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Workshop para Professores Bibliotecários:

“O Modelo de Auto-avaliação da Biblioteca Escolar: Problemáticas e Conceitos implicados.”

Objectivos:

- Reconhecer a importância da avaliação da BE para a melhoria das suas práticas.


- Perceber a estrutura do Modelo e os conceitos subjacentes à sua organização.

- Identificar práticas e processos de funcionamento da BE relevantes e irrelevantes para o cumprimento da


missão da Biblioteca.

- Relacionar a aplicação do Modelo de Auto-avaliação da Biblioteca com a qualidade da Biblioteca e o sucesso


da escola.

Conteúdos:

1- Pertinência da existência de um Modelo de Avaliação para as bibliotecas escolares.


2- O Modelo enquanto instrumento pedagógico e de melhoria. Conceitos implicados.
3- Organização estrutural e funcional.
4- Integração/ Aplicação à realidade da escola/ biblioteca escolar. Oportunidades e constrangimentos.
5- Gestão participada das mudanças que a sua aplicação impõe. Níveis de participação da escola.

Público alvo: Professores Bibliotecários

Nº de participantes: 25
Duração: 7 horas

Recursos:
Sala e projector
Acesso à Internet
Documentos de apoio – fotocópias

Metodologia:
Exposição seguida de debate
Trabalho em pequenos grupos
Apresentação de conclusões em grande grupo/debate

Horário:
9.30 – 13.30 H
14.30 – 17.30 H
Período da manhã – 9.30-13.30 H

Metodologia: Exposição e debate de ideias em grande grupo

Aspectos a desenvolver:

1- Pertinência da existência de um Modelo de Avaliação para as bibliotecas escolares.

• Apresentar o modelo de auto-avaliação da BE não como um instrumento de avaliação do professor


Bibliotecário, mas como um instrumento de planificação do trabalho da biblioteca e de avaliação do seu
impacto no sucesso educativo dos alunos e no sucesso da escola.

• Propor o modelo de auto-avaliação da BE como instrumento capaz de conduzir à mudança e/ou


consolidação de práticas e de processos de organização e gestão da BE e dos seus recursos que permitam
planificar um programa de acção centrado no aluno e no desenvolvimento de competências, sobretudo de
leitura e de literacia da informação.

• Reconhecer o modelo de auto-avaliação da BE como suporte instrumental para tornar evidente para os
outros órgãos e membros da escola o trabalho realizado pela BE e o seu impacto no funcionamento global da
escola, ou seja, para validar o que se faz.

2- O Modelo enquanto instrumento pedagógico e de melhoria. Conceitos implicados.

• O modelo de auto-avaliação da BE deve ser entendido como um instrumento “pedagógico e de


melhoria contínua que permita aos órgãos directivos e aos coordenadores avaliar o trabalho da
biblioteca escolar e o impacto desse trabalho no funcionamento global da escola e nas
aprendizagens dos alunos e identificar as áreas de sucesso e aquelas que, por apresentarem
resultados menores, requerem maior investimento”.

• O modelo de auto-avaliação da BE deve ser aplicado não unicamente como instrumento de avaliação
mas sobretudo como instrumento regulador do planeamento de um programa de acção da BE que vá de
encontro às actuais necessidades das escolas e dos alunos. Para isso é fundamental ter em conta um novo
conceito de BE, baseado na noção de valor: “O valor não é algo intrínseco às coisas mas tem
sobretudo a ver com a experiência e benefícios que se retira delas”. A BE deve definir a sua missão e
estruturar o seu programa em função do cumprimento dos objectivos e do projecto educativo da escola em
que se insere.

• O modelo de auto-avaliação da BE aponta as áreas principais de actuação da BE e por isso é um


instrumento capaz de permitir a identificação de pontos fortes e fracos no funcionamento da biblioteca,
conduzindo a uma reflexão sobre as práticas, no sentido de redefinir objectivos, prioridades, estratégias de
actuação e áreas nucleares que necessitem de maior atenção.
2.1- Conceito de BE subjacente à construção do Modelo

o As escolas são novos contextos em que o sujeito/aluno se apresenta como actor activo, construtor
do próprio conhecimento

o Na sociedade actual há uma modificação global das estruturas sociais – introdução das TIC,
desenvolvimento de redes socais digitais, surgimento de novos ambientes de disponibilização da informação,
de trabalho e de construção do conhecimento

o Os desafios permanentes da sociedade de informação obrigam a escola e a BE a uma redefinição


do seu papel e actuação de modo a conduzir ao desenvolvimento de competências de literacia da informação,
tornando a escola e a BE um lugar de construção do conhecimento

2.2- Conceito de evidence-based practice para uma melhoria dos serviços da BE e do seu impacto
no sucesso dos alunos e da escola

o O modelo aponta para o desenvolvimento de práticas sistemáticas de recolha de evidências


integradas no trabalho quotidiano da BE, pois só assim é possível identificar os pontos fortes e
fracos do funcionamento da BE, de modo a medir o impacto do seu trabalho. Ross Todd valoriza a
necessidade de provar esse impacto no contexto da escola onde desenvolvemos trabalho (“ school
libraries need to systematically collect evidence that shows how their practices impact
student achievement; the development of deep knowledge and understanding; and the
competencies and skills for thinking, living, and working”)

o A recolha de evidências suportada na estrutura do modelo permite uma visão holística da BE e


envolve três vertentes de acção: evidence for practice, evidence in practice, and evidence of
practice.

o O modelo permite colocar a ênfase nos resultados e impacto da BE (outcomes) e não só nos
processos e recursos (inputs).

o O modelo pretende centrar a acção da BE nas boas práticas e identificar práticas e processos de
funcionamento da BE relevantes e irrelevantes para o cumprimento da missão da Biblioteca.

Ver tabela de Zmuda e Harada e estabelecer debate sobre boas práticas de gestão da BE e práticas a
abandonar.
Table 1. Bad and Good Business Practices for Library Media Specialists

Moving away from bad business Moving toward good business where...
where...

Success is defined by the number of staff Success is defined by the quality of the work completed in the library media center.
who collaborate with the library media
specialist.

Success is defined by doing whatever is Success is defined by investing resources only in those tasks that are central to the
asked in order to be recognized as valuable library mission.
or important.

Success is defined by helping students find Success is defined by engaging students in the construction of deep knowledge
what they are looking for. through the exploration of ideas and information, conducting of investigations, and
communication and evaluation of findings.

Success is defined by the number of Success is defined by the student learning that resulted from completion of work
instructional sessions held in the library centered on subject area and information literacy goals.
media center.

2.3 Conceito de avaliação nas organizações

o A avaliação deve ser entendida como um processo pedagógico, regulador, uma vertente do
trabalho de uma organização que permite identificar as boas práticas e processos, reavaliar a
utilização dos recursos, medir o impacto e o sucesso do trabalho realizado e planificar novos
desenvolvimentos, redefinir objectivos e estratégias, com base na recolha de evidências
efectuada.

o O modelo de Auto-avaliação deve ser encarado com instrumento mediador deste trabalho de
avaliação tendo em vista a melhoria ou continuação de algumas práticas e eventualmente o
abandono de outras. O modelo conduzirá assim a práticas de pesquisa/acção:

“Segundo Markless, Streffield (2006) p. 120, as práticas de pesquisa-acção estabelecem


a relação entre os processos e o impacto ou valor que originam.
Durante este processo:

· Identifica-se um problema;
· Recolhem-se evidências;
· Avaliam-se, interpretam-se as evidências recolhidas;
· Procura-se extrair conhecimento que oriente futuras acções e que delineie caminhos.
Centra-se a pesquisa, mais uma vez, no impacto e não nos inputs. “
Período da tarde – 14.30-17.30 H

Metodologia: Apresentação da estrutura do modelo, em slides.


Trabalho em pequenos grupos.
Apresentação das conclusões dos trabalhos.

Aspectos a desenvolver:

3- Organização estrutural e funcional

o Apresentação, em slides, da estrutura do modelo. Salientar:

 Estruturação em função de quatro domínios ou áreas nucleares do funcionamento da BE

 Em cada domínio, indicação de um conjunto de indicadores operacionalizados através de factores


críticos de sucesso

 Apresentação, para cada indicador, de instrumentos para recolha de evidências do trabalho realizado

 Sugestão de acções para melhoria das práticas

A BE deve ser entendida como um espaço privilegiado, formativo, informativo e de aprendizagem,


um espaço fundamental na escola não só para acesso à informação, mas sobretudo para dotar os
alunos de competências necessárias para a construção do conhecimento. Estando a biblioteca
equipada com recursos e equipamento de qualidade, não deve fechar-se em si mesma e deve estar
intrinsecamente relacionada com a escola e com o sucesso educativo dos alunos. O professor
bibliotecário deve então assumir um papel de formador, ensinando os alunos a desenvolver
competências de literacia da informação e de leitura capazes de os tornar cidadãos conscientes e
autónomos na procura do saber e na sua formação ao longo da vida e articulando acções com os
vários Departamentos e professores da escola, para que a biblioteca seja um espaço de aprendizagem
em estreita colaboração com o trabalho desenvolvido pelos professores na sala de aula, contribuindo
para a melhoria das aprendizagens curriculares dos alunos.

Assim, o Modelo poderá guiar o professor bibliotecário nesta tarefa, pois organiza-se em domínios
identificados em diferentes estudos internacionais como cruciais ao desenvolvimento e qualidade das
bibliotecas escolares.

Estes domínios agrupam-se em três áreas fundamentais:

1-Integração na escola e no processo de ensino/ aprendizagem

2-Acesso. Qualidade da Colecção.

3-Gestão da BE
4- Integração/ Aplicação à realidade da escola/ biblioteca escolar. Oportunidades e constrangimentos

1ª Parte: exposição

A BE deverá integrar-se na escola como estrutura essencial para o desenvolvimento de competências de


leitura e de um programa de Literacia da Informação, integrado no desenvolvimento curricular. O
professor bibliotecário é o principal responsável pelo estabelecimento dessa integração institucional e
programática, de acordo com os objectivos educacionais e programáticos da escola.

Para isso deve planear a melhor forma de articulação com departamentos, professores e alunos na
planificação e desenvolvimento de actividades educativas e de aprendizagem e deve assumir o seu papel
de “instrutor” junto de professores e alunos, propondo um programa de acção que conduza os alunos ao
sucesso das aprendizagens e mobilizando a escola para a necessidade de implementação do processo
avaliativo, pois só este permitirá a melhoria do serviço da biblioteca à escola.

Para levar a cabo este processo de integração do processo de avaliação da BE na dinâmica e projecto
educativo da escola o professor bibliotecário deverá organizar uma metodologia que requer:

1. A mobilização da equipa para a necessidade de fazer diagnósticos/ avaliar o impacto e o valor da


BE na escola que serve;

2. Jornadas formativas para a equipa e para outros na escola. Definição precisa de conceitos e
processos. Realização de um processo de formação/ acção.

3. A comunicação constante com o órgão directivo, justificando a necessidade e o valor da


implementação do processo de avaliação.

4. A apresentação e discussão do processo no Conselho Pedagógico.

5. Aproximação/ diálogo com departamentos e professores. Criação e difusão de informação/


calendarização sobre o processo e sobre o contributo de cada um no processo.
2ª Parte: trabalho em pequenos grupos para reflexão sobre a aplicação do modelo à realidade da
escola.

Tópicos de reflexão:

1- Como integrar o processo de avaliação da BE no processo de avaliação da escola? Como levar a


escola a participar no processo de avaliação da BE e como dar a conhecer a auto-avaliação da BE à escola?
2- Como planificar o programa de acção na BE a partir do Modelo, de forma a corresponder aos
objectivos e estratégias da escola ou agrupamento?
3- Que factores de sucesso e que constrangimentos se prevêem na aplicação deste modelo de auto-
avaliação? Como superar os eventuais constrangimentos?

3ª Parte: apresentação das conclusões do trabalho em grande grupo.

Conclusões

5- Gestão participada das mudanças que a sua aplicação impõe. Níveis de participação da escola.

O modelo pressupõe uma liderança forte do professor coordenador, que tem de mobilizar a escola para a
necessidade e implementação do processo avaliativo e deve ser capaz de capaz de unir a escola e a equipa
em torno do valor da BE e do impacto que pode ter na escola e nas aprendizagens.

Para levar a cabo esta tarefa de gestão participada da mudança que o modelo pressupõe, o professor
Bibliotecário precisa de ter uma visão estratégica e de ver o todo: não só a “sua” biblioteca, mas todo o
contexto educativo com o qual tem de se articular. Necessita de uma reavaliação constante das suas
prioridades como gestor de uma estrutura que deve estar em permanente articulação com as prioridades e
objectivos da escola no sentido de contribuir para o sucesso educativo da instituição e dos seus alunos.

Por estar organizado em domínios, o modelo permite uma aproximação à realidade da escola por etapas,
possibilitando a escolha das áreas que necessitam de maior aperfeiçoamento, identificando problemas ou
desafios, recolhendo evidências, realizando as mudanças necessárias e recolhendo novas evidências para
medir o impacto das acções realizadas.

Os resultados devem ser partilhados com o director, ser divulgados e discutidos nos órgãos de gestão
pedagógica. Esses resultados têm impacto no processo de planificação e na gestão da BE. Só assim se
poderão estabelecer e coordenar políticas, isto é, linhas orientadoras dos planos de acção, de modo a que
estejam concertadas com a estratégia da escola e também com os factores críticos de sucesso.

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