas espacidads. Agora, com a conviegso de {que uns e outros assentario Sempre em quaifiagdes menos wansitiias.O ‘ue esta saber a dimenso destesespagos ascendentes ea sua ntensidade “quer dizer, de que tupo serio a densdadessocioeconimicas a extbele ‘211 Mas sea visto ndo€ mectalcs nem messinica,certamente que ovelho ‘problema de lidar com as penfenas, a exclusio eas debiidadespermancce, porventura mais fore. Aqui anogao a reter € que elas s6 sto superaveis através de recursos intemos eeapacidades proprio. Significar isto que © €xito no pass de uma forma de incorpragio do que oespatogeoecondmieo proporciona, enquanto a faglidades (ea sua Superagio) sto a expessio Aivets das insulardades domésticas de cada economia, isto 6 da sua ‘genealogia* Certamente que aio. Em lugar de mais uma pespectva Aicotmicavalerd a pena contnuar a pensar que as sociedades © as econo ‘las, como a vid, sdo um campo de interacoeslimitadas. 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Nove tore: Acie Span Tad port Pow: aes Atta [330 CAPITULO 3 A cada Sul o seu Norte: Dindmicas migratérias em Portugal ‘Maria Ioannis Baganha 1. Introdogio (© desenvolvimento trio das migrates intemacionaisnasee, como afro A, Zalberg (1983; 1989), enredado moma tea conceptl que pro ceurava deduzir as “Tes” que induzem a slocalizcdo dos seres humanos, Independentemente de ess relocalzago se fazer dentzo dem mesmo es ‘ago jridicoinsituctonal ou ente diferentes espagos jurdico nstieuclo- Iai, So recentementeconseguiu superar estaimitago teérica 20 recone ‘cer que €0 exerico do diteito de saberania de contolar quem pode ena, ‘Petmanceere pertencer ao Estado-nacdo qu define as migeagdesinternacio- zals como um processo socal especiio,“espeificidade| que desorre do ‘seu ireduivelcarseter politica, uma vex que o proceso comporsa nfo ape ‘as uma relocalizago fica mas eambem uma modanga de jurisdigio ¢ de pertnga”[Zolber, 1989: 405-406) (© que acabimos de dizer ndo significa que, tal como a8 mirage in ternas, as migragsesinteracionas nso sejandeterminadas plas desigua. Aadesgeo-econémicas eauto-sustentadas por redes migrate formals os Informs que se crate descnvolvem entre os que partem ¢ os que ficam, tas Go-somente que estes determinantes so, no caso espctio das migra (hes internacionas, sjeitas a um sancionamento politico dos Estados en ‘oleidos que alters sgnifcativamente a aczo das determinants econdmicas ‘aociais,conferindoespeifieidade aos processos migratrios interest ‘Como slientou Portes (1997), qualquer teria gral das migragbs in temmacionas ter que smuleaneamente ser capaz de perat um eoajunto de hiptesesexplicauvas ede previsio sobre as seuints tes interogages (1) (Qe lactores determinam as dferengas que se observam entre Estados na ‘lo nos fluxos migratérios inernaconals! 2} Que factoresindividuas © Feeionas determina as dilerentespropensSes para aemlgrato observadas ‘os diversos paises emissores! [3] Que fctores determinam os diferentes todos de incorpragao dos imigrantes nos diversos pases de acolbimento? ‘Aneoessidae de inteprar numa 36 teoia, coerente e articulada, capaz de simultancamenteexpicaro impacto defactores miroestuturais—-como f conteata de recepgio ot 0 espital social dos imigrantes nos diversos mo- tos de incorporacdo na Sociedade de aclhimento — e macroestrutuais — como “o papel da expansto capitalist nivel global no desencadear de 30s migratros ou o poder do sistema estatal a regulacdo destes movimen toe" [Pores 1997: $10] — tora multo pouco provavel que win tora geal des migragesintemaclonais vena a ser elaborada.Acresce que, devido 40 ‘ardter fundamentalmente mulkidisciplinar desta drea de conhecimento, ‘mesmo que wma tl teria viesse a surgi, teria que ser construide a um tal nivel desbszacgao que s sua operaionalizagio seria no apenas altamente problemitics como, provavelmente, condenaa 3 eigeulardade" Em sums, oh uma tora geal das migragiesintermacionaiscapaz de simultaneamente responder As viris perplenidades que a observs¢30 tempirica deste processo socal nos evant, O que exist sio teaias de vars ‘ellvaloeanaltico e de previsio, centradas sobre aspects especiios dos process migratiros e seus respectivs impactose condicionantes "Dado 6 problema que nos propomos tater — a saber: quai si os impacto dos process de globalizgdoceondmiea ns fxs migeatGros dee para Port fil! —,o present trabalho privy a snaise dos impacts macroestrotaras ‘nas mignagdesinteracionais recorte,consequentement, aun comp te ‘co que €claamente isuliciente para uma abordagem analiticaprofieua dos impactos mlcroesruturais, Mais concretamente,s pergunta que guiou 1 gabe ott eam Frc Rc, 198, oi, 1998 21 NerMamey ta 1938 e pun oc porns, Baha Pt, 1996 4 reflrio teres foi sequmte: os process de glbslizagio cconéiics ‘xreiam ou noo poder do sistema estatal na regulagio dos movimentos ‘igatios internationals? Pergunta tanto mais pertnenteguanto ab tes posts proposeas vio desde o veemente sim ao claro nde ‘Aescoha de um pais do Sul da Europa como cas de extudo empleo € parcularmente adequada, uma ver que sf nos anos oltenta € que eta ‘epi se trou, pela primeira vez no sea pasado recent, plo deatacgio| pata um nimerocrescente de imigrantes, consitsindo po sso mest un Inborattio privilegiado de andlse dos impactos dos procetsos de lobia (0 na pestacio de furos migatis interacionss no poder dos Estados de os regulatem. Laboratério de andlse tanto mais privlegsado quanto & ‘onteste mundial regional em que estes movimentos migratois esto 8 ‘corer €signiicativamentediverso do conterta em que se processaram a ‘migraghes intra-europeias do pés-guerta De lact,convulses polis, is tablidade social e raves conlitos émicosno Leste Europes, bem come sa ‘rents conflitosreligosos, pobreza egueres em Afric to alguns ds factors ‘que madaram recentemente 0 mundo e concoreram para tornar a Europa ‘do Sul nama nea de atracczoimigati, tanto para migrates econsmicos ‘como para rehugaos. Mas no fo so claro incremento das dsiguldades, ‘eo-econdmicas a Leste ea Su, intensficado pels factoresspontados, que lterou substanislmenteocontexto em que os atuais movimentos mig {rios estio a ocorer, A intensifcagdo dos processos de globalizagio ‘condmica est a promover uma restraturagsoprounda da ndstia, wna telocalizagdo das fontes de fornecimento de mo-de-obray um ‘edircecionamento dos fuxos de capitis, bem como nowos padres decom ‘etgio internacional que nio s6 esto a mudar o mundo como exts0 # mi nar as plitiaslaboralse sola ea aleraraestrutir untonamento dos rmereados de trabalho dos paises da Europa Oeidental edo Sul © sucessivo alargamento do Mercado Comum Europe, seguido do {inicio da construgio da Unito Europeis, vio tornar situapio vida pla ‘maioria dos pases da Europa do Sul ands mais inovadora. No decurso deste rocesso, a froteias dentro do expago da UE foram aboldas, mat nen ‘ma politica migratna comum fo! sdoptada em relagio a “nacionais de pal ss tereirs". De facto, interesesgeo-econdimicose polios, bem como Passadoshistricos diversos,nomeadament colonise, em alguns casos, © poder negocial de comunidades c grupos de idadaoe de ascendenca im ‘rant owe colonial, blogueazam a obtencdo de consensos em politica mi téria a nivel da UE ‘A.recene historia do Sal da Europa como dea imigatoia est assen lmbricada, ou, mais corectamente,¢pucilmente detersinada pela hist ™ stomungo sc oc ria deste “mundo novo", marca pelo ineremento das desiguadades geo ‘conomicss, pela intensifieagio dos procesos de lobalizago cconémiea € ‘ela constagio do blocoecondasio e polio, 2 Unigo Europea. Mas como tos os processos esto ainda em construe, os recentesprocessos mi- ‘rabcios os pales do Sul da Europa resultam também da forma come cada tim destes paises neles se osicionos ¢ inseriu, Neste sentido, recente histéia migatria do Sul da Europ é uma soma de casos nacional spe feos, de consensos ede diferengas, que term que ter em conta quer os passe dos hisrcosrespecsvos quer os intresses geo-econsmicose politico es pecificos de cada um dos pases que constituem esta Sea roms, ‘Como foi antriormentereerido, este capitulo tern como principal objetivo a andlse dos impactos macroestraturas nos fuxos migratrios de f para o espago nacional decorrentes das formas de posiconamentoe de {nsergdo de Portugal nos referidos processos. Uma vez que 0s movimentos ‘migrtiros de e para Portugal sfoessenialmente fuxosinternationais de Luabalo?, aceita-ea premissa de que a dreego dos fuxns depended of. ‘a detzabatho exstente no mereado internacional do macro-sistemageogté= fico em que Portugal se encontiainseridoe que € defini tanto pelo seu passado colonial como pela sua actual posigo de pais membro da Unido Europea. Assim sendo, na anise dos stuns procestos migzaéros de © ‘para Portugal srs dado televo ao tipo de procurs que os metcados esto ‘err, os divesos enquadramentos leyslativos em que os processos esto a ‘correre,finalmente aos vio ips as diversas formas defuncionamen to das reds migratrias constiuida ou em constr. CComesaremos por rellectir sobre 0s limites actus da soberani das democraciasoeidentis no contzloe regulagio dos fos migratéros, para seuidamenteanalsar as stasis dndmicas dos proessos migatrios de © pate Porrugal eo que estas mesmas dinmicat nos permitem infer sabre 0 Papel do Estado portagués no controle e regula dos fuxos migratéeios. 2. Globalizagéo © soberania A semelhanga do que afirmou A. Giddens, sio virios os autores que ‘onsideram que 0 poder disruptivo da globlizago acabow com a era dos Estados nagio [Giddens, 1999: 8) Pata os azautos da nova ordem soba, 30s dros ae nd tn aro mies ou pr Fea mat sents qu mon na ne be mips vai scores meugtes fe ‘como Ohmae (1995), Koren (1993), Strange |1996), Forester (1997) ou ‘Martin Schumann |1999), a loalizagzo pode se efinida como ums nova fase de expansto captalista, marcads polo crescente dominio das grandes empresas multinacionas, do sistema financeigo e do mercado de eapitais Sobteo poder politico" ‘idea conceptual do mundo que subscrevm é marcadamente bipolar, perspectivando-o dividido ene ot ineludos e 0 exluido da globalizagi, Incluidos so (os indivduos ou grupos qe possuem as cractersicas ne ‘cesdras para inteprarem os mercados global, por rab labor, de cap talou de produto de bens eulturais,integragao na “ordem global” que hes permite usuirir de uma eidadania plens, isto €, dos direitos humans ‘condmioos, socials e politicos. Os que no possiem estas earscerstias ‘io excluidos,podendo mesmo ser hes vedado o acesto a qusisguer dito (Castles, 2000" 124. Paras proponentes dest corrente,o sistema plobal funciona em rede, sncorado em nédulos cenrais que, aplados nas aovasteenoogias de co. ‘unicago e de informagéo, penetram em reas cada vez mai secinitas do planeta, cistalizando no presto o dominio dos nédlos centre sobre 3 mens ecrescenteperileria (Castel, 1996). A novidade do sistema advem deel se bascar no contolo do conhecimento da informagio, pela que loeaizaaofsica dos agentes que comandam o process ¢smultaneamente ‘coneentrada, isto é tendea au aos nédulos centais,edifas, ito 6 ext Aispers,embora liga permanentemente em rede a parti dos ndduls cen ‘was a todas ap coescenesdreae que va integrando no sistema global Sets, 1994), ‘Consideram estes autores que a ordem global € ditinta da ordem in ‘ernacional, que tende a substitu, porque enquanto esta ultima € domina 4a pelo poder hegemdnieo de alguns Estados acto eregulada por conven {es imemacionaise acordos interestati, a nova ordem é dominada pela {ii "visvel” dos mereados, transacionalmenteinterigados, obedecendo a uma racionalidade econdmica que busca como supremo objectivoaumentat 4 eficénea do sistema, independentemente dos deseqlibrioseconémicos das desigualdadessociais que possagera Korte, 1995) ‘A instauragio esta novissima ordem global implica neessaiamente ‘que os Estados ocidentispassem de Estados-Providencia a mero agentes ccondmieos em busca de vantagens competitias nos mereados globus. S30 “Pu um deena as roi tm er epi epee © ™ ‘caouuigo cas cteu sons nilipls © diversas as hipéesesexplicativas e de previsto que decor teste posiconamento tric, Desss, destacaremos tres hipéreses pelo im pact directo que supostamente tm nos uxos migratsrios 1. 0s Estados ocdentale tender perder asus funcio de equaliz ores de oportundades dntribldores de riqueza que crescent ‘mene viram a sssumit durante “os ent gloriosos anos” que se Seguiam 2 Segunda Guetta Mundial. A ineistincia de Estados provedores de hens paliose garentes de benefiio socials ipl {1 que a exclusio de indviduose grupos se procesee alastre no inceiordesses mesmos Estados, independentemente do seu nivel de desenvolvimento e riqiesa" 2. Decore da primeira hiptese que o poder soberano de autodeter ‘minagio da comunidade politica consticulda em Estado-nagao € naretado pelo pode dos agentes econémicostransnacionls, 0 que rio s6 tende a reuta leptimidade politica 20 contol de quem tra, pode permanccer © pereencer 3 sociedade de acolhimento, como cercela a capacidade financeira do Estado para eficazmente texerer esse mesmo contol. 43. A duaship6teses anteriores impliam que ano repulagio¢ co trolo das fontszas pelos Estados envolvidos no process migrat ho permitih crag, a par do mereadogbsl de capitals, que se fssume ji exist, do meteado de tabslho gobal. A enuada em funcionamento deste slime mercado implicria uma cqualizao ades, tna claro que a populaio estangeira em Portugal écomposta por dis spmentos bem diferencias, de facto bipolaes. O primeiro seg ‘mento € essencialmente compost por nacioais de paises europeus € do Brasil, Evidencia um padrio esdencialdispersorelaivamente AML, ee vada ereentagem de trabalhadores por conta propia lauvamente 8 popu Tapio portugues uma esruturaocupacinal em que o peso das profissbes clentlieas etéenicas ede directors equaétos superoresadministrativos| Coloca decidigamente este semento de populagio estrangira no topo da ‘trator sécioroisional portuguesa. O segundo Segmento da populasi0 ‘strangeta€constituidafundamentalmente por nacionais dos PALOP e por tom subeoniunto, ainda numericamente poucosignfietvo, mas em cree mento, de nacionis vindos de paises diverss como 0 Zaite, Senegal, Pagustio, Roménia e Moldivi. Este segmento determina, plo veu peso ‘numérico, as caactristicas relerias para o total da populaglo estangel sits pnt, hr pote acta mus fo Ene 199. Fats pron teow rcemes ver por aemey Mabe, pnb 1996, 194,198 Pee, 1938 mab Tews Main be WE scmeetanmse a gue, evidentemente, se extremam quando 0 grupo & consierado isola mente. Grape que se situ claramente na base da exrutura scioprfissio- ‘nal poreugusa!e que ¢ prevalentementeincorpoado economicamente no mercado de trabalho informal, De facto, no ann de 1997 um inguéiio 3 populagdo imigrante activa revelou que 47% dos homens © 21% das mule res trabalhavam sem qualquer upo de contrat, Aeresce que a maioris dos ‘homens entrevistados cram provenientes dos PALOP e tabalhavam na cone ‘rugio civil, 74% dos quais sem qualquer vinculo laborl(Baganba,Ferio © Malhcitos, 1998) Salentese que esta grande percentagem de imigrantes 3 ‘wabalhar sem qualquer vinculo formal, revelada neste ingurito, ets em ‘onsonincia com todos os dados publicados na dlkima década sabre este tema (Lavamibs, 1997, Frang, 1992; Cota etal, 1991} Abipolaridade dos flaxos migratéios para Portal no representa pot si mesma nenhuma singulardade epecica do easo portugues. De ft, Aispomos hoje de ur conjuntosigificavo de tabalhos sobre cidade como "Nova Torque, Toquio, Lanes, Singapura e Hong: Kong Sassen, 1991, 1994, 1996, Findlay etal, 1994, 1996, Lier a, 1998) que consistentemente tm demonstrado que as migragis para ests cidade sio marcas por corten ‘es migratrasbiplares. A primeira coztente €comparta por mio-de-obra sltamente qualficaa, ligada a gesti, an nova tenolopas¢ 40 ster, at fda para estes ndulosceatrals do sistema econdmica por rans de estat in cconémica ede investigago centifiae teenoogic. A segunda corrente € formads por mio-de-obra que, independentemente da us qualicag, € stra pura estas cidades pelas oportunidades econdmlcasgerads parcial: ‘mente pla primeira corrente, para actividades que esencalmente nore dquerem qualquer tipo de qualfiagio expects, tas como "atring” impe 2s, servigon pessonls e domésticos toda uma pandpia de pequenos nee ‘0s, nomeadamente restaurants éenics, eparagies domestica atviades ligadas ao lane. Ou sea, asste-se a um rcrudescimento de actividades its lwadicioais, que apresentam como especieidae estar ser peradas pelos sectors mais modernos da economia e no mesmo espsgo urban. 0s impactos dos processos de globalizagdo na gestacdo de fluxos bipolares no tm sdo apenas documentados nas chamadsscidades glob 1 ainda poste dcunena wm eco seen ca ent nmi ands ‘Sinden rc speeding dscns consent ls Sein eon swt Joss dares aps mo pa cs ‘Nason de Mops inde ago he tend, uk “ Aesomage cas eens soca como Nova forge ou Hong-Kong as amen mam mero crescent de Sis topes as come Ameer, Pann, Bacon, Mog, ome cease stamens, Eo ine cpt de ces de UE onc carcertes similar sinds que als nada, documenta etprs a cade loa gute teros do ipo de fas migration, eral do de nsero comms dos irae, pelo uc pata ‘Sigurd rete segind rugs de Body Gendt, a denomina fede “sat loa ce” (Body Gendt, 1996). ‘saletese qu, em todas estas ids, un nimero crescent ei panes Soempeahasetvidads que ni equerem qualquer tipo de qui Eglo pre an guns os naionasrspetvos ao dementam pss asl ‘Sr srcgo, Net context dads acon estes ena eal ‘Eitupstes economies, a porns derbi west emento do ‘treated wabulh soa progress ivemateamentpreechiat for imguants kas ou scabularleament sss potent Grados de siuaacs de exporagao econémica ee excunSo soil para Tutor dor svon indian” Em sma, 2 maeadaholardae das sess correntesmigaéis parece cnespener um mated egravainto do fs, neat no {Recamcrne nels de remanerago, enable de empresas Scecahatho creo mercado de vabalno primo —essenclamenteaberto Senucionne sos niganteshanenteaiendbs eo mereado sec fim cm ques eamazadora malo das opotinidades de aba abertas ‘oe miganes ecm chad ester gra. O crescent deste sx ‘trom do mca de tid, carer pl ia preeizs, Beab Tine parca submersio na coor ema em so feuentemente “Shsdund como um dor impaco a sles da lbalizas consi ‘ento deta ina de ees tenders cxlieat actua miata para Port a seuinte os fim do peso Colonial vena de Forel mi CEEUE entutragorobsequente decom eaocaram Pore numa esttaa nao ie permite ops au um oro saa Europn tae lg suse parc copes como 98 {mados pt tcc, Ete eponcioarento perma iso pe Ste conetprm aa parte dv benef decretes esta nov os {Gol omar scum plo desscio migatn, ma “sta hy Tota hipsteve expla lvanta conto wm problems. De facto son permite pecepionar de ua forts clean ov movimestos de entrada im Foral cla talent miss no ue toea 08 momentos de sda :_ ws do pals que, como armel anteriormente,sfo numericamentesgniicativos desde menos dos anos oitenta —e,o que é mais relevant, so similares, {quer em termos de perfs econémicns dos migrates, quer em termos de Insergio Iboral nos paises de destino, aos vericados para Portugal As reflexes teicas sobre migragesintemacionaise impacts da gl- Dalzago, de que derivimos a anterior hipétese explicatia,apesentam uma lmitagao importante quando apicadss ao caso portugués, uma vez que pes tam pouca atengio 20 papel desempenhado pela estrturs institucional er ‘qu estes unos decorrem ¢ sao particularmenteomistas sobre o impacto ‘que as decisoes dos proprios migrantes podem ter nos atuais proceso tigratris, CContado, os rbalhos sobre migragies em Portugal indicam elaramente que as dinimicas migatias em Portugal si influenciadas pelos primettos insttucionais em que ocorrem [UEPortugal, Poregal/PALOP), plas este ‘tgiasadoptadas pelos agentes (por exemplo, as opybes de mercado das ft ‘mas portuguesas no sector da construgio civil) e pels actoresenvolidos, ‘que estio ligados por redes formais ¢ informats de natureza local € ‘wansnaconal. Ou como afirmou um imigante cabo verdana legal: “Qu ses pose dizer que as pessoas, em gral, imigraram com o sonho de Port ‘como um destin inca. Portugal como o ponto de entrada para pales ‘melhores entrevista in Baganhs, 1998), Estes factores sto contudo partcularmenerelevantes no presente con texto migatorio, nomeadamente, porque a actual estrutra legal relativa as migragbes na UE tende a promoverfuxas migetéris interns dos pa ‘ses mais pobres para os mais ics no interior deste espago (PortasaV/Ae ‘manhal ede Aiea e do Leste para a Europa do Sul (Cabo Verde Portal. Assim Sendo, e dadas as actus restrigGesimpostas pelos paises da UE 3 ‘entrada de trabalhadores de pases tereiros, as necesidadestempordtss dos segmentos mais balxos do mercado de eebalho desta regito nao po ddem ser formalmente preenchidas por nacionas de pases tereios. Po dem, no entanto, ser preenchids por eidadios dos panes menos desenva vidos da UE. Esa situasio parece tr sido particularmente favorivel 3 ‘mpresiros¢ empresas voacionadss pats a angalagio ecolocagio de mio de-oba ede prestagao de servigns que we especilisaram na subontatagao de mio-deobra nas repidesem que os custos do trabalho S40 men0s elev dos para as dreas da UE em que estes mesmos custs si0 mais elevaos, Aparentemente, este esquema funciona de forms efiiente, wma vez que & ‘conomicamentefavordvel aos empresiros dos vieios pases da UE env: "Yidos no processo(Alemanha, Franca, Belgica, Reino Unido, Porto) ww setanuigo asco sca ‘una porque reduzem os seus custos de trabalho, outios porque rede os eos custos sociais — lembremos que a Seguranga Social & paga pelo ubeontratador no pals de origem. Resumindo, a actual estrutura insti ‘onal da UE est a promover a tansfrénca de rsponsablidades dos agen {es econbmnicos dos Estados-Providénca mais desenvoleidos — em aue 2 Dprotecio legal eos benefiiossociais slo elevados — para os Estados Providencia menos desenvalvids — em que aprteesio€ os benelicios do {tabalhador sio banos,contibuindo desta forma para a redistbuigio do tusbalho deatzo da UE, Dito de outra forma, a extténca de liberdade de circulacdo de capi tai, servigs, bens e pestoss sem uma harmonizaco dos sistemas fiscas hacionas,cuttos seis do trabao e sistemas de seguanga social esté 3 doterminar uma sedistibugdo sgnfcativa de mao-de-obre no espayo da Ube simultancamente 4 minaro denorsinado “modelo socal europe [Nesta nova perspectia, mais do que percepcionar Portugal como de sempenkando wma posigioIntermedisia no sistema global e Lisboa como {ima “sot global city", Portugal devers ser percepeionado como uma plaea ‘ratirta que distribu importa export mao de-obraconsoant a estrus fn institucional em que opera, e 4 Area Metropolitana de Lisboa como 0 Centro dessa placa. Esta metafoa é mas adequada porque permite expicar onceptualmente a simultaneidade dos fuxos migratéros de entrada © de Sida que, como refer, caraterizam #¢ actuals corentes migratérias em, Portugal 3.2, Fluxot migotrios de soda Como € sabido até crise petoifer de 1973-74 ecesioeconbmica aque se seuiu, a8 politica de imigragio dos prtcipas palseseuropeuspo- diam caracterizar ne essencalmente como politias de “pores sberta". Ou Seis, durante a fase de eeseiment sortentado do pésguera, a Europa in ‘dutrilizada levou a cabo uma politica de recrutamento de teabulhadores ‘no exterior, gue incentives a vinda de vrios mules de migrantesndo co Imunitirios ede seus familiares ca fxaio fo faciitada plas necesidades ‘i mio-de-obraexistentes, elas possbldades de moblidade econdmica © Social que dat sdvinham para os nacionais, bem como, e sobre, pela Convicedo generalizada de que extastuacio era temporiiae podera ser facilmenteinvertida, uma ve revelvidos os desequifris conjuntrais do ‘mercado de trabalho, ow logo qve os iigeantes, amealhadas as poupangas seven cer ‘e necesirias ou confrontados com stuagées de desemprego,retornassem aos eas pases de origem? Porc ss econ wubstncialmente enol nest cco mig si imeeropen a pat de deat de 6, masa ine ure. lame eat una ez poate vn noe de Porsgueseabandnou pan ene 1960197, pnciplmente dies 2 Franc Alemanha Em Fang, als onde soe sexmaaoa mata dos cmigaos deste pero, nse conimica os portage pe se ‘eine cantaa pst tema concn ste liga dis sectors condo, ashe srg pesoise domenica -construgao ¢ obras publicas. aie = Nos inion ds anor, tional ates europe , ics oropens eepores de rmlode-obraptimcna now ecacam a uns onteas betas ‘novos inigramts como cram vos ncentvos at feta pau ss ales doi 20 migrates anenment a fads Esta modangs ns plicensmigatria dos penpals pl rica ates europea afin paialarente Porigl sna e=e mativou um eon sig atv de emirates sntevormenteraads em Pangaea Aleta ‘Arcee eta modangs oor cm smalnco cos Revlugia dee { coneqent ndepnncs do xcoldia portuguese Ale, Po ess que pommes oretomo sop de aroinadamene 0000s ¢ $10 ti lars povcantn om sbteatacme dope ee ‘Assim, enqanto om doimparioprvesra um aumento cut dor Jaco emi acta acre ects ineracional av rece 2 alent dla nimipanas nos pn as de ea ja emis portugues, mpeia emigrate de desempenha seu td ‘foal papel de "vara de escape" dogo ede wede scale spun {numa fase de scent eer econca apaentemente paradonal He mama stag ecmsimia to grave como aque o pas sraveaoy de 1975.0 1985" a emipgte portuguese lo eds i tic ee or xp Bw. 186 Ke ta 198 oan; apn apne Ra ooh ome ania ssn set pana endar aps tas ad ees ‘BeOS dren msn in tbe Scout sme oa a selene ts tae sons tena dapeado canes pelo conti, se tena mantdo anes partie {Erica dimovtos, Este aparente paadoxo demonstra bem ave os etgianis geo economics este psc eeporeseemisaes $6 por SPSE eum soviments itemacionis de tabalho. De facto, © como ‘Lanonto evo portaue,nextéca de hts mitra neaacio: Sts depende inaimente do salonamento plc dos pases enol Ton, iw eda eistencla unio de um cia insttaconlfavorivel © immense da fnga das tees migatras activa em ambos os extemoe anita (ra, no cas ors et conju de ares se nent nov smene unis parr de mcads dor nos test ura que emi {doporapuese vols a cress, mpulsionads pela “eagio eesturaio de ‘ccm par ns denon como oan da cma 2 Si ealzago deeds xistentes, como aconteceucom a emiaio fu pus Alana detox tasty, noes conde Seimetadeinteraconl de ebalbadoes crite curate de Por {him 1986 pure a Comuniade Europ, eo enmuadramento eal ex Felt ene comuniii em lg & codec de servi de lode Shen came £0 ca do "descent de tabatadores" na Alans" [Baza Feaoc Malet, 1998 49) ‘Com exemplo desta nora reaidadeemigatrs, que tanto guanto 4 literatura da espeidde permite svala peor una ingulardade ot true, cracterzmoscintamentes popula poreguescm Pl ‘eteuopeu em 1996, elgando dos apetos sun eleva numérica € “inert econamics don emizntesportagueses nos eseados de eabalbo ‘ses psn ‘Comesemns pela vith Espana, one em 199608 Portuguese in aradostuavam os 37 716, don quis 50% eam aalabets oun Ps: ‘Sits qulger ie de Wodlandafe e 36% bam apenas «escola en sieve de Maid na qu ein emagaora mara dest poe ian 7 extn ma ead conic ipa so segs dom ton return © hota, e constrain cle ohas publica ‘omen apo resin na Suge 137-081 iiants porapcses com tiles anais ov pemancats deride don quis 79.347 eam ‘Sommiamentestvos Dees 19% sabahaa na const 20% em ‘Sscragio chara, A mains deenrossszoais ne 1991 © {ove fa aprximadamentede 38.000 raalhaores. As estat para © snimero de imigantes Hepat vasa ene 20 $0 mil. A tcorporagio “omc quer eps aur de sso fase estencietnente mos 4 Atco css cues rs ‘sectoresecondmlcos acim mencionsdos — restauragioe hoteara cons ‘rugio civil e obras publica, Finalmente, na Alemanha viviam legalmente 130.842 portugueses, em 1996, dos quais 27% (35.327) chegara nos ulmmoe quatro anos. A estes portuguese hi que acrescentar todos aqueesdestacadostemporaramente 4 tabalhar para empresas portaguesas do sector daconstrudo cil e obras pblias ov para empresas de trabalho temporéio. © mimero de tabla Mores portuguesesregistados no regime de contrato de prestago de servigos ‘no Instituto Federal do Trabalho exa, no final de Novembro de 1997, de 21.481, representando 15% do total dos 145.000 trabalhadoresregistados reste regime. A herarguis por naconaidade ers sequint: pola, port ues, ilandess btinic eoutrasnacionalidads. No mesmo ano, em buixada portuguesa ea Carta estimavam que plo menos mai de 15 mi, portuguese se enoontrassem a trabalha regularmente para empregadores Portugueses neste sector da economia. Os sindiatos alms estinam gue ® mimero de tabalhadoresportugueses na constrogo sia aproximadamen te de 150 mi individuos, o que nos levata para ur total de mats de 100 rail ttabathadoresiepis, [Estes breves apontamentos sobre a emigraio portuguest a Europa, mais do que reveladores da magnitude dos volumes de saida de mlo-de ‘obra, que obviament tém vindo a ultrapassar substancialmente as 100 mil sidasanuaisindicam o ressurgimento de uma cortenteemigratiia tad ‘ional, ou sj, suas individuals modvadas pela procura de melhores con ‘igs econdmicas, tecnicamente reerdas como migrages “com objetivo: ‘efinidos e por tempo determinado" do tipo da emigragao permanente que ‘se venfica pata 2 Suiga, em simultinea com fuxos de sada de um novo tipo de migrant, os chamads trabalhadoresdestacados,indusidos por agentes ‘econdiicosiigados ao sector ds constraio cobras lias ou de agaracio de mio-de-obra, operando er outros paises da UE, nomeadamente a Ale ‘manha Mas o que estes dados também indcam claramente€ que a emigragio portuguess continua a ser, como no passado, uma emigasio econdmica ‘esencialmente constitu por trabalhadores mantis powco qualiicados ‘que vio inserirse, ainda que sob formas insitucionais nove, nos mereados de trabalho europeus, nas chamadas ocupagdessulas 08 mal papas, sla, ‘nas mesmas ocupagdes em que se ise os emigrants porugueses dos nos 60 ¢ 70, ‘Acxisténca de oporeunidades de trabalbo no exterior alteraram subs tancialmente quer as opges dos Uabalhadores quer ax dos empregadores = aguingio Hse CH goregueses. De facto novos parimeton nttaconsis,aomeadamente Serge concere isda ese de pena, bens ese eat Xb mercado cuope, perma soe empreadoes nacional los pet Rimes soy eco consi ci e obras plea das meat {crue demno-deb epoca ber tos conserves cole Sb scx on seu eects em mera de ton aes coments ‘De ene ov seco da conomia pres sets da constroo chico pin un do sectors em gio pacts deren ot ‘cri poceos mization dee pra oral 0 partulrent sale {Sr nomendnments no econo eermametoecoleaio da mao {bugs ten vind aera ex mss deeniaamente conse ccav opts um epge sprain ov cn «UE, ou no ea aco. De'acto a eta de Prtapl para Comsnidade Europe 1986, trovcen dy enormes impacto set soon, Primcr, are permit 8 ras prepuce ulconstar sss deta wo espa da CE em Conon com ste ens Opa gi an emp en apovara,alapsndo a on eats aor va sus So Tou gue partlrment depos da queda do Mar de Berne Sehoente unease em ead pra aquele pase or abalhar ‘S'Storem can von mare de tabthadores ores, teu {bao de-cba dapoivel nope. Segundo, simultancamente omc int depart deo cn a a interagio de Port an CE casa pr pa ome substan Stuns eowuura, do gus uma prte mt considerve tem sid pi edu em narra vse deeomicagi, bem oma ma consrgio Sette pablo, sunentan emporaamente nessa no60- fis de mao debra net sector ‘A combing destas dus sity aby mamonts oportuidades 2s may portpiens ibora este sto slgomas sya a ‘elu cablente do oom gc enetan se veisr eto no pals com> {Em aus ples da Unio ecorera, om Portas, eotetagies m0 ‘rercaoinformal, qe tment qt tees de firma de bean Tov ibondo no mercado informal cond pts sv empress nos ‘iii da Unit Europes neers do ous poping ot fr Mrlmentecnttad pars eo Tota situago criow nomerosss oportunidaes pata os iigants radcino eceatemnente hegdonsPortiga sobre aes melo Hana de Ls snd dso grandes obra pba ond mints Choenuimene dos PALOP, conse ums pate consider! da mio Se ove serena eames ws sh empretada no ects, eltand ofucionamento dees de nga calacagio dems deobra ana pra mirantes jo nserdos como ae tudo paras tecém-cheadon. Ext evolio pomoveu una ctscentc informaliaso labora eum popeiva subsume debts na sional ela mao-de ob mite, armenteeieniaa pls taser Gu tem vind scorer aeste seco. Ey reas aos emigrants portage a abla oss: ons nig ci da UE resales das entrevista ue tos estado a conduircom trees nstasitugi!* que sv tocapcs detects sos mess ‘bs emigrants dos anos sent gu ent pata ocd pra ana ‘Ouse iano se emigrant sc xt sar omen ps muvee ave omoo pais mio mas ¢ necro art po ans temp ase Simin em Frc O genet ef nen ne Sistas, € que den desta lies tradicional se eto a par ete ‘daria nv intirament ova de quo roto scare pe. ‘em nio ter consignee Reiosme,paclrmene Wansnaionallade ‘te caracterza «vd dos wbalhaores portuguese da consti cv {atahar no espaco da UE, eque por cles vada como este napa scones do novo espago em qe se mover uals Do que fc dit sults qua actuate dndmicasmigatiis em Por tual esto ser essencialmente determina por quate latores Os soos partmetoninitconas go reuam aces de poss, bee serigos no espago da UE. 2A rede de infrmagio e contacts gue ohm {Bante rec cheyados dos PALOP det em ectoreyecondmites espe! tos gee aracerizam por ines clevaos denims, Neng lnbral e elas de trabslo prsinay A wanstréen pees Pa sex curopeus de uma pate btn da og de abl domes ea ‘ee prporionas or ea tran ¢O fact des cul sin -preseta laos beets centmion caro pra ects dion © Sis, quer nancis, quer soialmente, nl eno por ese meson eo suscepti de desencaear presses suecnes da sociedad el para fo, ‘0 Gove a aerar sain cxsente nm termos de impacts socias, como afierei em trabalho anterior, situagso migratéria actual possui alguns aspects preacupantes, “aomead ‘mente os decorentes do facto dea substivigso da mndo-de-bra nacional cal eI cnr hb nai ta oe Shictethe ttle dems ot oe star a dar num elim arifcial de complementaredade, ito ¢ de aparente- ‘rent on tabalhadores imigrantes em Portugal estar a preencher vagas tao ocupadas ov abandonadas pelos tabalhadores nacionais, quando, de facto, existe, desde meados dos anos oitena, um profundo desajustamento nes emigrago de Poreuga a migagiocm Portugal Este desaustamento {feveae essencalmente so carter matrtaramentetemporiio das sagas (dos unbalhadores nacionas 20 eardcteressencialmente permanente das Cateales de wabalhadoresestangeros em Portugal. Como facimente s¢ ‘epreende do que ficou dito, os coos socal @ medio e longo prazo deco rentes desta situgao podem vr a revelarseclevados, quer para a sociedade portuguesa, quer para os mirantes ela cnvolidos, enguanto 08 eusto> ‘condmicos dependerdo pelo menos parcalmente da evolugso que se ven ‘Tobservar nos fuaos emigratieios”[Baganha, Ferro e Malo, 1998)" (0s dedos apresentados oferecem igualmente fundamentos razoveis pata prevero seguint: daa a exassex de mao-de-obra nacional ltamente {halficada € de prever a manutengio de oportunidades econémicas nos Scamentos mais clevados do mercado pata os novos migrates Se a en ‘lenias detecadas se mantiverem estvels, estas vagascontinuario a ser Imaiortaiamente satsfeitas por europeusebrasiliros. Além disso, acon tinuat a venficarsecresimento no sector daconstrugi,seré de prever a ‘mamutengao de uma corrente de imigragio dos PALOP que is concorer fara sumentat 4 economia informal portuguesa devido d auséncia de egulagdoelectiva do mercado de tabalho nacional efinalmente + manu: {engdo de um fluxo substancial de saidas de migrantes ¢ trabalhadores {estacados para este mesmo sector de acuvidade. Por sua vez, manuten: {oo estancamento da said de trabahadores destacados dependers es encalmente da vontade politica dos goveros da UE de harmonizarem os Ses sistemas fiscal, castor socials do trabalho e sistemas de seguranga Socal nationas e da sua capaidade de definiem uma polices comam de tmigraeio, tatefas que ¢duvidoso venham a ser realizadas num futuro rela ‘hvamente proximo, ‘Ou sci, a curt prazo no € previsivel que a situacio de plac iratiia aque o pais detém neste momento em termos de redistibuigi de mio-de ‘dra no espago cuopes vena a er significaivamente slterada ou se quise fem que Portugal deixe de sero Sul para a Europa eo Norte para a Aftics, spa May, 96 ae, 96 a Pt A 4. Concluséo Como fer antriorment, um do ais consents de sbe- tana de um Exadonaio¢ oS ont qum pode ete permneet tora ere ubsqucnteentepertenee sooo naeal No exe Gio deste diet, o Estado pomuig nemeatalepsano ue vs ren limentarosseints apts dag indo cong Etao asl sea permet agua de acai ep tr porguc assim é quale politica miata em qe tentrreoher dua quests de atures alent divers, Uma € de carter quanta tv, sto quanto migrants deve o parece, tn € de cater Aualtaio,Ou sa, al deve sto el esas pessoa. Como siento Bors (1996) 3 plies ser implementada depen do bem-evtar gue t= pretendepromover 0 ds acon ods imigantes, odo sto do Indo, ot una da poste combiagies fests ts ‘A nilise do enguadramento lea adoptado por Portugal par ta on fuze migatros permite verre o governs prviegiew ost tear de prots mipati exstens, ne egw de tcode smn ‘era e com preocupdeepredominantements humanierissov pelo Sempron ua eset geet ose dr tuinagiopostv em relatos nacionss designe pale, ons be loge trem cay, de asd cm ern creseimento da economia clon ‘At 196, dt dk Replssgso Exaordinii Inigrates eas cnaudrament ll plement pr pula oon mie to ela nequioemente go sero lps celeste to re Supa dae ops apna tin xiao grants po ‘enscnies de pies de ing cial ponapese. Eo gue ete mals sien ations non mecaimon ep de dictiminag oa em io men aca paps evn, ri ‘mene 2s imiraies don PALOP, crs snnis. de qo am presen em {erro nacional ra telereendeendcatement evs mena pcg Ser legal ou legal. Ou aca, aera de serio no epago Schengen tonsegcrement tr whnsamt asad pus do diet oben 4 conto da oncas nacional facto € qo Portia eo, nee dhe smo de sor com oes inerse ro snatepon es nae Sides cons i sonoma co amb fra en en Fels les plies npr Ban 199, Baha ea, 20 a scxomungo ca ce Sons ‘Convém nota, contudo, que desde Margo de 1995 a entrada em vot «da Convengio de Aplicagao de Schengen fes cesar a exigtncia de consulta tevin obigatiria para a concessio de visto aos nacionas da Rusia, Ucrinia, Roméniae outro pases do Leste Europeu, o que, conjugado com iberda: de de circlagio no espago Schengen, potenciow ainda prs o noo pais de tmigrntesprovenientes dest eto. A revisio, em 1998, da Lei de Entrada, Permanénca, Sada e Alstamento de Estrangeirs do Territrio Nacional (Decreo-Let 244/98 de 8 de Agosto), o alarar o dmbito dos mecenisnos de repulrighodessigranes legs tomou Portugal um pats mais tractivo para as reds de fica de mio-de-oba. Refro-me muito especialmente 20 “Arig 88, que estabelce que "[Elm esos excepcioats de reconhecido inte fesse nacional ou por rashes humanitias, 9 Ministo da Administragso Tera pode conceder a autrizazio de residénca a cidadiosestangrros {que nib preencham os requnto exigdos no presente diploma’. Ao abrigo deste regime de excepgi € posse! soliciar 2 emissao de um titulo de rs ‘decia, vido por dts anos erenovivel por petiodos guas|Astigo 83). (que interessante notar¢ que, sob o impacto conjugad da adesdo de Portal 3 Convengio de Schengen eda enteada em vigor do Decreto-Lei 224498, a imigrago ilegal em Poregalcomoga a slrer algumas mudangas significativa, De fact, a migeago legal paece estar a passa de um Hx Tmrioritrlamente constituido por movimenton volunttios ¢ individu, aseados er rees migratciae activa, quer em Portugal, quer nos PALOP, de tipo familiar ou de visinhangs um uu composto, em niimerossgni- featvos, por imigrantes cua entrada e permangnca se deve a eds det fio de mdo-de obra extrturadas a partir das zonas emissoas (ow distrib dora] Esta mudanga ext assocada A deslocapio das principals zonas emis sors ou dstabuidores dos pases de agua ofl portuguesa para os pases do Leste europe, regdo a partir da qual se estruturam as principals redes de tuilico de mio-de-obraactivas na UE desde os ineios dos anos noventa © ‘bviamente a inefidcia dor instrementos de eatrolo do mercado de trai Tho nacional clo da actuagi das autridades encarregadas dese mesmo ‘contol Sob a presto das denincis de vtias ONG'se dos Ggios de comuni cago soil sabe oclevado volume de naconais do Leste Europeu no mer ‘do de trabalho, e sobre ae varias formas de exploagio de ques frequen temente vitimas, bem como soba press da indistria de turismo e da cons ‘truco evil e obras publica para 9 recrutamento no exterior de mao-de ‘bra, tem-se indo a bservar ta muudanga muito sigsficativa no mereado fas ideias polities em Portugal, mudanca que esta na base da autorzagso k acon ss egos rs legslativa que a Assembieia da Repiblicaconcedeu ao governo em 25 de Jutho de 2000 pata altrat 2 Lei de Entrada, Permanénca e Afstamento do “Terntsrio Nacional Seré que soba pressio dos agentes econéimicos naconaise das redes *sJobas” de trtico humano estaremos neste momento ¢assstir a uma smudancaestrutural nos flsos migration dee para o espago nacional que ‘0 Estado portuguts alo consegurscficazmente replat, vindo + dar e4zio ‘0s arautos da glbalizagio que comesimos por eicar no inicio deste x Talo? Embora 6 daguia don ow tes anos tela pssivel responder a eta perrunta, tendo a crer que as fonteiras nacionaiscontinuatlo ser mecs nisms efcazes de exclusio, ov sea, linhas avangadas de protecqdo cola funsio nio é sla o pais ao exter, lmpedindo a entrada de todo equal ‘quer estrangeto de pases tercelros, mas sm permitir uma primeira tiagem dos elementos que, de entre esse imenso grupo, poderdo no futuro vir & erence vociedade portugues ou dos elementos que coajunturalmente 0 mercado de trabalho necessite pare garantrocrescimento da economia na ‘ional, Em sum, analisados os fxose as dindmicas migratorias de © pars Portugal nese tkime quarto de séeulo,penso ser eazoivel concuir gue, apcsar dos processos de globalizacao econdmics em curso dos seus vires lmpacios dsrupios, a conceptulizaao do mundo como wm sistema in termacionalbaseado nos direitos soberanos dos Estados-nagio€ ainda aque- Ta qe melhor permite compreender os actus procestosmigratios inter. nacionas, Coneequentement, da forma como as democacias capitalisas ‘anipularem o contoloe repuatem os Muxos migratéris nas sus froates as depende a evalugio dos fuxos migratériosinternacionas © o acentuar ‘ou atenuar dos desequifrios geo-econdmicosexistentes Reteréncias Bibliogréficas BAGANEA Mara oss (1991, “Uma imagem decade! 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Poplaion ovement. 3d pasting Nowa lrgue CMS, [981 (1989), "The Nex Wave: Migaton They fs Charging Wn zraianal “iin Review, 2313), 408480, Fe soc ese rene I MAL-ESTAR, RISCO SOCIAL E POLITICAS SOCIAIS ae — idee ae CAPITULO 4 ‘Mal-estar e risco social num mundo globalizado: Novos problemas e novos desafios para a teoria social Pedro Hespanha 1. Intredusio. As estatsticas mundiais mostra que as desigualdades na distribu ‘oda rqueza esto a reforgarsee que, apesr da intenslicagdo dos fos tunilsis de capital ede wabatho, ds extensio dos mercado, da lobli. ‘sodas politica e dos progressos nas comunicages, a8 oportaniades para ‘melhorat os padres de vida so cada vez mals inacessivels 3 maria da opulasio. E isto € tanto verdade para os pals do Sul como para os do Nore. A tendéneia para uma progressivs aproximagso da estrutra social dos paises Indystriaizadosestutrapolrizada dos pases do Sul, caraceizados ainda ela diversidade,indisuinga einsegurangs, um dos tagos que Ulich Beck {em vindo @apontar como distitivo do captalismo global (Beck, 2000) Paruicularmentevisivl na configragso do empego, cada vez mais prec tio, descontinuo e informal, fenémena de polarizagio social a que este ~~ te sciomipo tens soos modelo tem dado Iugat — fenémeno que o autor designa de "baslzagio" ett a atingirmermo os pales que at aqui constitulram os bastibes do ‘leno emptego“Paises da chamada pré-modernidade, com um elevado peso {o rab informal puriatvo, podem reflect a imager do futur dos ‘hamados paises da modernidade tarda do centro” (Beck, 1998: 219, 2000: 53), Eque "a tansgdo da modernidade para a modermidae tarda pode ser ‘sta como ume possagem de uinasocedadetncludente para uma sociedad Cacludene, isto €, de uma sociedad cua tics dominante era a asimila ‘loc ainorporagio para uma sociedad due separa c exc (Young, 1999: 7), ‘ho relaconar exelusio com violencia, J. Young sustenta que "a privagio {xénica pode conduc os pobres ao erie, do mesmo modo due a ansiedade face a inseguranga pode leva os que vier bem 3 intolerdnela © pereps ‘a iid), Levando mai longeo argumento da polaizaio e da ise fang, Marine Schumann chamam a atengio para a nova face dramtics {que mundo contemporineo ests 4 assum: 3 cescente distancia entre fos epobese as explosbes cadaver mais incontioladas de violencia estio {dar lugar a uina nova estat de "eparheid soca”, com a prokeragio de condominiosfechados, miliis privadase sofsticados sistas de vg lincia peta peotegerem cs muito eos e poderosos [Marcin e Schumann, 1996), Face um sistema econdmico que dest otabalhoe produs dese prego, pacce estar a quebrats, nesta era de capitalismo global, a alianga ‘istviea entre a sociedad de mereado,o Fstado-Povidenciaeademocracia tue fundou » projecto de modernidade do Estado nacional. E eonvém lem brat, como faz Beck, que “a estetarelago, no Ocidene, entre o eaptalis- ‘mo os direitos fundamentais politics, soclase econdmicos nio consti tums “obra de benemerénca” que, quando néo temos dinheio, podemos ‘dinar de praticar O eaptalismn socialmence “amortecido” fi conseguido, fem vez disso, como respost experiencia do facismo e 20 desaio do co ‘munismo" (Beck, 1998: 97) (0 proprio modelo social curopen ext hoje sb ameaga. Os regimes de bem-estar eas formas de Estado-Povidenca que tém sevido de suporte 20 yeciio dos divitos de cidadana sao alo crescent de citiasecomegam, ‘Sater eformas eade vez mai profundas, Portugal «outros palses da pr feria europeia mostram as maiores difiuldades em acerta 0 paseo com 0s ‘seus pareeiros da Unizo Eurpeia na construgo de um sistema cfciente ‘euitatio de protecgio socal As expectatvas de eriagdo de um moderno Esta Provincia limenadas com oderrute das dada em Portal, tm Giei em Eopanba parece exo desicere n ene eda de as mages pleas oss ul ysl plana resent Sox feos cmbinados do aura eda subside uc os faa oe Sposa 5 propos Roumralon, 1995) Exatbo aumento do mat stare dis ul av aig aa ams das da popula dese ates socio loa? Em que cones «para ros socials poser ext fomeno csi tab ne ‘prtuniddec no apenas ums sme! Qual papel a ants inna clon o desevamento de ws plies soa dobl? Etro aguas Seveades mais protepias devi facts qué dexapareccam ou ue ‘unc exam na soidades cena! uo verdad papel da so daredades primis, da fama de lec, do pars, dv chemelsmos steps mecesadessocne! Oi epee "ota brovidéncia" Ed principio da rbsdaiae’ Prone vo a toma do Eo Provide em Foret is alumas ds quests que aber boda © aprofundar mare so abe os problems es desfios onto sori socal pes menses Secs da obazacsn conceni a av de campo problems fave exe guests aca ea innfcn de eon copes eae 2s de suport um conhecment sil aequao eto aeons Tecara ambien € imitar ane apenas algunas dacs ques Nas pins ques segue aiedaraeé a problems de lblza = =r—C ‘lato ene gobazaio crac soil «dos cease de pros el do rico soil oda tendencilconepenci dos moka de plc so tia, port, od lbs ed euepetaro” da acca pon fest dos smn eto sere spb eas desig ota rise social 2. slobelizas A teora socal tm vind a dar conta de que a novas formas de que se reveste 0 politico eo social nas sociedades contempordneas difillmeme se ‘enquaam nos padres da modersidade. As designagoesuliadas parse "actrizar esta fase das sociedades podem se dstntas —modemnidade ta. Ala, pés-moderidade, sepinda modernidade, modernizagso telexvs, no ‘edad aba, lbalizagi cultural, localizaiosocedade do cnhecimento da informagio, ete. —, mas na base de todas cas estaoreconhcimenta de aque incetez,opuradon ors marca fro dsb nsssscieds $00 it pannpe dum peso de eens cde crises, qe odes ser ehurada pau poids de cote pounds Se stra cia a0 Seen tempo acompentis ma ceatidae Soil patie rae Mente nov contin, segunda alge tres o ee de ua verde Sra wana patent cm cus [Sao 1998: 258) Oastaamentod isco scan contemparanidade reais se om semerginc denovos ares de nesta de impreisbliade ue cp imeltaelmente a capsid de espana to gua dos istemas ‘SiiutowalzadonSotede de ino, mo pasar aor dsignadss por, dsnguens ela pesengaceacent deconsequéncias oe a nin esd a procs de odernzaia cpl perio iteniang sas modangas tinge oss sera da aia radozem mum estuer dos emuorno das oeporian que prem extra 3 lgies Seti dened nares, clases, tra, mpeg, police pedo ‘Sahcamest eno, A ria ica 2 expstasnstconas Gpocn ante detaram de sr cnvincentes (Bok, 2000; 21) as desig Sieh at usm opens por renga de ae, x emplraio de atures ‘tmouae nal conomieamente inset separa de papier mem emule etm de ser “natura secede sari vabicow ‘Cheam desempngn esl 080 plied cca reds 2 8 ‘read. Toremene associa prod dancers ed iso esto fed da pbslanie, ented ee mma sepio pattie no epee Sermo uma crescent inerkpendencn te oles nacional ae ome ‘Sau vedas destertoniagn do salle do pole, no Sendo em {rs wlnelznn ene soaedale Estat swidvanesndoe wane Sendo medida quso formas de acta sociale conic, eUabalho edi, dem de te: ust Sento do quar Go Estado. ‘sera econsmcn, + destetorialzo signin que ont pe dex ino cl eprops gr rar oo Pde regula don xaos nasooas © 8 petal don sind nachna ‘Sum, poprcom i cmpesa qo operam 3 xa lal codes mas ‘usw, qet em troy de cnton aa quer deena eis Do ido dota a dserorago vem pomover ire soe ds {hutadore onde catam opel de enpeg na eae mune dos meee deposi, ou forge ruts tanto ‘roweou abuse de og de aba baat em todos ents do ound como promoveu as migragtes em todas as dirogtes” (Dupas, 1999; 21), sinda que ae reconhega serem as migrages internaionais de abo, ain- 44a hoje, muito mais imitadas do que a migragso dos empregoe pars te- ‘es ou pases onde existe exceseo de fonga de trabalho. ‘As crises em domin6 dos aos 90 que envolveram 0 México, Tailinds, ‘Corea Rissa eo Brasil vier mostrar como agestio ecoadmica nu ‘mundo globalizado se tornou numa atvidde tio diel eamiscadae como ¢stes pases ndoestavam preparados para agentat os choguesprovenientes de mercados globsis. Num ambiente onde escassea a tansp equidade ea chiciénciae onde as decises ds investidoresoscilam rapide mente ao sabor de metivagdes de cure prazo,o eapitaltorn-se altamente ‘oli eos povernosincapazes de impor a su retitad (IMF, 2000-11), A relagio entre o capitalismo glbalizado e « miséia do mundo tem sido objecto de abundante literatura © ndo menos estudoremplsicos (ver, entre outos, Bourdieu eal, 1993, Chomsky, 1996, Chossudowshy, 1997, Husson, 1999) Para Michel Husson, a miséia do capitaliemo deve-e ao fact de ete ter perdido completamente a sua legiinidade como factor de progresso Uni versal. Centado num nileo duro, funcional econforme asses exgtncias de maximizayio do Incr, o captalismo poe de parte aquelessetores que ‘io consegue submeter 3 sua lgica, mesmo que neles exist gritantes recessidades pars satisfazer:¢ peferivel ndo produse do que produit sem uct, recorda Husson 1999: 9}, Em consequtncl, os setores menos com ‘ettivos das economias — como € o caso da pequena produgio agricola {familiar em muitss partes do mundo — sto paulatinamente nevralizados lid: 107, ¥ quando, por ello da bata de pros dos produtosglobais, 0 ‘aptalismo incorpra novos mereados que estavam a margem Jo consumo ‘or falta de poder de compra or exeimplo, na Africae na Arnie Latina ‘onde se concentra populagio mais pobre, flo sobretudo através da ex: nso de consumes nio essencais. Assim, @ eapitalismo funciona como Juma enorme masuina de exclustoexerendo uma tagem sistematics entre sas camadas soils eas nas geogriicas para rejeitat tudo o que ndo pode fnegrar na sua légics, designadamente o desemprego as excusbes nos aises cos co cescimento do sector informal nos pases pobre ibid 117) [No entanto, este processo de difereniagao operado plo espital numa sonoma slobalizada € muito complexo, Na formulagao expressive de Octavio lan, “globalizagao ria com integragio e homogeneizagzo da ‘mesma forma que com dilerenciaga0efragmentago® (anni, 1997. 42), 0 ‘que nos superequea dalctica da integragio vs. ierenclagdofexcloso con tis um exo fundamental da lobia. O que parece importante eter € {Tiki de que srovetamento dis opotuniades eta condiionado pela “isfonbiidae de econ mates teolgios ogantation ede ae see pomidde de eeuros et deinen repartid pelos pos Sou ep panes id 13 © process de marginalagio de aps camadas de roplaio, ue resents um prt uation caso dos ples da pei oman ‘iguamente vise no pases do cen, cobretado apart dos anos 8, to com dias contrac com no can ds EUA onde evens Sov um fre recent at desl, No extant, o mpaeoe do Stace de ltalizaio nos nn exnn no Ambo ds vr pubes Tcmolidon Diente pats de etrrormeno oust de ssc “Serre tio els derents no que eancee so pe de exlsio Seal Dupes id 194 Em todos os pales industizados tense verieado wma pofanda crise ns sera de enpegn, pata gal concrsem a bala, ‘Cerrerecio Infostl 0 enveerimentodemoplcoe reflexment Or cancun ver mas pesos somo eras oes Sc Tethacthe, 1981 Eaping Andere, 1996 Enguentoo empress ‘ina Sobre nus epi de ine open nda ora ‘Epos de detnistalzadn ese empreny eel ns sens frogn de ura process patallo de eating. As manfesands mais “rivets dss crne sd sumento do sempre de lng drone gene {alzago decmpep precios, dls endmenos gue so fesposives pels Cronos selma rou ua pte Sa uve da ppuloco —o petro mas comus aa Europ, o segundo mas ‘Stu nos Ets Unido As consequenis dss dinamica pti Imment ratio para otabalhdores suaiiados que oepsvam em fregspemaneme ben remuneadu equ no conse mai eRe. Tarun now ene as mesmasconigoes, Por sua wea nanca Inve edoco ou ening de plitess ede equpamentes pubis, 0 sue coves, po sua eum mento em esptal do deme. Como ststenta Ming, 4 tenses cas os deeram pepo hod una mvc debts omasio ecco, ma rete ‘Eopomuntads de emprge qe nto oererm grant adoqnda de ab Isobe slr conigiesde bal capans de lvoe incr lens © hrnura dine pesson emia em evi nese seid 2 ‘ie dn crmpep se wanton u e soc” [Mingone, 1938). Simulaneamente, assis a una radia alert da conelago de forces no confi ene abo epita Um novo regime de acumelagSo Inensiva de capital vio redune a orga dos sindicatos eo desempego ext tural passou a funciona como o principal mecanismo distiplinador da fora de uabalho. “Em tlumainstala, que comand a flexbizagio do tabs tho edo trabalbador€ um novo padeo de racionalidade do proceso de re: prog ampliada do capital, langada em eal global” (lana, 1997-189) Aleiildade das condigies de prio colocaotabalhador numa si ‘ode grande istabildade,sendo cada vex mais requentes as wees Taborais que combinam perodos de emprego com pelodos de desempres> ‘ emprego informa, ‘Ocrescimento da economia informal contribu iguslmente pat pres sero decinio da acqao sindiel. Cumulativamente, «crescent difeenci (ode estatutos de trabalho tornow mais diel a oranizagio das exruturss Sindicas dentro ds empress (Dupas, sid 54), Ainda auras rds we con binam para conduzir ao mesmo resultado: redugto da proporgo dos oper: ios no conjuno dos trabalhadores empregados,dfculdade em sindialisar «quer os tabalbadoes de elevadas quaificagdesquct os tsbalhadores prec tos reccosos dos efeitos do seu envolvimento na aco colectiva,decadencia da culeura perdi, inalmente, a prprialobalisago, ao eduzira ma. gem de manobra dos sindicats hem esruturados esala nacional (Duns, bid 55) (0s apectos mais salientes da questi social, vista esta escala mun al, sio muito diversose complexos nas suas imeracoes. Octavio Lenni, 1a sua reflexio acerca da sociedade global efere-se a alguns dos mals sa entes,precisando que eles se apresentam frequentemente mesclads, com binsdos ezeiprocamente dinamizados [lnm 1997-156 dexempregn cicico esrutural, rescimento de contingentesstuados na condigio de subclass, superexploagio da frga de aba, disriminagd racial, sexual, eiria, politica ereligoss; migagées de individuos, familias, grupos ecolectvidades fem todas as dieepbes, através de pales, regis, continents esrquipels: ‘0s resaurpimento de movimentos racials, nacionalistas,religisos, separa: Sstis,xenblobos, racists, fundamentalitay,miliplas manifestagbes de pauperisacio absolutae rlaia, muitas weaes verbaliadas em termos de pobreza”, "miséria”e "fome” 3. Os proceasos de preduséo global do risco social Imporea apresiar mais em deta os modos através dos uals globe lagio interfere com a prodagio do nico socal, os sca, com a produglo de u Accom soos factores que alterem a probabilidade de ocoréncia de desiguldates, de Imarginalizagio ou de excisio social. Delendiaseacima que oapravamento ‘oreo social aur mundo plbalzado deriva da menor capaidade de res posta das sotiedades através dos seus sistemas insticucionalizados de Protec social, mas deve ualmente terse em cont os fenémenos desis Ue maior exposgio ao sea — on ve faze aumentar a5 desigualdades, a ‘marginalisagso es excusto ‘Goran Therborn, wsando a nosto ampla € multidimensional de desi- _paldades desenvolvida por Amartya Sen — a desigual capacidade de uma pesos cumprit as fungics ue o sistema social valoriz (Sen, 1992: 4) —, $isernatiza a mulipliidade dos cet da globalizago sobre as desguald tes em torn de quatro mosanismos fundamentas: a produtvidae, a8 es- truturas de oportunidades, 0 poder e «comunicasio [Therborn, 1999: 88) ‘A operacionlidade desses meeanismos teria aver com o desenvolvimento teenolopcoassocado a prpraglobalizgio. A prodtvidade srs libertada dos seus constrangimentosambientas(energa on matérias-primas 8 op0" tumidades de negocios seriamnampliadss eos mercadosalargatos pela ed {fo dos eustos de transporte os Estados veriam aumentada a sua capac fede intervengo e,obvimente,« comunicago ea diusio da informagio Seviam facitadas iid 75, Assim, agloalizgio envoleia esrutrss de fportunidades mals amplas formas de comunicagio mais extenssse, 0 Incamo tempo, tera importantes efitos sobre a produtividade e sobre 0 poder. "Nun sistema econémio em que o mercado mundial constitu o prin cipal motor de alocagao de recurs, de distubuigh de siquera ede prod {Ho de novas oportunidades, € importante reconhecce que as desigualdades ‘Bo foram inventadas pea globaliagdo. No entanto, a pobalizago pode ser Tesponsabilizada por ampliiar as desigualdades geradas pelo proprio siste tha capitalist em vez de promover a sua redcao. 7 Hoje resins fang do xa Se guess cio cone n te at a stn ote oy amet ss ots es a SESS sKepeonts¢redlese's ve ar cnacpencon ce mde as Seah cco tcmaese mnnaa Santen ertclrmente e ‘iene amps, ‘SteVletendnene posta So acl fede tno palomit, ¢ ‘ocinedeconfence ata pl tami tr complemen mina m0 90 fers r an om pm oa te for ee te {Stk paps ean aro conta ano 1998 08 TY nee we enim ” Segundo Theshorn,o proceso deglbalzago, através dagueles quatro smecanismos fundamenais, tende a benicar a) os indviduos, as classes fu 0 sectores mais producivs, b aguelscapazes de aumentar a opotan Aades, designadamente através da extensto dos mercados, ) os eapazes de ttlisarasinetuigies e as medidas de politica ed) aqueles que disponham {de mais amplas competéncias aa dominio ds conhecimentos eda eomunk cag. Esta argumentacio acerca da eapacidade dfrencal dos indiiduos © os grupos pars aprovetarem as oportunidades nio ¢ incompativel com o ‘econheimento de que certs cleios de iguaizago se possam ter vecado 2 escala mundial. Por exemplo, no que respita & produtividade, 0 autor tele a expennca europea de redugio das derengat de produivdade agricola entre pases eregibes, durante asdécadas de 0 e 60, na sequénc 4a inurodugio ampla de melhoraments teaicos [liga a processs de i duserilizagio,racionalizagéo agricola e urbanzasio), para admitir que @ lobalizagso da produtsidade apicols bem pode representat no ftir um len igualizador ascendente (Therborn, 1999: 76) [No entanto, parece prevalecero efeitoamplifcador das desiguldates no capitalism global 3 medida que este se expands e aprofunds,e ito por fongs das suas propria contradigoes: de um lado, a contradigo entre a ne cxssidade de concentraio do capital ea de fragmentatio dos processos de ‘proddo(dalétia da concentzagi vs. eagmentags},e do outo, a con Teadigdo entre a neessdade de abtr trabalho barato ea de expand apo cura de novos mercados consumidores(iléctica da excluso vs. inlusio) [Chossodovsky, 1997: 17; Dupas, 1999: 195), precisamente a procura de efcgncia ¢ compeitivdade para con aquista de novos mereados que conduz a processo de fagmentagio da po duo, Ete opera por intermédio de uma serie de expedientes — como a «extemalizgio dos custos,ofancsing, subcontratagio ou a informalizagio que asseguram o controlo econdmico dos sectores jurdicamente sutonomizados relativamente& empresa-mae. Os estudos sabre ab eadeias Drodutivas eas cedes de empresas do capitalismo lobalizado most que ‘6 aparentemente a fragmentacio d produgso ca deslocaco das actividades [ropriamente produtivas para os segments peifrcos da eadelaafectam a ‘utonomia das grandes empresas wansnacionas. Na realidade, através de "um vast conjunto de expedientes de dependenisago eda reserva da dei Ses extratgias de eaptagio dos mereados, clas contolam toda a cadeia produva e determina apace de cro que deve ser dstibuida em cada elo da cadea [Dupas, bid: 51), Na sua sndise do sistema de cadeiasglobais de empresss, Gilberto Dupas identifies as diferentes fases do proceso pelo qual uma grande quan- » -Axouuico tasers seems tidade de pequenas empress aimentam 2 cadeia produ cental com ‘sto flativamente bainos. & lrequente as cadeiaeglobas estar forte tent fagmentadas, € medida qe se carinha do topo para a base elas [presenta-ae cada Vee mais constitufdss por segmentos de grande Nexbi- Iidade no empicgo ot mesmo dominados pela informalidade®localizados ‘em pales om repides onde o tabalho€ abundante e barato, A estatégia de feduglo dos cstos usa fragmentacio para deslocar os segmentos mais Intcasivos em trabalho e de menor qualifiagio pars lealizagdes mals favo Diversosestudos tim sido eitos para mostrar como alga das cadeias aba alecta a qulidadec»quantidade da ofere global deempregn(Dupas, {id 197), De uma forma gral, eles mostram a afirmagio de um conjunto de tendéncias que apontam para ma crescente desquaifieagao do empre=> labalizado o empreo directo est a dar lugar a formas de empregoindizeto {eontratos de prestagso de sevios, subeontatacSo franchising, ex, actia ‘io deempregos qualificados pere peso relauvamente& de empreqos mio ‘ualficados a llesblizagio tornou-se urs padrdo para 0s novos empreRos, ‘recurso 20 taba informal na base das cadeias tem aumentado progres Saldando-se, em geal, por um agravamento do desemprego formal ¢ pela fexbiliacio inseuranga do trabalho, o sistema de emprego que se ‘td insti através do novo modelo global de producio representa um Sgzavamento do rsco social e da exlusio para um crescente mmimero de ttabalhadore espalhados or todo oespago mundial. "Enquantoseeccion, reduz, qualifies —¢, poranto, exclu! — no top, anova lca das eadeias 3 mesmo ode nota ax mem cri eh ot has : {in spect ingot gma etiam eng sx vs ear in go fe ‘sinter erin a eae ‘rancgenr num ste prodtivedeconsotada. No cao da subcontenain por exemple SRNESLOTE ceca prc net em an Senger caente derenpnsole et po teas ncanetas ou eas rome o cu ota nel hemi fn pens abies sms pels as entaaos inca na bate trabalhadores com sliiosbanos econtratos lexis, quan {0 nio informats”(Dupas ibid: 71), CContrariando as expctativas dos anos $0 ¢ 60 de que os paises pobres tenderiam a aumentar em riquez, emestat e poder, realidade vio mos- tar que project de desenvolvimento global ficou truncado e que extensas regis da Africa, da América Latina da Asia edo Leste Europeu ttm vindo ‘ser abandonadas enguanto locals de investmento desde os anos 80 es: to, progressivamente, a deslgar-se dos pases ou rgises mais desenvalv {as ou de maior erescimento do mundo (Petrlls, 1996: 70, Santor, W.-C, 1999: 163) ° Em contrapartia a globalizagdo tem vindo a intensifier 2 negra tcnolgies,econdmicse sorioculeral da trade dat reioes mals desenvalvidasconsttutda pels Estados Unidos, pela Unido Europeiae plo Tapio e paises do Sudeste Asisico ‘As economias dos pases peifricos tomam-se poucoatactivas 20 n+ vestmento mundial pela sua baits produividade. Os novos emprenos fe dos peas empreststransnacionals subotdinados 3 gia das eadeas de pr porunts, ao desenolient de pliant especialmente 0 She ds renpelto 8 eondugio dst plese de combate o desempreg © de fromogio da qualidade de expe Var, 1997, Hespanha, 199], 8 eon {Sisoes a que seis sudioe mostrar ve, também para 40 das ol Casde cope, comunidae eonricseropeia assume uma pain de tmtemedioge cae determinate bls eas determinate nacionais {Thos desxompomee como ena deplitens de eso fe mprinei ug a us psiio de ntermeingo permite aspera acon {Igdes ndspenscs prea rprdusio dos itereaes do captalismo ans nuchal epesetato polos vlbose novor stores loa que compem ‘Stes nternaconas ce segundo Tiara ua pois de eulagio Permit pan ae as dectus lang pats planes de eo poe 0 ‘erapreg produzam wma influcla dirsta sobre as poltcas de emprego ‘os diferentes paises membros, embora aio condcionsndo totalmente O= efeitos resultantes da evolugio dos mercadoe de trabalho e das economias De facta, um dos princpas efeitos daglobalizapio econémica na eo ‘poms industrializadss foi a flexbilizagio dos mercados de wabalho e a Alexibilizagio dos regimes laborais, nomesdamente 0 desemprego © & precarizagio do abalho, econvertenda objective do pleno empreg como objetivo inatngvel edeteiorando a condigdesertruturas de estabiidade « segurang dos padres de emprego. No quadso da glbalizagto das econo ‘mia, os Estados nacionas perder capacdade de acgioe de regula, re comendo, cada vez mals, a aeanjs inter Estados, intensificendo a supa. ‘ipaso em organizapiesintermacionais que pata a condo da co. ‘oma mundial e interagindo com novos actores estates, slabs ou supranacionals, que jd nao se resteingem 2o FMI, ao Banco Mundial © & OCDE, mas alargamse as Nagdes Unidas, ONG's internacional, aos ‘movimentos socials globsis as redespoitiasinternaionais « is comtunt Ades epstémicas de peritos tansacionais (Deacon, 1997, 1998, Neste ‘aso, no entant reconhece-se que a vertente da europeizagio€ mals fore, ois as politias desenvolvidas em materia de emprego ofrecer um cena ‘e concereagi que pretende conttariar a dispeaio dos esforgose imped 4 lagmentato ds politics. Assim, neste dominio estutual a Unio Exopeia lassume-se como entidade impulsonadors de cooperagio da coordenagio fentre Estados, de forma a promover a consolidagio de ma onganizagio cconémice, polities e socal sficientemente forte para controlar os factores ferteros etormar-se competi, Estas caacteristicasestrutuaisexdgenas combinam-se com caacte- stiasestruturais endogenas que balizam 2 plitieas nacionai de empre- po incluidas na realizaio do Plano Nacional de Emprego na sociedad por. fuguess. Na andlise desta polices € possivel entice 4 sua articulag fntima com as pliiess de frmagio profissonal,ndo 6 para eriagio de ‘mais emprego como também para a criagao de wrias modalidades de "in vengio de emprego’, ou sea, 0 Estado demite-se de regula, mas 0 se emit de produsir,cmborareproduzind os processos politics de imvengto de emprego da Unio Eurpein, Mas, por ovto lado, «factor estrutral do Aesemprego continua afetar 2 categoria de trabalhadores mas ulnct ‘eis fagidade do empreg, como €0 cao dos ovens a procs do pret ro emprego, dos desempreeados de longs dorago, dos indivduos sera una rode de potecio social eicente qu wivem em situscao de pobresae excl So social das mulheres que contiouam a deter txas de empregn mals ™ excuses ems ‘aitas ¢ a concentrarem-se em algumas actividades tradicionis de Banos faliros Relativamente a estas cateporias de tabalhadores, os miliplos tmecaniomos de iseriminagio ao aceso a empregosio tanto mals eficazes tose execcio quanto eapolam numa “Weologa de emancipaao social” {ue encore a “ieologacantaiva” esltante da eagiidae de repulagio do Estado face emengincia de manifestages de regulago ransnocional. Quan td no estio cris as condigics para a emancipasio social na apleatio ‘fective dos dietos de cidadania, como & caso do dreito oportunidad de ‘mprego, Welogia da benemeréacia emerge com mais fare, Neste cS, 0 Estado nip se demite de regular, mas demitese de produait,rctind os ‘rincipios de seletvidade, de exluso ede diseriminagio. Os processos acima desritos podem ser objecto de ums leitura inerpretativa, de carictersubparadigmatico, que os explicars como fazendo parte de um perodo de svstamentoestrutual, na passagem de um regime fe scumlagi para outro e de um modo de regulasio para outro modo de ‘egulagio, ainda por designare defini, Nesta leitarasinalizam-s os limites das tcorias da tepulagio das economias nacionais enteadas no Estado-na. ‘ice nas suas habitus modaldades de proteccionismo. A falécia progres ‘vs do papel egulatsno do Estado-nagio sobre os mereados naconais de teabalo tom vndo a ser acompanada do progressivo aparecimento de uma ova forma de rpulago tansnacionl, ustamentecentrada na fragmenta Gio destes mesmos mereados, Mas também podem ser object de uma eit interpretative, decarkter paradigmatic, que 0s expliard como dimen ‘es do fendmeno da glbalzagio. No ambito dest letra, ede acordo com Santos (1995, 2000, 2 nova economia politica do mercado ea nova divsto jntemacioal do trabalho produnram importantes mudancas no sistema inter Estados, que este ator designow po forma politica do novo sistema mundo, Esta forma politica ientiics-e pela imitagso da autonomia politi ‘ce da soberania real do Estado nacional, pela progressiva tendéncia de ‘clbrag de aondosregionas, inter Estados, podendoinlur formas vars ‘eis de hung de soberanias, como € easo da Unido Europeta e tarbém se ‘entifca pea perda da tradicional centaldade do Estado-aag, enguanto| {nstincia primacal de inicstivaccondmica, sociale politica. A partir desta leita, agueles processos podem ser encarados como duas formas de lobalitmo localiza, que manifetam o impacto espeifico dos objetivos {tansnacionais sobre as condiges leas, canto no plano supranacional, 2 ‘sumindo qe, neste cso, as diferentes reides do mundo convertem em imensdeslocais de impacto dos movimentos mundias do capital finance ‘ro, como no plano esttamente nacional “Também no ambito de uma outes lira interprettivs, de carder paradigmatic, Bauman refer a perda de centialidade do Estado-nagio, a6 Seciada 2 esta forma politica do nov sistema mundo, como congrepando os ‘efeitos deerosio provecados peas forgas transnacionas, anni, dics de identifier, composts por actoes esencialmentesnvisielse que m0 onstituem uma ordem vaieada de eontrolo social, Assim, &globalizagso sssocia-se a ieia de uma ‘nova desordem mundial" Joi, 1992), em que rio so sustentives as ieia de "ser contolado, de “orders, de “ivi ‘lo! de “desenvolvimento, de“convergincia"e“onsenso" que, o proces ‘so de construgio da moderniade,aspravam a sua condensagso num“ dem universal” (1999: 93. A manutengioe reprodugio de uma novs desor ALK, Richard (1995), On Hiumene Governance. Toward New Globel Pais ‘Unsesty Pak PA: The Peasy Ste Unters Press. (1998), Law tv an Emerg Gob Vile. Pas Westphalian Perspective “Aisle Tanoatonl Publishes (1999, retry Glue, A cig, Cambri: Ply Pres FINKELSTEIN, Lawrence 1995), What lol Gonernane, Gta Govmance, 1a, 367372 HELD, Davita 1999), Glaba Tranformadons. Stand: Sand Universit Pres HYMAN, Richard (1999), “Imagined Solidarities: Can Trade Unions Resist, ‘Chaat, a he hal Sle Ske. Anadis, Theory and Sate Da nie em: ve antenna a —watenanPape/ teria’. hm LAWSON, Reber (1998, "The Ota Process and the Inemainal Movement to an Aa Personal Mics in Mawel Caner logs To Wak Wout Fear The Cte! Movemet to Bun Land nes. Toon: Oxlord Universy LINKLATER, Andee 1998), The Tansfrmedn of lita! Community Columb erty of Seth Cains Pes MINGST, Karen (199), “Global Gonenance: The American Peete in Raimo ‘Vejen [og Cebit and Gab Govemance. 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Cambie: Phy Pres SADTOS,Hoevntre de Suns 1995, Tod @ New Common Sens, Law, Science ‘nd Poin a the Paradigm Transom Nova lords oat 11998), Reswentar a demacraci: Ee opré 2010, Danilo (1997],Cemepalc Ppa or Wool Government, Cambie: Posy Tree ) as » CAPITULO 7 Para uma concepcéo decente e democrética do trabalho e dos seus direitos: (Relpensar o direito das relacées laborais | Anténio Casimiro Ferreira 1. Introduce, ‘As gies de trabalho, de cages Iaboras, de diteito do trabalho eas realdades socials, polidcas,econémicasecltutas que thes subjazem aa ‘vessam ui perio de profundas tranformagées, Quer nos pases centre, ‘quer em todo 0 mundo em desenvoliment, grande parte dos problemas ‘que se colocam no actual momento, simultaneamente de wansformagio decris,passam de uma forma ou de outa por questes relacionadas cam 0 | gh tataio,com s proto, om o mre. ‘A media que se svolumam os sins de translormasioe de crise aps ‘entement iteversvel do lugar uadicionalmenteocupado pelo tabalho nas “socedadessalarais" floreseem as propostas politicasejuridcas de relor sma do dteito do trabslho edo network ou web rules dos sistemas de rela ‘he labors [Dunlop, 1993, Cate, 1987) Mutals mutans demos com: (BB rentsndo poaventara de Souss Santos, que €como se os diretoslabrais rece np pir ed em wn ee ie Einar nl ae a Teen et Ee ae can rede wT et i ee cecal et aie il pli ee ce ie Bin ec et ae na i lie Pet as a ce oe ees Reha tt mace ab ee ee see ce reer. Sete re cha ee pours 7 fm Sus 19%] ans ppt empl dco a ane i a hte dap Se de ap ea yl a> envolidas nelesluizs,srbiuos, mediadores, negociadores, fciltadores, fe (Santos, 2000: 26) Sendo muito diversas as implicagdes par investigate socoliea& ‘earair da proposta do autor, impor reter dua, Em primeta lugar, 0 en. tendimento de que a normatividade aborl, em sentido ampl,¢setltado dd correlago de forgas sociais. Ao ser eusa econsequéncia das lita om tito socias, fzendo o eransito sécio-politicnjuridico de relagies socials smarealas pela diferengas de podere pelas lutas de class, a normatividade labora ellecte os modelos scio-plitios dominantes, de que rests ose tentendimento como facto politic social (Santos, 1995, 2000, Faria, 1999, Ewald, 1985). Dai que as pollcas de regulagio das relies laborais cs ‘modifcagis na legislagio labora aleeem c/o reflctarn os avangos of trocessos do dirito do trabalho, em consondncia com os procssen sala «que tenham lugar na sociedad ede acordo com os prineipos de emmen sovteglasi. Em segundo lugar, decor da referida perspectva principio de que *sendo embora o dreitoestatal um modo de jardicidade dominant, la ‘coexiste na Sacedade com ovtros modos de urdicidade, outros dis que ‘om cle se articulam de modosdivesos” (Santon, 1994 153], A propria ‘especificidade do proceso de furdicagio das tlagbes labora conti ara a relativizapto do entre de juridicidae, lst €, da dstingio entie obrigagies politica, regasjuridicate normas socais. Neste dominio coe sistem diferentes modos de pradcio aplicagio do dieto. © coniunto de atiulages inter zelagdes entre os virios moos de produsioe aplicasio das normas que egulam as relages labors constitu normatividade labora em sentido amplo, ou divcto das rlagbes labora. Admite-se, portant, ‘como principio a relagio de interioidade e de interdependéncisexstente entre as regulaies politica, juridicas e soca no mundo laboral Os dois eixos de anilise constituem-se a pari ds nog de “espaco tempo do dicta” (Santos, 1995: 111 ss A concepglo do campo legal que lhe ests subjcemte € a de que qualquer acrdo sécio legal “engundead”, ‘espectivamente pelos “espagotempo" wansnacional, nacional local, eco. 2, tuna conspire qe ana 0 ct de xe iets oan, “stud, seen, snc puna emp, mes de tbe <<" pose ¢ sapien» soe ab camps Siti intact fea, Unio frye coperaie sta nope SESE Si cits ine ee pnt cosa ra tendo entre eles diferentes ipos de ariculagio que estio na base de um Dado de selaionamento ede combinagbes. ‘Da apicagio deste abordagem a0 mundo do trabalho, resulta a sua ‘eonceptualizagao como wm espago de ariclagio, interenetragio e combi facio entre os vérios elementos que consttuem por um lado 0 ixo dos Sintemas nacionis de relagdes enormas labors, por outro o exo do con texto eterogenco consttuido plas varias dimensSes dos processos de lo: balizagio. Assim, fendmenos como o desempreg, o tabalho precio, 0 ‘taba infantil a falta de condighs de trabalho, a dscriminago étnica enna, ete, resltam dua matnz de combinagées entre, por exemplo, 0 ‘expagolocalnacional eo espago global, entre os processos de transnacion Tizago do copitel eos sistemas de dircto do wabalho nacionls, entre as ] Maa [988 Pi dia (16,1%).9 easy ue A evolugio da sindicalizagdo poraguesa enquadrs-se no movimento de cettacgo global. Em termos geri os niveis de paricipago ede iliagso em organizages sindicals® tm vindo, nos tims anos, «descer regula. ‘mente, limitando dessa manera as potencalidades da acco colectiva [Cerderae Pailha, 1998, Cerdees, 19972, 1997b, Stolerof e Naumann, 1993). 0 problema nioestard tan nas estruturas da "we clectiva, uma vez que oespco sindical aumentou, pasando nomeadamente de 420 asso" to erence vitae das espe aconie. Fr eaerpi,es lgns pcs 9 icone eee ed aearemememereaes Lomas ps de mean cn ares epic De Sree une mne a waa etre ee Se cuaenaeeos Sige nh the cease saema a mminttans Sinmoloecaramearmriee tc {its da rise Esme se ge made ders useage Sore Seca acne omnes » etomincle ascoens eas cages sindlcas, compreendendo 352 sindicatos, 26 federagGcs, 40 unioes Bontederagies em 1985, para 464 assoiagdes sindicaisdstribuldss por Sse sindicats, 29 federagies, 42 uniges eS confederasies em 1995 Cerda, 1997a: Si) Rfira-se no entanto qu para o perio considerado dina © snimeto de tabalhadoressindiclizados em cera de 200 ml efectivos, te do UGT ¢ CGTP perdido 8% de sindicalizaio global. Segundo Fernando Lopes, “estes fendmenos de sinal conttéio correspondem a uma linha de ‘ontinuidade nas das tltimas décadas,em que otal de ssociagdes snd ais aumento cerca de 36%, enguanto a tata de sindcalizagao baxou de 5% para 30%" Lopes, 1998), ‘Quanto ao padsdo de confitsalidadeeolectivo verifica-se um decrse smo aio s6 em termos de lequéncia mas também de volume, ou sia, em ‘numero eletivo de grees em amero de dis perdidos. No espago de 10, los, omimero de reves nos pases da Ualio Europea dcresoeu significa tivamentea Espana om 1047 groves em 1989, passou para 632cm 1998 1 Franga com 2080 grevesem 1988, teveem 1998 1475; Reino Unido, ave feve em 1989, 701 gaevs,teve dez anos depois apenas 166; a Suis, ps ou de 139 groves em 1989, pars 13 em 1998, por sua vez, Portal, com 1307 grevesem 1989, teve, em 1998, 227 (OFT, 1999) [As ereves, com método de aio coleciv, diminuitam entre 1979 ¢ 1999 de uma fozma muito evdente nos paises da Unido Europeia em res tado da penda de influenci ds sndicatos ou, como sueedeu no Reino Uni to, por foga das medidas legslatvas que minimiaram o poder dos sndia tos As disputas labors ideniicadas pelo Observatrio Europe de Rela ‘hes Industiais[EIRO] evidencaram que a maior parte das grees oorrem hho sector piblico © estdo associadas processos de privatizago, Feestrturag e liberalize dos mercado. “Tem também sido postos em evidenia 0 resultados negatvos a8 Aiiculdades de representagao e de parilpacio dos trabalhadores, associ ‘dos as formas tadiionas de patcipagio indiuecta |demoeracs industrial) teas novas formas de partcipagio divecta (grupos auténomos, ciculos de ‘qualidade, gropos de expresdo, et). Em qualquer ds casos, ext em casa Salta de afirmagd, quer dos modos wadicionas de epresentagioe partic agin, quer dos modosalternaivs. No que a esta matéria diz respelto, 2 Incertesa ea incongruéneia de multas posigbes assumidas pelos pareitos Stal fevelam os dficuldades em ultrapasar os tadicionas paragmas pluralist conflitual, deforma a desenvaver um modelo de elacionamen tode confanga entre as partes, tics forma de tornareecivas as diferentes ‘modalidads de participayiodecets oa indirect (Regalia, 1996: 230), Como inode xem ams ales ae ni Canal don Contos de pea Een Comiede Seg Hine, Sprang no Teo, ed omens te eth gue cence m ud el ett nome co Ss bands ne Comatade Earp dmc d Sede Earp dah © sina“ apc cles Stel: ssc implement ds eds epi sae inet lta evens estas no un Inckerne da icete sn prt s de ersenanna ‘mundo do trabalho. me = (Os exemplostasidos &colagto, ema verem exaustivos iustram o pon to central da nossa argumentagio: ode que oauestionamento da dimensto ‘alectivae dos dizetos de participa concoreparao deficit de egitim dee de poder na organizaio e representagio dos interesses ds trabalhado res, Sabendo-se da importnciahieéries, sociolpicae urdica dos princt. os da sutonomia negcial, da auo-reulag edo pluralism [uridio para ‘9 mundo do trabalho, a perda de influénela ov 0 mio reconhelmento da ‘vos coeciva”implicam necessarlamenteo questionamento ds forse de produgio ede aplieagio da normativdade aborl A situglo aca deserts € paticularmente preocupante se levarmos ‘linha de cont s esnsformagiesvericadas na cstrututaconittual labora fue ocorrems num quadso de retrace do contrapoder sindial em face da login do capital. © estatimento do contrato de trabalho tpi asocad & retrie de producto pésfordists assent no angiment da conpettividade ‘xii pelos mercadosglbaisjstiicaoecuso a denominadas nonstandard formas ofemployment”(Hespanhs, 1997-19; Mackenberger, 1989: 267, Freitas «Rodrigues, 1999), de modo a que as empresas ajstem a quatidade esp Iibilidade da mao-de-obea ao imperaivs da produ [As nogies de precaridade de atpicidaderecobrem diferentes relia es, variando, nomeadamente, de acordo com eislagdo com a expec lino Cp, eso Casa Cele Dept sensicmam sangeriatetat SSS ate ner bu cpa om nn Fora pn Gevalia je sige om oor ck yor, Apne dee tsi tumengi ds dnote na eupransen eon, ‘ramen aio pre meee gr cushion lage akin spor fae ot Son A popnt dn Conde apa, ar Go eee Ss “utes” como constativos da sia propia stra Em Portagal, este process tem assumido formas patiulares,ligadas | condigio semiperirica da sociedad portuguesa ea ua experincia hist rica de intermediago entre o Note e 0 Sul —e que as contibuigies inclu dis no volume desta colegio Enteados de Galileu A semipeniferia no sist ‘ma mundial da iéncia procuraram explora para o dominio das ciéncias. {interessante notar,paenteticamente, que o terme "semipenifeia”acentua ‘due aproxima a sociedades assim designadas ds pene, evocando, em particular, a dimensso da dependénciaperante um cen. (0 caso portugués permite, em particular, examinar os modes de cons titugio de redes envolvendo clentstas e insttuigies feniieas que pare fim basear se, sobetudo, uma segmentaciointema que atravess, simul: Tancamente, as dreas edscplinascienticas cas unidades teritorias em diferentes escalas — local, nacional, transnacional — ea densidad de particlpacdo em redesineraacionaisstsciads,geralmente uta tenden flalment frac densidade de inter-elagbesenvolvendo cenit institu (es no espago nacional, Neste plano, poderemos fla de uma cultura sien ‘tea de ronteira (Santos, 1998), que promove ao mesmo tempo uma forte hheterogeneidade interna ea ntegragto parcial esclectiva no context iter ‘acional. Esta dindmica de ontera das ciécias em Portugal 6 bem doc ‘mentada nas contibuigbs inluidas no 8 referdo volume Enteados de Galilew’ las adam a idenucar as condigoes de insergio de uma soci de semiperfrica nos mundostransnaconals da cgnca,c, em particu slguns dos constrangimentoseoporeunidades que esa insegaooerece ‘ama reconstrugio erties e multicultural dos saberese do conhecimento Em diferentes momentos do passdo, como nos mostram Maria Pala Diogo, Ana Carneiro Ana Simoes a propésito dos estrangerados da reno ‘apt da ciencis em Poreugal no séeulo XVIM [Diogo etal, 2001), mas ta bm Ricardo Roque no seu estudo sobre a emergincia da antropologa em Portugal na vicagr dosélo XIX prac séclo XX Rogue, 2001) Fernando {Cascais na sua discussao de Egss Mont, do impacto internacional do eeu trabalho reconhecido pla atrbuico do Premio Nobel e da sus iflvéncia ‘na neuologi em Portugal (Caseas, 2001, essa dindmica de fomtees au ‘iw uma importinca decisiva para a transformatao, ainda que imitada, da Pasagem dos sabers das cigncas em Portugal, Mas ela aparece também, ob diferentes formas, aetualmente, em domaaios como a investgass0 biomeéica (Nunes, 201; Faria, 200, as colaboragbes intermacionais ex ‘alvendo cientistateinsttuigiescentfieas em Portugal (Pereira, 2001) ou A cleneia forense (Costa e Nunes, 2001). Como nos mostrar, ainda, Mata Eduarda Gongalves, a propésito das dificuldades de execugto das politias curopeasrelativas 2 questoesenvolvendo a cnc ea teenoogia — como conteceu no caso da BSE — (Goncalves, 2001] e Tiago Santos Peels no Seu ext das eooperages cents interacionais envolvendo investiga lots instnigbes portaguess, a integragio europea parece ter abertonovas frentes dessa dindmica de ronteia, que passam no s pela relago ease os mundos d cigncia em Portugal eno espago curopeu, mas também por ua Ingervengio activa do Estado Portugués e das instituiges europe na ci ‘lo de novos expagos« mecsnismos de cooperaio cients e de promogio ‘Ss cigncia nas sas vertentes de investpagsoe repuatis, inane ete upon vniperr mo don is pls as (Rise spn cn mt oe omponee ens © ps a -czomungo a cen soos £ precisamente no quadeo dos processos de “curopezasio" das cits cas em Portgal que algamas das tenses que earacterizam a condo se tmipeiférica ds socidade portaesa ganham malor visibiidade.Odiscur Soeea pitcapoliteas que Bosventura de Sousa Santos designou por "ima ‘inagdo do centuo" (Santos, 1993) tém marcad, sobretudo desde a adesio do pale As Comunidades Europes hoje Ualgo Europea), uma especie de detinigio oficial do "modo poruguts de ser semiperirio” Se, por um lado, se alta que Portagl € um pa como os outros pases europeus — por {sso a cle se poderiam aplicar, com propriedade, as caractenzagdesacima rmencionadas de *sciedade de nisca", de “sociedade do conhecimento" 0a fe "socldade da aformasio” —, as ditincas reconbeciveis entre indica: ‘ones eexperiéncias das socedades do centro eda socedade portuguesa S20 reduzidos a um problema de “atzas,resldvel com tempo, recursos e e forgo eolecvo Est exerefciode“imaginagio do cento” depara com diiculdades acres cidas no eato de panes do Sul como o Basi, onde a aentuada visbldade dds desigualdades, da exclusto, da violencia, da ameaga existéneia dos ‘ovos indigenas, da degradagio ambiental em zonas urbanas ¢ ruts, 2 forests amazénica como nas grandes metdpoles,tende a tornar menos credives as equiparagoes — mesmo que sob uma forma promissria — as Imagens dominantes dos paises centais, Esas manifestagies visves de “perferalidade”tommam problemstess, também, as tentativas de quaco- nar a incerteza com 0 isco ea resposta& incrteza com a *modernidade feflsiva® A incertecaextende-se, neste caso, ax propiascondigSes mint tas de rotiniaagoe de previnilidade da vida quotidiana, sem as quai, ‘como mas uma vex nos lembra Boaventura de Sousa Santos, 2s populagdes se véem excludas de qualquer forma de contato social (Santos, 1998). Nao ‘Stamos, aga alr daexiatencia dos “isos no eeursves” que, segundo Beck (1996), comegam » prolferar como resultado da globalizaso e dos ses efeitos translocaseintergeracionals — e que encontram expresso, bretudo, no dominio do ambiente —, mas de stages de “nio-segurabilids de" generalizads, qe comespondem 3 eaclusio e 1 negaio da cdadani "Mas € duvidoso que nos prprios pases do Norte esstsdesriges da socidade seam adequadas 2 experiencia dversifiada e marcada por dest ‘ualdadessocias cada vez mais acentuadas especialmente & medida que 4 ‘vai rezonhecendo a presengs, no Nort, de fenémenos que costumavam ser [rsocados 20 Sul fo "tereios mundos" tenors ou 0 qu, sintomatics ‘mente, for bapizado de “braiizapio” das grandes eidades, por exemple). Derinente, por isso, interoparno-n0s sobre a contribugio que 0 conhec ‘mento que as sociedades do Sul sim produzido sobre i prprias, a pats de cen woul cmon a pressupotos distintos dos que tém comandado a produgfociemtifics das, © foe, 48 sciedades do Nort, pode arama eiacia menos eurocenriea © ‘als atenta a diversidade das expeiencashistérica eculturals um mus do lbalzado. Um exemplo recente da mporencia dessa contibiglo numa fren em que o dominio da cincia produzida no Nore pareciaincontestado €0 da medina. A deterioragio das condies de vida ede habitagio de srande parte ds populagées, especialmente as que e acumelam na peri tase baltros degradados das grandes eidades, 0 desmantelamento ou privatzago da assistincia médica da seguranga social estatl a “leibil- 2asio" do emprego, como seu core de desempregados esubempregados © ‘aumento da exclusio soca, condiges que si reproducidas entre os con tingentes de migrantes que, muitas vezes em situacdo de clandestnidae, asseguram as tareas pio remuneradase menos protegias, nomeadament® ‘seriga doméstico, este conjunto de condigbes etd associado a0 Tessurg- mento de aguas doeness, nomeadamente de cardternfecioso,sypoeta- mente erradicadas no Nore. As socedades "rics" foram obrigadas a eer. rer aos conbecimentos eas competéncias de uma medina "dos pobres", ‘com uma fre ligacio 8 sade publics, praticadasobretodo em ress 0- Pica e que, wonicamente,teve a sua origem numa polities colonial que Pretend, precisamente lever 0 “progresso" médicoesanitirio as socieds- ‘es colonizadas.. Esio conhecidas as contribuigdes da medicina do Sul ‘ara a penguits © prevengio de SIDA e de outras doenges (Bos, 1999, Delapore, 1998). [Nout plano, a nogio de “brasizasto® pode ser usada num sentido ertico, para desnaturalizar as epistemolopas © politics do conbecimento| Abominadas ela referncia 4s experizncias do Norte e a0 que Boaventura de Sousa Santos designa por conhecimento-reulago, baveado na transi de ‘uma situacio conecbida comm caos para uma situa conceida como ordem (Santos, 1995: 25.27] A express "brasilizagio", quando usida a propssito das sociedades do Nort, estavaasiorads,ongialmente, uma evoeagao das ‘aractersiasconsideradasnegativas das sociedades urbanas do Basile, por extensio, do Sul —; como a ineerteza, a inseguranga, a miséria, Sobrepopulago, a exusso ea marinaldade «volincla eo cme, oaperthed Soci 2 misena, e que st, i ole, cracteristicasreonbeteis das grandes imetroles do hemiero Norte. Mas a sociedad brasileira ¢ fits, também, de nicativas de pariipago ds cidaos e de oganiagio popula, de movi ‘ents soins ea uta por melhores condigSes de vids «contra depradagio do ambiente urbano, de movimentagoes de tabalhadores sem terre ds po pulagoes das cidades, de experéncasinovadoras de governos muniipas. A "easiizagao” encerr,tambés, exemplospostives de como ress lntat ™ stoma es cs seus pela eranaformacio das condiies que geram a brasizasso negative. Se. [indo wma sugesto de Stuart Hall (1996) a propdsto do descentramento fos aujetos poe colonise, val a pena explora a possbldade de recoperar 0 otencal aalitcoeeritic da "banizagao", no momento em que esta de Sou de serum fendeno peniricn epasou a caracterizar uma condo ve, 2o tomarse ger, desloea pars o centro de renovagin cpistemolieae da politica do confecimento a eperincias ds sciedades do Sul, Essa expe ‘éacis podem, asm, contribuc pra a emergncia de nova configures de ‘onhecimento de sentido emancipstono,apontando nao para um horizonte de tle, mas para um horionte de slidariedae Santos, 1995; 482-48 Osestuos eulturais eos estudosps-oloniais rouxeram, assim, para «reflec sobre as dinfmicas socials e culturas nas societades do Nore preocupagses que, sob diferentes formas, marearam a histéria da produgio {os conhcimentossisados do Su. Muito das temas que confguraram 3 jf mencionads “viragem culeoral" nas e€ncassocais —aiferenciagio ca hibridagdo culture, or moviments sciase @invengao de novas formas de parcipagio democritca dos cidadaos, a mobiizagio de formas de c- ‘Shecimento alterativas 4 cincla oficial em stuagdes da vida quotdiana ‘ou no quadio de movimentossociise civics, como resposta a problemas fuias dimensies tdenieas, sociis,cultrals e polticas ndo podem ser issciadas, como & 0 cao dor problemas ambientais ou dos problemas de saute pica —apresentam uma forte marca dessa atengo erescente sos “outros” das sociedades do Norte. ‘Avioléncia, uma das preocupagiescentais das sociedaes contempo: aneas —elevada, nas sociodades central a obsesséo —, poders benefit Ade uma abordagera “dereentrada, eapaz de explorar as continuidades © a8 ‘descontinuidades entre a viellncia quotidiana das socedades do Sol, al rmentaa e perpetuada pela desiqaldadee pla opessio (Schener Hughes, 1992], a violencia "dramatzada” dak sociedades do Nore, ao mesmo tem po rotinzada na exaltagio das virtudes da competico e do mitarismo © tlemonizada pelos media e pelos governos nas suas maniestagies“ivs" A ‘rolenea que os paises do Nowe Kentiicam eomo um problems interno, € {gue procuram regular dento das suas fronteias, € encarada como wma Vo Itcia andmica, um desvio «ma ordem que legtima 0 uso da repressio © da violets do Estado contra os que, alegadamente,volam essa ordem. AS Sociedades do Sul por contrast, tendem a ser representadss, no Norte como Congenitamente voltae, propensas a uma desordem que, cicicament, Serve para jue ditadras, repees "musculads", medidas de exeepgio tou mesmo intervenges mites, A violencia quotdiana,infigida pela ex Dlorasio econdmica, pla represio politics pelos esquadrbes da morte, plo cn noc tenis » sarcotrdc pela ua repress nlevlnerabidae on deat at {sou 8 Gocaga, plas vilgts dos dton das ralheses ds ange, gels prsegigicsracnn pelos genocides ctolon,contado, a {es suas divers formas, ut fenimenoexclesio do Sal. A suai Haden Sl pert “naturals, a mesmo tino qe a deamateagio Ga ous exepconaade no None permite 1 ma snag un“ teraor decane, dexorem e vlc, encarado cm dieentes grupos de Ttopnalzadn eeu, de migactes ede eaten Mar € prc domente a higerenbiiade da vlna ao Sul que a warn male experts 3 ili efleo, como contigo pra imerenges eas pce a, Cone ar erate poser sr de pnt de prs pare soblzagies iva ntervengbes poles capsses de Ihe sr ents ede S oracar nas use usa nas codes que 3 at. (Osdferentes modos de “Tera violencia passam, ainda, plas desgua: dades hoje inseritas nos moos de condusit a guerra, com 0 prego despro: porcionado em destriga, peda de vidas humans, sfrimento e devas ‘40 ambiental que € ago pelassocedades © populagées do Sul ou pelos Inimigosdesignados das estatéias de afirmacio de uma hegemonia assen te num poder militar cada vez mais desigual. Esta situapao ds oigem 3 verdad” direntes sobre guetae a violéncia, que se enfreneam aus plano que 6, simultaneamentee indissciaelmente, cognitivo e politico. A ‘verdade” da gurza como guera crirgics,iteligente, tecnolopzada, sem ‘iuinas cvs, pode contraporse a “verdade” da guerra no Sul ou vista do Sul, da indilerenciagio das vitimase da desta, do sofrimento de cis, do recrutamento de eriangase adolescentes, do envolvimento de grandes poténcase de intereses poderoson. A alga aunéncia de baixas nas “no "as" metas signifies sempre, & hom nio o esquecer,s austacia de banas ‘os paies que dispdem dos mcios para destrire matar a dstieia, sem ‘nunca vers sereshumanos que e dest, que passam figura no rol dos “anos colateras", expressio de uma incerteza residual que a naturezs probabilistic dossco nao permite climinar totalmente. Em contraparida, ‘9s mortos dessasgueas sto hipervisiveis para os que sofrem, para quem 3 “Timpesa" a precisio”¢ a “cing” so fltas de sangue, de destuigo, de {ome de morte, de doengs, de mutlagies, de deslcagbesfogadas, 5. Da descanonizasée & viragem politica A reinvengio da teoria cfs pressupte uma redetnigo dos jogos de Tinguagem da formas de vide em que otermo etica adguie sentido. Este ™ Aion tas eens scons termoestéawociad, num primeizo momento a descanonizagdo da tora € to recohecimento da sua indispensabildadeparao momento desconseutivo para a dinimica rellexiva 4 que obriga @construgio de um projecto “nuneipatlo para tensgto paradigmstcs (Santos, 1995, 19994). Desea fonizar signa ndo 96 recomhecer 0 cadcter histrio e coningente das frontits que delimitam a teora dos seus outros dscursivose, por cose guint, as possbilidades de eransgredi, dur ou redelinu essasfontias, fas tain a centraidade da metfors e da narativa na onpanizasso do enibecimento sobre o mundo ed transpoaiildade das metiforaenaraias fe contertos e dominios da vida socal. Finalmente, descanonzar sips reinventar os modes de anculago ente a dimensio cguitiva, 2 dimensio seta e dimensso mora numa nova polis emancipate ligada a uma ‘eon em as gazamts das meananaivas da moeridade,reloclizando © pesqusador nessa zon de “nstablidade oclt” de que lava Fanon, ‘A teorla emerge de um proceso de prodcio de conhecimento ave € simltancamente global e local « qe proced pla enunciagio da dferencs ‘ultarle pela era que permite articular continuidadesedesconinuide ‘des em novasconfiguragdes de formas de conhecimento, de racionaldades fmergente deste envalvimenta, jo testimonio € apesentado por alguns fos stus promototesedivulgadores como ima manifestagio de ma ater ticdade cultural baseada na expenéacia socal da subalternidade, da dom ‘nagao eda resistencia, asumindo 0 pesgusador um papel de factitador 08 de *parteico” dessa experiznia,conferindosthe uma forma que permita 2 ‘sa publicaio e paelha, mas sem que tal mplique uma subordinagso aos inones cultuais —e, nomeadamente 20s cinoneslteriios hegeménicas ‘Alans comentadores, numa posigso que converge com a dos eis p65: ‘moderos, vem otestimant,aternauvamentecomo um endmeno clca- ral hibrido, produsido conjuntamente por intelectuaise "testemunhas, © ‘como uma das nai importantes maniestagbes de um pox-modernismo de "esisténcia no conteato latio-amercano (Beverley, 1991; Yédice, 1991). tesuimonio tm a pariclardade de, contrantamente 20 foc individual das narrativas autobiogrficasconvencionas, articular anarativa da experién- a pessoal com as condiqdes soca epoliteas e com os eolectvos que ‘onsttuem essa experiénia, Como observa George Yiice (1991: 15) 0 {estimonialista nao fala em nome de mma comunidade nema «represents, ‘mas “realiz um acto de formasio de dentiade que € simultancamence ‘pessoal colectvo", ito qe, contrariamente as formas convencionais de harrauva biogzlica ou autobiogaica, 0 adgure sentido ateaves da vin ‘lag explicit do narradoraenlectivos soins e 2 contexos de lata e de prdtica social, 4 “pertengas © pertinéncas” (Richard, 1995], podendo ser ‘ssoctad ama exttcs da solidaiedade [Ydice, 191} que toma vivel © ‘explicta 2 vinculaio prelerencial entre o principio da comunidade ea 12 ‘ionalidad eteicnexpressiva. Tanto oestimonio assim entendide como ecg tin co mci, a tn, ey, 1, Ste nti, rise Seen ORK Armen epee plat devs ha ei ps pg ese ‘0 testemunho artculado sto formas de produgiodialipiea € multivocal de fonhecimento, que, se nao eluminam as condigGes de desiqualdade que, partid,enformam toda aeagio entre intlactais “subalteros” every, 1991), deslocam e dispersam os ceitos da dominasio,criando espacos inesticiais,espagos de emuneiagao de uma novo tetrio em que “a dite renga liga". Encontsmos, aqu, uma modificaczo sensivel da tradicional ‘clap pesqusador informante, ns medida em que ha una preocupagio em mmanter eariterheteogineo, multivocal © dilégio dese relgso, cao: ‘ando, ao mesmo tempo, sob interogasio permanente as condigoes que ‘etam 2 autordade do pesquisadovtaciitadr, (© uso selectivo € instrumental das tradghes, que caracteriza & subjctvidade de fonteir [Santor 1995), aparece como wma caracteristcs do tesuimonio assim entenddo, mas também do testemunko articalado, na ‘ieids em que este € marado por uma mobilizago earculaio selective ‘de procedimentor e recitsoscognitivoseexpressivos, uma espéie de exen io da transgressto metodoligea, para além das fonteizas convencionss das teoriase dos métodos,incorporande recursos literdrios e figratieos € ‘dos de envolvimento com 0 “terreno” extriores ao reportrio canéinico dos cientistas soins, tanto no modo da Yeabotagem" coasting), *navegan {o® livemente entre os Himitesconhecidose resoahecidos, ene proced ‘ments, teoriase formas de expresso incomensurivel, como no modo da Inbridagdo (Santos, 1995: 497) Finalmente tanto otestimoni como 0 te5- ‘tcmunho aruculado cram um espago em que se torna posivel a reversibl dade das posiges de rujeitoe de abject, sem eiminar as dierengas entre ‘os patcipantes neste espago, sem obliterata sua dferengas nem os fxar Cosmos, Science Studies as Arculuted Witnessing. Comniagio 3 Confertncia da urea Aocition fr the Sti of Stones and Tec. Lion FAUSTO STERLING, Anoe (2000), Sexing che Body. Gender Poics ond the ‘Conse of Sealy. Nova ou: Basi Boa FEATHERSTONE, Mike (199) “Portmoderom and the Astin of vey le, im LASH, Set, FRIEDMAN, Jonathan (os, Modem and Idea. Oxo: lack, 265.290 FERGUSON, Rus tal (or |190), Out Tere. Margalit and Contemporary ‘Culiare. Nova loquetCanbeidge, Mattachwrets: The New Mascum of [Conteperary AMT Pes OK, Rha G, STARN, Orn rg) (1997), RerweenRastance end Realuon Cura obs ed Sco Proat New Branoack:Rutges Univer Dass. FRANKLIN Sra RAGON, Heke org 1994, Reproducing poe. Kin, Per ond Techolpgcal nnvaoe. 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As teoris da sociedade pos-sndustral eda informagto [Bell 1976 Masuda, 1981, Pool, 1983), do conhecimenta Drucker, 1993), pos-moder- 1a (Lyotard, 1989), mais reeentemente a5 teorias da Sociedade de 860 (Beck, 1992; Giddens, 1998) variam na idenifieaio des forges da mudan {2 Mas tds elas, de uma forma ou de outa, tm posto em evidéncia que 4 sociedade contemporinea€ marcada pofundamente pelo desenvalvimen toe walizaga das ctncise das tecnlogias, em particular das novss teeny logis dainformagio e da comunicagio, pela substitugio do capital edo tuabao pela informacio como recurso esratépco da econo pela cme sincia de novos upos de niscos ambientas, de bas industrial e teenage, ‘Ainda que se reconheca que este conjunto de fendmenos obedee a igicas © dinimicasdistuntas, acetase que els conflvem na sua natures os impli ‘ages transnacionsis — 0 que conduz alguns autores a enquadrS Tos nara conceio abrangente de ploblizaggo ou “ordem pabal” (Waters, 1995.2; Robertson, 1996, Santos, 1997 Held e MeCew, 1999: 483} Os tedscos da a Acomago rs cNes saas rlobalizagio concordam, com efeito, em definite como um fendmeno ultidimensional que afta diversor dominios de acuvidade ese exprime fm flags de natures tio variads quanto + moblidae das pessoas, cic Toeio da informagio ou a propagagto dos riscos ambiental e das Joengas, fom consequence nas mas diversas esferas da vida social e individual Um dos temas em diseussio a propésito da natueza€ impacts dos processos de lobalicago tem sido o da perda da astonom do Estado para proteger direitos dos cidadios regular agentes e dindmlcas socials e {conics que tender a eseapa is fronteirasnacionals. "A pera de suo romia significa, entre outras coisa, que um Estado dea de poder contat pends com as sus forgas para oerecer aos seus eidadtosprotecrdo adequa dincontacfetos extemos de decisis tomadas por outos stores” (Habermas, 1999: 49, Ao mesmo tempo que dreas substanciais da acgSo humana se longanizam 2 nivel lobal ou regional os destinos da democracia do Estado ‘cio independent enfrntam diiuldades, observa Held (Held, 1974251, 1997 I], Hi tendéncias em curso, acrescenta,visando a cragio de novas formas devia publics ede novos modos de debater s questiesrexionais ‘Bobais (Hel, 19973: 263), Mas "elas encontram-e em estdios embrions Fos de desenvolvimento ¢ no hs garantist de que o resultado daluta poli ties seja de molde a permitiro seu desenvolvimento” ‘Um outa tipicn de debate, que se eruzs com o anterior, ¢ da prepon devine dos mercados sobre o poder dos Estados. O argument central de Strange em "The Retreat ofthe State” € que na sociedad contemporinea as {orga mpessoais dor mereados mundial io integradas mais por empresas prvadas da finange, da indie, edo coméicio do que por decisis dos ‘overnos, sendo aquelas hoje mais poderosas que 0 Estados, 208 quai em ‘lima andlise antoridade politica sabre a socieade e a economia deveria pertencer, “Onde costumavam ser os Estados a mandar nos mercaos, sto "gor or mereados, em dominios cruciis, a mandar nos governos dos Est dos" Strange, 19968), Os governs perdem o podere a vontadede*cosgir, ts deficiénias em matéia de dsigualdadeeinstabildade que sempre acom paham o cescimento ¢ mudanga nas economias de mercado” (Stang, 1996: 190) [As divides e rectos expresss por alguns trios da globalizagio no «que se refer aos destinos da democrcia da cidadaniacontrariam o pendor ‘male optimisa dos estudiosos da socedade da informacio da sciedade de risoo que antevéem nas trasformagdes em cso novas opartunidades de realizaga dos direitos evi e politicos. Uma paste important date Sobre ¢sociedade da informagzo fem, com efeto, defendido qu a inform con seouagio Ceo S ‘eae a8 telecomnicages si de molde sera as condigdes que falesvam ra socicdade industrial pare opleno exiccio de berdades edits funda: _mentis como 2 lberdade de expresso cde informacdo, Para autores como Beck e Giddens, por seu eurno, a emegncia dos riscos de base industrial e teznoldgea (como os que estio na base de controwésias publica como 35 ‘que tim envolvido ss questcs mbientais)tende facil a politzagzo da ‘ide sociale econdémica, condsndo a0 questionamento das formas ce lizadase hirerqezadas de eerico do poder tpieas da administagio ta icional, hem como a eclamacdo de proessos de decisio mais negocados © paticipados pelos cidadios (Beck, 1997: 10-1L, Beck, 1998: 21, Giddens, 1998). Pode coloca-se, asim, a questi de saber come € que na nova “or dems lob” estd a ser moldados os direitos de cidadana: que ceitos ets ter gloalizgto sobre os dietos dos cidadios em Seas como areplag30 do uso das novas tecnologias da informagao ou a regulagio dos rscos am bienais! ‘A radugto do poder e da sutonomia do Estado-nacdo ara regu scividade ecm socal tem encontrado a sua expresso mais centsada ‘pa Comunidade/Uniao Europea (UE), come resultado de ur processo que sntecpou de certa forma as tendénciasgloblizadoras. No contexto euro- ‘cu, a crosio das soberanis tem sido acompanhada peo desenvolvimento ‘de uma nova instncia ou “estado” reglador("eglatory tate”, como Ihe ‘chamis Majone[Majone, 1996: 55) A importéneia da UE como entidade ‘eguladora resulta de on seus poderes item para alem dos de qualquer outa ‘otpanizagio internacional, una vee que pode produsirleslagio aplicivel, to interior dos Estados-membros sem necessidade de negoiagio 0b incr ‘engio posterior por parte deste, O drcto comunitiio representa hoje um ‘dos mais sgnllativos epimes estaeleidos pare ere Sess de acqo trans nacional. Os Estados detram, assim, de constitu os nics eentios depo ‘er politic dentro dos limites do seu teertro. A Unido Europeia constitu, ‘ois, um tetena de abservagio priviepado do modo como ox processos de ‘lbalizagio esto acondicionaraautonomia dos Estados, sea para regula: rem as frgasccondmicas, sea para garantrem os direitos ds eidadaos, Se 0 Estado-nariooferces o enquadramento dos direitos individu da primeizae segunda geragoes — os dieitos cise politicos eos direitos clase econmicos — os direitos da teria gerago, pariclarmenteo& ‘que emergem em resposta quer 38 oportunidades, que as riseos decorren tes des novas tecnologss, tm sido largamente influenciados, quando mio ‘smo formulas, num context internacional A UE tem desempenkdo, fo seu mbit territorial, um papel deeisvo na concepgao de alguns destes ‘ovos dteits. © que nos propomos neste capitulo € aprecaro impacted cuopetzae sobre conti co sentido dos nove direias0 Jomino da {Mlormrio edo ambiente Tat, como se suger eda es ue rls simplices tansaconalsembora em condiies ives, tata Tnformaco como o ace ambense no rexpetm fons) se pe. jam ben uns anne de nove formas de regan gale eropel. Propomo-noy ands bord, se Bem que sumariament, a laio en tre rolug dos dco 8 exe copla xe aol, tomando resets o eas de ort E como defender se qe a profero xecgi do dict polices commits so marcas por uma Sido nite plier do Norte eptses do Sul da Europa. Eta dvs separa fates ave so “leaders” on pomiton da inna leglatva © o8 3 Tara a aneor sels comasisin, segunda de oma nor Ainada seria [Bakhorst, 1991, Agular-Feaandes, 1995, Boel 1999) Extarse-ia entdo perantc um “localismo globelizado™ (neste co, “europelzad") para usar uma sugestva cress de Sats [Santos 1997) 2 "eutopeizagho dow dios taza» etensio Bh escla copes das ‘pds polis legislativa don pies centat da Uni. Unters vale patel se, non dominios eonseados, Portugal es, pura © Stmplesmente, a "imporar"odeseabo carpet dos novos dio ois at de etooonl ara oldat eve elas sa veaiade vocal, 2, Unido Europeia @ cidadania ‘A centtalidade do objetivo da intepragio econémica basead na rel asia de um “mercado comm’ ou "mereado Gnico” conducts UE, ong natiamente & Comunidade Econdmica Europea (CEE), a promover a cons fragio de um quad legal de atuatio dos agentes ecanémicos asseate nas Wberdades econsmicas,designadamente as Uberdades de eiculagio dos balhadores, dos sevigos e dos eapitas, ea iberdade de estabelecimento das empresas.” As lherdades edteitos cis ¢ politicos, nclo fundamental da ceidadania no Estado lieraldemocrtico, € os drcts sciiseecondmicos 1. Sep Sain, alate gan, gu gue humans bal occa liga bn sr denned eas” sane 2h ayenia “ne coma” nda pl Tae Rama nat ‘Sut eal sua roe ae Due Bayes nace 048 Pa construldos por um Estado social tendencialmente intervencionst, foram ‘excludos da esfera propia de interwengao de uma rganizago eva dnd ‘exevoltiva se tem baseado, antes de mais, nos prinelpios da livre trea e da [No desenho institucional do ps guera na Europa ocdental,«hungio ‘de garantaintemacional os direitos e iberdades fundamentals do dado {oi atribuida ao Conselho da Europs, sob eujos auspicios fo asinada, em 1980, a Convengio Europea de Salvagards dos Dietos do Hone « das Liberdades Fundamentals Para 2 aplicagzo deta Convengio foi montado ‘um sistema institucional orignal consid por dois epios, Comissio © ‘© Tribunal Europeu dos Diretos do Homem. Como nota Moravesk, die rentemente ds instituigbes internacionaie com atuayio na eas ds pol ‘ucas comercial ou de ambiente, de que & UE & exemplo, as instiuigdes no dominio dos direitos do homem nfo foram concebidas para regular ‘exteraldadespoltiasresuleates de iterates soca transtontcras.O ‘seu objectivo fundamental é controlar forma como os governosgarantem, Intemament,osdtetos dos seus nacional (Moravesik, 2000217) Realizou-se, assim, na Europa Ocidental, uma sepatagdo formal etre dus sferas a dos direitos cvs politicos, mantdos no quato de sober nia eresponsbilidade estatai, sob o controlo,sendoo aso, ds instancias de Esrasburgo, e+ do mercado e dss lberdadcs econdmicas, regulada aun ‘qudro essencialmentetransnacionale integrado pela CEE. A CEE nfo re- Jeitou os direitos do homem e do cidadso como mia referencia fiowica ¢ Juridica: ela foi erada, por assim dizer, sobre este patrimenio comum de ‘valores epincpios. Mas io recebes competencasdeintervengioespecli 3s neste dominio, o qual continuou a er remetido para ele consti Clonal dos Estados-membros e pars os Gros competentes do Conselho da Europa, And hoje, ocareter ercunscrito dos dzeits cvs ou politics con {emplads no Tratdo da Unido Europea assinla os limites da ‘idadania dds Unio’. © Tratado psssou a firma, na sequéncia da revisi de 1997, 0 objetivo da defss dos drettos eds interesres dos nacionais dos seus Esta. dos-membros, mediante ainstiuigo de una ekdadania da Unio, bem como ' manutengo e desenvolvimento ds Unio enguantoexpaco deliberdade, fe segurang ede justia art, 2) Mas ¢“cidadania da Unio citcunscreve Se, as reiade, a pouco mais do que a0 dicta de circular e permanecer livremente no tenitio dos Estados membros [at 18] eo dieto de qu. ‘quer cia da Uno resdente num Estado-merbro gue ndo Sea oda sa ‘acionalidade de clegere de ser cleto nas eeiges mancipis do tstado. ‘membro de reidenis art. 1, 1]. A cidadaniaeuropela ¢ complement da idadania nacional, serescents 0 Tratado da UE: ea tem sido, com efeito, onceptalizada como envalvendo aspectos do exerciio dos direitos que teanacendem os limites triorais om materia da competéncia de cada Estado-membro, ou ej, como uma forma de cidadanie tanspacionl. "No obstante as limitagesconsttucionisda UE no campo da cidada nia civil politics, nas ukimes dead, o slargamento da intervengio da UE s nova deas de repslagio, como ¢ mercado da informacio, tem impli ado o seu envolvimento diecto ou indrecto na esfers de detox ind ‘dons “clatscos” ate entho teserados as ondensjurdiessintemas, como, por exemplo,« Hberdade de informazo e dieito 2 intimidade da vida Drivala, para além do dueito de propredade. A UE tem desempentado, do Incsmo paso, unt papel no desenho de novos dieitos qu responder 20s ‘esaliossusctadoe pelo desenvolvimento tecnoldgico-industial em eas ‘ome a propredade intelectual ou os dieitos de consults epariipagio dos ‘eidadion nas deisespoltcas sobre assuntos ambientais* Levanta-se, em consequincia, a questo de saber como € que nestes ‘onterto esto set pondetados os dieitos de eidadania em face dos dtel- tos ¢ lberdades do mercado comom que 2 CELUE tem uadicionalmente Privlegiado, A questio pies justamente porque a lgia dos “spillovers” {nerente&constrago evtopeia aparece acentuada ou reforsada pelos proces os degloballagio, Ao sobepor se cada vez mais aos Estados-membyos na tegulagio de novas éeas como a informacao ou o ambiente, em £2280, em parte, da natrezatansnaclonal destesfendmenos, a UE tem acabado ine ‘rtevelmente por interlenr na definigso do conteddoe regime de direitos Indviduais eradcionalmente protegidos pelo Estado-nacdo. ‘ara além do debate sobre odétice emocritico da Unido Euroeia, ou sta, da alegad insuficiéncia da demoeratizagz do funcionamento do site ma polition comunitiro que tem acompanhado 2 expansio das competén Cas repultorias da UE, haves, porwentor, motivos para flat num dice ‘de cidadania da Unito* iN un de det bes Cae dor De Fundamental Unto arp suse iy tte ng rb ico m dd democtio «ones de uma a spe Sate caer neowaci ont a 3, “Sociedade” ov “mercado” da informagdo: as metamorfoses da liberdade de informaséo ‘A sociedade da informagio ¢ uma socidade global. A aceSo da Unio deve ter por objetivo o estabeecimento de tam quadro regulamentar co ‘mum e acordado para a protccgao dos direitos de propriedade intelectual, da puvacidade e da seguranca da informagio na Europae,senecessiro, a alvel Ineemacional escreve-e nas recomendagies do Conselho Europeu, de 1994, dedieado 8 sociedad da informagio.” A revoluglo tecnolgica fez dos produtos de informacdo programas de computador, bases de dados, produtos multimédial um dos sectors mais Iporantes do comecio ineermacional © deseavlvimento de inirestrutaras digeais contebura, por seu lad, para reforgar ocardeter global deste merca: do, A reclamagio pelas empresas de um quadro legal dotado de clareza © ‘extabilidade, em particular no dominio dos direitos de propriedade intlec tual, condusiu a UE a desenvolver um importante esforgo legislative, 20 Tonge dos anos 90, no sentido de poteger esses direitos. ‘A.CHUE tem desempenhado um papel pioniro na definigio do qua

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