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A O Oriente

companhar no varejo do
dia-a-dia os desdobra-
mentos dos vários confli-

Médio
tos simultâneos do Oriente Médio
pode ser uma tarefa infrutífera do
ponto de vista do aprendizado.

em pé de
Grupos se ramificam, interesses
se sobrepõem, fronteiras tornam-
se difusas, mocinhos e bandidos

guerra
são papéis intercambiáveis.
Quem está matando quem? E por
que razão? Quem prestar atenção
apenas aos últimos acontecimen-
tos dificilmente terá a percepção
do conjunto. Pelo simples motivo
de que os problemas atuais se
Situação no Iraque
arrastam há décadas, mais preci- e a questão palestina
samente desde o final da Primeira são os principais
Guerra Mundial, em 1918. Foi
nessa época que uma intervenção
conflitos da região
franco-britânica selou o destino
da região. Neste fascículo,
mostramos o que essa gênese
remota tem a ver com a questão
palestina e a guerra no Iraque.

NESTA EDIÇÃO
Conheça a origem
© AP

do sionismo PÁG. 2 Palestino agita a


bandeira da Jihad,
A atuação no Líbano em Gaza, no topo
do Hezbollah PÁG. 3 de uma mesquita,
durante o funeral de
um correligionário
Confira mais uma
dica para a prova PÁG. 8 > História
> Geografia

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ENTENDA O ASSUNTO

A gênese e as razões dos


conflitos no Oriente Médio
A intervenção franco-britânica após a Primeira Guerra ajuda a explicar a situação
atual; a guerra no Iraque e a questão palestina são os principais problemas
POR EDILSON ADÃO

Crianças na Cisjordânia
observam manifestação de
milicianos do movimento
Fatah, em 2001

SIONISMO E BALFOUR
> Sionismo é o movimento,
fundado pelo jornalista aus-
tríaco Theodore Herzel, que
buscava fundar um Estado
judeu em Sion, Palestina.
Nesse momento, havia na
© AP

Europa forte discriminação e


perseguição aos judeus.

O
Quanto à Declaração Balfour, Oriente Médio é uma das regiões mais conflituosas do globo, aquela que há mais
do secretário de Relações tempo domina os noticiários internacionais. Qual o motivo de tanto conflito? Uma
Exteriores britânico Arthur das razões da tensão é capital: a intervenção franco-britânica na região após a
James Balfour, concedia a Primeira Guerra Mundial, que selou seu destino. É nesse momento da história que devemos
Palestina para a criação de um buscar a gênese dos conflitos e, assim, compreender a situação atual. Tentar entender as
“lar nacional judeu”. Balfour turbulências da região a partir exclusivamente dos fatos contemporâneos é tarefa inglória.
não falou em “Estado” em seu Neste espaço, vamos nos ater a um panorama genérico dos dois principais conflitos
documento. da região: a questão palestina e a guerra no Iraque.
Como os demais conflitos que ocorrem no Oriente Médio, a origem do problema
palestino está no início do século XX. Em 1917, enquanto eram escritos os últimos capí-
tulos da Primeira Guerra Mundial, a Inglaterra, já sabedora da herança do espólio oto-
Reprodução mano e de seu futuro domínio na região, concedeu a Palestina ao movimento sionista,
da Declaração na famosa Declaração Balfour.
Balfour
O organizado sionismo, que contava com forte retaguarda financeira de banqueiros
judeus de Londres, tratou de patrocinar a migração de milhares de judeus para a Terra
Prometida, com o claro objetivo de construir ali o seu Estado. Acontece que a Palestina
era habitada; árabes palestinos lá estavam havia séculos. Ou seja, a Inglaterra concedeu
uma terra habitada, e que não era dela, a um povo que vivia na Europa, mas que, por
razões religiosas e históricas, sonhava em construir um Estado nacional na Palestina.
Eis as primeiras sementes da discórdia.
Logo começaram as tensões entre aquele judeu que chegava e a população local. A
situação não tardou a sair do controle dos britânicos, que se desvencilharam do imbró-
glio nos anos 40, quando transferiram a questão para uma recém-criada ONU.
Na ordem que se iniciou após a Segunda Guerra Mundial, com os Estados Unidos

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fortalecidos e a Europa enfraquecida, a tentativa de solução
ficou a cargo da ONU, que realizou, em 1947, a Partilha da NO LÍBANO, HEZBOLLAH
Em 1947, a Palestina, criando dois Estados: um judeu, com 14 mil km2, ENFRENTA ISRAEL Por André Guibur
ONU realizou e outro árabe, com 11 mil km2.
a partilha da Em maio de 1948, com a retirada das últimas tropas britâni- Em julho de 2006, uma ação do
Palestina, cas da Palestina, David Ben Gurion proclamou a independência grupo xiita Hezbollah contra solda-
criando um de Israel. Os árabes não aceitaram aquilo que denunciavam dos israelenses desencadeou uma
Estado judeu violenta reação de Israel com trági-
como “um corpo estranho no mundo árabe”, e declararam cas conseqüências para o Líbano.
e outro árabe guerra ao recém-criado país; seria a primeira de muitas derrotas Sob pretexto de resgatar dois solda-
árabes para Israel. A verdade é que os judeus eram poucos, dos seqüestrados pelo Hezbollah e
mas fortes, enquanto os árabes eram muitos, mas frágeis e desunidos. Outras guerras eliminar a sua capacidade de lançar
viriam, e outras vitórias israelenses. A mais importante delas seria a de 1967, quando mísseis contra o norte do país, tropas
Israel não apenas venceu simultaneamente três países árabes em menos de uma de Israel invadiram o Líbano. Durante
semana (Egito, Síria e Jordânia), como lhes tomou territórios. Alguns deles se encon- pouco mais de um mês aviões e
tanques realizaram incontáveis bom-
tram sob seu domínio até hoje. E foi além. Conclamou judeus de todo o mundo a vir bardeios contra supostas posições
ocupar terras “disponíveis.” Iniciava-se, então, a colonização da Palestina por Israel. militares do Hezbollah e também
Os palestinos foram sendo expropriados de suas terras: primeiro, em 1948, depois, em contra alvos civis, como o aeroporto
1967. É da indignação palestina que nasceria a violenta revolta que se estende aos dias de Beirute, edifícios, estradas, pontes
atuais. Catalisados pela OLP (Organização pela Libertação da Palestina), surgida em 1964, e até uma base da ONU, onde quatro
nasceram movimentos que buscavam a pátria perdida, sonho ainda não realizado. de seus observadores morreram.
Em 1994, os acordos de Oslo (Plano de Paz) viriam criar a Autoridade Palestina O Hezbollah atacava lançando
mísseis sobre cidades do norte de
(AP). O primeiro presidente da AP foi o lengendário líder Yasser Arafat. Como a OLP, Israel, como Haifa e Nazaré, fazendo
a Autoridade Palestina luta pela criação do Estado Palestino. No entanto, o recente algumas vítimas civis. Nos comba-
acirramento da disputa entre o Al Fatah e o Hamas ameaça jogar os palestinos numa tes no sul do Líbano o grupo conse-
guerra civil que pode dificultar ainda mais a criação do seu Estado. guia impor também algumas baixas
Na outra ponta do Oriente Médio, um cenário não menos desolador se desenvolve no militares aos israelenses. No total,
cerca de 120 israelenses morreram
no conflito.
A PARTILHA Mas o saldo da guerra refletiu a
superioridade militar e a força com
DA PALESTINA que Israel atacou o Líbano: mais
de mil libaneses mortos, a maioria
(ONU) civis, muitas cidades e a infra-
estrutura do país quase totalmente
destruídas.
Em 14 de agosto teve início o
cessar-fogo e os preparativos para
a retirada das tropas israelenses,
que se completaria com a chegada
da missão de paz da ONU (a Força
Interina das Nações Unidas no
Líbano). Enquanto ambos os lados
declaravam-se vitoriosos, grupos de
direitos humanos e observadores
EDILSON ADÃO/TAKACHI (ADAPTAÇÃO: AKE ASTBURY)

das Nações Unidas denunciavam


possíveis excessos cometidos por
Plano de Partilha de 1947 Israel contra a população do Líbano,
certamente o grande perdedor.
Estado árabe André Guibur é professor de Geografia da
rede privada e em cursos pré-vestibulares
Estado judeu
Jerusalém
Território anexado após 1948
© AP

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Saddam Hussein, Golfo Pérsico: a guerra no Iraque. Vejamos
que invadiu o sua trajetória. Em 1979, no mesmo ano
Kwait em 1990 em que ocorria a Revolução Islâmica no
Irã, Saddam Hussein chegava ao poder no
Iraque. Entendendo aquele movimento no
país vizinho como ameaçador, pois poderia
se alastrar para o Iraque, de maioria xiita,
Saddam tratou logo de produzir uma guerra
para, em sua perspectiva, cortar o mal pela
raiz. Ele acreditava que seria uma guerra
rápida. Ledo engano. Usando o velho litígio
© AP

no estuário de Chat el Arab (a foz dos rios


Tigre e Eufrates) como pretexto para o ataque, em 1980 iniciava-se a longa guerra Irã-
Iraque. Aquilo que parecia ser presa fácil na visão iraquiana tornou-se um verdadeiro
tormento. Para equacionar sua inferioridade militar naquele momento, Khomeini, o líder
REVOLUÇÃO ISLÂMICA E JIHAD iraniano, utilizou-se de um ingrediente que Saddam não esperava: a Jihad. A guerra
A Revolução Islâmica é o movi- prolongou-se então por oito anos, arrasando a economia e as estruturas dos dois
mento xiita que depôs o regime países.
secular iraniano e levou ao poder Durante a guerra, os países do golfo torciam pelo Iraque, mas não tornavam
o Aiatolá Khomeini. O Irã se tor- isso claro; todos temiam a ameaça xiita. Apenas um deles ousou apoiar explicita-
naria uma República Islâmica. mente o Iraque: o Kuwait, país contra o qual, em retaliação, o Irã declarou guerra.
Jihad é a resistência santa, O apoio do Kuwait ao Iraque tomou forma concreta com o
recurso que os fiéis muçulmanos financiamento da compra de armas dos Estados Unidos.
utilizam em tempos de guerra. Derrotado após Pois bem, após o término da guerra, com a economia des-
Para convocar uma Jihad, é pre- a invasão do truída, endividado e não podendo saldar sua dívida, Saddam
ciso ter legitimidade espiritual, Kwait, o Iraque Hussein invade justamente o pequeno vizinho, em agosto de
coisa que o Aiatolá Khomeini, de sobreu embargo 1990. O argumento era o de que o Kuwait seria uma unidade
fato, possuía. em 1991 que inventada pela Inglaterra para atender seus interesses e do
estrangulou imperialismo. Na visão iraquiana, o Kuwait nada mais seria que
sua economia um prolongamento do Iraque, ou seja, uma de suas províncias.
A ONU deu um ultimato ao Iraque, mas Saddam Hussein se
recusou a retirar suas forças do país invadido. E tentou uma
jogada: comprometeu-se a sair do Kuwait tão logo Israel se retirasse dos territórios
ocupados em 1967. E agora, ONU? O Conselho de Segurança ignorou a chantagem de
Saddam e tratou logo de resolver a questão. Assim, lideradas pelos Estados Unidos,
tropas da ONU atacaram as forças iraquianas, libertando o Kuwait. Derrotado, o Iraque
foi colocado sob embargo em 1991. A partir de então, gradativamente sua economia
Aiatolá foi sendo estrangulada. O país debilitou-se com a generalizada queda da qualidade
Khomeini de vida. A maior vítima do intenso embargo foi a população civil. Já no século XXI,
no mundo pós-11 de Setembro e no contexto da guerra ao terror levada a cabo pelos
Estados Unidos, o regime de Saddam Hussein foi posto na mira. Acusado de apoiar
o terrorismo internacional e de produzir armas de destruição em massa (nunca
encontradas), o país foi atacado pela coalizão anglo-americana em 2003. Convém
lembrar que os Estados Unidos decidiram atacar o Iraque sem a autorização do
Conselho de Segurança da ONU. O regime – e o próprio Estado – foram arrasados:
destruiu-se um Estado, uma nação, fazendo do “novo” Iraque um dos mais instáveis
lugares do mundo. As forças de ocupação permanecem no país até hoje.

EDILSON ADÃO, mestre em geografia


humana pela USP e especialista em
geopolítica, é autor de Oriente Médio: A
Gênese das Fronteiras (Editora Zouk)

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A Guerra dos Seis Dias
O conflito está em evidência neste ano, por conta de uma
efeméride; confira
A a resposta na semana que vem
Em 2007, completam-se 40 anos Líbano cristianismo e islamismo. Líbano
da Guerra dos Seis Dias. Essa guerra Síria C) a região C, originariamente Síria
teve importância territorial capital A pertencente à Jordânia, era a
para o destino do Oriente Médio. O Rio Jordão
principal área de atuação da guerrilha Rio Jordão

mapa ao lado mostra os territórios Mar Mediterrâneo palestina, daí a ocupação.


Mar Mediterrâneo
B
que foram ocupados em 1967. D) a região D, devolvida à Síria nos
Sobre ele, está correto afirmar: C Mar Morto Acordos de Camp David, era a maiorMar Morto
A) um dos motivos que levaram à Israel fatia territorial da ocupação eIsrael o
ocupação da região A, junto à Síria, motivo da mesma foi a importância
é o fato de tratar-se de importante estratégica junto ao Canal de Suez.
área de manancial em uma região Jordânia E) das áreas ocupadas, permanecem Jordânia
Egito D
marcada pela aridez; ainda sob Egito
domínio israelense apenas
B) a área B é uma estéril região as identificadas com as letras CGolfo de Ácaba
Ilustração: AKE ASTBURY

Golfo de Ácaba

e de baixo aproveitamento agrícola, Golfo de Suez


e B, justamente aquelas
Golfo de Suez
em que
Arábia Arábia
mas importante por guardar Saudita os palestinos desejam fundar seu Saudita
lugares sagrados ao judaísmo, Estado.
Mar Vermelho Mar Vermelho

Colinas de Golã. Pertencia à Síria, é a mais


importante área de manancial da região.
Cisjordânia. Pertencia à Jordânia, importante
zonafértil, gurda grande valor religioso
para o Judaísmo, Cristianismo e Islamismo.
Faixa de Gaza. pertencia ao Egito, zona árida,
área de intensa atuação da guerrilha
palestina contra alvos israelenses.

RESPOSTA DA QUESTÃO INÉDITA DO FASCÍCULO VIII Península do Sinai. ocupada junto ao Egito
foi desenvolvida posteriormente

China importa petróleo e


aos Acordos de Camp David, em 1979.

Elaboração: Edilson Adão

exporta produtos baratos


A China tem uma grande produção já ultrapassaram US$ 200 bilhões Gabarito: alternativa C (III
petrolífera, tanto na Manchúria ao ano. Entretanto, o país continua e IV apenas). III – Apesar de ter
quanto em Xi-Jiang, a oeste do país. a importar esses produtos, sem uma grande produção petrolífera,
Desde o ano 2000, a China tornou- ter adotado uma prática efetiva de o grande crescimento econômico
se dependente de importações protecionismo. A continuidade dessa da China tornou o país carente
de petróleo, pois seu grande situação se justifica pelo baixo preço desse recurso energético,
crescimento econômico exige dos produtos chineses. constituindo-se em um dos fatores
muito mais do que pode produzir. Outro fator que dificulta uma ação para a elevação dos preços dos
Atualmente, países como Irã e mais protecionista dos EUA é o fato de últimos anos. IV – Apesar das
Venezuela têm sido alguns de seus que muitas das exportações chinesas preocupações nos EUA, a economia
fornecedores. são feitas a partir de empresas do país continua aberta à compra
Quanto às importações de americanas instaladas na China, de produtos chineses, assim como
produtos chineses, têm sido fator aproveitando os baixos custos de os déficits que mantém com a
de preocupação para os EUA, pois produção que o país oferece. China.

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QUESTÕES RESPONDIDAS

Uma região em conflito incessante


Nestas duas páginas, o candidato pode testar seu conhecimento com
base em questões recentes que integraram quatro exames de vestibular
D) o imperialismo internacional, que
1ª questão criou Estados artificiais de acordo com
os interesses dos países dominantes.
O Oriente Médio constitui uma PUC-MG - 2004
das regiões mais conturbadas do
planeta, o que se deve a uma conjun- COMENTÁRIO
ção de fatores históricos, políticos, O único complicador do enunciado é
econômicos e geográficos, dentre os o fato de solicitar, de forma indireta, por
quais merecem destaque, EXCETO: meio da palavra EXCETO, a alternativa
A) sua posição geográfica na junção incorreta, o que, às vezes, confunde o
de três massas continentais, que o candidato. Como facilitador, temos a
transformaram em rota de tráfego de alternativa incorreta bastante evidente,
vários povos, desde a antiguidade. até para quem pouco conhece sobre
B) sua riqueza em recursos energé- o assunto. Afinal, o Oriente Médio é
ticos, dos quais dependem o abas- marcado pela heterogeneidade étnica
tecimento do Ocidente e, em certa e cultural, apresentando várias etnias,
medida, o modelo de desenvolvimento como árabes, turcos, persas, judeus,
capitalista. curdos, etc. No plano religioso, destacam-
C) a sua homogeneidade étnica, se as três principais religiões monoteístas:
forjada a partir de uma base religiosa e judaísmo, cristianismo e islamismo.

© AP
cultural comuns.

2ª questão procurou salvaguardar seus interesses


geopolíticos na região.
e E, pois estas contrariam o que nele
está afirmado. Dessa forma, você
B) reação da população iraquiana, terá que optar entre apenas três
que não aceita a presença de alternativas, sendo que a correta
estrangeiros no país. é de amplo conhecimento público
C) redução do efetivo militar norte- por meio de mídias diversas. As
americano para cortar as despesas forças de ocupação têm enfrentado
com a ocupação. a insurreição iraquiana e a fúria de
D) ação da inteligência norte- grande parte da população, que não
americana, que conseguiu isolar os aceita a presença anglo-britânica
dirigentes procurados, sem destruir as no país. Tal cenário suscitou o
cidades. surgimento de vários grupos e facções
© AP

E) maior vulnerabilidade da população que realizam atentados terroristas


O aumento do número de mortes em função da ausência de governo local. contra alvos norte-americanos,
de soldados das forças de ocupação Fuvest - 2004 britânicos e da própria população
do Iraque, mesmo após o anúncio local.
do final da guerra pelo governo dos COMENTÁRIO
Estados Unidos, deve-se à: Uma boa interpretação do
A) participação tardia da Rússia, que enunciado elimina as alternativas D

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3ª questão palestinos refugiados nos países
vizinhos (a AP considera um direito
Leia as frases seguintes, sobre as o retorno palestino, mas Israel não
dificuldades para a paz entre Israel aceita, pois isto reconfiguraria a
e a Palestina. balança demográfica na região); b)
I. Destino de 3 milhões de os palestinos pretendem Jerusalém
refugiados palestinos dispersos oriental como capital de seu futuro
pelos países vizinhos. país, enquanto os judeus consideram
II. Controle do Rio Jordão a partir Jerusalém a capital indivisível
das colinas de Golã, que estão sob israelense; c) as colônias judaicas,
domínio da Síria. instituídas principalmente após 1967,
© AP

III. Fim da Intifada, movimento de judeus são outro fator problemático, pois
pela aceitação do acordo de Oslo. muitos judeus que lá nasceram nesse
IV. Definição da situação de COMENTÁRIO período não aceitam ser removidos
Jerusalém, apontada como capital por Questão difícil. O enunciado nem viver sob a administração
judeus e considerada sagrada pelos não oferece dicas e as assertivas palestina.
palestinos. incorretas, além de estarem no
V. Presença de colônias judaicas em contexto, só não estão corretas por
áreas destinadas ao estado Palestino. trocas de representação (israelense
Está correto o que se afirma em: X sírio / palestino X judeu), fato que
A) I, II e IV, apenas. pode passar despercebido.
B) I, III e V, apenas. Dentre as dificuldades para a paz
C) I, IV e V, apenas. entre Israel e palestinos, assim como
D) II, III e IV, apenas. a criação de um Estado Palestino,
E) II, III e V, apenas. podemos citar: a) o retorno de
Unifesp - 2003 aproximadamente 3 milhões de

4ª questão Líbano, ocupadas por Israel desde a


Guerra dos Seis Dias, em 1973.
inferir a resposta. Quanto à reda-
ção de algumas alternativas, pode
Observe o texto que aborda a B) a conexão religiosa mencionada no confundir o candidato. Preste bem
recente crise no Líbano: texto envolve o Irã, Líbano e a Síria, atenção. Você deve se lembrar que o
três países de maioria xiita. Hezbollah é um grupo fundamenta-
C) o Hezbollah é produto da ocupação lista xiita que atua no sul do Líbano.
Como ensina a Geografia Política, israelense no sul do Líbano em 1982 Surgido após a invasão israelense no
entregar território significa derrota e atua na região com freqüentes Líbano em 1982, o grupo é uma resis-
política; ao vencedor, as terras (e ataques à Israel. tência à ocupação. O enunciado da
não as batatas). Acossado interna- D) ao lado do Hammas, o Hezbollah é questão aborda os ataques israelen-
mente e assistindo a uma possível um grupo palestino que tem sua base ses realizados em 2006 e que trouxe-
conexão xiita Irã-Hezbollah, via na Faixa de Gaza. ram prejuízos políticos ao governo de
Síria, Israel tratou de agir. E) a partir da Cisjordânia, o Hezbollah faz Ehud Olmet, premiê de Israel. Esses
incursões a Israel e reivindica a devolução ataques mataram centenas de civis
dessa importante e fértil região. libaneses. Como afirma a alternativa
Sobre o cenário geopolítico ESPM - 2007 correta, a justificativa israelense foi
do Oriente Médio abordado pela combater as constantes investidas
matéria, podemos inferir: COMENTÁRIO ao seu território feitas pela milícia,
A) o grupo Hezbollah reivindica a O enunciado contextualiza bem a que na época seqüestrou soldados
devolução das Colinas de Golan ao questão, porém não dá margem para israelenses.
GABARITO: 1 (C), 2 (B), 3 (C), 4 (C)

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Na semana que vem,
a guinada latina
Numa região antes conservadora, partidos de
esquerda estão no poder em muitos países

O
fascículo da próxima semana, que encerra esta série, o tema
abordado será a América Latina. O subcontinente vem passando
por uma grande transformação nos últimos anos. A região, com
uma história marcadamente conservadora, experimentou uma guinada
à esquerda. Em muitos países, há governos encabeçados por políticos
com idéias socialistas de vários matizes. Em alguns, como o Brasil, não
houve abandono de programas liberais. Em outros, como a Venezuela e
a Bolívia, o socialismo tem também as cores do nacionalismo.
Na sexta-feira passada, encerrou-se a votação do assunto do 11º fas-
NÃO SE cículo do Guia ÉPOCA Vestibular 2008 – Atualidades, que terá versão
DESESPERE apenas eletrônica. Foi possível votar em quatro temas: 1) Globalização
e Organizações Multilaterais, 2) União Européia, 3) Biotecnologia e
se a questão contiver gráficos,
Ilustração: AKE ASTBURY

tabelas etc. Verifique se esses


recursos estão ali para agregar
Células-Tronco, e 4) Crime Organizado. O resultado será anunciado no
informação ou se apenas ilustram próximo fascículo e no site www.epocacom.br.
o assunto, não influindo decisiva-
mente no acerto da questão.

DIRETOR GERAL Juan Ocerin


DIRETOR EDITORIAL Paulo Nogueira
DIRETOR DE MERCADO ANUNCIANTE Gilberto Corazza
DIRETOR DE FINANÇAS Frederic Zoghaib Kachar
DIRETOR DE ASSINATURAS Stavros Frangoulidis Neto
DIRETORA DE MARKETING Yara Grottera

DIRETOR DE REDAÇÃO Helio Gurovitz epocadir@edglobo.com.br


REDATOR-CHEFE David Cohen
DIRETOR DE CRIAÇÃO Saulo Ribas
EDITORES-EXECUTIVOS André Fontenelle, David Friedlander
DIRETOR DE ARTE Marcos Marques

O Guia ÉPOCA Vestibular 2008 - Atualidades é um projeto


editorial de 11 fascículos desenvolvido pelo UNO Sistema de
Ensino da Editora Moderna para a Editora Globo. © 2007
Editora Moderna e Editora Globo. Todos os direitos reservados.
Nenhuma parte desta coleção pode ser reproduzida sem
autorização prévia da Editora Moderna e da Editora Globo.

COORDENAÇÃO GERAL DO PROJETO Ana Luisa Astiz


COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA Carlos Piatto (UNO)
COORDENAÇÃO DE TEXTOS Antonio Carlos da Silva (Prof.
Toni) e Venerando Santiago de Oliveira (Prof. Venê)
COMENTÁRIOS AOS ENUNCIADOS E DICAS Jô Fortarel
EDIÇÃO DE TEXTO Oscar Pilagallo
EDIÇÃO DE ARTE Leonardo Nery Protti
ILUSTRAÇÕES AKE Astbury
REVISÃO Bel Ribeiro
SUPERVISORA DE INTERNET Adriana Isidio (UNO)

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