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O ltimo poema Assim eu quereria o meu ltimo poema.

Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais Que fosse ardente como um soluo sem lgrimas Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais lmpidos A paixo dos suicidas que se matam sem explicao. Manoel Bandeira Adicionar minha coleo Na coleo de 108 Mais Informao Poema da gare de Astapovo O velho Leon Tolstoi fugiu de casa aos oitenta anos E foi morrer na gare de Astapovo! Com certeza sentou-se a um velho banco, Um desses velhos bancos lustrosos pelo uso Que existem em todas as estaezinhas pobres do mundo Contra uma parede nua... Sentou-se ...e sorriu amargamente Pensando que Em toda a sua vida Apenas restava de seu a Gloria, Esse irrisrio chocalho cheio de guizos e fitinhas Coloridas Nas mos esclerosadas de um caduco! E entao a Morte, Ao v-lo tao sozinho aquela hora Na estao deserta, Julgou que ele estivesse ali a sua espera, Quando apenas sentara para descansar um pouco! A morte chegou na sua antiga locomotiva (Ela sempre chega pontualmente na hora incerta...) Mas talvez no pensou em nada disso, o grande Velho, E quem sabe se ate no morreu feliz: ele fugiu... Ele fugiu de casa... Ele fugiu de casa aos oitenta anos de idade... No so todos que realizam os velhos sonhos da infncia! Mario Quintana

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