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EXMA. JUZA DE DIREITO DA 12 VARA CRMINAL DE BELO HORIZONTE.

Processo n: 0024.12.204019-9

acusado

VAGNER

ANSELMO

DE

SOUZA

BARBOSA,

devidamente qualificado nos autos em epgrafe, vem perante V. Exa.,


atravs do defensor dativo que lhe foi nomeado nos autos, apresentar
CONTRA-RAZES AO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, nos seguintes
termos.
Colenda Cmara:
1 - FATOS:
Constou na denncia que o recorrido, no dia 16.01.12,
possua, no interior de sua residncia uma espingarda calibre .20 e
munies do mesmo calibre.
A denncia no foi recebida, ao fundamento, em sntese, de
que o decreto 7473/2011, renovou a atipicidade da conduta de possuir
arma de fogo no interior da residncia.
2 MRITO:
A legislao em vigncia reconhece de boa-f os portadores
de

arma

de

fogo

espontaneamente.

munies

que

pretendam

entreg-las

Portanto, a prpria legislao ptria trs uma presuno de


ausncia de dolo para todos os portadores de munies em suas
residncias.
Sabe-se que sem dolo no h delito, independente de se
adotarmos a teoria funcionalista ou a teoria finalista da ao.
Desta forma, embora reconhecemos que atualmente exista
controversa se o supracitado decreto teria ou no o condo de renovar
a abolitio criminis, fato que o referido decreto acabou por reconhecer
a atipicidade da conduta pela presuno de ausncia de dolo.
Ressaltemos, apenas, que no delito em apreo no h
punio a ttulo de culpa.
Sendo assim, a manuteno da sentena medida que se
impe.
3 AUSNCIA DE PROVAS QUANTO A MATERIALIDADE:
At o momento no houve a realizao do exame de
eficincia e prestabilidade da arma apreendida nos autos.
Desta forma, no possvel saber se a arma apreendida
poderia ou no ofender a integridade fsica de outrem.
Certo que se arma no puder ser utilizada, equivale-se a
uma arma de brinquedo. Fato este, o de possuir arma de brinquedo, que
no punvel pela Lei 10.826/03.
Assim, ainda que se considere o delito tpico, a denncia
ainda no poderia ser recebida, diante da ausncia de provas quanto a
materialidade delitiva.

4 - PEDIDO:
Diante do exposto, requer o no provimento do recurso, com
a manuteno da

sentena

recorrida,

seja

pelos

seus

prprios

fundamentos, ou reconhecendo a ausncia de provas quanto a autoria.


Pede deferimento.
Belo Horizonte, 12 de novembro de 2012.

Marcelo Nogueira Campos Lobato


OAB-MG 85.297

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