O documento discute a definição, fenômenos estudados e histórico da parapsicologia. A parapsicologia estuda eventos anômalos como ESP (percepção extrasensorial), PK (psicocinesia) e fenômenos relacionados à sobrevivência da consciência após a morte. A ESP inclui telepatia, clarividência e precognição. A PK inclui movimentos de objetos sem causa física. Controvérsias incluem a existência desses fenômenos e sua relação com questões ideológicas e
O documento discute a definição, fenômenos estudados e histórico da parapsicologia. A parapsicologia estuda eventos anômalos como ESP (percepção extrasensorial), PK (psicocinesia) e fenômenos relacionados à sobrevivência da consciência após a morte. A ESP inclui telepatia, clarividência e precognição. A PK inclui movimentos de objetos sem causa física. Controvérsias incluem a existência desses fenômenos e sua relação com questões ideológicas e
O documento discute a definição, fenômenos estudados e histórico da parapsicologia. A parapsicologia estuda eventos anômalos como ESP (percepção extrasensorial), PK (psicocinesia) e fenômenos relacionados à sobrevivência da consciência após a morte. A ESP inclui telepatia, clarividência e precognição. A PK inclui movimentos de objetos sem causa física. Controvérsias incluem a existência desses fenômenos e sua relação com questões ideológicas e
CONTEXTUALIZAO DA PARAPSICOLOGIA: DEFINIO, FENMENOS,
HISTRICO, PESQUISAS E TENDNCIAS
Fbio Eduardo da Silva Professor nos Cursos Livres de Parapsicologia e Naturologia Aplicada das Faculdades Integradas Esprita. Responsvel pelo Laboratrio de Pesquisa Ganzfeld, dessa mesma instituio. O QUE A PARAPSICOLOGIA A Parapsicologia pode ser definida como o campo cientfico voltado a investigar certos eventos associados com experincias humanas. Essas experincias so denominadas anmalas visto que so difceis de explicar dentro dos parmetros de tempo, espao e energia da cincia vigente. SEUS OBJ ETOS DE ESTUDO Os fenmenos estudados pela Parapsicologia podem ser divididos em trs grupos: a) ESP (Extrasensorial Perception - Percepo Extrasensorial) ou AC (Anomalous Cognition - Cognio Anmala), b) PK (Psychokinesis - Psicocinesia) ou AP (Anomalous Perturbation - Perturbao Anmala) e; c) fenmenos sugestivos da sobrevivncia da conscincia aps a morte fsica. A ESP pode ser ainda subdividida em: Telepatia - quando uma pessoa consegue obter e/ou trocar informao com o contedo ou disposio mental de outra pessoa, apesar do total isolamento sensorial entre ambas. A nica fonte para essa informao deve ser o contedo ou disposio mental da outra pessoa. Clarividncia - nesse caso, uma pessoa consegue obter informao de uma fonte externa, mesmo estando em total isolamento sensorial em relao a essa fonte. Opondo-se telepatia, a informao obtida por clarividncia no deve ser conhecida por outra pessoa, ou seja, no deve constar do contedo ou disposio mental de outra pessoa. Quando for impossvel distinguir entre telepatia e clarividncia, utiliza-se o termo GESP (General Extrasensorial Perception - Percepo Extrasensorial Geral) Precognio - a informao obtida nesse caso ser gerada num tempo futuro, porm essa informao no pode ser explicada por predio probabilstica ou por informaes presentes no momento associado a precognio, ou ainda, no pode ser causada pela prpria predio. PK (Psicocinesia) Nesse tipo de fenmeno, a pessoa, cria uma modificao fsica mensurvel num sistema, a qual no pode ser completamente explicada pela mediao das leis fsicas conhecidas. Se essa modificao puder ser percebida visualmente, como no caso do movimento de objetos sem uma explicao possvel, recebe o nome de Macro-PK. Quando se referir a micro modificaes, tais como influncias sobre eltrons ou partculas subatmicas e necessitar de avaliaes estatsticas, chamada de Micro-PK. Quando se referir a influncias sobre sistemas vivos, como por exemplo, seres humanos ou vegetais, so denominada de Bio-PK . Um fenmeno de Macro-PK bastante peculiar o Poltergeist ou RSPK (Recurrent Spontaneous Psychokinesis - Psicocinesia Espontnea Recorrente) que caracterizado principalmente por barulhos, movimentos de objetos, efeitos eltricos e mecnicos sem uma causa conhecida. Usualmente eles tm curta durao e esto associados s pessoas. Fenmenos sugestivos da sobrevivncia da conscincia aps a morte fsica Casas Assombradas (Haunting) ou Aparies Caracterizam-se por aparies de fantasmas e/ou bolas de luz e rudos sem uma causa explicvel. Ocasionalmente, ocorrem movimentos de objetos, tais como portas e janelas que se abrem ou fecham sem explicao aparente. Esto associados a lugares especficos e costumam ter longa durao. Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer I Encontro Psi - Contextualizao da parapsicologia: definio, fenmenos, histrico, pesquisas e tendncias - Silva 3 Reencarnao ou Lembranas de Vidas Passadas (LVP) A pesquisa sobre esse polmico tema est basicamente associada a crianas em tenra idade (normalmente de 2 a 7 anos), as quais relatam recordarem-se de suas vidas passadas, geralmente, com lembranas associadas poca da morte. Vivendo intensamente as suas memrias, elas solicitam aos seus pais que as levem aos locais em que supostamente teriam vivido. Quando so levadas a esses locais, algumas vezes elas os reconhecem bem como as pessoas relacionadas a eles. Algumas manifestam costumes diferentes dos habituais da sua cultura e tambm, em alguns casos, falam idiomas desconhecidos da sua famlia, o quais estariam supostamente relacionados com a vida anterior. Experincias Fora do Corpo (EFC ou OOBE - Out-of-Body Experience) Nas quais, a pessoa relata perceber o seu foco de conscincia situado em local diferente do seu corpo fsico, podendo, algumas vezes, inclusive, ver o seu prprio corpo desta posio externa a ele. Experincias de Quase Morte (EQM) Nelas as pessoas passam por morte clnica e dela retornam. Muitas delas relatam sentirem- se separadas do seu corpo fsico, "reviverem" suas vidas inteiras em segundos, passarem por um tnel, encontrarem uma luz muito forte e parentes falecidos. Ao retornarem, com muita freqncia superam o medo da morte e transformam completamente as suas vidas, manifestando novos valores existenciais. Pesquisas com Mdiuns ou Drop-in Certas pessoas relatam experincias como a de sentirem-se interagindo diretamente com pessoas falecidas, dando informaes detalhadas sobre a vida dessas pessoas e, em alguns casos, comportando-se como os supostos falecidos. Em muitos casos essas informaes podem ser confirmadas. CONTROVRSIAS DA PARAPSICOLOGIA Dentre as muitas controvrsias as quais a parapsicologia esta envolvida, talvez a mais antiga, atual e importante diga respeito a se os fenmenos por estudados ela realmente existem ou no. Com base nas tcnicas Meta-analticas aplicadas aos experimentos psi podemos afirmar que tanto a ESP como a PK existem. Ou seja, a base de dados estatsticos acumulados sobre esses experimentos oferece uma evidncia cientfica muito forte a favor da hiptese psi. Essa evidncia experimental vem a confirmar muitos dos dados das pesquisas de levantamento e de campo. Isso no significa dizer que exista um consenso a esse respeito. Os interminveis debates cientficos entre os cticos e os parapsiclogos, ou mesmo entre esses ltimos, revela que estamos longe de resolver essa questo. J com relao aos fenmenos sugestivos da hiptese da sobrevivncia da conscincia aps a morte fsica, as controvrsias e debates se intensificam imensamente. A dificuldade de verificar alguns desses fenmenos experimentalmente sem que se possa excluir muitas hipteses explicativas, dificulta em muito um avano na sua compreenso. Alguns deles inclusive, no so passveis de verificao experimental. As pesquisas de campo e levantamento so trabalhosas e podem ser criticadas em relao validade dos testemunhos (memria e distores perceptivas/interpretativas), seletividade dos relatos, entre outros. Alm disso, qualquer possvel definio relativa hiptese da sobrevivncia poderia trazer um forte impacto sobre questes ideolgicas, filosficas e religiosas, entre muitas outras. O que significa dizer que essa naturalmente uma rea muito tensa e carregada de conflitos o que, obviamente, traz uma grande influncia para o trabalho cientfico. Todos as fenmenos estudados pela Parapsicologia, no apenas os relativos a questo da sobrevivncia, so extremamente polmicos visto que, um avano definitivo na compreenso de suas naturezas implicaria, possivelmente, na necessidade de revises cientficas, ideolgicas, filosficas, religiosas, etc. Nossa postura de abertura, ou seja, de respeito a todas as possibilidades, hipteses e, essencialmente voltada desenvolver pesquisas que possam contribuir para uma melhor compreenso sobre esses fenmenos to desafiadores. No que diz respeito ao uso da Parapsicologia como instrumento de disputas religiosas, podemos afirmar que ela, como cincia, no se prestaria para essa finalidade e que em seu status atual de desenvolvimento, ou seja, com base estrita nos dados de que dispe, ela no est apta para avaliar afirmaes religiosas. H, entretanto, pesquisadores que consideram esses dados relevantes no sentido de evidenciar uma possvel natureza espiritual do ser humano. Numa perspectiva materialista a conscincia considerada um sub-produto de reaes orgnicas, principalmente aquelas ocorridas no crebro e no sistema nervoso. Essa perspectiva conflita diretamente com a Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer I Encontro Psi - Contextualizao da parapsicologia: definio, fenmenos, histrico, pesquisas e tendncias - Silva 4 possibilidade de existncia de qualquer um os fenmenos estudados pela parapsicologia. Dito em outras palavras, possvel que, se os fenmenos estudados pela parapsicologia existirem de fato, essa perspectiva materialista precise ser ou expandida ou modificada. Outro aspecto importante que os fenmenos estudados pela parapsicologia esto presentes nos relatos histricos de praticamente todas as religies e/ou tradies espirituais da humanidade. Inmeros fenmenos psi so atribudos aos fundadores de grandes religies, aos santos, gurus, xams, entre outros, sugerindo uma correlao entre os supostos fenmenos e um possvel desenvolvimento espiritual. Um exemplo interessante sobre essa correlao entre conhecimentos religiosos e parapsicolgicos diz respeito tcnica Ganzfeld. A idia principal dessa tcnica que a reduo na entrada de informaes sensoriais poderia auxiliar no reconhecimento da informao psi. Uma das fontes de inspirao para a utilizao dessa tcnica na parapsicologia foram os Sutras de Patanjali, texto clssico sobre o Yoga, do II milnio DC. Dos 195 aforismos de Patanjali, 41so dedicados aos fenmenos Psi. Essa filosofia religiosa no apenas conhecia todos esses fenmenos como criou sofisticadas tcnicas (ex. meditaes) que quando utilizadas sistematicamente desenvolveriam os referidos fenmenos. Porm eles no se constituam no objetivo das tcnicas e inclusive eram vistos como um possvel empecilhos a um desenvolvimento espiritual superior. Como vimos, existem pontos de contato entre os fenmenos estudados pela parapsicologia e as tradies espiritualistas da humanidade, porm, preciso ter cautela em interpretar essas correlaes. A compreenso que a parapsicologia tem desses fenmenos bastante modesta, tanto que no existe ainda uma teoria unificada para explic-los. Existem muitas teorias, advindas de diferentes reas do conhecimento, como a fsica, psicologia, sociologia, entre outras. Dessa forma, refletimos que, ao menos em parte, as controvrsias que envolvem a parapsicologia se devem ao seu estado preparadigmtico de conhecimento, ou dito de outra forma, seu estado inicial de desenvolvimento. Estado esse que pode ser reflexo tanto da complexidade e sutileza de seus supostos fenmenos como da falta de recursos para as suas pesquisas. Este ltimo aspecto reforado por um certo preconceito acadmico em relao tanto aos fenmenos como o seu estudo. Tambm existe a questo de que esses fenmenos oferecem pouco potencial para serem consumidos comercialmente, ou seja, no despertam o interesse econmico que praticamente define a maior parte dos rumos da pesquisa cientfica. O desconhecimento quase que generalizado da parapsicologia como disciplina cientfica, tanto nos meios acadmicos como populares, como discutido mais adiante no item Confuses Parapsquicas, tambm contribui muito para aumentar o envolvimento da parasicologia em controversias. Neste sentido os meios de comunicao de massa tem um papel decisivo. A grande maioria das reportagens ou mesmo filmes e novelas que abordam esse tema o fazem de forma distorcida ou competamente equivocada. Tanto pela dificuldade de demonstrar e estudar seus fenmenos como pelo grande potencial que estes parecem ter de evidenciar lacunas no conhecimento cientfico sobre a compreenso do ser humano e a realidade em geral, ou ainda pela relao deles com reas aparentemente conflituosas com o conhecimento cientfico, a parapsicologia se constitui com um campo multidisciplinar do conhecimento humano essencialmente controverso. ALGUNS TPICOS SOBRE A HISTRIA E O DESENVOLVIMENTO DA PARAPSICOLOGIA A Pesquisa Psquica / Metapsquica - 1882 - 1930 Os fenmenos Psi ou parapsquicos remontam histria do prprio homem, porm, o incio do seu estudo cientfico atribudo s pesquisas pioneiras do eminente Qumico e Fsico William Crookes, em 1872. A partir de seus estudos, que deram grande evidncia aos fenmenos, vrios cientistas envolveram-se com o que, na poca, chamava-se de Pesquisa Psquica e, posteriormente, de Metapsquica. Todos esses brilhantes pesquisadores foram acusados, discriminados e "excomungados" do meio cientfico. Como resposta a essa excluso cientfica, surgiu, em Janeiro de 1882, a SPR (Society for Psychical Research - Sociedade para Pesquisa Psquica) de Londres, que tinha como objetivo estudar o mesmerismo e o hipnotismo; as curas paranormais; a clarividncia; a transmisso do pensamento; a mediunidade fsica e mental; as aparies e assombraes. J em 1884, surge a filial norte-americana da SPR a ASPR (American Society for Psychical Research). O perodo compreendido entre 1882 e 1930, o qual ficou tambm conhecido como Era Herica, caracterizado principalmente pela pesquisa qualitativa de casos espontneos ligados, na sua maioria, questo da sobrevivncia da alma aps a morte fsica. Os sujeitos investigados eram Mdiuns e/ou Psquicos brilhantes que geravam fenmenos de efeitos fsicos incrveis, tais como a materializao de corpos e objetos, ou a levitao de objetos e, s vezes, dos seus prprios corpos. Cientistas dos mais eminentes tentaram comprovar a existncia desses fenmenos diante de Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer I Encontro Psi - Contextualizao da parapsicologia: definio, fenmenos, histrico, pesquisas e tendncias - Silva 5 Cartas Zener uma comunidade cientfica que os negou terminantemente. A sua aceitao implicaria em mudanas radicais no sistema de crenas e paradigmas da poca. Alm disso, algumas tentativas de fraude por parte de alguns mdiuns serviram para que esses fenmenos fossem genericamente desacreditados. J oseph Banks Rhine (1895-1980) O reconhecimento cientfico da Parapsicologia 1930 - 1960 A impossibilidade de se provar a existncia dos fenmenos pelos mtodos utilizados, trouxe a necessidade de se implementarem novas formas de pesquisa. nesse contexto que surge, no Departamento de Psicologia da Universidade Duke (EUA), um trabalho inovador de pesquisa em Parapsicologia. A partir de 1930, o Dr. Joseph Banks Rhine, sua esposa e colegas passaram a desenvolver pesquisas experimentais sistematizadas com sujeitos comuns (estudantes da Universidade de Duke). Atravs de testes com resposta fechada, utilizando um baralho criado especialmente para esse fim (Baralho ESP ou Zener), Rhine criou tcnicas simples que permitiam a aplicao do mtodo estatstico. Rhine adotou um sistema conceitual que delimitou o campo de estudos da Parapsicologia, concentrando-se na pesquisa de ESP (atravs das cartas Zener) e PK (com dados de jogar), diversamente do campo de estudo abrangente da Metapsquica. Por considerar que as provas a favor da sobrevivncia poderiam tambm ser obtidas por ESP, Rhine decidiu abandonar temporariamente essa pesquisa. Rhine e seus colegas criaram um novo paradigma mundial na Parapsicologia. Atravs de seus de experimentos ele evidenciou a existncia da Psi e elevou a Parapsicologia a um novo status cientfico. Em 30 de Dezembro de 1969, a PA (Parapsychological Association - Associao de Parapsicologia: sociedade cientfica internacional da Parapsicologia) foi aceita como afiliada Associao Americana para o Progresso das Cincias, uma das maiores associaes cientficas do mundo, abrangendo mais de 300 sociedades cientficas de todas as reas. Era Moderna I - 1960 - 1990 A dcada de 60 marca o incio da Era Moderna em Parapsicologia. Com a revoluo cultural e o uso de alucingenos, surge um novo interesse pela "vida interior". Esse contexto, somado percepo de que as tcnicas clssicas de Rhine eram estreis e cansativas aos sujeitos, fez com que uma nova gerao de parapsiclogos passassem a desenvolver estudos e pesquisas, voltados criao de mtodos que possibilitassem situaes fsicas e mentais facilitadoras da Psi. Dois aspectos principais nortearam a busca desses mtodos. Um deles a tentativa de aproximar, ao mximo possvel, as circunstncias criadas em laboratrio com aquelas vividas na vida diria. O segundo fator a explorao dos Estados Modificados de Conscincia, tais como a hipnose, a meditao, os sonhos, etc. Dessa forma, surge uma nova variedade de tcnicas de pesquisa, conhecidas genericamente como tcnicas de resposta livre. Dentre elas, destacam-se as tcnicas com Sonhos, nas quais, sugerido ao sujeito que tente sonhar com um alvo especfico; na tcnica de Viso Remota o sujeito fica no laboratrio e tenta descrever um local distante onde se encontra um pesquisador; e na tcnica Ganzfeld, o sujeito vivencia uma parcial privao sensorial e um relaxamento, que o induz a um estado possivelmente favorvel para reconhecer a Psi. O interesse dos parapsiclogos no mais o de provar a existncia da Psi e sim de compreender a sua natureza. Busca-se agora explorar as correlaes da Psi com as atitudes, modos, fatores de personalidade, diferentes estados da mente, etc. J com relao aos estudos de PK, surgem as pesquisas usando Geradores de Eventos Aleatrios eletrnicos e movidos por fontes radioativas. Os sujeitos tentam influenciar mentalmente os aparelhos no sentido de faz-los funcionar de forma no aleatria. Esse momento marcado por uma grande proliferao de centros de pesquisa, por uma maior teorizao e tambm pelo desenvolvimento de novas e mais sofisticadas tcnicas de pesquisa e mtodos estatsticos de avaliao. Era Moderna II - a partir de 1990 Finalmente, chegamos aos anos 90, onde a tecnologia dos computadores definitivamente incorporada aos experimentos Psi. A pesquisa torna-se mais e mais orientada ao processo e as replicaes parecem avanar, permitindo um crescente refinamento terico. Passa-se a utilizar as tcnicas estatsticas de Meta-anlise, as quais permitem avaliar conjuntamente grandes conjuntos de pesquisas realizadas ao longo de perodos extensos de tempo, por exemplo dcadas. As aplicaes Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer I Encontro Psi - Contextualizao da parapsicologia: definio, fenmenos, histrico, pesquisas e tendncias - Silva 6 da Psi parecem tornar-se mais evidentes. Os psquicos passam a influir no direcionamento de empresas, a ajudar a polcia a localizar pessoas desaparecidas ou a resolver crimes, a localizar fontes de minrios, etc. BREVE COMENTRIO SOBRE O CETICISMO E A PARAPSICOLOGIA Um dos fatores que tem ajudado em muito o refinamento terico metodolgico da Parapsicologia so as crticas que ela tem recebido por parte daqueles que concebem a existncia dos fenmenos psi como uma impossibilidade ou que avaliam as evidncias a favor desses eventos como insuficientes; geralmente so conhecidos como cticos. Essas crticas so freqentemente incorporadas aos procedimentos metodolgicos, tornando-os mais e mais aperfeioados. Sob muitos aspectos a atuao dos cticos com relao, direta ou indireta, a Parapsicologia pode ser considerada muito benfica, como no combate ao charlatanismo que tanto prejudica o credenciamento do trabalho cientfico dos pesquisadores psi, ou no desenvolvimento de pesquisas e/ou artigos em conjunto com parapsiclogos, entre outros. Outro aspecto interessante e talvez pouco conhecido, que muitos parapsiclogos so bastante cticos em relao os fenmenos psi. Um ceticismo moderado extremamente saudvel ao trabalho de pesquisa em parapsicologia. Porm, tambm bastante conhecido desses pesquisadores o efeito experimentador. A disposio do pesquisador para com o fenmeno, para com o experimento e os seus participantes afeta diretamente os resultados. Um pesquisador que no acredita na possibilidade da existncia dos fenmenos que estuda no ter, a princpio, motivao e expectativa para o sucesso desse estudo e ter mais dificuldade de criar um ambiente social aconchegante. Esses fatores tm se mostrado muito importantes para os resultados experimentais. Se numa perspectiva ctica poderamos afirmar que necessrio ver para crer, na perspectiva de se alcanar um experimento que facilite o aparecimento da psi, necessrio crer para ver! Obviamente que essa crena nada tem haver com o relaxamento dos controles experimentais apropriados. ALGUMAS PESQUISAS E TENDNCIAS ATUAIS Experimentos contemporneos mais importantes Tcnica de Pesquisa Ganzfeld Nessa tcnica, a privao sensorial empregada para se reduzir a entrada de informaes sensoriais, permitindo que o sujeito oriente a sua ateno aos processos internos, com o objetivo de incrementar a sua capacidade de perceber e reconhecer os sinais da percepo extrasensorial ou psi. Em seu desenho mais usual temos dois participantes, um emissor e um receptor. O emissor permanece numa sala com atenuamento acstico e tenta transmitir ao receptor alguma informao alvo, seja uma fotografia ou mais recentemente um vdeo clipe (trecho de um filme, documentrio, desenho animado, etc.). O receptor, por sua vez, permanece noutra sala distante, tambm com atenuamento acstico e procura captar por vias extra-sensoriais a informao alvo. Ele tem seus olhos cobertos com meias bolas de pingue-pongue, sobre as quais incide uma luz vermelha. Esse aparato produz ao participante, o qual permanece com os olhos abertos, um campo visual homogneo que poder estimular um aumento na freqncia de suas imagens mentais. Atravs de fones de ouvido o receptor ouve uma induo para um relaxamento fsico e mental, seguido do chiado branco (algo similar ao som de um rdio fora de sintonia). O relaxamento diminui a percepo do prprio corpo. Com a incidncia da luz vermelha sobre as bolinhas de pingue-pongue e a audio do chiado branco busca-se uma reduo da entrada de informaes sensoriais pelo fornecimento de um estmulo homogneo, que com o passar do tempo (cerca de 6 a 10 minutos) torna-se imperceptvel. Dessa forma o participante estimulado a desligar-se do mundo externo e voltar-se aos seus processos internos (imagens, sentimentos, sensaes, etc.), os quais deve relatar em voz alta durante o perodo da emisso (entre 20 e 40 min.). Depois de concluda essa etapa o receptor passa a avaliar 4 video-clipes, dentre os quais, apenas um lhe foi transmitido. Nem o receptor nem o pesquisador que orienta esse julgamento, conhecem a identidade do vdeo que foi transmitido. Somente aps esse julgamento e o seu registro, o emissor chamado e revela o alvo correto. Por puro acaso, somente 1 a cada 4 receptores (25 %) deveriam identificar o alvo correto. Numa ltima atualizao dos dados da pesquisa Ganzfeld, publicada em setembro de 2001, considerou-se 1571 sesses individuais, conduzidas por dezenas de investigadores, verificou-se que 30,1 % dos participantes acertaram o alvo correto, sugerindo que ao menos parte da percepo da informao alvo ocorreu por vias diferentes das sensoriais, ou seja, telepatia ou clarividncia. Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer I Encontro Psi - Contextualizao da parapsicologia: definio, fenmenos, histrico, pesquisas e tendncias - Silva 7 Tcnica da Viso Remota ou Remote Viewing Se tcnica Ganzfeld busca-se verificar a fenomenologia psi procurando induzir o receptor a um estado modificado de conscincia, na tcnica da Viso Remota ele permanece no estado de viglia (conscincia de viglia) ao tentar obter uma informao por vias extra-sensoriais. A informao alvo pode ser uma cena real, uma fotografia impressa ou mostrada na tela de um computador, um objeto ocultado, etc. Todas as possibilidades de obteno de informaes por vias sensoriais so vedadas ao sujeito. Uma anlise estatstica de 154 experimentos conduzidos entre 1973 e 1988 envolvendo 26.000 ensaios (20.000 com respostas fechadas) e 227 sujeitos encontrou um resultado que ocorreria por acaso uma vez a cada 10 20 vezes. J numa anlise que incluiu dados de experimentos at o ano de 1996, a Dra. Jessica Utts, Professora de estatstica na Universidade da Califrnia em Davis, concluiu: Est claro para essa autora, que a Cognio Anmala possvel e foi demonstrada. Esta concluso no est baseada em crena, mas sobre critrios cientficos comumente aceitos. O fenmeno foi replicado num nmero de formas atravs de laboratrios e culturas. Bio-PK ou DMILS (Direct Mind Interaction of Life System - Interao Direta da Mente sobre Sistemas Vivos) Numa das modalidades dessa pesquisa os participantes tentam influenciar a distncia os processos fisiolgicos de alvos humanos. Em perodos alternados, escolhidos aleatoriamente, o agente tenta ativar ou acalmar o sistema nervoso de um paciente, o qual tem seus processos fisiolgicos monitorados. Outra forma de pesquisa, relativamente curiosa por ser inspirada na vida real, chamada de Fitar Distncia. Essa tcnica verifica se algum pode descobrir uma observao fixa por outra pessoa, mesmo que esta pessoa esteja a alguma distncia, podendo olha-la fixamente somente atravs de cmara de vdeo. Avaliaes estatsticas de grandes conjuntos de dados tambm tem oferecido resultados significativos, mostrando forte evidncia para esse tipo de interao anmala. Outra forma de DMILS Cura a Distncia (Distant Healing). Curadores psquicos tentam influenciar, distncia, o quadro clnico de pacientes selecionados situados em hospitais, como, por exemplo, pacientes com AIDS, cncer, diabete, etc. Alguns resultados so tambm bastante significativos. Alm dessas formas de pesquisa entre seres humanos, tambm existem muitos estudos verificando a interao mental direta entre os seres humanos e animais, vegetais ou ainda microorganismos. Micro PK atravs Geradores de Eventos Aleatrios (GEA ou RNG - Random Number Generator) As pesquisas sobre a interao mental direta sobre Geradores de Eventos Aleatrios (GEA) tornam-se mais e mais sofisticadas em termos tecnolgicos. Esses equipamentos funcionam atravs de circuitos eletrnicos que geram eventos aleatrios usualmente com fonte num rudo eletrnico ou por decaimento radioativo. Um GEA pode gerar com um controle cientfico rigoroso, uma taxa muito grande de dados que so registrados e analisados por programas de computador. Os sujeitos tentam influenciar mentalmente a distribuio aleatria dos nmeros ou eventos gerados. Por exemplo, se o equipamento gera seqncias de 0 e 1, espera-se que a quantidade de 0 e 1 seja equilibrada (aproximadamente 50% de 0 e 50% de 1). Quanto maior for a seqncia maior dever ser a proximidade do resultado com a mdia esperada por acaso. O sujeito procura desequilibrar essa distribuio. Alguns experimentos utilizam programas de computador baseados nos eventos aleatrios. So jogos divertidos e desafiantes, com imagens, grficos e retro-alimentao auditiva buscando estimular os participantes a usarem a psi. Uma avaliao estatstica considerou 832 experimentos realizados por 68 pesquisadores entre 1959 e 1987; os resultados evidenciaram fortemente que a conscincia humana pode realmente afetar o comportamento de um sistema fsico aleatrio. A chance desse resultados terem ocorrido por puro acaso de menos de uma em um trilho! Numa atualizao feita em 1996 a base de dados cresceu para 1262 experimentos independentes e o efeito encontrado manteve-se, com as chances de ser devido ao acaso relacionadas uma contra quadro mil. Outra rea associada aos GEAs a pesquisa do Campo da Conscincia. Essa novssima rea de pesquisa investiga se a ressonncia de conscincias de uma grande quantidade de pessoas com forte conotao emocional (na entrega do Oscar do cinema, copa do mundo de futebol e jogos olmpicos, rituais do funeral da princesa Diana ou comemoraes de ano novo), pode produzir padres no aleatrios em sobre Geradores de Eventos Aleatrios. Algumas pesquisas sugerem que Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer I Encontro Psi - Contextualizao da parapsicologia: definio, fenmenos, histrico, pesquisas e tendncias - Silva 8 isso ocorreria a partir da existncia de um campo de conscincia emanado pelo grupo. Alguns resultados obtidos tem sido tambm significativos. Um estudo exclusivamente criado para observar esse efeito o Projeto de Conscincia Global (GCP - Global Consciousness Project), o qual foi desenvolvido por Roger Nelson da Universidade de Princeton. O GCP utiliza-se de GEAs que so colocados para gerar e registrar informaes em diversas partes do mundo. Os GEAs so controlados por diferentes pesquisadores, sendo que o projeto constitui-se numa colaborao internacional em torno do mesmo tema de pesquisa. As informaes geradas pelos GEAs so enviadas pela internet por um computador central onde automaticamente so armazenadas, analisadas e mostradas no Website do projeto: http://noosphere.princeton.edu Outras tendncias da atualidade Caractersticas Fsicas e Fisiolgicas da Psi Verificou-se que as caractersticas fsicas dos alvos (ex. imagem digital) podem afetar os resultados dos experimentos psi. Observou-se tambm que quando o campo magntico da terra ou geomagntico est alto (ex. durante tempestades com raios) podem ocorrer mais fenmenos de PK, enquanto que os fenmenos de ESP parecem ser favorecidos por campos geomagnticos calmos ou baixos. Essa correlao (CGM x psi) mostrou-se significativamente mais intensa em torno das 13 horas do Tempo Sideral Local (uma medida astronmica que indica a posio das estrelas em relao a um observador na terra). Outros estudos tm buscado observar a dinmica cerebral durante as atividades psi, ou tentar correlacionar certas tendncias neurolgicas pessoais (ex. a dominncia de atividades no hemisfrio cerebral direito ou esquerdo) com os resultados experimentais. Alguns experimentos de PCG tm mostrado que quando certos alvos ameaadores (vdeos clipes) so mostrados nas proximidades dos sujeitos, alguns segundos antes do alvo ser mostrado eles reagem fisiologicamente indicando perceberem nesse nvel a ameaa potencial antes que ela seja apresentada. Para os alvos neutros, ou seja, que no representam ameaas, no ocorrem as reaes fisiolgicas. As reaes fisiolgicas mensuradas so o ritmo cardaco, a resistncia eltrica da pele e o fluxo de sangue. Pesquisas tm tambm evidenciado que certos processos cerebrais (potenciais do crebro relatados ao evento ou ERPs), obtidos para alvos psi, foram significantemente diferentes dos ERPs para estmulos que no eram alvos, ou seja, trata-se de uma forma fisiolgica de verificar quando a psi ocorre, apesar dessa informao no ser conhecida conscientemente. Estados Psi Condutivos Trata-se de um aprofundamento das pesquisas envolvendo os estados modificados de conscincia, tais como sonhos, meditao, relaxamento, processos dissociativos, etc. Os resultados parecem indicar diferentes correlaes desses estados com a produo da psi, porm, devido a grande quantidade de outras possibilidades de influncia sobre os resultados e ainda a obteno de resultados contraditrios, no existem definies a esse respeito. Psi e fatores da Personalidade Estuda-se como a criatividade, extroverso, memria, espontaneidade, neuroticismo, mecanismos de defesa, abertura para novas idias, estilo cognitivo, etc., influenciam a Psi. Lentamente est surgindo um perfil psicolgico psi condutivo, ou seja, favorvel a ocorrncia da psi. RSPK ou Poltergeist, Haunting, Reencarnao, EQM, Drop-in e EFC Aps permanecerem relativamente fora do foco de interesse principal de pesquisa, principalmente em funo da era Rhine, esses fenmenos voltam a receber a ateno de muitos pesquisadores do presente, porm com novas e modernas metodologias tanto de pesquisa como de anlise. Experimentos por computador e Internet Na era da informtica quase todos os experimentos de laboratrio tendem a se automatizar. Alm disso, a revoluo da Internet foi rapidamente absorvida pela Parapsicologia e quase todos os grandes centros mundiais de pesquisa j desenvolveram experimentos virtuais em seus sites. Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer I Encontro Psi - Contextualizao da parapsicologia: definio, fenmenos, histrico, pesquisas e tendncias - Silva 9 CONFUSES PARAPSICOLOGICAS O resumo exposto nos itens anteriores indicou a maioria dos fenmenos estudados pela parapsicologia (no todos), evidenciando que a Parapsicologia no estuda tudo o que parece paranormal ou incomum, por exemplo, ela no estuda os UFOs, ocultismo, etc. A Parapsicologia tambm no sinnimo de astrologia, alquimia, feitiaria, etc. Paranormais, videntes, msticos, mgicos, hipnlogos e terapeutas alternativos entre outros, freqentemente se auto denominam parapsiclogos, o que de fato, no so. Deve ficar claro que estes eventos/atividades pertencem a outras reas do conhecimento humano. O fato de cit-las como diferentes daquelas estudadas/desenvolvidas pela parapsicologia no implica em nenhum tipo de juzo de valor ou qualidade das mesmas. Um parapsiclogo - pessoa que se dedica ao estudo e pesquisa dos fenmenos psi - pode possuir os mesmos fenmenos que estuda visto que alguns deles parecem ser relativamente comuns, porm, o fato de manifestar tais habilidades no transforma ningum num parapsiclogo, o qual, necessita de uma formao cientfica para habilitar-se ao complexo estudo dessas desafiadoras habilidades humanas. A Parapsicologia, como cincia que estuda e correlaciona capacidades humanas to sutis, parece possuir um grande potencial para colaborar com a construo de uma sociedade mais tica e harmnica, constituda por pessoas mais cientes e agentes de seus potenciais parapsquicos. por essa razo que ela precisa ser conhecida e respeitada a partir de seus estudos e pesquisas e, distinguida de outras atividades que no lhe dizem respeito diretamente. Naturalmente que podem existir pontos de contato entre diferentes eventos/atividades, por exemplo, poderia a feitiaria ser uma espcie de telepatia? Porm, reconhecer esses pontos no significa retirar os limites/objetivos que distinguem as diferentes reas, ou mesmo misturar as suas identidades. REFERNCIAS CONSULTADAS ALVARADO, C. ESP and altered states of consciousness: An overview of conceptual and research trends. J ournal of Parapsychology. v.62, n.1, p. 27-64, Mar. 1998. ALVARADO, C. Nota sobre la teora sin base emprica en la Parapsicologa Iberoamericana contempornea. In: Revista Argentina de Psicologia Paranormal. Buenos Aires : Instituto de Psicologia Paranormal, v. 10, n. 3 (39), p. 149-156, Julio 1999. ANDRADE, H. G. Parapsicologia Experimental. So Paulo : Pensamento, [196-]. BARRIONUEVO, V. L. O. C.; PALLU, T. R. Telepatia em los experimentos Ganzfeld de la UNIBIO: 1993-1996. In: Revista Argentina de Psicologia Paranormal. Buenos Aires : Instituto de Psicologia Paranormal, v. 11, n. 1-2 (40-41), p. 27-40, Enero-Abril 2000. BARRIONUEVO, V. L. O. C.; PALLU, T. R. Ganzfeld: una perspectiva didctica. 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