Você está na página 1de 1

SOBRE O IMAGINRIO Ren Barbier*

A fase da sucesso
Caracteriza-se pela atualizao do pensamento racional e a potencializao
da funo imaginante do ser humano. Aps os
pr-socrticos, o pensamento grego impe pouco a pouco um dualismo
entre real e imaginrio.
Plotino reforar a ruptura entre o mundo inteligvel e o mundo
Sensvel
De qualquer maneira, aps Descartes, os filsofos
vo julgar severamente a imaginao enquanto faculdade,
modo de exerccio do pensamento, a imagem que da resulta
geralmente o imaginrio; tanto mais enganador quanto mais
pode se dar por real e verdadeiro. Nunca atravs de uma passagem
pelo imaginrio poderamos aprender alguma coisa
Objetos fantasmas que nos desviam do
real e que nos tornam inbeis quando devemos reencontr-lo,
como mostra Sartre (1940, p.168) na histria de Annie. Para ele,
h "um abismo que separa o imaginrio do real"(p.l88).
A cada instante, face a face com o real, nosso eu imaginrio desagrega-
se e desaparece, dando lugar ao eu real. Um exclui o outro
necessariamente
A fase da subverso.
Para que o real exista, preciso fazer um
desvio pelo imaginrio.
A fase da autorizao
O fim do sculo XX abre a era da autorizao na qual se assiste
a um reequilbrio da atualizao e da potencializao dos plos
do imaginrio e do real/raciona
Bachelard foi o pioneiro desta fase de autorizao em uma poca
que no era ainda de bom-tom valorizar a potica do devaneio.
G. Durand, Saison C. Castoriadis Mikel Dufrennes
Para Dufrennes,
pelas grandes imagens, ns aprofundamos nossa percepo do
real.l
BARBIER, R, SOBRE O IMAGINRIO, Em Aberto, Braslia, ano 14, n.61, p. 15-23, jan./mar. 1994

Você também pode gostar