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O BEIJO ESCARLATE NAS SOMBRAS DO FOGO

Os olhos febris da noite fria nas guas do passado


O beijo escarlate nas sombras do fogo
Queimando as faces ocultas dos espectros
Que vivem danando nos livros cinzas de linhas abstratas
Com as esttuas de porcelana flutuante dormindo nas areias do deserto
Dentro da ampulheta de madeira extrada das guas de vidro
As mos sinuosas da serpente no meio de nossos coraes
Negros
Palpitando com tambores que percorrem no meio da tempestade azul
Que surge no horizonte do teu olhar crepuscular
Feitios no meio das folhas secas de Jurema com espinhos de mandacaru
Encanecido
Com as chuvas e os acordes dissonantes dos cascos de stiros ensandecidos
Com a lua cheia do serto agrestino dos livros escritos por catimbozeiros cegos
Sem dedos
Sem lamentos
Sem toques
Sem nuances
Ocultas
Surgindo do abismo vermelho de chamas azuis beijadas pelas nuvens transparentes
Da melodia encantada da flauta de l soprada pelos ventos celestiais
Do inferno feito de labirintos invisveis no meio da floresta perdida
Entre os quadros de poemas
Que deliram as formas claroscuras das sombras com veneno de estrelas sombrias
Eclodindo com o eco da exploso das bombas de brinquedo no meio da madrugada
Chuvosa
Assim como meu corao
Consternado
Embriagado
De vinho
Vagabundo
&
Flores
Astrais
Extraindo o nctar de seus lbios
Doentios


Desierto Sin Cielo
Numa noite assim, da primavera silenciosa, de 2014

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