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Cogito ergo sum ?

Os acordes vazios do violão não enchem a minha cabeça. Estou voando.


Costumava pensar no que eu esperava dos outros, já que sabia o que eles
esperavam de mim. E fazia tudo o que desejavam, sem questionar, fazia
mecanicamente.
Gostaria de sinceridade e de um amor pra me distrair, só. Não tinha nenhum dos
dois. Talvez esperasse demais.
Na verdade sempre exagerei, sempre gostei da palavra DEMAIS.
Falava demais, sonhava demais, mentia demais, sentia de menos, vivia do nada.
Meu quarto era o que me separava do resto.
Todos sempre tão inúteis. E assim eu seguia.
Agora me entendo, sou vazio, sem nada pra receber e muito a dar. Tornei-me
SER. Mecânico, vazio, automático. Acima de tudo SER PENSANTE, não SER
EXISTENTE.

Homo Sapiens Sapiens

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