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Borges, poema nunca publicado ou titulado:

Los ordenes de libros guardan fieles


en la alta noche el sitio prefijado.
El ltimo volumen ha ocupado
el hueco que dej en los anaqueles.
Nadie en la vasta casa. Ni siquiera
el eco de una luz en los cristales
ni desde la penumbra los casuales
pasos de vaga gente por la acera.
Y sin embargo hay algo que atraviesa
lo slido, el metal, las galeras,
las firmes cosas, las alegoras
el invisible tiempo que no cesa,
que no cesa y que apenas deja huellas.
Ese alto ro roe las estrellas.

**** verso em portugus (trad. Marcella Mattar) ****

A ordem dos livros guardados certeira
Na alta noite, num lugar determinado
O ltimo volume tem ocupado
O oco deixado na prateleira
Ningum em toda a casa. Nem mesmo
Um eco de luz nos cristais beira
Nem desde a penumbra, os passos
De pessoas pela calada.
E, ainda assim, h algo que atravessa
O slido, o metal, as galerias
As coisas firmes, as alegorias
O invisvel tempo que no cessa,
Que no cessa e apenas deixa vestgios
Este alto rio que ri as estrelas.

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