de Atenas ensina um parentesco entre Deus* e as pessoas que estranho ao pensamento paulino e ao resto do NT (Dibelius, 74). Mas essa interpretao do discurso insustentvel. A linguagem empregada em Atos 17,27 indica claramente ironia e tragdia. As pessoas destinam-se a procurar Deus, verdade. Seria de esperar que o resultado dessa procura fosse descobrir. Mas o verbo para descobrir enfraquecido de trs maneiras. A primeira a construo gramatical: o uso do modo optativo em grego introduz um tom de incerteza, ligado a uma frase (ei ara ge) que melhor traduzida por se, talvez. O encontrar no est, de modo algum, certo. Segundo, a fora do verbo enfraquece quando ele ligado ao verbo pitoresco tatear (pslapha), palavra usada em fontes como a Odissia de Homero (9,416) e a verso grega do Deuteronmio (28,29) para significar andar s apalpadelas. Terceiro, frase verbal segue-se a orao a ele que, na realidade, no est longe de cada um de ns. A natureza concessiva dessa orao s far sentido se o ato de descobrir s apalpadelas for malsucedido. Parece seguro concluir que, embora o orador creia que o conhecimento de Deus teoricamente possvel a partir da natureza, contudo, em termos prticos, h pouca ou nenhuma esperana de que essa possibilidade hipottica seja ou tenha sido transformada em um relacionamento aceitvel com Deus.