A GUERRILHA BRANCALEONE
Coleção
Caminhadas e Alternativas
Editora Proletra
Porto Alegre
1999
Capa: Natália Steigleder, baseada em cartaz do filme
de Mário Monicelli.
Dedico este breve depoimento às novas gerações,
particularmente aos meus filhos, Claudio Tito, Nicolas
Pedro, Carolina, Letícia e Priscilla.
In Memoriam
Horácio Goulart, Paulo Roberto Telles Franck e
Marcos Faerman, que em diferentes momentos
compartilhamos sonhos e bares
O Claudio Gutiérrez é o tipo do militante
revolucionário representante da rebeldia
jovem do movimento político-social, que se
insurgiu contra a ditadura militar que
sufocou o Brasil durante 20 anos.
Fechadas todas as portas, um significativo
número de pessoas, gente moça em sua
quase totalidade, concluiu que somente
pelo caminho das armas seria possível
livrar o País da tirania imposta ao povo.
O passo inicial da militância de Claudio
Gutiérrez foi o ingresso no Partido
Comunista Brasileiro que indicava, como
única saída, uma fresta que levava ao
caminho das massas, o único capaz de
resolver a contradição colocada para a
sociedade brasileira.
Claudio Gutiérrez, como muitos
outros, não viu futuro nesta proposta.
Rebelou-se para percorrer os tortuosos
becos e ruelas de uma aventura muito
própria do impulso generoso da juventude.
Sentou praça no exército “brancaleone” e
fez uso de todas as armas, entre elas uma
metralhadora sem cano, expropriada de
um coronel veranista.
Entre os insucesso da jornada a que
se propunha e a resolução política do VI
Congresso do PCB, na sua avaliação bem
fundamentada de um processo autocrítico
e não pretendendo voltar para casa,
decidiu retornar às fileiras do velho
Partidão em busca de novas tarefas. Entre
elas a de ajudar na construção do Partido
Popular Socialista, herdeiro das tradições
do velho Partido Comunista Brasileiro.
Claudio Gutiérrez, atualmente,
preside o Diretório Municipal de Porto
Alegre do PPS, é membro do Diretório
Estadual e também integrante da nominata
do Diretório Nacional do Partido.
Felizmente saiu com vida da
aventura “brancaleone” para este relato.
Subsídio para os historiadores e uma rica
experiência que a militância de esquerda
deve considerar.