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PROJECTO DE DECRETO-LEI PARA CONSULTA Nos termos do artigo 48° da Lei n.° 62/2007, de 10 de Setembro (Regime juridico das instiwiges de ensino superio:), no ambito do ensino politécnico é conferido o tino de especialista, o qual comprova a qualidade ¢ a especial relevincia do curriculo profissional numa determinada rea profissional, ‘Ainda nos termos da mesma norma legal, conjugnda com o disposto na alinen d) do n.° 5 do artigo 9.° da referida lei, as condigdes de atribuigio do viulo de especialsta sio reguladas por decreto-lei. Form ouvides © Conselho Coordenador dos Instiruros Superiores Politécnicos, 0 Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, a Associagio Portuguesa do Ensino Superior Privado € as associagSes piblicas profissionais das reas de formagio do Smbito do ensino policécnico. Assim: Nos termos da alinea d) do n.°5 do antigo 9.°e do artigo 48.°da Lei n.° 62/2007, de 10 de Setembro (Regime juridico das instiuigdes de ensino superior), ¢ da alines a) don 1 do antigo 198.°da Constituigio, o Govemo decreta 0 seguinte: Regime juridico do titulo de especialista CAPITULOL Disposigées gerais Anigo 1° Objecto O presente decrewo-lei aprova 0 regime juridico do tinulo de especialista a que se refere 0 artigo 48.° da Lei n.° 62/2007, de 10 de Setembro (Regime juridico das instituigdes de ensino superior). Regime juridico do titulo de especialista Projecto de decreta-lei para consulta 1 Arrigo 2.° Ambito O disposto no presente decreto-lei aplica-se, nos termos nele previstos: 4) Aos consé6rcios de institutos poliséenicos; b) Aos institutos politécnicos e 8s universidades que integram escolas de ensino politécnico nos termos do 1.° 6 do artigo 13.° da Lei n.° 62/2007, de 10 de Setembro, em relagio as 4reas de formago destas unidades orgfinicas, todos adiante genericamente designados instituigdes; ) Asescolas de ensino politécnico ni integradas. As escolas de ensino politécnico nfo integrad CAPITULO IL Titulo de especialista Arrigo 3.° Titulo © tirulo de especialista comprova a qualidade e a especial relevincia do curriculo profissional numa determinada 4rea profissional. Arrigo 4.2 Areas profissionais 1 — As Areas profissionais em que pode ser atibuldo o titulo de especialista sio aprovadas por deliberaco do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos. ER CROPPED ROE OS AAsteUtos Supeniores Polite 2— O thulo de especialista a que se refere o presente decreto-lei no pode ser atribuldo em areas em que jé 0 seja, nos tezmos dos respectivos estanutos, por associagBes piiblices profissiomas. Antigo 5.° Organismos profissionais Para cada 4rea profissional em que seja conferido o tiulo de especialista, 0 Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politéenicos indica, apés amuéncia prévia do mesmo, o organismo profissional, preferindo us associag6es pliblicas profissionais, quando existam, que designa os vogais do jiri a que se refere 0 n.°2 do artigo 12.° Regime juridico do titulo de especialista Projecto de decreto-lei para consulta 2 Artigo 6.° Atribuigao do titulo de especialista 1— O thulo de especialista é atribuido mediante a aprovagio em provas publicas, adiamte designadas provas: 3) Por consércios de institutos politéenicos que integrem, pelo menos, trés instinutos que ministrem formagfio na érea profissional da atribuigéo do tieulos 5) Por um conjunto de, pelo menos, ts instituigSes, ou duas instituigdes e uma escola de ensino politécnico no integrada, que ministrem formagio na érea profissional da atribuigio do tiulo. 2—Quando no existam ts instiuigées, ou duas instiuigées ¢ uma escola de ensino politécnico nfo integrada, que ministrem formagio na rea profissional da atribuigio do tinulo, duns delas podem ser substinuidas, na estrita medida da necessidade, através do recurso a instituigdes que ministrem formagio em dreas afins da drea profissional da atribuigo do titulo, 3—Para cada area profissional, 0 Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politéenicos aprova o elenco de instiuigdes e de escolas de ensino politécnico nfo integradas que ministram formagio na mesma. 4— Quando, para uma érea profissional, nio seja possivel satisfazer as condigdes a que se referem 0s 0." 1 ¢ 2, 0 titulo é atribuldo pela instituicdo a que se refere 0 n,°2 do artigo 10.%, sendo © jisi nomeado pelo Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, Axtigo 7.9 Provas As provas para a atribuigo do titulo de especilista so puiblicas ¢ constiuldas: a) Pela apreciagio e discuss do curriculo profissional do candidato; b) Pela apresentagio, apreciagio cxtica e discusso de um trabalho aprofundado de natureza profissional no Ambito da frea profissional em que sfo prestadas as provas, preferencialmente sobre um trabalho ou obra constante do seu curriculo profissional. Regime juridico do titulo de especialista Projecto de decreto-lel para consulta 3 Artigo 8.° Titulagdo 1 — Othulo de especialista é titulado por uma carta de especialista, 2— Acarta de especialista é emitida, conforme o caso: a) Pelo drgio legal e estatutariamente competente do consércio; 1b) Pelos érgfios legal e estarutariamente competentes do conjumto das instituigdes, c escola de ensino politécnico, se for caso disso, que o atribufram. CAP{TULO I Admissio As provas Antigo 9.° Condigées de admissio 4s provas Pode requerer a realizacio de provas de atribuigio do titulo de especialista quem se encontre, cumulativamente, nas seguintes condigdes: a) Deter, no minimo, dez anos de experiéncia profissional no Ambito da drea para que sio requeridas as provas; b) Ter desenvolvido, no exercicio da profissio, um curriculo profissional de qualidade e relevincia comprovada para 0 exercicio da profisstio na area em causa. Antigo 10.° Requerimento 1— Os candidatos realizacio das provas de atribuigio do titulo de especialista deve apresentar um requerimento nesse sentido, dirigido, conforme 0 caso: a) Ao presidente de um cons6rcio de institutos politécaicos que satisfaga ao requisito fixado pela alinea a) do n.°1 do artigo 6. b) Ao presidente de uma instituigo que ministre formagio na érea profissional da atribuigo do titulo. 2—Quando nfo exista uma instinigfo que ministre formagio na drea profissional da atribuigéo do titulo 0 requerimento & ditigido ao presidente de um consércio de institutos Regime juridico do titulo de especialista Projecto de decreto-lei para consulta politécnicos ou de uma instituigio, a qual solicita 20 Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos a nomeacio do jiri. 3.— No caso previsto na alinea b) do n.° 1, compete & instituigGo a quem & requerida 2 prestagio das provas, adiante designda instituigio instratora, indicar, colhendo previamente a sua anu€ncia, as restantes instituigées, ou instituigo e escola de ensino politécaico nfo integrada, que vio integrar o conjunto. 4— O requerimento a que se refere 0 n.°1 deve conter indicagio da drea profissional para que é requerida a realiza¢o das provas, bem como ser acompanhado de um exemplar dos seguintes elementos: 2) Curriculo, com indicaglo do percurso profissional, das obras e dos trabalhos efectuados e, quando seja 0 caso, as actividades cientifices, tecnoldgicas ¢ pedagégicas desenvolvides; b) Trabalho a que se refere a alinea b) do artigo 7.% ©) Obras mencionadas no cunfculo que o candidato considere relevante apresentar, 5 — Dos elementos a que se referem as aliness 2) ¢b) do mimero anterior é ainda entregue um exemplar em formato digital 6 — O requerimento é indeferido liminarmente por despacho do presidente do conséreio ou da instituicio instrutora sempre que o candidato nio satisfaca 2 condigio a que se refere a alinea 2) do artigo 9.° caPfTULoIv Jari Artigo 11. Nomeagio do justi 1—O jtiri das provas ¢ nomeado nos 30 dias tteis subsequentes a recepcio do requerimento de candidatura, pelo presidente do consdrcio ou pelo presidente da instituigfo instrutora, neste caso ouvides os presidentes das restantes instituigdes, ou instituigdes e escola de ensino politécnico mio integrada, sob proposta do érgio ou érpios Regime juridico do titulo de especialista Projecto de decreto-lei para consulta 5 técnico-cientfficos estatutariamente competentes, ou ainda pelo Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, conforme os casos. 2— Odespacho de nomeaio do jiri é notificado por escrito 20 candidato e aos membros do jr, no prazo miximo de cinco dias ites, 3— A notificago do despacho aos membros do jiri é acompanhada de uma ebpia dos documentos a que se refere 0 2.°3 do artigo 10,9, a qual pode ser em formato digital Artigo 12° Composisao do jit 1 — O jtti das provas é constivaido: 2) Pelo presidente de um instituto politécaico que integre 0 consércio ou 0 conjunto de instinsig6es, que preside; b) Por cinco vogais. 2— Dois vogais devem exercer a profissio xa drea profissional para que sto prestadas provas e ser individualidades de reconhecido ¢ piblico mérito nessas Areas, ¢ so designados pelos organismos profissionais a que se refere o artigo 5.° 3— Trés vogais devem ser professores, investigadores ou especialistas de reconhecido mirito, nacionais ou estrangeiros, docemtes em éreas do conhecimento relevantes para 0 exercicio na Area profissional para que sio requeridas as provas, dois dos quais provenientes de instiruigdes que nfo integrem 0 consércio ou 0 conjunto de instivuigBes, 4—O presidente pode delegar a sua compettncia, Antigo 13.° Funcionamento do jiiti 1— O ji delibera através de votasio nominal fundamentada, nfo sendo permitidas abstengies. 2— Na reunifo do jtiri para decidir sobre o resultado final sé voram os membros do ji que tenham estado presentes em todas as provas a que se refere 0 artigo 7.° 3.— Ojiiri sé pode deliberar quando estiverem presentes e puderem votar pelo menos dois tergos dos seus vogais. Regime jurfdico do titulo de especialista Projecto de decreto-lei para consulta 6 4— Opresidente do jri tem voto de qualidade. 5 — Opresidente do ji s6 vora: 3) Quando seja professor em dreas do conhecimento relevantes para 0 exercicio na Srea profissional em que sio realizadas as provas; ou b) Em caso de empate. 6 — Das reunides do jtiri sio lavradas actas contendo, designadamente, um resumo do que nelas tiver ocorrido, bem como os votos emitides por cada um dos seus membros ¢ respectiva fundamentagio, 7 — As reunides do jtiri anteriores aos actos piblicos a que se refere o artigo 15.° podem ser realizadas por teleconferéncia, 8 — Sempre que entenda necessirio, o jiri pode solicitar a0 candidato a apresentagao de outros trabalhos mencionados no curriculo, CAPITULO V Provas Arrigo 14° Apreciago preliminar 1— A admissio as provas & precedida de uma apreciagio preliminar de caricter eliminatério. 2.— A apreciagio preliminar tem por objecto verificar: a) Se 0 candidato satisfaz. as condigdes de admissio 4s provas a que se refere 0 artigo 9.5 b) Se o trabalho a que se refere a alinea b) do artigo 7.° se insere na drea profissional para que foram requeridas as provas, 3— A apreciagio preliminar é realizada pelo jfiri no prazo de 15 dias Wteis aps a sua nomeagio, 4— A apreciagio preliminar é objecto de um relatbrio fundamentado, subscrito por todos 0s membros do jéri, onde se conclui pela admissio ou nfo admissto do candidato. Regime juridico do titulo de especialista Projecto de decreto-lei para consulta 7 5 — A deliberagio de aio admissio do candidato estd sujeita a homologagio do presidente do consércio ou da instinuigio instrutora, neste caso ouvidos os presidentes das restantes instinuigbes, no prazo de 10 dias “itis, e é precedida da audiacia prévia do interessado, nos termos previstos no Cédigo do Procedimento Administrativo, independentemente da natureza piblica ou privada da instituigfo ou instivuigGes em causa. 6 — O despacho homologatério é notificado a0 candidato e aos membros do jiri no prazo miximo de cinco dias tes. Artigo 15.° Realizago das provas 1— As provas tém lugar no prazo mitximo de 30 dias tteis apés a decisfo de admissio. 2— As provas sio realizadas no mesmo dia, com um intervalo de duas horas. 3— A apreciagio e discussio do curriculo profissional, prevista na alinea a) do artigo 7.9, & feita por dois membros do jiri, em separado, seguida de discussio, e tem a duragio mixima de duas horas. 4— A apresentagio do trabalho a que se refere 2 alinea b) do artigo 7.° tem a duragho mixima de 60 minutos, sendo seguida da discussfo com igual duragio méxima, 5 — Nas discusses referidas nos mimeros anteriores: a) Podem intervir todos os membros do b) O candidato dispée de tempo igual ao utilizado pelos membros do jéxi. Antigo 16.° Resultado final 1 — Conclufdas a5 provas, o jiri retine para apreciagéo e deliberacio sobre o resultado final 2— O resultado final & expresso pelas formulas de Aprowdo ou Reprowdo e communicado pessoalmente a0 candidato pelo jiri. 3 — O despacho do presidente do conséreio ou do presidente da instiniggo instrutora a homologar a deliberagio final é notificado ao candidato ¢ aos membros do jéxi no prazo de dex dias tteis apds a conclusio das provas. Regime juridico do titulo de especialista Projecto de decreto-lei para consulta 8 CAPETULO VI Disposigées finais e transitérias Amigo 17.° Equiparacio legal So considerados, para todos os efeitos legais, como detentores do titulo de especialista a que se refere o presente decreto-lei os detentores do titulo de especialista atribufdo por associacio piiblica profissional nos termos dos seus estatutos, que satisfagam a condigio prevista na alinea a) do artigo 9,° Antigo 18.° Divulgasio 1—Sto publicadas na 2,* série do Ditrio da Repitlice e divalgadss através do sitio da Internet da Direcgo-Geral do Ensino Superion a) As deliberagdes a que se refere 0 0.°1 do artigo 4.3 b) Oclenco de organismos a que se refere 0 artigo 5.5 ©) Oclenco de instituigées e de escolas de ensino politécnico a que se refere 0 n.° 3 do artigo 6.° que ministram formagio em cada érea. 2—A nomeagio do jtir, o resultado da apreciagio preliminar e o resultado das provas publicas sio obrigatoriamente divulgados no sitio da Intemet do consdreio ou da instituigfo instrutora. Arrigo 19.° Linguas estrangeiras O consércio ou a instituigio instrutora podem autorizar a utilizagio de inguas estrangeiras na escrita dos documentos a que se refere 0 1.93 do artigo 10.°e nas provas. Axtigo 20.2 Depésito legal 1 — Os documentos a que se referem as alineas a) e b) do n.°3 do artigo 10.° esto sujeitos a depésito legal: Regime juridico do titulo de especialista Projecto de decreto-lei para consulta 9 2) De um exemplar em papel ¢ em formato digital na Biblioteca Nacional; b) De um exemplar em formato digital no Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliagio e Relagdes Internacionais do Ministerio da Ciéncia, Tecnologia Ensino Superior. 2.— Odepésito é da responsabilidade do consércio ou do instituto politécnico instrutor. Antigo 21.° Entrada em vigor (O presente decreto-lei entra em vigor no dia seguinte a0 da sua publicagio. Regime juridico do titulo de especialista Projecto de decreto-lei para consulta 10

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