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1. INTRODUÇÃO

1.1 Justificativa

Um dos produtos poliméricos mais utilizados, de algumas décadas para cá,


são as denominadas “sacolinhas” plásticas. Essas sacolas são usadas em vários
tipos de setores do mercado. O maior deles é: em supermercados, shoppings e
outros demais locais de larga distribuição. Elas são distribuídas em progressão
geométrica, pois os caixas e seus ajudantes usualmente as colocam uma dentro da
outra, pois o consumidor as deseja para seu reuso: como sacos de lixo.
Sua reciclagem também é possível de ser feita, porém o crescimento do seu
volume nos lixos foi considerável, representando um percentual relevante das
estatísticas dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU). Tornando-se ineficaz e
dispendiosa para os acúmulos e problemas causados por esse material, que são
eles: poluição do solo por resíduos finais de degradação, desvio para rios e oceanos
confundindo a fauna que pensa estar diante de alimento ingerindo o plástico
causando mortandade de animais em escalas não esperadas desequilibrando o
ecossistema do planeta.
Em países mais pobres, tais como o Brasil - em desenvolvimento -, a
problemática ainda cresce, pois os RSU não têm uma gestão até o final de sua vida
útil e nem uma engenharia de usinas nos lixões e aterros sanitários, onde se
convertam totalmente em matéria-prima para outros artefatos e realmente formando
um ciclo eficiente de reuso para que o ambiente retarde absorção desses resíduos a
ele impactantes e muitas vezes tóxicos.
Sabe-se, hoje, que além da reciclagem, existem alternativas de se inserir o
plástico ao ciclo de seus constituintes no ecossistema. Uma dessas soluções são a
aceleração e sua degradação. Assim, esse novo plástico, não levaria séculos para
se degradar, e sim meses, diminuindo o seu acúmulo, ou seja, o seu volume nos
lixões, aterros sanitários e outros depósitos ou mesmo nos centros urbanos e
grandes metrópoles.
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Mesmo com essa solução, ainda há alguns pontos críticos a serem


estudados, mas em específico, usar-se-ão definições sobre os tipos de plásticos e
de degradação e todo estudo prévio à sugestão de uma aula envolvendo a
discussão sobre a questão dessas sacolas e sobre o que seus fabricantes estão
disseminando como “Plástico Verde” (Ecobag).
Esse trabalho tem como objetivo salientar que a Educação Ambiental (EA) é
um dos mecanismos mais eficazes para a formação de um povo e que deveria estar
no contexto escolar desde seus primeiros anos, através de temas geradores e
atividades complementares que enriqueçam o senso comum e senso crítico do
educando a ser formado como indivíduo consciente da realidade em que ele vive em
sua comunidade.
Muitas vezes, ao levantar esse tipo de temática cria-se um clima próprio e
aberto às discussões levantadas, tais como o que se trata nesse trabalho. Bem
como cuidar do Meio Ambiente, ou seja, seu habitat. A forma transversal, inter e
multidisciplinar, inclusive estabelece relação direta com os PCN e LDB que regem a
educação dos níveis fundamental e médio no que concerne às Ciências da Terra e
da Natureza.

1.2 Polímeros

Estuda-se em Química Orgânica: hidrocarbonetos e outras várias funções


oxigenadas, nitrogenadas, com radicais diversos, além de exemplos nessas funções
para os meros, polímeros. Na literatura, reserva-se, geralmente um capítulo
específico de polímeros.
Os estudos sobre polímeros podem apontar ao aluno o uso desse tipo de
material, além da sua contextualização vasta ao dia-a-dia.
Pode-se realizar, então: leituras, atividades, feiras de ciências, visitas técnicas
e ainda temas geradores que acompanhem todas as disciplinas por bimestres,
semestres e mesmo um ano letivo inteiro.
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1.2.1 - Estudo introdutório ao tema polímeros

A problematização é sempre importante para a quebra de paradigmas, além


da introdução do questionamento e a inserção da inquietude científica na formação
dos alunos de cursos de nível médio clássico e/ou técnico. É importante que o
professor lance mão dessas ferramentas, localizando o educando no contexto da
temática abordada.
No caso dos polímeros, e ainda dentro do tema dos plásticos, existem
questões surgindo a cada dia e de fácil visualização e vivência do público alvo da
Educação em Química.
São apresentadas questões tais como: “O plástico é importante? O plástico
polui? Onde achamos plástico no dia-a-dia? O município conta com coleta seletiva
de lixo? Que destino é dado ao lixo plástico da cidade do Rio de Janeiro? Qual a
solução para o problema ambiental do lixo plástico?”[1]
Além de ser aguçado o senso crítico do cidadão em formação, ainda será
introduzido o tema de forma empírica e contextualizada, gerando um interesse maior
do alunado pela abordagem que seguirá nas aulas que serão ministradas.
Textos podem ser trabalhados de acordo com a necessidade e do tipo de
aluno na sala de aula. O debate é importante, apontando o que significa e a origem
da palavra “plástico” que deriva do grego plastikos e significa “relativo às dobras do
barro”. Em latim, transformou-se em plasticu assumindo o significado de “que pode
ser modelado”.[1]

1.2.2 - Histórico dos polímeros

Os egípcios e romanos já na Antigüidade tinham contato com os primeiros


materiais de resinas e graxas extraídas e/ou refinadas. No século XVI, com as
grandes navegações e descobertas dos portugueses e espanhóis houve o primeiro
contato com o produto extraído de uma árvore natural das Américas (Hávea
Brasiliensis). Assim descoberto, o látex, gerava um produto de elasticidade e
flexibilidade, até o momento desconhecidos. Era dessa maneira que nasciam os
primeiros produtos da borracha. A utilização desses artefatos era bem restrita. Uma
das funções da borracha era a de apagar lápis. Essas restrições diminuíram com a
descoberta da vulcanização dessa matéria-prima, por Charles Goodyear, em 1839.
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Em 1846, Christian Schónbien, químico alemão, descobriu a nitrocelulose, um


polímero semi-sintético queimando algodão com ácido nítrico. Alguns anos mais
tarde, em 1862, Alexander Parker (inglês) conseguiu dominar completamente a
técnica e patenteou a nitrocelulose que ainda é comum a cera chamada de
Parquetina, proveniente de Parker).
Em 1897, Krishe e Spittler, na Alemanha, obtiveram um produto endurecido
por meio de reação com formaldeído e caseína, proteína do leite desnatado.
O primeiro polímero sintético, em 1912 foi produzido por Baekeland (1863-
1944), produto de fenol e formaldeído que era um sólido (resina fenólica) que hoje é
conhecido como baquelite que vem do nome de seu inventor.
Até o fim da Primeira Guerra Mundial, as descobertas eram casuais, porém
somente em 1920, Hermann Staudinger (1881-1965), alemão, propôs a teoria da
macromolécula que mais tarde em reconhecimento ao seu combatido trabalho na
época em que foi lançado, recebeu o Prêmio Nobel de Química em 1953.
Wallace H. Carothers (1896-1937), químico norte-americano, da DuPont,
formalizou a partir de 1929, as reações que davam origem aos poliésteres e às
poliamidas (policondensações), ou seja, sintetizava-se o náilon através das reações
de síntese dos poliésteres e poliamidas.
Em 1938, Roy Plunkett, observou a reação de um pó branco em tubo de
ensaio contendo o gás tetrafloreto de etileno, dando assim origem ao teflon que
como sua estabilidade térmica era muito grande o seu desenvolvimento de um
processamento comercial só foi tralhado somente a partir de 1960, dando origem a
principalmente produtos finais, tais como as formas de bolo que iriam ao forno das
donas de casa.
O professor Paul Flory estudou incansavelmente os polímeros e suas
propriedades de 1937 até a década de 80, avançando pesquisas nas áreas de
cinética de polimerização, polímeros em solução, viscosidade, determinação de
massa molar, dentre outros campos, não sendo à toa, então seu reconhecimento
posteriormente ao conquistar a premiação de um Prêmio Nobel de Química, em
1974.
Na Segunda Guerra Mundial, houve um avanço muito grande dos polímeros
sintéticos, um exemplo desse desenvolvimento, foi o desenvolvimento do SBR,
borracha sintética, na Alemanha, pois se fecharam as fronteiras com os países que
forneciam tal produto.
16

Nos primeiros anos da década de 50, Karl Ziegler, na Alemanha, desenvolveu


organo metálicos que serviam como catalisadores que foram usados por Giuglio
Natta, na Itália, para sínteses de polímeros estereorregulares e estereoespecíficos,
sendo que o polipropileno isotático foi o primeiro a ser polimerizado por esse tipo de
sistema. Até o momento desse feito, só se tinha obtido de forma atática o mesmo
polímero que dava em um produto viscoso de poucas aplicações comerciais. Os
dois cientistas em questão dividiram mais uma premiação do Nobel, dessa vez em
1963.
O professor Pierre-Gilles de Gennes, do College de France, em Paris,
também Prêmio Nobel, porém na área de Física, em 1991, recebeu tal mérito pelas
descobertas na área da movimentação das macromoléculas, propondo a “Teoria da
Reptação”, originado da analogia com a maneira como a molécula de um polímero
se movimenta, como se fosse um réptil ou mesmo uma cobra.
Mais um Prêmio Nobel deve ser destacado na área de polímeros, esse em
2000, dividido entre três colegas pesquisadores: Alan Heeger, Alan MacDiarmid e
Hideki Shirakawa pelas suas descobertas na área de polímeros condutores, quando
até então eram considerados, inclusive isolantes térmicos.
No Brasil, a pioneira e destacada professora que dá nome ao Instituto de
Macromoléculas Professora Eloisa Mano (IMA) da Universidade do Brasil (UFRJ) é a
incansável figura já carismática e querida na área: a Professora Eloisa Biasotto
Mano. Ela até hoje, como Mestre Emérita da instituição se dedica a redação de
livros e ainda orientação aos seus ex-alunos, hoje bem sucedidos doutores
dedicados à área de pesquisa de polímeros no IMA e em todo país.[2]
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1.2.3 - Introdução aos estudos dos polímeros

1.2.3.1 - Conceitos Básicos

 Definição

Nada melhor do que uma tradução literal de um dicionário especializado na área


para nortear um primeiro contato com o assunto:

“Polímero é a substância constituída de moléculas


caracterizadas pela repetição de uma ou mais espécies
de átomos ou grupos de átomos (unidades
constitucionais) ligados uns aos outros em quantidade
suficiente para fornecer um conjunto de propriedades que
não variam acentuadamente com a adição ou a remoção
de uma ou algumas unidades constitucionais de suas
moléculas.”
(Andrade, 2001).

Resume-se, então por polímero a sua própria origem de formação da palavra que
vem do grego: poli + mero, ou seja, que significam respectivamente: muitos +
unidade de repetição. [2]

 Introdução

Quando as moléculas começam a ter massas molares maiores do que a


ordem de uma centena, com átomos encadeados e ganhando assim, propriedades
singulares a sua classe, denomina-se esse grupo de moléculas maiores de
macromoléculas.
Quando essas macromoléculas chegam a massa molar acima da ordem de
103, e possuem uma unidade que se repete infinitamente na sua cadeia, elas são
chamadas de oligômeros.
18

Quando as macromoléculas com unidades de repetição ultrapassam a massa


molar de 104 podem ser consideradas, então polímeros.[3]

 Uma breve visão química dos polímeros

Polímero resumidamente, mais uma vez pode-se apresentar como uma


macromolécula composta por muitas unidades de repetição denominadas meros,
como visto na sua própria definição, ligadas entre si por ligações covalentes (entre
elementos de eletronegatividade próximas, localizados nos grupos dos não metais,
isto é, ametais, sendo incluídos os elementos da divisão antiga dos semimetais). A
unidade de repetição que dá origem ao polímero é o monômero, que significa uma
unidade de repetição, que é o composto que irá dar origem ao mero.[2]
As ramificações que se apresentam nas cadeias macromoleculares e suas
formas e comprimentos apresentam uma destacada importância. O sistema criado
por macromoléculas sólidas com suas ligações de hidrogênio e interações dipolo-
dipolo, próximas ainda de forças de Van der Waals, criam uma resistência muito
maior que nas moléculas de cadeia curta (micromoléculas). As características físico-
químicas, tais como viscosidade serem alteradas para valores muito aumentados se
devem por conta do aumento do peso molecular desse tipo de cadeia longa
(macromoléculas). A solubilidade é outra característica que se destaca sendo
alterada por conta da estrutura de cada macromolécula e a natureza do solvente
utilizado.[3]

 Polímeros no cotidiano

A importância dos materiais poliméricos é tal que se repara a sua existência


em diversos exemplos do nosso próprio cotidiano. Alguns podem ser citados para
ilustração da grande utilidade desse tipo de material: construção civil, agrícola, de
calçados, móveis, alimentos, têxtil, lazer, telecomunicações, eletroeletrônica,
automobilística, médico-hospitalar, distribuição de energia e outros.
As embalagens são muito utilizadas por suas propriedades e, por esse
motivo, seu uso vem se destacando com passar dos anos. O uso mais comum das
embalagens tem sido para alimentos e bebidas. São características interessantes
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dos plásticos para esses fins: transparência, resistência, leveza e baixa toxicidade.
[9 apud 8]
Existem várias vantagens no uso dos polímeros sintéticos e podem ser
facilmente enumeradas: menor consumo de energia na sua produção, redução do
peso do lixo, menor custo de coleta e destino final, poucos riscos no manuseio, além
da possibilidade de serem reciclados, que são bem sucedidos ao serem utilizados.
[10 apud 8]
Apesar de todas essas enumeradas vantagens e grande uso no dia-a-dia
desses tipos de polímeros, pode-se constatar que a sua baixa degradabilidade
causa um problema de volume do lixo dessa natureza descartado no ambiente, em
contrapartida a sua alta velocidade de degradação também é um ponto a ser
discutido, pois acarreta outro tipo de poluição, através de seus resíduos,
contaminando solos, água e ar.[8]

 Polímeros e seu descarte

Os problemas causados pelo lixo depositado em lixões são devido a sua


gestão não administrada e o descontrole dessa atividade causando assim a
necessidade da sua queima indevida e sem controle. Quando esse descarte e
deposição são feitos em aterros sanitários, os plásticos são compactados com
dificuldade, prejudicando a sua decomposição e dos materiais biologicamente
degradáveis, por conseguinte, criando camadas impermeáveis que interferem nas
trocas de líquidos e gases produzidos da biodegradação de matéria orgânica.[11
apud 8]
Com a falta da educação à população, esses polímeros plásticos são
encontrados ainda em locais impróprios, tais como: praças, rios, vias, mares e
encostas, causando tanto poluição visual quanto com a colaboração para problemas
graves como deslizamentos de terra e o entupimento de bueiros com lixo na época
de chuvas e ainda o aumento de vetores de doenças, etc.[12 apud 8]
A remoção, redução ou eliminação do lixo são objetivos que devem sempre
ser perseguidos com empenho na área de educação ambiental e outras também
interessadas. A separação de plásticos do resto do lixo beneficia à sociedade,
exemplos disso são: aumento da vida útil dos aterros e lixões, geração de empregos
formais e informais, economia de energia e muitos outros.[13 apud 8]
20
21

 Mecanismos de redução do lixo polimérico

Na tentativa de resolver os problemas de acúmulo do lixo polimérico, faz-se


uso de algumas medidas conhecidas. Esses mecanismos são tanto em literatura
disseminados como na prática e são eles: a reciclagem, a reutilização de material
polimérico, a produção de polímeros degradáveis e outros.
Reciclagem é o reaproveitamento dos descartes domésticos e industriais,
através de várias operações originando novas matérias-primas para outros novos
produtos. Essa atividade alia elementos tais como o desenvolvimento tecnológico
para o desenvolvimento econômico e sustentável em prol da consciência ecológica,
sócio e ambiental.[11 apud 8]
Uma das vantagens dessa atividade é a economia no uso de petróleo para
obter os plásticos.[12 apud 8]
Existem três tipos de reciclagem: mecânica, química e energética.
A mecânica converte os descartes plásticos pós-industriais ou pós-consumo
em pequenos grãos que têm possibilidade de serem reutilizados como matéria-prima
na produção de outros produtos, tais como: sacos de lixo, solados, pisos,
mangueiras, componentes de automóveis, fibras, embalagens não alimentícias e
outros.[10 apud 8] Esse tipo de reciclagem só se aplica aos termoplásticos.
A química acontece com o re-processamento dos plásticos convertendo-os
em petroquímicos básicos, que são utilizados como matéria-prima em refinarias ou
centrais petroquímicas para a obtenção de produtos de elevada qualidade.[13 apud
8] Assim como a química, a reciclagem energética se aplica a termoplásticos e
termorrígidos.
Apesar de parecer uma boa solução para os resíduos acumulados de
polímeros no meio ambiente, ocorrem algumas desvantagens ou dificuldades na
realização da reciclagem em alguns casos, que tornam a reciclagem menos atrativa
ou até inviável de ser realizada.
Uma das dificuldades seria que a maioria dos plásticos é comprada depois de
utilizadas descartadas e contaminadas, principalmente por resíduos orgânicos, já
que poucos são os municípios que fazem uso da coleta seletiva de lixo, aumentando
os custos e, inviabilizando essa forma de reciclagem.[12 apud 8]
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Um grande aliado com relação ao problema do acúmulo de lixo é a


degradação desse material plástico, sem que essa degradação traga malefício ao
meio ambiente.
Pois enquanto o plástico comum pode levar até 100 anos para se decompor,
o plástico degradável leva alguns meses. Por isso, a utilização desse tipo de
material está voltada para produtos de rápido descarte, tomando como exemplo:
barbeadores, embalagens de cosméticos, copos e talheres plásticos, fraldas infantis
e outros.[10 apud 8]
Esse material se decompõe quando descartado no solo e sua degradação
geralmente pela ação dos microorganismos, esses plásticos são polímeros
denominados biodegradáveis, diferentes dos plásticos derivados do petróleo, são
manufaturados através de matérias-prima renováveis e, além disso, produzem
resíduos ambientalmente aceitáveis.[14 apud 8]
Os biopolímeros em questão vêm alcançando um grande campo no mercado
e na pesquisa para busca de materiais que substituam os polímeros convencionais
derivados do petróleo a fim de diminuir a dependência desta matéria-prima e, por
conta disso merecem atenção da classe dos pesquisadores, ambientalistas e
industriais.

 Nomenclatura dos polímeros

Nesse trabalho trabalhar-se-ão os tipos de polímeros não naturais que


passam pela oxibiodegradação, sendo assim, serão usados os exemplos de
nomenclatura de outros tópicos com os principais polímeros que formam os filmes
das sacolas plásticas convencionais, que constituem o grupo das poliolefinas, ou
seja, são eles: polietileno (PE), polipropileno (PP) e o poliestireno (PS).
A nomenclatura geral dos polímeros usa basicamente três sistemas e são
dados da seguinte forma:

 Com base no nome do monômero + prefixo poli: Exemplo: Etileno →


polietileno.
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 Polímeros de condensação, em que são utilizados dois tipos de


materiais iniciais, o seu nome é dado conforme a estrutura do mero:
Exemplo: Etileno + ácido tereftálico → polietileno tereftalato (PET)
 Nomes comerciais são dados com bases na experiência (náilon) ou
mesmo a abreviação acaba sendo bastante usada (ABS, SAN, EPDM,
etc.).[2]

 Principais classificações dos polímeros

Existem diversos critérios e formas de classificar polímeros. Esses critérios


serão estudados a seguir:

 Segundo a sua origem, que são distribuídos em dois grupos: naturais e


sintéticos;
 Segundo o número de monômeros envolvidos na sua polimerização
que são dois grupos: homopolímeros e copolímeros;
 E quanto ao seu método de preparação: polímeros de adição e
polímeros de condensação.[3]

1.2.4 Tipos de degradação dos polímeros

1.2.4.1 - Aspectos gerais

A degradação de polímeros ocorre geralmente na perda de poucas de suas


propriedades físicas, podendo acontecer durante seu processamento, por conta de
alguma reação química ou decorrente de efeitos do meio ambiente, como por
exemplo: à luz, a temperaturas variadas e também por ação da microbiota aos
materiais em questão.[14, 15 apud 8]
Durante esse processo, o polímero tem sua massa molar cada vez menor por
conta da quebra da cadeia polimérica e assim perdendo estrutura no seu retículo
cristalino.[15 apud 8]
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O processo de degradação não ocorre de forma igual para todos os


polímeros, fatores como a estrutura química, morfologia e cristalinidade acarretam
em sua velocidade e tipo de degradação.[15 apud 8]
Os principais tipos de degradação são discorridos a seguir:

 Fotodegradação

Os termos fotodegradação e biodegradação inicialmente são confundidos e


tidos como sinônimos, uma vez que, nos dois casos, o plástico era degradado por
processos naturais.[16 apud 8] No entanto, com a evolução dos estudos e
conhecimentos a cerca dos mecanismos de degradação, passou a ser possível
distingui-los, cujos resultados são bem diferentes.[16 apud 8] Neste fenômeno, o
próprio nome leva a se pensar que o fator que interfere e faz com que a degradação
aconteça é a exposição do material polimérico à luz, em principal aos raios
ultravioleta.[12 apud 8]
Todos os polímeros possuem graus diferentes de sensibilidade à luz, porém
na maioria das vezes ela é indesejável e, assim são adicionados aos polímeros
aditivos retardantes da fotodegradação.[8]
Tanto existem os aditivos que retardam a fotodegradação, quanto os que
aceleram esse processo que também podem ser adicionados a sua formulação,
tornando o polímero fotodegradável. [12 apud 8]
Os polímeros fotodegradáveis têm sua massa molar diminuída gradualmente
quando expostos diretamente à luz solar ou fonte ultravioleta. Assim, o material
torna-se quebradiço e, ao final desse processo forma um pó por ação físico-
mecânica externa, com isso podendo ser absorvidos e podendo sofrer ação dos
microorganismos (fotobiodegradação).[16 apud 8]

 Degradação química

Esse tipo de degradação, a química, consiste no processo de degradação que


o polímero sofre quando uma espécie química ativa reage com o polímero, cindindo
sua cadeia e, com isso reduzindo sua massa molar.[12 apud 8]
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Industrialmente, essa degradação é realizada com objetivo de reaproveitar


resíduos como produtos reutilizáveis na própria produção do polímero em questão e
em outras sínteses (reciclagem química).[8]
Existem polímeros que são naturalmente degradáveis, em geral neles ocorre
ou um processo oxidativo ou hidrolítico, podendo ser parcial ou total, levando à
produção de CO2 (gás carbônico) e H2O (água).[12 apud 8]
A cristalinidade é outro fator importante além da estrutura química e é um
fator determinante para ocorrer um desses processos, até porque as regiões
cristalinas são impermeáveis à água e ao oxigênio. Dessa maneira, tanto a hidrólise
quanto a oxidação restringem-se às regiões amorfas do polímero.[15 apud 8]

 Degradação oxidativa

A introdução de átomos de oxigênio nas moléculas dos compostos orgânicos


é denominada oxidação.[15 apud 8]
Com a ajuda de fatores que aceleram a oxidação, tais como: altas
temperaturas, umidade e exposição à luz a degradação oxidativa ocorre. Podendo
ocorrer tanto durante o seu processamento quanto na aplicação final.[17 apud 8]
Ocorrendo com esse fenômeno a diminuição no índice de fluidez, a descoloração, a
perda de transparência, a perda de brilho (superfície) e perda parcial das
propriedades mecânicas (impacto, tração, alongamento etc.)[8]
Alguns polímeros são mais propensos a esse processo, por conta de sua
constituição, morfologia e estrutura química, são os que apresentam ligações duplas
em suas cadeias e os que apresentam baixa cristalinidade.[15 apud 8]
Para manter a integridade desses tipos de polímeros que geram materiais
suscetíveis, é aconselhável o uso de aditivo que retarde esse processo, ou seja,
coloque-se um antioxidante.[17 apud 8]
Para os polímeros biodegradáveis a fragilidade à oxidação é desejável, pois
ocorre no tempo adequado ao projeto do uso do material, assim não interferindo em
suas propriedades durante a sua utilização.[8]
Esse tipo de degradação seguida da biodegradação é chamada de
oxibiodegradação, sendo um processo em dois estágios no qual, primeiro, o plástico
é convertido por uma oxidação através da ação do ar em fragmentos moleculares
solúveis em água. Em segundo lugar, essas moléculas menores oxidadas são
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biodegradadas em água. (convertidos pela microbiota em CO2, H2O e biomassa).[12


apud 8]
São três os estágios distintos de oxidação dos polímeros e o seu mecanismo
é dividido em: iniciação, propagação e terminação.[15 apud 8]
27

Iniciação:

PH = cadeia polimérica

cisalhamento . O2
P–H P POOH

Calor, luz
POOH PO. + .OH

.
PH PO P. + POH(H2O)
.OH

Obs: Os radicais podem ser formados por fatores tais como: calor, luz ou íons
metálicos que possam estar contidos no polímero.

Propagação:

P. + O 2 POO.

. .
POO + PH POO2H + P
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Terminação:

2P. P–P

P. + PO2 PO2 P

2 POO. POH + P = O + O2

Estágios do Processo de Oxidação de Polímeros.

(Rosa e Pantano, 2003).


 Degradação por hidrólise

Quando ocorre uma reação de substituição nucleofílica na qual o nucleófilo é


a água. Exemplo desse tipo de reação é a hidrólise de ésteres que pode ser
acelerada por catálise básica ou por um ácido mineral.[15 apud 8] Quando a
hidrólise de ésteres é catalisada por uma base é denominada reação de
saponificação. Em geral, a base usada é o hidróxido de sódio e os produtos
formados são carboxilatos de sódio e álcool. A hidrólise de ésteres é acelerada
através do uso de ácidos e se verifica que ocorre o inverso que na esterificação de
Fisher, onde acorre reação entre um ácido carboxílico e um álcool e os produtos
resultantes são: éster e água.[15 apud 8]

Reação de hidrólise de um éster promovida por um ácido.


29

(Solomons e Fryhl, 2002).


30

Hidrólise da ligação éster em poliéster (PET).

(Solomons e Fryhl, 2002).

A reação de degradação de hidrólise acima representada nas reações acima


resultando no processo degradativo do material podendo ser dividido em cinco
etapas, representadas no esquema da figura 1(anexo: figuras).
No início do processo, a superfície do material degrada mais rápido que o
interior pela ação da água. Depois, acontece a formação de espécies ácidas que
aceleram a hidrólise, por catalisar a reação (hidrólise autocatalítica).[18 apud 8]
O processo acelera-se no interior do polímero, ocorrendo migração das
espécies ácidas que são produzidas pela hidrólise para a parte superficial do
polímero (migração reversa do gradiente de acidez).[15 apud 8] O resultado do
processo total é a formação de um “escudo” de polímero mais estável na superfície
o qual demora bem mais tempo para biodegradar.[18 apud 8]

 Degradação térmica

A degradação térmica ocorre com a transição degenerativa na estrutura


química, das propriedades físicas ou na aparência de um material o expondo ao
calor.[14 apud 8]
Esse processo se inicial em geral em torno de 150º-200ºC e acelera com o
aumento dessas temperaturas. Pode acontecer de as reações de despolimerização
e cisão aleatória das cadeias ocorrem.[19 apud 8]
31

Na despolimerização, os polímeros têm suas cadeias com tamanho reduzido


causado pela remoção de unidades monoméricas terminais, iniciada pela cisão de
sítios, que podem ser um pedaço de iniciador ou um agente terminador. O resultado
principal do processo é a diminuição inicial da massa molar é bem pequena podendo
ser desprezada, ou seja, reduz-se ao monômero.[19 apud 8]
Na quebra aleatória, acontece logo no início do processo uma diminuição da
massa molar apreciável. Os seus produtos principais são: fragmentos de monômero,
dímero, trímero, materiais de massas molares de até algumas centenas.[19 apud 8]
A degradação pode liberar também outras pequenas moléculas.[20, 21 apud
8]
Muitas vezes essas outras moléculas sub-produtos, ou mesmo chamados
resíduos da reação global da degradação total são inconvenientes.[8]
Assim, a estabilidade térmica de polímeros é um parâmetro importante para a
determinação da temperatura do processamento desse material, sendo isso
necessário para avaliação de seu desempenho nas suas condições de uso.[22 apud
8]
Em algumas situações, a temperatura usada para determinado
processamento está acima da temperatura de degradação do polímero e, assim, o
material terá de ser processado de outra maneira.[3 apud 8]
Tanto quanto para os polímeros comuns, esse tipo de avaliação da
estabilidade térmica é mais importante ainda quando se trata de polímeros
biodegradáveis, pois se decompõem muitas vezes rápida e facilmente por conta de
aumento da temperatura do processamento, causando problemas e danos até
mesmo pro equipamento utilizado pra sua manufatura.[23 apud 8]

 Biodegradação

Processo que ocorre na degradação dos polímeros através da ação de


organismos vivos. Segundo a American Standard for Testing and Methods (ASTM-
883), polímeros degradáveis são aqueles que a degradação primária resulta
primariamente da ação de microorganismos tais como bactérias, fungos e algas que
ocorrem naturalmente.[24 apud 8] Em futuro próximo, a pesquisa, desenvolvimento
e indústria terão a preocupação com a produção de materiais biodegradáveis
ambientalmente corretos, que se constituem no estímulo da sua mineralização ou
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desaparecimento de produtos da degradação total, tais como: CO 2, H2O, CH4, ou


biomassa sem a produção de intermediários prejudiciais.[24 apud 8]
A biodegradação é um processo natural onde microorganismos participam e
que ocorre quando os compostos orgânicos entram em contato com o meio
ambiente e são convertidos em compostos mais simples mineralizados e
incorporados dentro de ciclos elementares como o do carbono, nitrogênio e enxofre.
[15 apud 8]
Esse processo não acontece de forma isolada, mas conjuntamente com
outras formas de biodegradação, que transformam anteriormente o material em
compostos mais facilmente assimiláveis pelos microorganismos. Com isso, a
velocidade com a qual o polímero irá sofrer biodegradação será dependente de
fatores aos quais estará submetido ou exposto e se o polímero será degradável a
eles ou não, naquelas condições estabelecidas.[8]

 Degradação de polímeros sintéticos

A degradação dos polímeros no ambiente é gradual e pode ocorrer devido a


efeitos e fatores diferenciados tais como: luz, ar, temperatura, vento e presença de
macro e microorganismos.[27]
É um processo complexo que combina diferentes mecanismos.[28 apud 27]
Geralmente, o PEBD precisa de um menor grau de antioxidante que o de PEAD.
Os processos que envolvem o processo de degradação química dos
polímeros sintéticos são de natureza: química, físico-química[29 apud 27] ou
biológica[30 apud 27].

1.2.5 Polímeros degradáveis

1.2.5.1 - Aspectos gerais

A busca no princípio por um polímero sintético baseava-se em sua inércia e


resistência à biodegradação, diferente do que acontecia com os polímeros naturais
tais como amido, celulose e proteínas.[15 apud 8]
33

Os estudos pioneiros que buscavam o tema da biodegradação eram


justamente para retardar e prevenir o ataque por fungos, bactérias e outros
organismos vivos a esses materiais.[25 apud 8]
Apesar do custo dos polímeros biodegradáveis o interesse por esses plásticos
em vista aos convencionais é grande com esperança de serem uma das soluções
para os problemas ambientais causados pelos polímeros advindos e derivados de
petróleo.[26 apud 8]

1.2.5.2 - Tipos de polímeros biodegradáveis

De uma forma mais geral pode-se dividir em dois grandes grupos, em relação
à natureza desses polímeros e sua origem:[8]

 Naturais
 Sintéticos
Nessa monografia, estudar-se-á um polímero de natureza sintética que se
classifica especificamente também como no item 1.2.4.3.

1.2.5.3 - Polímeros biodegradáveis originados dos derivados do petróleo

São derivados por síntese (via sintética clássica), através da indústria


petroquímica. Exemplos desses polímeros degradáveis sintéticos são aqueles que
em seu processamento são acrescidos dos aditivos pró-degradantes, ou seja: os
plásticos oxibiodegradáveis.[8]
Por isso, detalhar-se-ão o PEBD constituinte do filme da sacola plástica
estudada.

1.2.5.4 - Poliolefinas

É uma classe específica de polímeros sintéticos (não naturais) que é formado


por monômeros provenientes de radicais olefínicos (hidrocarbonetos que possuem
insaturações em sua cadeia principal, nesse caso os alcenos) e que formam alguns
plásticos, mas especificamente os termoplásticos.
34

Três dessas poliolefinas são de grande importância industrial e comercial, que


dão origem às sacolas plásticas que adotamos como tema gerador desse estudo,
são elas: PE, PP, PS.
Essas poliolefinas têm a característica de poder formar filmes poliméricos
utilizados na fabricação das sacolas que mencionamos acima.[2,3]
Eles são também definidos como commodities, pois são polímeros de alto
consumo e baixo preço de mercado.[4]
Como a sacola analisada e estudada é segundo a revisão bibliográfica desse
mesmo trabalho reconhecida como PEBD, estudar-se-á mais a fundo como exemplo
o PE.

1.2.5.5 - Polietileno (PE)

 Propriedades gerais

As aplicações do polietileno são baseadas em suas propriedades específicas.


Algumas vezes, a dada aplicação é baseada em uma propriedade específica desse
polímero, porém mais comumente a aplicação de um polímero é baseada no
conjunto de diversas características do mesmo.
Em resumo, o PE é um plástico popular conhecido por donas de casa nos
artefatos inquebráveis, tais como, por exemplo: embalagens para armazenar
alimentos, brinquedos e nas sacolas plásticas de supermercado. São boas
embalagens herméticas, pois podem ser comprimidas, por serem justamente feitas
de um material compressível. O mercado de maior expansão de anos para cá é o de
películas de filme finas para fabricação de, por exemplo, sacolas plásticas.[5]

 Química básica do polietileno

Como indicado pelo nome, polietileno é basicamente o polímero advindo do


etileno que é produzido através da reação N(CH2 = CH2) → (~CH – CH ~)n, sendo N
o grau de plasticidade do polímero que, nesse caso pode ser considerado em torno
da faixa de 600 a 4000.
35

Essa teoria foi aceita até o ponto em que o polímero fosse essencialmente de
cadeia normal composto por somente uma unidade polimérica se encadeando como
um cordão de contas. Cada estrutura teria um terminal etilênico por molécula e/ou
duas metilas, dependendo da posição da insaturação. Logo essa teoria caiu em
desuso, pois o polietileno comercial demonstra ter uma estrutura dispara da que é
demonstrada pelos modelos teóricos. Em 1940, Fox e Martin demonstraram por
estudos de análises de espectros usando o método infravermelho, a presença de, no
máximo, um grupamento metila por cada 100 grupos CH 2. Como a técnica de
infravermelho tem sido apromirada a cada dia, já se encontraram até 2 a 3
grupamentos metila por cada 100 grupos CH2.
Um grau de insaturação mais alto pode-se também ser demonstrado pela
técnica de infravermelho. O fato sugere que a parte ramificada da cadeia pode ser
formada durante a polimerização, cada uma evidentemente tem um acentuado efeito
nas propriedades do polímero, particularmente são cristalizados mais facilmente. O
comprimento da parte ramificada da cadeia é também um fator preponderante para
a estimativa da proporção de cadeia longa ou curta. A precisão do procedimento
utilizado – que depende do reconhecimento das medições dos grupos metila, pelo
espalhamento da luz e pela viscosidade das soluções – deixa muito a desejar, mas é
indicado bem preponderantemente para as cadeias curtas.

 Reações do polietileno

Testes físicos discutidos relacionados com a estrutura molecular apontam


para que as reações de degradação desse plástico ocorram além dos limites da
química do PE.
São, em geral, as reações que seriam esperadas de hidrocarbonetos
alifáticos, levando inclusive em consideração o fato de ser uma molécula de
altíssima massa molar.
O PE sofre oxidação, não somente no sentido em que eles sejam queimados,
mas também no sentido de que absorvem oxigênio preferivelmente em uma taxa
alta – acima de 80º C. Inicialmente, pelo menos, o oxigênio não resulta de uma
quebra da cadeia, mas antes da deterioração dessas propriedades elétricas,
especialmente de fatores de sua perda. Isso também resulta num crescimento da
viscosidade através de sua fusão, que na extrusão produz um gel no seu filme.
36

Eventualmente, a absorção de oxigênio resultará num material não muito


termoplástico. Esse endurecimento (stiffing) é geralmente referido às ligações
cruzadas identificadas através dos estudos de análises utilizando infravermelho da
oxidação desses polímeros. Apresentam grupos ceto que devem ser ligados às
cadeias no decorrer do processo de oxidação. Os grupos carboxílicos dos ácidos
também aparecem com decréscimo de massa molar.

1.2.5.6 - Tipos de polietileno

 PEBD;
 PLBD;
 Polietileno Irradiado (PEI);
 PEAD.

1.2.5.7 - PEBD oxibiodegradável

Há alguns anos é estudado e começa a ser comercializada uma nova frente


de polímeros sintéticos aditivados para que a sua mineralização ocorra e seja
catalisada. Acelerando essa oxidação quebram-se moléculas menores que forma
um composto diferente do polímero de base o que auxilia na absorção de umidade
desses novos compostos. Os fragmentos formados disponibilizam-se para que os
microorganismos os consumam e lhes sirvam de fonte de energia, de forma que se
inicie o processo natural de biodegradação. Esse tipo de produto é denominado
oxibiodegradável.[32]
37

2. PROPOSTA DE AULA COM TEMA: POLÍMEROS


OXIBIODEGRADÁVEIS

2.1 Introdução

O Ensino de Química tem por diversos anos sido apresentado aos alunos de
nível fundamental e médio de forma tradicional, repassada formalmente de geração
para geração de professores disseminando na prática e até mesmo do cotidiano do
alunado. O que muitas vezes não vem a amadurecer o aluno para o pensamento,
curiosidade ou até mesmo a construção de um raciocínio lógico e científico. Sendo
assim, dificilmente o aluno sente necessidade e nem proximidade do conteúdo
estudado e pior ainda não repassa esses ensinamentos para sua própria vivência,
não sendo ideal para a práxis do verdadeiro educador.
Durante décadas vem se preconizando a urgência da maior reflexão e
reestruturação da educação em química que deveria passar por esse tipo de
abordagem, a que demonstra o que ocorre na vida e explica o que acontece na
Natureza, por ser uma ciência demonstrativa, dentro das Ciências da Terra e
Natureza.
A Educação em Química deve passar pelos preceitos do convencimento
diante do assunto abordado em sala de aula e conteúdo programático aos seus
alunos estabelecendo uma relação de troca, do professor com o aluno podendo vir a
desenvolver dentro desse processo um crescimento científico-tecnológico,
estimulando a investigação. Com esse processo, os indivíduos serão formados para
com suas características não só cognitivas, mas também individuais modificando o
seu habitat de forma positiva, através de ações que causem seu desenvolvimento
sócio-econômico, produção de bens e até, hoje de maneira mais importante do Meio
Ambiente.
Os alunos, apesar de se depararem com polímeros no seu dia-a-dia, por
muitas vezes não percebem e nem ligam os conceitos assimilados, ou mesmo
decorados em sala de aula, para provas e assim se esquecem no decorrer do
tempo, nada influenciando em suas vidas práticas aquele conhecimento.
A necessidade de aulas mais interessantes sobre o tema surge de
exatamente a percepção de alunos-mestre e projetos dentro de sala de aula, onde
38

se verifica esse tipo de ocorrência, e quando mais bem explicado, o aluno se


interesse até pela origem, propriedades e seus usos, aplicações.
O tema proposto desse trabalho monográfico traz além de fatores a serem
trabalhados em sala de aula, transversal com outras disciplinas tais como: Biologia,
Sociologia, Geografia, Matemática, até mesmo Português e Inglês, que se
trabalhado um tema gerador, há margem para execução de ações sociais e
campanhas para a mudança de hábitos ambientais da comunidade, se bem
divulgada e aberta inclusive a sua cidade.

2.2 Público alvo

Essa proposição de aulas pode ser executada com alunos de primeira e


segunda séries do Nível Médio e dependendo da abordagem pode-se demonstrar
em Feiras de Ciências para nona série do Nível Fundamental e terceira série do
Nível Médio.

2.3 Objetivos

As duas aulas propostas têm objetivo incentivar o aprendizado do conteúdo


programático de Química Orgânica, usando os tópicos pertinentes ao tema dos
polímeros oxibiodegradáveis. Capacitando ao final das aulas o alunado a identificar
tais pontos:

 A importância dos polímeros para a sociedade atual e em sua vida;


 O que ocorre quando se usa indiscriminadamente esses plásticos
sintéticos sem o controle preventivo dos seus efeitos no meio
ambiente;
 A necessidade de novas alternativas do uso de polímeros sintéticos;
 Identificar os prós e contras do uso dessa nova tecnologia de plástico;
 Quais as alternativas de consumo desses polímeros;
 Questionar e criar um debate sobre o marketing verde que gira em
torno dessa questão;
39

 Saber o porquê do interesse da mídia e dos ambientalistas e até


mesmo do governo em obrigar o uso de plásticos oxibiodegradáveis;
 Saber o que se pode além de oxibiodegradar realizar com o plástico
para aumentar sua vida útil e até mesmo melhor absorção ao meio
ambiente;
 Onde os polímeros oxibiodegradáveis estariam resolvendo a
problemática do lixo urbano e polimérico, qual sua participação e
se é uma solução definitiva e totalmente eficaz;
 Algumas aplicações e propriedades dos polímeros oxibiodegradáveis.

2.4 Recursos didáticos

Uso de material teórico criando problematizações ao público-alvo.


O professor prepara aulas através de recursos que tragam para sala de aula
discussões sadias com o educando.
De acordo com a disponibilidade do horário de aulas programa-se para se
trabalhar o seguinte material:

 Textos de apoio sobre polímeros apresentado pelo professor;


 Textos de jornais, revistas e internet trazidos pelos alunos;
 Amostras de polímeros oxibiodegradáveis ou trazidas pelo
professor ou solicitadas que o aluno colete e tenha com ele em
sala de aula no dia da atividade a ser proposta.

2.5 Tópicos do tema polímeros oxibiodegradáveis abordados em


aula

 Polímeros no cotidiano;
 Descarte de materiais de polímeros;
 Redução do lixo urbano de origem plástica;
 Polímeros biodegradáveis;
 Polímeros biodegradáveis de origem microbiana (aspectos gerais);
40

 Polímeros biodegradáveis de origem sintética (oxibiodegradáveis);


 Educação Ambiental;
 Meio Ambiente.

2.6 Tópicos do conteúdo programático do Ensino Médio

Dentro dos assuntos pertinentes ao conteúdo programático do Nível Médio


em Química Orgânica podem ser trabalhados os seguintes assuntos:

 Funções orgânicas envolvidas, exemplo: éster, dentre outras


envolvidas.
 Reações orgânicas ocorridas na degradação desses polímeros,
exemplos: esterificação e oxidação;
 Fenômenos tais como a hidrólise dos compostos que seriam gerados
pelas reações, por exemplo, de esterificação, ou seja, a hidrólise dos
ésteres;
 Estequiometria das reações envolvidas para analisar impacto
ambiental de resíduos em massa mais óbvios, tais como o CO2,
através de pesquisas de dados pertinentes à produção e consumo
desses plásticos ou os análogos que poderiam vir a serem
substituídos.
41

2.7 Desenvolvimento das atividades / procedimentos

1ª aula

Com prévia solicitação de pesquisa orientada pelo próprio professor, os


alunos colhem artigos, sacolas, materiais presentes em seu cotidiano que venham a
apresentar algum indício em seu rótulo ou mesmo embalagem que se trata de
plástico oxibiodegradável (lembrando que não é só a sacola plástica de
supermercados e shoppings que apresenta essa tecnologia, existem outros tipos de
embalagens que já estão sendo fabricadas com plásticos, poliolefinas também com
o mesmo aditivo pró-degradante que o PEBD) e trazem para a sala de aula.
Com isso, o professor poderá dividir a turma em grupos dependendo da
atividade que irá propor. Um grupo pode separar artefatos desse plástico e falar de
seus usos e benefícios, quais os seus aspectos positivos. Outro grupo serve de uma
espécie de contra-tese evidenciando aspectos negativos, mostrando alternativas que
podem ser usadas em substituição ao plástico apresentado. Deverá nesse caso
haver um grupo que sirva como elemento neutro, onde julgue o que pode ser
aproveitado dos dois lados, do grupo que “defende” e o grupo que “ataca” o uso
dessa tecnologia.
Para isso, os alunos juizes terão que ter lido e estudado o assunto através de
artigos de diversas mídias, inclusive se for possível o uso de áudio, visual, através
de vídeos e leitura de artigos de jornal, internet dentre os outros conseguidos pelos
alunos.
Ao professor cabe integrar essa discussão e problematização aos conceitos
utilizados em sala de aula e ao conteúdo programático formal e informalmente, para
que esse conhecimento venha a ficar para o uso desse indivíduo em sua própria
formação e avaliação de como irá atuar no seu conteúdo sócio-cultural-ambiental.
O professor pode solicitar aos alunos que em suas casas possam discutir com
quem residem e após esse momento de reflexão possam discorrer algo no sentido
de redação, poucas linhas, ou mesmo alguma manifestação artística, o que o aluno
conseguir expressar sobre aquela aula.
42

2ª aula

Nesse segundo momento, expõem-se os trabalhos produzidos pelos alunos,


num espaço físico dentro de sala de aula, ou da escola, tais como murais ou painéis
para que se tome ciência do que foi produzido em sala de aula, bem como no
ambiente escolar de forma integrada.
Além desse momento, o professor deve fazer uma preleção anteriormente
sobre a parte teórica do que foi conversado, discutido e trabalhado até então, para
que o conteúdo de química seja aproveitado de maneira mais integrada à atividade.
Nesse momento pode-se tratar de aspectos tais como: propriedades,
estruturas químicas, aplicações, custo e outros. Os alunos devem compreender que
apesar dos polímeros oxibiodegradáveis serem similares aos convencionais, eles
possuem diferenças básicas e o que ocorre quanto ao seu tempo de degradação. O
motivo pelo qual o seu custo ser elevado diante o PEBD não aditivado.
O professor pode tratar de aspectos gerais de outros polímeros degradáveis,
apresentando cada um deles de forma geral.
O professor deve explorar as reações, funções e estruturas que ocorrem tanto
na estrutura do próprio PEBD quanto nos produtos das reações, discutindo seus
resíduos e tipos de reações ocorridas.

2.8 Sugestões para trabalho interdisciplinar

 Campanhas de despoluição usando as sacolas oxi;


 Campanhas de uso mais inteligente de sacolas plásticas;
 Campanha para uso de sacolas retornáveis de pano;
 Reuso das sacolas plásticas;
 Despoluição de praias, bairro, parques;
 Questionários e estatísticas de quanto se usa de sacolas de
plástico no seu bairro (pesquisa de campo);
 Entrevistas em supermercados.
43

3. CONCLUSÃO

Concluí-se que a problemática dos RSU e do uso dos plásticos deve ser
discutido e que as mais novas frentes para essa solução devem ser debatidas desde
os bancos escolares, a partir da problematização contextualizada frente aos
conteúdos programáticos de ciências como a Química.
Cabe ao professor de Química levar essa missão como ideal, usando da EA
como instrumento e preconizando a indexação de seus princípios básicos dentro do
conteúdo formal das disciplinas abordadas em sala de aula.
Deve-se ainda adequar aos PCN e LDB, discutindo com outras equipes de
professores e profissionais de Educação como transversalizá-lo ao conteúdo de
maneira global, para que o aluno não distancie de sua vida o que está sendo levado
a ele.
Espera-se que esse trabalho contribua de forma positiva para professores em
formação utilizarem das sugestões aqui colocadas fazendo com que os seus futuros
alunos possam se tornar realmente cidadãos críticos e formados no sentido de
saberem cuidar do mundo em que estão.

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