Naquele constrangimento perante a morte, aps o funeral do
sujeito, sentados em torno do centro da saleta mal iluminada,
todos ns, silentes, meditvamos gravemente, bem aprumados, as pernas em trana, nos vistosos trajos lutuosos, cada qual esforando-se, com aferro, em dar com um asserto filosfico, determinante, profundo, conclusivo, que encerrasse em si todos os significados daquele evento, banal em si, que fosse comunicado aos mais. Meu esprito prosaico s topava com os mesmos trusmos, os mesmos lugares-comuns de sempre: " a condio humana"; "a gente vive pra morrer"; "estou que foi pra um lugar melhor, boa pessoa etc. etc." Sandice. Essa feita, o bom senso permitiu que no abrssemos o bico, no maculando, assim, o momento com aquela nossa mesquinha capacidade de tagarelar sem cessar.