Você está na página 1de 1

Prezado prefeito Beto Richa,

espero que o senhor tenha feito uma boa viagem.


Não sei como anda a questão da bicicleta no médio oriente, mas acredito que o
senhor já deva ter andado por cidades como Amsterdam e Copenhagen onde a
bicicleta é um protagonista do trânsito local, ou em Paris e Nova York, onde,
devido a iniciativa ousada e criativa do poder público, a bike tem conquistado
espaços significativos no planejamento viário.

O senhor também deve estar a par de tudo o que está acontecendo aqui em
Curitiba e da injusta multa que nos foi aplicada pela Procuradoria do Município.

Queremos conversar diretamente com o senhor e o procurador Ivan Bonilha para


resolvermos esta questão. O secretário Ruy Hara é muito bem vindo mas sabemos
que as decisões finais acontecerão apenas com a sua palavra.

Queremos que a multa seja retirada e que o gesto da pintura da ciclofaixa seja
visto como o que sempre foi - um ato político que visava chamar a atenção para a
mobilidade por bicicleta em Curitiba. Pichação!? Nem de perto. Crime ambiental,
para usar o o trocadilho, ´nem a pau´!

Muita gente se manifestou contra esta multa e muitos e-mails foram enviados ao
senhor. Seu irmão, José Richa Filho, conversou pessoalmente com meu pai, o
jornalista Jaques Brand, que lhe alertou sobre o peso político negativo de uma
postura repressora por parte da prefeitura nesta questão.

Queremos que a prefeitura seja a responsável por uma mudança histórica de


paradigma, um novo urbanismo, uma nova visão de cidade, baseada na
convivialidade e no respeito. Um paradigma que não exclua a bicicleta, que lhe dê
visibilidade. Onde estão os paraciclos? Os bicicletários? As campanhas
permanentes de estímulo ao uso da bike? As ciclofaixas que tardam a
aparecer? Que o senhor sinalize a boa intenção, a boa vontade e a ousadia da
criação com um gesto simbólico, assim como o nosso.
A anistia da multa e a institucionalização da ciclofaixa da Augusto Stresser.

Prefeito, sua presença na reunião de terça é indispensável.


Contamos com sua compreensão.
Cordialmente,
Jorge Brand
ciclista, filósofo e cidadão de bem

Você também pode gostar