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Tropeiro da Morte

Levanta a poeira
o tropel alucinado,
do corcel endiabrado
do tropeiro da morte.

Junto, ces raivosos,
Latindo, babando,
uivando
em ttrica sinfonia.

Como rolo compressor,
espumando cristas,
vem tragando almas,
escurecendo o dia.

Ensandecido e voraz,
chega o tropeiro
bombeando raios,
parando rodeio,
apartando vidas.

No quieto repente,
ovens e velhos,
crian!as e adultos
enriecem seus corpos,
suam frio, tremem.

Em algum lugar
escapa um suspiro,
as cabe!as se agitam
esperando a escolha.

" bote vem como tiro#
veloz e mortal cavalaria.

No instante do estouro,
sem gl$ria ou galhardia,
e%plode a tropa ao
vento,
buscando escapar
do derradeiro momento.

Entre rodadas e
atropelos,
gritos, latidos e poeira,
selam&se destinos,
consagram&se ladinos
at o 'ol se por.

E no cen(rio de horror,
finda a macabra a!o,
resta o sil)ncio dos
mortos,
o grito desesperado dos
vivos,
o sangue estampado no
cho.

*o longe, segue o tropel
alucinado da morte,
prometendo, no retorno,
com poeira, pata e corte,
confirmar o destino
cruel.

+ne%or(vel certeza,
que nos chega
como a luz
de uma vela acesa,
nos olhos fundos
e cansados,
que fitam os vazios
que povoam as laes
caiadas dos cemitrios.
,afael Cabral Cruz

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