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OS JUROS E AS INSTITUIES FINANCEIRAS

As instituies financeiras, historicamente, no se submetem aos limites impostos s taxas de


juros que recaem sobre as demais pessoas, naturais e jurdicas, isso em virtude de disporem de
legislao especial que regulam a atividade.
Neste sentido, a Smula 596 STF dispe que a Limitao de juros do Dec. 22.626/33 no se
aplica s instituies financeiras.
Sendo assim, por no existir limite constitucional ao limite de juros, uma vez que a EC 40/2003
suprimiu o 3 do art. 192, o entendimento decorrente do art. 4, IX da Lei 4595/64 que
compete ao Conselho Monetrio Nacional (CMN) limitar taxas de juros. Atualmente, Comit de
Poltica Montearia do Banco Central (Copom), rgo do Poder Executivo.
Importante observao. Conforme lei 4595/64, compte ao CMN limitar taxas de juros. No
entanto, esse termo entendido como liberar, j que as instituies financeiras cobram aquilo
que denominam juros de mercado, com fundamento em resoluo do Banco Central.
Todavia, resoluo no lei, e por isso no poderia afrontar o comando legal que determina a
limitao e no liberao das taxas de juros.
De mais a mais, um rgo do Poder Executivo (CMN) no possui competncia para regular
matria financeira. Nos termos dos artigos 22, VI e VII, e 48, XIII da CF, matria financeira e de
crdito so de competncia exclusiva da Unio (Poder Legislativo).
O art. 68, 1 da CF, probe a delegao de atos de competncia exclusiva do Congresso
Nacional. Neste mesmo sentido, o art. 25, 1 do ADCT revogou, a partir de 180 dias da vigncia
da Constituio, legislao pretrita que delegava competncia exclusiva do Congresso a rgo
do Poder Executivo.
Assim, seria perfeitamente aplicvel s instituies financeiras as disposies do Dec.
22626/33 por ter sido recepcionado pela Constituio Federal de 1988. Logo, a Smula 596 do
STF, de 1975, estaria virtualmente ultrapassada pelas disposies da Constituio de 1988.

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