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A Rio Branco que vivemos


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A Rio Branco que vivemos
Antes o Acre no existia
Vapor Indio do Brasil, fundeado na
villa Rio Branco. lbum do Rio Acre,
1906 - 1907
Seringueiro cortando com
machadinha. Explorao da Hvea,
1913
E
sse territrio milenar povoa-
do por mais de 50 diferentes
etnias - falantes das lnguas
Aruak, Pano, Takana, Catuquina,
entre outras s comeou a ser co-
nhecido a partir de 1850, com as
exploraes de Manuel Urbano da
Encarnao, que foi logo seguido
pelo ingls William Chandless e bra-
sileiros como Serafm Salgado, Silva
Coutinho, Antnio Pereira Labre, etc.
Desde o princpio exploradores
perceberam que as forestas do oci-
dente amaznico eram muito ricas
em seringueiras, castanheiras, salsa-
parrilha, tabaco, entre outras drogas
do serto e produtos diversos, que
tinham alto valor no mercado inter-
nacional. A partir de 1870, o incio
do 1 Ciclo da Borracha tornou o l-
tex da seringueira uma matria-pri-
ma estratgica para a Revoluo In-
dustrial, que estava transformando a
economia mundial.
Com isso, todos os rios amazni-
At o inicio do sculo XX, os mapas
mostravam os rios acreanos como se ima-
ginava que podiam ser, porque ainda no
eram conhecidos de verdade. A frontei-
ra entre Brasil, Peru e Bolvia era, ento,
apenas uma lenda. (Map of South America, 1890). cos foram, repentinamente, invadidos
por milhares de homens e mulheres
vindos de todas as partes do Brasil e
do mundo: cearenses, gachos, cario-
cas, maranhenses, paraenses, srios,
libaneses, portugueses, espanhis,
italianos, ingleses, entre outros. O
que, at ento, era exclusivamente
territrio indgena logo se tornaria
um resumo do mundo e foco central
da cobia internacional.
A ocupao dos rios amaznicos,
atravs da abertura de seringais, foi
extremamente rpida. J em 1878, o
povoamento do rio Purus alcanava
a boca do rio Aquiri (como era, na
poca, chamado pelos povos indge-
nas do rio Acre); onde Joo Gabriel
de Carvalho e Melo, com a ajuda dos
valentes ndios Apurin, abriu diver-
sos seringais e estabeleceu uma rota
de navegao que possibilitou a rpi-
da explorao de todo o rio Acre, que
logo se revelou um dos mais ricos em
seringueiras de todo o vale do Purus.
Boca do rio Acre, confuncia com o rio Purus, na poca do povoamento. lbum do Rio Acre, 1906 - 1907
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