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I midiatizado O ethos e “hipermeios") Sua espocific Aqui se vai procurar mostrar que a midia (“met¢ implica uma nova qualifivagao da vida, um virtual st zante ev ria, uma espécie de “Lerceiza” natureza, A maneisa ds “anja”, mensageiro denon poderjatinulidineo, instanténco'e global exeseider san expag6 et £0, © como “hoca de Deus’ tuma siniaxe universal que fotichiza a realdade e redux a complevidade A virada do século coincide com a passagem da comunicacio centralizada, vertical ¢ unidirecional (comunicagao de massa, identiti- cada por Edgar Morin num texto célebre como 0 “espirito do tem: po") as possibilidades trazidas pelo avango téenico das telecomuni- cagoes, relativas a interatividade e a0 multimidialismo. Ha quem a elas se refira como tecnologias “pos-miditicas” As novas tecnologias apdiam e coincidem, em termas econdmi- cos, com a extracrdiniria acelcracao da expansao do capital (0 “tur- bocapitalismo”) esse processo tendencial de transnacionalizacao do sistema produtivo e de atualizacio do velho liberalismo de Adam Smith a que se vem chamando de “globalizacao” e cuja autoprop: ganda, atravessada pela ideologia do pensamento tinico, Ihe atribui poderes universais de uniformizagio, Na realidade, esta tiltima ca- racteristica é mais postulado do que fato, uma vez que a globalizagio mostra-se claramente regional (os investimentos concentram-se em. determinadas regioes do mundo) no seu modo de agao, Global mes- mo éa medida da velocidade de deslocamentos de capitais ¢ infor- 1 O othoe midiatina 1. Um quarto bios Tudo isto, aysociado a um tipo de poder designavel como “cibe- rocracia”, confirma a hipétese, jd nao tao nova, de que a socicdade contemporanea (dita “pés-industrial”) rege-se pela midiatizacdo, quer dizer, pela tendénciaa“virtwalizagao” ou tclerrealizagio das re- laces humanas. presente na articulacao do multiplo funcionamento institucional ¢ de determinadas pautas individuais de conduta com as tecnologias da comunicagao, A estas se deve a multiplicagao das tecnointeracdes setoriais E preciso esclarecer o alcance do terme “midiatizagao”, devido & «in diferenca com “mediagaa” que. por sua vez, distingue-se sutilmente de “interagio”, um dos niveis operatives do processo mediador. Com efeito, toda ¢ qualquer cultura implica mediagoes simbélicas, que-sio Jinguagem, trabalho, leis, artes, etc. Esta presente na palavra mediaca0® o significado da ago de fazer ponte ou fazer comunicarem-se duas par- {65 (0 que implica diferentes tipos de interagao), mas isto ¢ na verdade decorréncia de um poder originario de descriminar, de tazer distingoes, portanto de um lugar simbélico, fundador de todo o conhecimento. A linguagem € por isto considerada mediagao universal. Para inscrever-se na ordem social, a mediagio precisa de bases ma teriais, que se consubstancizm em instituigdes ou formas reguladoras do relacionamento em sociedade. As variadas formas da linguagem cas uitas instiruigdes mediadoras (familia, escola, sindicato, partido, etc.) investem-se de valores (orientagoes praticas de conduta) mobilizadores da consciéncia individual ¢ coletiva. Valores ¢ normas institueionaliza- dos legitimam c outorgam sentido social s medingées. Jé midiatizagao éuma ordem de mediagoes socialmente realizadas no sentido da communicayao entendida como processo informecional, areboque de organizagoes empresariais € com énfase nlm tipo parti- cular de interagao — 2 que poderiamos chamar de “tecnointeragaa” ~, caracterizada por uma espécie de prétese tecnolgicne mercedologica da realidade sensivel, dro ee S.Ocespelho ¢,na Histéria humana, prosese primitiva que mas se assemelha ao medium ‘eantermporaneo, yuardadasas devidas diferengas. E que o espelito~ superifciecapaz de ve ftir aradiacao luminosa ~ tridy refexivamenteo-rmundo sensirel, echande era sua rasa superficie tudo aquilo que reliete. U medvum, por sua ve2,semida.o espe, mas aoe jamais puro rellexo, por ser ta jo que diz refer 21 stropuligion do expel maces, tornados possiveis pelas teleteenologias — globslizacio & portanto, um outro nome para a “teledistribuicaa” mundial de pes- Sods ecorsas. De tato, o que o fendmeno globalista (ja antigo) tem de muito novo no fim deste milénio ~ além da “financeirizagao” do mundo capitaneada pela vocagao imperial dos Estados Unidos - ¢ primeiramente uma base material caracterizada por verdadeira nu tagdo tccnolégica, que decorre de maciga concentragao de capital em ciéncias como engenharia microeletronica (nanotecnologia), com- Putagao, biotecnologia e fisica. Em seguida, esbatida contra este pano de fundo, a “informagao”, palavra de grande arnbigiiidade se- mantica, mas que vem designando modos operativos, baseados na transmissio de sinais, desde estruturas puramente matemiticas até as organizacionais ¢ cognitivas No mercado, o termo informacao recobre uma variedade de for- mas (filmes, noticias, sons, imagens, digitos, etc.), definidas em Glti- maanalise como “fontes de dados” € economicamente caracteriz: veis coma prndutos Sobre este Ultimo tipo de informagao incide principalmente a mutacdo, que favorece o intercambio ampliado acelerado entre nagdes. Sobre os novos produtos nao paira mais o te- pico dos anos 1960 e 1970 — de destruigao da “alta cultura” por uma suposta homogeneizacio inapelivel da “cultura de massa”, uma vez que as fronteiras entre ambas se apagam dliante da onda pla. nctarista da globalizagio ou da chamada “sociedade da informacao”, indiferente a tudo que nao sejaa velocidade de seu processo distribu. tivo de capitais e mensagens mor - Nio faltum os que exaltem o computador c a Internet como “a ver- dadeira revolugio do seculo”, comparavel a imprensa de tipos méveis de Gutenberg, que modificou :1 maneira de pensar e aprender. E cor rentea expressio “Revolugio da Informagao”, como um sucedaneo de Revolucao Industrial”, para designar os impactos em curso. A palavra “revolucio” pode revelar-se, agui, enganosa. Fla sem- pre implicou 9 inesperado do acontecimento (portant, o transe de uma ruptura)¢ 0 vigor ético de um novo valor. Revolucao nio é con- ceito que se reduza ao da mudanea pura e simples, uma vez que seu horizonte tcleol6gico acena ético-politicamente com uma nova jus- tica. As transformacées tecnolégicas da informacion mastramese fran ——

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