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Janeiro

Sobre o ombro o cu de Atlas A me dilacerar o peito indcil Sob o escombro da slida cidadela Na qual ergui todos os meus sonhos. A noite veneno e antdoto, dor e alento minha frgua: Do corpo no me arranca a vida, Mas da alma no me arranca a mgoa. A esperana no mais me inspira A tentativa de encontrar, enfim, a paz, Pois da vida fiz-me um corpo ausente A fugir das cicatrizes deixadas para trs. Mas a dor que o tempo um dia leva Algum o dia o destino de volta traz: O corte talhado pela adaga da vida No deixar de sangrar jamais! E s, sigo eu na madrugada eterna Que me traga o pouco de vida que trago No esprito que a cada dia se extingue Sem deixar no mundo qualquer rastro.

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