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Driele Andrade Breves 130024911 Narrar o tempo Primeiramente, os autores dividem as obras de arte entre as temporais, que s acontecem

medida que transcorrem, como a msica e a literatura, e as espaciais, como a pintura e a escultura, cujos elementos j esto l para serem apreciados simultaneamente. As primeiras so dinmicas e as ltimas so estticas. J as artes hbridas, como cinema, dana e teatro, usam elementos dos dois grupos. Porm, nenhuma dessas artes compreendida instantaneamente, existe um tempo de leitura, que o perodo necessrio para que a obra seja absorvida e interpretada. J no caso da leitura, todos esses conceitos (espacialidade/temporalidade, esttica/dinmica, corte/fluxo) esto mesclados em uma nica obra, que faz uso das pginas (que permitem ao leitor ir e vir), de imagem e texto, etc. Porm, o foco dos autores foi o tempo verbal. Eles discutiram a diferena do tempo da ao e o tempo da enunciao. Na frase Se continuar assim, ela vai morrer daqui a trs meses, o tempo da ao de morrer evidentemente o futuro, mas o tempo da enunciao, o tempo que foi dito, o presente. A isso, soma-se o conceito do tempo ficcional, que o tempo no do discurso, mas da histria propriamente dita, evidenciado pelo uso de palavras e expresses de cunho temporal, como Em 1930, ele faleceu, embora a enunciao tambm acabe sofrendo uma localizao temporal, fazendo que, mesmo que o tempo continue sendo presente, ele est subordinado a um presente muito mais remoto, nesse caso, em 1930. Alis, essa preocupao em narrar o tempo, de aborda-lo, caracterstica da narrativa, uma vez que o texto potico se preocupa muito em viver o tempo, e nada em narra-lo.

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