Em Maria Ins dana Clarice faz esculturas com lama Toms pintura Marco desenha Celina bordados Poesia no romance Um beijo de Colombina No livro de pequenas narrativas A arte em cada obra Em Fios da memria Deslocamentos Enquanto os personagens se locomovem a arte permanece aquele que lhes inspira e orienta. Ento a produo artstica o ponto de equilbrio de personagens aparentemente perdidas. Os movimentos, na poesia, pressupem um impulso anterior a escrita para determinar a acentuao de slabas das palavras, ento o ritmo est no discurso potico (BRIK, 1973:131). Nas histrias prosaicas de Adriana Lisboa o impulso est na vida das personagens e a forma de marc-lo est em suas produes artsticas. A dana, o ato de pintar quadros ou desenhar gravuras, a posio das mos no feitio das esculturas, a msica e a escrita so aes humanas que envolvem diferentes movimentaes entre si e que se contrastam mais ainda de outras atividades. Acontece que a criao da arte envolve a busca pela catarse, mas o objetivo no a concluso de obras, se fosse assim, o artista no teria impulso para continuar trabalhando. O perodo de produo, o momento em que a obra se exterioriza da imaginao que importa, enquanto Clarice faz suas esculturas ou Maria Ins dana os dramas e sofrimentos somem. Concluso Perguntamos-nos qual o motivo de relacionar outras artes dentro das narrativas em Adriana Lisboa. A arte ameniza os traumas e torna a vida suportvel para os personagens. Mesmo com cicatrizes abertas eles desenham a porta de sada do sofrimento, ento, na leitura da obra, respiramos aliviados ao enxergar beleza tanto nas produes dos protagonistas quanto na escrita potica da narrativa em si. Enquanto pessoas, lugares e relaes esto sempre mudando a arte pode ser o ponto fixo na histria. As obras do algo relaxante e intrigante. Relaxante pela simetria da fico com a realidade e intrigante por levar o leitor a pesquisar as referncias. Na histria da msica h tantas contradies, pois faz parte da histria humana, cheia de polmicas, desentendimentos e imperfeies. Porm em meio Referncias bibliogrficas BRIK, ssip. Ritmo e sintaxe. In: EIKHENBAUM, Boris ET AL. Teoria da literatura: formalistas russos. Porto Alegre: Globo, 1973.