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Comentário à análise crítica ao Modelo de Auto-

Avaliação das Bibliotecas Escolares realizada pelo


Colega João Evaristo

A leitura da análise efectuada pelo colega João Evaristo mereceu-me


uma atenção muito especial, pelo facto de corresponder à visão de um
professor bibliotecário com experiência na aplicação deste Modelo de Auto-
Avaliação das Bibliotecas Escolares, nos anos lectivos 2007/2008 e 2008/2009,
contrariamente à minha situação.
Refere o colega que se sente “em condições de afirmar que se trata de
um documento bem elaborado e de clara aplicação”.
Embora não tenha ainda testado este Modelo, esta opinião vem, em
parte, ao encontro da conclusão a que o seu estudo me conduziu. No entanto,
há que reconhecer que uma visão teórica de uma realidade, nem sempre é a
mais significativa; pelo contrário, a opinião de quem experimentou e teve,
ainda, a possibilidade de redireccionar a experiência, contornando alguns
constrangimentos, essa, sim, é uma opinião sustentada. É de salientar, porém,
que, pessoalmente, ainda tenho algumas reservas quanto à “clareza” da
aplicação.
Será assim tão clara a identificação dos aspectos fortes e dos que
necessitam de melhoramentos? Será fácil?
Será clara a relevância das evidências recolhidas?
Será clara a relação entre a avaliação efectuada e o perfil de
desempenho?
O documento está, sem dúvida, bem estruturado e o seu conteúdo é
claro. Mas será “clara” a sua aplicação?! Esta é, apenas, uma questão gerada
pela insegurança de quem nunca aplicou o Modelo!
De certa forma, o João Evaristo tranquiliza-me ao referir que o
documento proposto pela RBE está “ bem organizado e é adequado, anulando
ou minimizando os constrangimentos que à partida a sua aplicação poderia
provocar”. Esta foi, decerto, uma conclusão a que o colega chegou, graças à
sua experiência, o que significa que, provavelmente, houve constrangimentos
iniciais que foram ultrapassados.
O colega vai mais longe e, com base na sua experiência de dois anos,
defende este Modelo de Auto-Avaliação, alegando que “a sua pertinência para
as bibliotecas e importância enquanto instrumento pedagógico são
indiscutíveis”. Esta constatação é particularmente favorável ao Modelo, na
medida em que nos permite deduzir que é possível alcançar o objectivo
essencial deste documento:

(…) desenvolver uma abordagem essencialmente qualitativa, orientada


para uma análise dos processos e dos resultados e numa perspectiva formativa,
permitindo identificar as necessidades e os pontos fracos com vista a melhorá-los.

(Bibliotecas Escolares: Modelo de Auto-Avaliação, 2008: 2)

De destacar, ainda, a referência à exequibilidade do Modelo,


considerando o João Evaristo que “estão bem definidas as estratégias e
instrumentos a utilizar”.
Desta forma, será possível aos professores bibliotecários
desempenharem aquilo que Eisenberg considera ser o seu papel:

As librarians, it’s our job to ensure that administrators, teachers, parents, and
decision makers fully comprehend that effective library programs are critical to
boosting student learning and achievement.
(2002)

Pela experiência que o colega demonstra ter deste Modelo de Auto-


Avaliação das Bibliotecas Escolares, lamento que não tenha continuado a
enveredar por uma análise mais pessoal e menos centrada no texto do
documento. Teríamos, decerto, a possibilidade de esclarecer mais algumas
dúvidas e de ultrapassar algumas angústias. Não obstante, a opinião
globalizante que expressa no início do comentário é animadora para quem
começa agora a trabalhar este Modelo de Auto-Avaliação.
Esperemos, agora, que cada um de nós consiga “levar a água ao seu
moinho”.

Ana Paula Almeida

10/11/09

(Moinho de Água do Poucochinho – Monchique)

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