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A Biblioteca Escolar na Escola do 1º Ciclo

Instalação e funcionamento

A biblioteca escolar proporciona informação e ideias fundamentais para sermos bem


sucedidos na sociedade actual, baseada na informação e no conhecimento. A
biblioteca escolar desenvolve nos alunos competências para a aprendizagem ao longo
da vida e estimula a imaginação, permitindo-lhes tornarem-se cidadãos responsáveis.
Manifesto da Biblioteca Escolar IFLA. UESCO (2000).
Biblioteca Escolar. Definição e objectivos

A biblioteca escolar favorece uma prática do uso do livro e o contacto com novos
suportes e ambientes de aprendizagem, numa escola em mudança, onde o presente e
o futuro nos convocam a formarmos cidadãos críticos e preparados para responder
aos desafios da sociedade actual.

A biblioteca escolar é parte integrante do processo educativo. A criação de uma rede de


bibliotecas a nível concelhio facultará aos públicos escolares dos diferentes níveis um
conjunto de recursos e de equipamentos que enriquecerá e melhorará o trabalho escolar
e o percurso educativo dos alunos.

Segundo o Relatório “Lançar a Rede de Bibliotecas Escolares”1, as bibliotecas


escolares são recursos básicos do sistema educativo, sendo-lhes reconhecido um papel
central nos domínios da leitura e da literacia, da aquisição de competências de
informação e do aprofundamento da cultura, em geral;

- Cada biblioteca deve constituir-se como um centro de recursos educativos multimédia


de livre acesso, destinado à consulta e à produção de documentos em diferentes
suportes;

- As bibliotecas escolares constituem núcleos fundamentais da organização pedagógica


das escolas e instrumentos essenciais do desenvolvimento curricular, afectos às
actividades de ensino e actividades curriculares não lectivas, e também à ocupação dos
tempos livres e de lazer;

- O desenvolvimento da biblioteca de uma escola deve ser entendido como um processo


endógeno, se bem que estimulado e sustentado do exterior, e como uma inovação
organizacional capaz de induzir mudanças na própria escola, sendo, nesta medida,
indissociável do seu projecto educativo;

- Para cumprir os seus objectivos, as bibliotecas devem dispor de um conjunto de


condições: espaço e equipamento adaptados à diversidade das suas funções, fundo
documental ajustado aos interesses e necessidades da comunidade escolar, uma equipa
de professores e técnicos com formação adequada e uma dotação orçamental que
garanta o seu funcionamento;

1
Veiga, Isabel et al. (1996) Lançar a Rede de Bibliotecas Escolares. Lisboa: Ministério da Educação, p. 15.

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A biblioteca escolar faculta à escola o cumprimento dos seguintes objectivos:

• Estimular nos alunos o prazer de ler, a curiosidade e o interesse pela cultura;

• Dotar a escola de um fundo documental adequado às necessidades das diferentes


disciplinas e projectos;

• Desenvolver nos alunos competências e hábitos de trabalho baseados na


consulta, tratamento e produção de informação, tais como: seleccionar, analisar,
criticar e utilizar documentos; desenvolver um trabalho de pesquisa ou estudo,
individualmente ou em grupo, à solicitação do professor ou de sua própria
iniciativa; produzir sínteses informativas em diferentes suportes;

• Associar a leitura, os livros e a frequência da biblioteca à ocupação lúdica e


cultural dos tempos livres;

• Facultar recursos aos professores para planificarem as suas actividades de ensino


e diversificarem as situações de aprendizagem;

• Adaptar a escola aos novos desafios colocados pela Sociedade do


Conhecimento, dotando-a de um espaço onde podem ser acedidos equipamentos
e recursos documentais característicos do novo paradigma – o paradigma digital.

• Apoiar a escola no seu funcionamento, criando condições à concretização das


mudanças operadas na escola, nomeadamente a reestruturação das áreas
curriculares, a criação da área de estudo acompanhado e a permanência dos
alunos na escola para além das actividades lectivas – escola a tempo inteiro.

Condições técnicas para instalação e funcionamento da biblioteca


escolar

Espaço

A instalação de uma biblioteca escolar, entendida como um centro de recursos


educativos multimédia, e como espaço de múltiplas actividades, requer condições que
garantam o seu funcionamento, nomeadamente em termos de área.

Existe uma relação directa entre o número de alunos da escola e as exigências em


termos de espaço, uma vez que é necessário garantir um número de lugares sentados
distribuídos pelas diferentes zonas funcionais, pelo menos a um conjunto de alunos/
turma na sua deslocação à biblioteca. Devem, ainda, ficar asseguradas condições de
espaço para circulação.

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Para aferição das áreas necessárias2, quando se trata de construções de raiz, é de
considerar uma taxa de ocupação simultânea de cerca de 25% da população escolar e
um índice de ocupação de 0,5m2 por aluno (Estes índices vão diminuindo
proporcionalmente ao aumento do número de alunos).

3 Turmas (100 Rácio 6 Turmas (150 Rácio 8 Turmas (200 Rácio


Nº de alunos alunos ou alunos ou alunos ou
superior) superior) superior)

Área 50 m2 0,5m2 0,43 0,40


por 65m2 m2 por 80 m2 m2 por
aluno aluno aluno

10 Turmas Rácio 12 Turmas Rácio


Nº de alunos (250 alunos ou (300 alunos ou
superior) superior)

Área 90 m2 0,36 m2 0,30 m2


por 100 m2 ou por
aluno superior aluno

Dadas as características dos edifícios escolares e a insuficiência de espaços disponíveis


nas escolas do 1º Ciclo, há que adaptar os princípios e normas de referência às
condições existentes nas escolas.

O espaço mínimo indicado para a biblioteca escolar é de, aproximadamente, 50 m2,


correspondendo a uma sala de aula.

Em escolas com um número de alunos elevado, a área de uma destas salas revela-se
insuficiente3. Nalguns casos, consoante as situações e as possibilidades oferecidas pelo
edifício, a solução passa por redimensionar a área disponível, ocupando espaços ou
salas contíguos. Quando não estiverem reunidas as condições necessárias em termos de
disponibilização de uma sala (ou salas) ou do seu alargamento, a solução terá passar
pela construção de novos espaços.

2
Estes valores reportam-se às condições actuais, podendo sofrer alterações decorrentes da reestruturação
do parque escolar ou de modificações introduzidas nas normas relativas à construção dos edifícios
escolares.
3
Em escolas em que o número de alunos exceda as 8 turmas, deverão ser encontradas, necessariamente,
soluções de alargamento do espaço. Para escolas com populações escolares superiores a 10 turmas,
sempre que estas condições de alargamento não se verifiquem, deve ser equacionada a construção de um
espaço para a biblioteca escolar.
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O espaço destinado à biblioteca escolar fica afecto em definitivo ao seu funcionamento.
A sua localização deve ser central a toda a escola e de preferência em piso térreo. Deve
ainda dispor de condições de iluminação, aquecimento e climatização que favoreçam o
seu uso.

A biblioteca escolar tem, ainda, especificidades próprias e domínios de intervenção


específicos, não podendo ser considerada como mais um espaço com funções
semelhantes às da sala de aula ou como espaço polivalente onde todas as actividades
podem ser desenvolvidas.

Organização do espaço

O espaço da biblioteca escolar deve ser constituído por diversas zonas funcionais que se
distinguem pela natureza das actividades que decorrem em cada uma delas, as quais
determinam o mobiliário, o equipamento e o material a disponibilizar em cada zona.
Neste espaço distinguem-se essencialmente as seguintes zonas funcionais:
Zona de acolhimento
Localizada junto à entrada, deverá situar-se de modo a constituir um posto de
observação e apoio ao funcionamento geral. Nesta zona devem localizar-se o posto de
consulta do catálogo, o qual que deve estar em rede com outros que se destinem à
consulta pelos utilizadores.
Zona de leitura informal
Zona para leitura descontraída de revistas, jornais e álbuns ou outros materiais de
carácter mais lúdico. Concebida de forma atractiva e relaxante, pode também
proporcionar a leitura de obras de ficção, a leitura colectiva de textos ou o conto e
reconto de histórias, num ambiente mais descontraído.
Zona de consulta e produção de documentação
No seu conjunto, esta zona acomoda o fundo documental da biblioteca escolar, com
excepção dos periódicos e dos álbuns que devem estar disponíveis na zona de leitura
informal. Esta zona destina-se a trabalho de grupo ou individual, deverá ser concebida
de modo a facilitar a utilização e produção integrada da documentação nos diferentes
suportes. Inclui ainda um espaço para leitura vídeo e o espaço multimedia-Internet.

Mobiliário e equipamento

As características gerais do mobiliário a adoptar no espaço da biblioteca escolar são


distintas do mobiliário para as salas de aula, dada a especificidade das suas funções.
Deve, por isso, ser adquirido a firmas especializadas, fornecedoras de mobiliário para
biblioteca.

O mobiliário deve contemplar estantes abertas que facultem o livre acesso aos
documentos, expositores de material não livro/ expositor misto, caixa ou caixas de
álbuns, pufs, mesa baixa para a televisão (com ecrã de 36 cm) e vídeo/DVD, mesas para
computador e mesas e cadeiras para lugares sentados.

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Deve, também, ser adaptado às idades dos alunos destes níveis de ensino, não só pelas
suas dimensões, sobretudo as alturas, como também pela escolha dos materiais e das
cores mais adequadas.

Relativamente a mesas e cadeiras, há que ter em atenção a altura dos respectivos planos
de trabalho ou de assento - mais baixos do que nos outros ciclos - e adaptados à estatura
e idade dos alunos. A altura do plano de trabalho não deve nunca exceder 0.60m,
máximo 0.66m e a do assento da cadeira de apoio 0.36m, máximo 0.40m. Os assentos
baixos dos sofás/pufs para leitura informal devem permitir formar conjuntos de fácil
mobilidade, a adaptar às diferentes actividades.

Quanto às estantes, considerou-se no 1º ciclo a existência de apenas 4 prateleiras, para


que estas sejam todas acessíveis e de livre consulta. A sua altura máxima não deve
ultrapassar 1.35m.

O equipamento é o essencial a um centro de recursos média: - computadores com


ligação à Internet, televisor (écran de 38 cm) e vídeo/DVD, leitores áudio (capazes de
ler diferentes formatos incluindo o MP3) e auscultadores.

Fundos documentais

O planeamento da colecção reveste-se de particular importância para o sucesso da


biblioteca escolar no cumprimento dos seus objectivos. Esse planeamento deve ter em
conta a qualidade dos recursos a adquirir e o funcionamento em rede das diferentes
bibliotecas e da Biblioteca Municipal.

É por isso necessário que o processo de selecção dos fundos documentais seja
participado e envolva, para além da escola, o conselho executivo, a equipa da escola
sede, a Biblioteca Municipal e eventualmente outras escolas com biblioteca no
agrupamento.

Na selecção dos fundos documentais devem ser tidos em conta os seguintes aspectos:

- O número de títulos a adquirir deve adequar-se à população a que se destina. Nas


bibliotecas escolares das escolas de menores dimensões, o fundo em desenvolvimento
deve contemplar no mínimo 1000 títulos (10 títulos por aluno). Nas escolas maiores, o
cálculo do número de títulos deve reportar-se a um rácio de 7 títulos por aluno.

- Da colecção fazem parte recursos de informação de natureza diversa: livros, jornais,


revistas e documentos audiovisuais e digitais em suportes como o CD-ROM ou o DVD,
bem como documentos a ser acedidos através de bases de dados on-line, nomeadamente
através da Internet.

- Deve existir um equilíbrio entre a documentação impressa e os outros suportes. A


percentagem recomendada é de 70% de materiais impressos e de 30% para os restantes

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suportes, excluídos os recursos digitais em disco rígido do computador da biblioteca,
em bases de dados ou online.

- O fundo documental a adquirir deve adequar-se aos interesses da escola e à faixa etária
dos alunos. Os públicos do jardim-de-infância devem ser considerados sempre que a
biblioteca sirva este nível.

- A colecção deve ser abrangente e contemplar as diferentes áreas do conhecimento. O


equilíbrio entre as áreas mais vocacionadas para uma vertente lúdica e recreativa e as
áreas relacionadas com o currículo deve ser salvaguardado.

Cada escola/ biblioteca escolar deve ser perspectivada no contexto do agrupamento e de


uma rede concelhia de recursos através da qual se completa e se complementa. Essa
rede inclui as outras bibliotecas do agrupamento, outras bibliotecas a nível local e a
Biblioteca Municipal. A gestão dos recursos a adquirir e das verbas a afectar deve, por
isso, realizar-se de forma racional e integrada.

A existência de colecções nas diferentes bibliotecas do agrupamento com replicação de


fundos (sem um objectivo identificado) deve ser evitada, de forma a garantir a cada
biblioteca uma maior diversidade de recursos. Esta diversidade facultará o empréstimo e
a troca de documentos no agrupamento e a circulação/ troca de fundos documentais
através do empréstimo interbibliotecário a nível local.

A Biblioteca Municipal tem um papel muito importante no acompanhamento técnico


especializado a facultar às escolas na fase de selecção dos fundos documentais, devendo
encarregar-se, posteriormente, do seu tratamento técnico. Espera-se, ainda, que,
integrando uma rede local conjunta de recursos e de objectivos comuns, partilhe as
possibilidades da sua colecção (por norma de uma abrangência e qualidade superiores)
com as escolas, através de empréstimos a prazo, e crie redes de trabalho e de
colaboração comuns.

A existência de uma aplicação informática que permita a gestão e partilha do catálogo


entre as bibliotecas é fundamental no trabalho em rede e para o funcionamento da
biblioteca escolar.

A atribuição de verbas para fundos documentais pelo Programa RBE é feita em duas
tranches e destina-se à constituição de um fundo documental inicial. O fundo inicial
deve ser alargado e renovado anualmente, com recurso a verbas específicas para este
efeito. Estas verbas devem ser obtidas através do orçamento do agrupamento e através
da autarquia, no âmbito do Acordo de Cooperação estabelecido.

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Funcionamento

Escola e biblioteca escolar

A biblioteca escolar deve responder às necessidades da escola que serve. A sua


rentabilidade só se concretizará se o Conselho Executivo e os docentes a incluírem nos
documentos e estruturas pedagógicas que regem a vida da escola e a assumirem como
recurso e ferramenta fundamental ao crescimento dos alunos, às actividades lectivas e à
vida da escola.

Os domínios de intervenção da biblioteca escolar são vastos. É um recurso essencial à


criação de dinâmicas que fomentem o uso do livro e o interesse pela leitura, ajudando a
desenvolver as competências fundamentais ao uso das TIC a ao desenvolvimento das
literacias essenciais à integração plena na Sociedade da Informação.

Suporta o desenvolvimento curricular e o trabalho escolar, fornecendo documentação,


equipamentos e possibilidades diversificadas que ajudam a escola no cumprimento da
sua missão.

Recursos humanos

A existência de recursos humanos que coordenem a biblioteca escolar e garantam o seu


funcionamento é fundamental. Desde o início do projecto, o Conselho Executivo deverá
encontrar, de entre os recursos do agrupamento, um educador/ professor para a
biblioteca escolar que acompanhe o processo e o desenvolvimento da biblioteca escolar
e se possível de uma equipa que o ajude nessa tarefa. Sempre que existam condições,
deve ser afecto um auxiliar de acção educativa ao trabalho da biblioteca escolar.

Ao professor a afectar ao lugar de coordenação da biblioteca escolar cabe a tarefa de


fazer a integração da biblioteca escolar na escola e no trabalho escolar.

A sua acção deve desenvolver-se, através de uma interacção permanente com o


Conselho Executivo, com a equipa da escola sede e/ ou equipas de outras bibliotecas no
agrupamento e, sobretudo, com os professores da escola.

É através de um trabalho planeado em Conselho de Docentes e articulado com os


professores/ educadores que os objectivos da biblioteca escolar poderão ser cumpridos.

A forma de afectação de recursos humanos às bibliotecas escolares das escolas do 1º


Ciclo faz-se através do destacamento de um professor ou de forma similar que garanta o
apoio a uma ou mais bibliotecas, de acordo com a dimensão das escolas em causa. A
este professor, desde que esteja exclusivamente ao serviço da biblioteca/s escolar,
cabem as seguintes funções:

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- Realizar um conjunto de tarefas técnicas e de gestão que facultem o bom
funcionamento da biblioteca escolar;
- Sugerir e operacionalizar, em conjunto com o Conselho Executivo, estratégias
e actividades que ajudem a organizar e a suportar a acção educativa da escola/
agrupamento em que se inserem;

- Interagir com outros departamentos ou grupos na escola e no agrupamento com


funções e projectos específicos. Trabalhar em rede com a escola sede, com
outras escolas e com a Biblioteca Municipal;
- Facilitar e promover a aquisição de competências de leitura, contribuindo para
a construção de leitores e perspectivando a formação integral de cidadãos
críticos e intervenientes, de forma a combater o abandono escolar e a exclusão
social;
- Organizar materiais e actividades com os docentes das áreas curriculares ou
com outros intervenientes no processo educativo da escola;

- Divulgar e incentivar o uso e a integração dos recursos documentais e de


informação na actividade pedagógica, promovendo o desenvolvimento de
literacias cruciais à construção do conhecimento e à progressão nas
aprendizagens;

- Planificar e organizar actividades de aprendizagem, dentro e fora da sala de


aula, com o objectivo de desenvolver competências de estudo e de trabalho que
contribuam para a construção da autonomia do aluno, formando-o para a
capacidade de aprendizagem ao longo da vida;

- Realizar actividades de apoio a necessidades educativas previamente


identificadas ou outras de complemento curricular; ou de natureza lúdica e/ou
cultural;

- Orientar os alunos em actividades na biblioteca escolar ou em actividades


decorrentes do trabalho de sala de aula;

- Dar cumprimento a um conjunto de finalidades ligadas à emergência da


necessidade de formar os alunos para os desafios das tecnologias da informação
e comunicação e da Sociedade da Informação;

- Avaliar de forma sistemática e contínua os recursos e os serviços prestados


pela biblioteca escolar, de acordo com os objectivos traçados e os indicadores
predefinidos.

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Formação

A existência de recursos humanos qualificados apresenta-se como um aspecto chave e


determinante para o sucesso das bibliotecas. É, por isso, necessário seleccionar para
estas funções aqueles que tiverem formação na área, devendo, desde o início ser
definidas estratégias de formação e encontradas soluções junto dos Centros de
Formação e/ou de outras entidades formadoras.

Financiamento

O agrupamento deve assegurar, em parceria com a Câmara Municipal e/ou com outras
entidades ou projectos, a afectação anual de uma verba anual que garanta a manutenção
e renovação do mobiliário e equipamento, a actualização dos fundos documentais e o
funcionamento da biblioteca escolar.

Criação de uma rede concelhia de bibliotecas escolares.


Modalidades de intervenção

As bibliotecas de diferentes escolas de uma mesma área geográfica devem estar


articuladas em rede para permuta de documentos e actividades conjuntas de animação.
O mesmo deve acontecer com a ligação entre as bibliotecas escolares e as bibliotecas
públicas, principalmente para recurso a serviços de apoio técnico especializado4.

As formas de intervenção relativas à criação de uma rede concelhia de bibliotecas


escolares variam segundo a dimensão da escola e a especificidade do concelho,
nomeadamente em termos da organização da rede escolar.

A rede de bibliotecas escolares a desenvolver deve adaptar-se à rede escolar definida na


Carta Educativa e às condições de cada escola.

Deve considerar o Agrupamento como estrutura organizativa com recursos, objectivos e


práticas pedagógicas comuns. Cada escola não pode ser pensada de forma isolada, mas
como fazendo parte de um território, de uma rede que favoreça uma boa gestão dos
recursos educativos e dos investimentos a realizar.

O nível de equipamentos, bem como as exigências em termos de espaço variam


consoante o número de alunos da escola. Perspectiva-se a instalação de uma biblioteca
escolar em escolas com uma população escolar superior a oitenta alunos (incluindo os
alunos do Jardim de Infância).

4
Veiga, Isabel et al. (1996) Lançar a Rede de Bibliotecas Escolares. Lisboa: Ministério da Educação, p. 37.

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Sempre que a proximidade entre escolas o justifique e numa lógica de rentabilização de
recursos, pode verificar-se a associação de mais do que um estabelecimento no uso de
uma biblioteca escolar comum.

Os Jardins-de-Infância beneficiarão da biblioteca escolar da escola do 1º ciclo, desde


que estejam integrados no mesmo edifício ou a uma distância que permita o seu uso.

As escolas com populações escolares inferiores a oitenta alunos deverão usufruir de


serviços de biblioteca. O funcionamento destes serviços implica normalmente a rotação
de fundos, devendo ser criadas as condições necessárias a esse funcionamento por parte
da Autarquia, conjuntamente com o agrupamento.

A criação destes serviços exige a constituição de um núcleo que congregue maiores


possibilidades em termos de espaço e de recursos, a partir do qual se organiza a partilha
de recursos e a difusão de práticas e actividades. Este núcleo funcionará como centro de
acompanhamento e apoio, em termos de recursos e funcionamento, a escolas mais
pequenas. Estas funções podem ser exercidas pela escola sede ou por escolas do 1º
Ciclo com biblioteca e níveis de apetrechamento e práticas que o justifiquem.

No sentido de criar estes núcleos que servirão de suporte posterior a escolas mais
pequenas, as escolas com maior número de alunos serão priorizadas para primeiro apoio
em candidatura.

Papel da Biblioteca Municipal/SABE

A Biblioteca Municipal desempenha um papel muito importante na colaboração com as


escolas na fase inicial de instalação da biblioteca escolar e posteriormente, através do
trabalho colaborativo e do desenvolvimento de projectos comuns, direccionados ao
público escolar.

Sempre que existam condições, a criação de um Serviço de Apoio às Bibliotecas


Escolares, com técnicos formados nesta área, assume-se como uma medida
fundamental, por permitir uma melhor concretização do tratamento do fundo
documental, maior facilidade na construção e disponibilização do catálogo e no
acompanhamento técnico e formativo às escolas.

O funcionamento em rede – rede de recursos concelhios e de actividades comuns - torna


a Biblioteca Municipal parceira fundamental, pelo nível de equipamentos e de recursos
que por norma a equipam. O seu contributo na circulação de fundos pelas bibliotecas
escolares e no empréstimo de fundos a prazo é, assim, muito importante.

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Bibliografia

Veiga, Isabel et al. (1996) Lançar a Rede de Bibliotecas Escolares. Lisboa: Ministério da
Educação.

Brás, Maria Helena Bandeira (1998) Instalações e organização do espaço. Lisboa: Ministério da
Educação. Departamento de Avaliação, Prospectiva e Planeamento.

Manifesto das bibliotecas Escolares da UNESCO (2000), Haia: IFLA. [Traduzido e publicado
pelo Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares]. http://www.dapp.min-edu.pt/rbe/ [Acedido a
5/01/07]

The IFLA/UNESCO School Libraries Guidelines (2002)


http://www.ifla.org/VII/s11/pubs/school-guidelines.htm [Acedido a 5/01/07]

Rede de Bibliotecas Escolares http://www.rbe.min-edu.pt/ [Acedido a 5/01/07]

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