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O lavrador

Em dias de sol
a lavoura recebe sementes e suor;
por toda a extenso a brisa espalha
o canto melanclico do lavrador,
do homem rude de ps descalos
que, surcando veias infinitas,
introduz o smen
no mais prolfero genital da terra.

E quando da safra
os olhos sorriem auspiciosos;
mas as mos incansveis
fartam-se das honorrias migalhas
que sobejam;
tanto como o corao apertado
que solua ps as lgrimas
de um costumeiro pranto,
hermtico e calado...
Pois longa a dor da labuta
e menos a satisfao
do po que a terra produz...
Contudo labutar o seu destino,
a lavoura o universo de seus sonhos;
o labor, a mquina que o impele ao futuro
enquanto vive um presente de esperanas
que si refazer em cada comeo
de um novo dia sol.


- Cas Isac

30/08/2012

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