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Janela da vida

O que nos resta da vida quando chegamos ao fim dela? Apenas olhar pela janela e esperar
nosso flego se esvair?
No estou mais com toda a energia de antes, os dias no passam mais rapidamente, pelo
contrrio, se arrastam. A nica coisa que muda rapidamente meu pensamento sobre a vida,
acho que j cheguei ao fim, vivi o que tinha de viver, os dias aqui nesta Terra, esto cada vez
mais cansativos e pesados.
Olho no espelho e vejo meu reflexo: Essa a mesma mulher que cuidou com amor e carinho
dos seus trs filhos, seu fiel e amado marido e que, ainda arranjava tempo para si?, no me
reconheo mais.
Ele se foi, os filhos moram em outra cidade, j esto crescidos! Estou sozinha, mas no os
culpo, eles tm suas prprias vidas.
Ento s o que me resta olhar, por essa antiga janela azul, o movimento das ruas, a pressa da
multido que no consegue se desligar de seus aparelhos eletrnicos e que no consegue
olhar para a direita ou esquerda e ver a beleza das casas, dos jardins... A nica coisa que
interessa chegar cedo aos prdios acinzentados e sem graa ao qual chamam de trabalho...
E isso que a vida se tornou? Trabalho? Sem as tardes de sbado onde saamos s ruas para
conversar com os vizinhos e as crianas corriam soltas brincando e se divertindo? To chato...
Pelo menos vivi na poca em que as coisas eram divertidas e coloridas.
Ainda estou viva, mas no vivo mais... Porque a vida perdeu o seu sentido.

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