Pampilhosa da Serra: Joo Carlos Jesus Fernandes foi
condenado a nove anos e seis meses de priso por matar o
pai catanada Um jovem de 17 anos que matou o pai em janeiro do ano passado, no concelho da Pampilhosa da Serra, foi condenado hoje a nove anos e seis meses de priso.
Nada justifica a morte de um pai, disse a presidente do coletivo de juzes, aps ter lido o acrdo, na sala de audincia do Tribunal da Comarca de Pampilhosa da Serra.
Caber ainda ao arguido, Joo Carlos Jesus Fernandes, que tinha 16 anos quando praticou o crime, pagar as custas do processo.
A arma utilizada no crime, uma catana que pertencia ao pai, Carlos Jesus, foi considerada perdida a favor do Estado, segundo a magistrada.
O tribunal deu como provados os principais factos de que era acusado o jovem, que assassinou o pai no dia 24 de janeiro de 2011, aps o jantar, com vrios golpes de catana.
O crime foi cometido na habitao da famlia, na povoao do Esteiro, quando a vtima estava a dormir num sof, aps o jantar, num momento em que a me e um irmo j no estavam naquela diviso da casa.
Enquanto Joo Carlos um jovem que tem toda a vida sua frente, o seu pai no tem mais nada, acrescentou a magistrada.
O ato de matar no pode nunca ser um ato heroico, disse a juza presidente, censurando o facto de o estudante do ensino secundrio, que prosseguiu at agora os estudos, numa escola da sede do concelho, tem encarado a morte do pai como um gesto de libertao da famlia.
Na audincia de julgamento de dia 21 de maro, Joo Carlos disse que a famlia fora prejudicada ao longo de anos pelo progenitor, designadamente a me, que padece de doena incurvel, alm de que Carlos Jesus era autoritrio e controlador.
Todavia, o tribunal, que funcionou com jurados em representao da comunidade, no aceitou estes argumentos.
Tudo na vida tem soluo, s a morte que no, enfatizou a presidente do coletivo de juzes, insistindo que a morte no justificvel em caso algum.
No final, o advogado da defesa, Antnio Dias, no prestou declaraes aos jornalistas. Alegando que tem ainda tempo para pensar, o causdico escusou- se a revelar, para j, se o seu constituinte vai recorrer do acrdo.
O tribunal no deu como provados os alegados abusos sexuais de que o arguido disse ter sido vtima por parte do pai, h alguns anos. O Ministrio Pblico tinha pedido uma pena de dez a 11 anos de priso afetiva para o jovem.