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tica e Jornalismo

O jornalista no pode ser despedido de opinio poltica. A posio que considera o jornalista um ser separado da humanidade uma bobagem. A prpria objetividade mal-administrada, porque se mistura com a necessidade de no se envolver, o que cria uma contradio na prpria formulao poltica do trabalho jornalstico. Deve-se, sim, ter opinio, saber onde ela comea e onde acaba, saber onde ela interfere nas coisas ou no. preciso ter conscincia. O que se procura, hoje, exatamente tirar a conscincia do jornalista. O jornalista no deve ser ingnuo, deve ser ctico. Ele no pode ser impiedoso com as coisas sem um critrio tico. Ns no temos licena especial, dada por um xerife sobrenatural, para fazer o que quisermos. O jornalista um meio de ganhar a vida, um trabalho como outro qualquer, uma maneira de viver, no nenhuma cruzada. E por isso voc faz um acordo consigo mesmo: o jornal no seu, do dono. Est subentendido que se vai trabalhar de acordo com a norma determinada pelo dono do jornal, de acordo com as ideias do dono do jornal. como um mdico que atende um paciente. Esse mdico pode ser fascista e o paciente comunista, mas ele deve atender do mesmo jeito. E vice-versa. Assim, o totalitrio fascista no pode propor no jornal o fim da democracia nem entrevistar algum e pedir: O senhor no quer dizer uma palavrinha contra a democracia?; da mesma forma que o revolucionrio de esquerda no pode propor o fim da propriedade privada dos meios de produo. Para trabalhar em jornal preciso fazer um armistcio consigo prprio.

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