Você está na página 1de 1

O conto do sol, da lua e dos deuses sem nome O sol estava entediado. No havia mais o que fazer no cu.

Decidiu visitar a Terra. Mas num corpo de criana. A Terra estava entediante. No havia nada o que fazer nela tambm. O Poeta desaparecera. E levou consigo a inspirao. O sol foi procur-lo. E olhou cada canto do planeta. No encontrou o Poeta. Tristeza. Ento olhou pra lua. Havia um castelo sobre ela. Quem mora no castelo? O sol descobriria. Viajou pelo espao. Aterrissou na distante lua. O castelo era enorme. Bateu nos portes. Sem resposta. O que faria? Se desfez num raio de luz. Entrou pela janela. Som de piano. Moblia nova e tambm velha. Um velho o chamou por seu antigo nome. O sol o reconheceu. O Poeta estava fraco e cansado. No havia vigor algum em sua msica. O que aconteceu com o Poeta? Perguntou-se o sol. No h mais fora sobre a Terra. Sou inspirao, no motivao. E o sol lembrou-se de uma histria antiga. To antiga quanto a lua. E invocou os deuses. No deuses de carne e sangue. Ou de barro e ouro. Ou ainda de luz e calor. Ele invocou deuses sem nome. E eles vieram. Haviam alimentado a arte sobre a Terra. Haviam abenoado o Poeta. Mas tambm estavam velhos. Eles tambm no eram motivao. O sol olhou para o espao. E viu a vida como um todo. Ele viu a si mesmo no cu. Viu sua jornada na Terra. Ele viu sua vida. Seu nome. E era Motivao. O sol tornou-se um grande astro no cu. E carregou os deuses consigo. Com sua luz, a fora dos deuses voltou para a Terra. E para o Poeta. E desde ento o sol arde no cu. Sem cansao, nem monotonia. E o Poeta ainda caminha sobre a Terra. Plantando coisas novas e antigas. J. Kercus.

Você também pode gostar