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Causas da Decadncia dos Povos Peninsulares nos ltimos Trs Sculos Antero

de Quental

Em 1871 em Lisboa, Antero de Quental discursa na primeira sesso das conferncias
demogrficas, porm sua fala no est voltada para cordialidades, pelo contrrio,
marcada por um profundo conhecimento histrico, religioso e politico, na tentativa de
demonstrar a maior causa da queda de Portugal e Espanha frente aos demais pases
europeus, sendo que sua grande tese est no sucesso da reforma protestante, contra o
declnio da fora romana, e por assim disser, catolicismo.
Seus argumentos iniciais, a favor da reforma, demonstram um alto crescimento
intelectual e social provocado por esse acontecimento nos pases que a aderiram,
segundo ele o grande movimento intelectual da Europa medieval compreende a
filosofia escolstica e a teologia, as criaes nacionais dos ciclos picos, e a
arquitetura. Dessa forma grandes nomes comeam a surgir por causa do impacto que a
reforma causa, tais nomes como: Newton, Descartes, Bacon, Leibniz, Harvey, Buffon,
Ducange, Lavoisier e Vico.
Mas um fato complexo e irnico levantado pelo autor, pois dentre os nomes
citados acima, nenhum portugus ou espanhol, onde ser que esto os grandes
pensadores e intelectuais desses pases? E o porqu no houve um nico nome que
pudesse ser citado ao nvel dos demais?
Sim, meus senhores! essa mquina temerosa de compresso, que foi o
catolicismo depois do Conclio de Trento, que podia ela oferecer aos povos? A
intolerncia, o embrutecimento, e depois a morte!

Podemos ento analisar que a teoria de Antero de Quental est voltada para o
grande equivoco cometido pela Espanha e Portugal ao no aceitarem as ideias
propagadas pela reforma, mantendo dentro de seus domnios a fora da igreja catlica,
jesutica e totalmente romana, causando uma destruio intelectual, social e politica que
impediu seu prprio desenvolvimento e uso de tudo aquilo que j haviam conquistado
dos povos que dominaram anteriormente.
Por fim Antero de Quental vislumbra uma sada para que seu pas possa voltar a
ser igualado aos demais pases da Europa. Seria necessrio ento uma quebra com o
passado, respeitando de certa forma seus antepassados, mas prosseguindo e livrando-se
do catolicismo, pois como o prprio autor diz: Pois bem, meus senhores: o
Cristianismo foi a Revoluo do mundo antigo: a Revoluo no mais do que o
Cristianismo do mundo moderno.

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