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Minha tristeza no tem pedigree, j a minha vontade de alegria, sua raiz vai ao meu mil av.

Vai ser coxo na vida maldio pra homem. Mulher desdobrvel. Eu sou. Adlia Prado
SENSORIAL Obturao, da amarela que eu ponho. Pimenta e cravo, mastigo boca nua e me regalo. Amor, tem que falar meu bem, me dar caixa de msica de presente, conhecer vrios tons pra uma palavra s. Esprito, se for de Deus, eu adoro, se for de homem, eu testo com meus seis instrumentos. Fico gostando ou perdo. Procuro sol, porque sou bicho de corpo. Sombra terei depois, a mais fria. LEITURA Era um quintal ensombrado, murado alto de pedras. As macieiras tinham mas tempors, a casca vermelha de escurssimo vinho, o gosto caprichado das coisas fora do seu tempo desejadas. Ao longo do muro eram talhas de barro. Eu comia mas, bebia a melhor gua, sabendo que l fora o mundo havia parado de calor. Depois encontrei meu pai, que me fez festa e no estava doente e nem tinha morrido, por isso ria, os lbios de novo e a cara circulados de sangue, caava o que fazer pra gastar sua alegria: onde est meu formo, minha vara de pescar, cad minha binga, meu vidro de caf? Eu sempre sonho que uma coisa gera, nunca nada est morto. O que no parece vivo, aduba. O que parece esttico, espera.

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